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Referências Técnicas para Atuação de Psicólogas (os) na Gestão Integral de Riscos, Emergências e Desastres

Autor: Conselho Federal de Psicologia
Edição: 1ª Edição

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) oferece à categoria e à sociedade o documento Referências Técnicas para Atuação de Psicólogas (os) na Gestão Integral de Riscos, Emergências e Desastres, produzido no âmbito do Centro de Referência Técnica em Psicologia e Políticas Públicas (Crepop). Este documento propõe uma reflexão crítica e histórica sobre a inserção da Psicologia no campo das emergências e dos desastres, ampliando as possibilidades da atuação das (os) psicólogas (os) no gerenciamento de riscos e vulnerabilidades.

Desse modo, para além de grandes acidentes e/ou desastres ambientais, a ação da Psicologia se estende para situações sociais que atingem grande número de pessoas na sociedade brasileira (como, por exemplo, a seca, o desemprego e outras questões socioeconômicas), para as quais são necessárias políticas públicas de prevenção por parte da Psicologia.

É preciso questionar o que caracterizamos como riscos, emergências e desastres,compreendendo que no Brasil situações de extrema vulnerabilidade social são naturalizadas a tal ponto, que deixamos de tratá-las e nomeá-las como desastrosas e emergenciais. É fundamental que o fazer da Psicologia não normalize situações violadoras dos direitos humanos, pelo contrário, promova o enfrentamento constante das injustiças e desigualdades sociais. Para tanto, é necessário que as(os) profissionais se integrem intersetorialmente às políticas públicas de Saúde, Assistência Social, Educação, Defesa Civil etc. Nessa direção, essa Referência Técnica é um instrumento potente para demarcação do compromisso ético-político da Psicologia com a sociedade brasileira.

Este texto não poderia deixar de abordar a pandemia da covid-19 que tem impactado em escala global todas as pessoas e todos os setores da sociedade. No entanto, é necessário explicitar que, para além dos grupos de risco, o impacto da pandemia foi muito mais para com as pessoas em vulnerabilidade social. A falta de acesso à saúde, as condições de habitação, o desemprego, o acesso à educação foram sentidos de forma muito mais agressiva, levando a um número muito maior de famílias enlutadas por seus entes e em sofrimento pelas dificuldades de manutenção de sua existência.

O XVIII Plenário do CFP agradece a todas e a todos os envolvidos na elaboração deste documento, em especial aos membros da comissão ad hoc responsáveis pela redação. Desejamos que esta publicação seja um instrumento de orientação e qualificação da prática profissional e de reafirmação do compromisso ético-político da Psicologia e que possa auxiliar profissionais e estudantes na aproximação com o campo da Gestão Integral de Riscos, Emergências e Desastres pensando essa área em uma perspectiva ampliada e crítica.