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11/10/2018 - 17:10

Rede de Psicólogos planeja articulações com povos tradicionais

CFP participou, em São Paulo, do encontro sobre Psicologia e Povos Tradicionais, Indígenas, Quilombolas, de Terreiro e em luta por território

Rede de Psicólogos planeja articulações com povos tradicionais

Para ajudar a montar uma rede com povos tradicionais, indígenas, quilombolas, de terreiro e em luta por território, membros do Conselho Federal de Psicologia (CFP) Jureuda Guerra, Marisa Helena Alves e Paulo Maldos, participaram, de 7 a 9 de setembro, em Guararema (SP), em conjunto com outras 150 pessoas, do I Encontro da Rede de Articulação: Psicologia e Povos Tradicionais, Indígenas, Quilombolas, de Terreiro e em luta por território (I ERA).

A proposta é criar uma rede de profissionais, pesquisadores, estudantes e militantes que atuam com essas populações de forma a construir outra Psicologia junto aos diferentes povos do continente.

O encontro, segundo o conselheiro Paulo Maldos, permitiu verificar a quantidade de profissionais que já atuam com esses povos e comunidades tradicionais. “E essa participação gerou uma série de questionamentos quanto às práticas e às definições teóricas da Psicologia. As inquietações foram compartilhadas nos encontros preparatórios e esses desafios teóricos e práticos foram levados ao encontro nacional, o que permitiu que os debates fossem muito ricos quanto às novas perspectivas da Psicologia brasileira e latino-americana, baseadas no compromisso junto a esses povos e comunidades”.

Jureuda Guerra destaca que toda a produção da Psicologia em relação a essas populações são produções eurocêntricas, elaboradas a partir de um referencial que acabou subjugando esses povos e a intenção do encontro foi reescrever a história da Psicologia com as populações tradicionais, indígenas, quilombolas, de Terreiro e em luta por território. Segundo ela, “procurando, por meio dos conceitos da interseccionalidade, compreender o racismo ao qual essas populações estão submetidas”.

Subjetividades

Para Marisa Alves, profissionais da Psicologia no diálogo com indígenas e povos tradicionais quilombolas têm muito a contribuir e a aprender com essas populações. Ela considera, no entanto, que a Psicologia “precisa estreitar o diálogo com estas populações e buscar o entendimento das subjetividades construídas nas diferentes culturas”.

A proposta é que o Centro de Referência Técnica em Psicologia e Políticas Públicas (Crepop) elabore três referências técnicas relacionadas ao tema: sobre Psicologia e povos indígenas, Psicologia e povos quilombolas e Psicologia e povos tradicionais. Os conselheiros do CFP ouviram as demandas construídas pelos participantes do encontro e essas discussões servirão de subsídio para a redação dos documentos do Crepop.

Na plenária final, foram discutidos os temas encaminhados pelos participantes dos debates regionais, que foram analisados, revisados e aprovados.