Notícias

22/01/2016 - 17:04

Racismo será preocupação central da Comissão de Direitos Humanos para o ano de 2016

Calendário de atividades foi desenvolvido com base em eixos orientadores: LGBTT, drogas, combate ao racismo e tortura e violência de Estado

Racismo será preocupação central da Comissão de Direitos Humanos para o ano de 2016

A Comissão de Direitos Humanos (CDH) do Conselho Federal de Psicologia (CFP) esteve reunida nas últimas segunda (18), terça (19) e quarta-feira (20), traçando o calendário de ações para 2016. Com base nas atividades já desenvolvidas anteriormente, o grupo montou a proposta respeitando os eixos orientadores e diretrizes de ação: políticas sobre drogas, LGBTT/gêneros, relações raciais e combate à tortura e todas as formas de violência.

Entre as ações institucionais estratégicas da CDH-CFP propostas para 2016, estão campanhas, produção de documentos referenciais e informativos, participação em espaços de representação institucional, realização de debates, oficinas e cursos, entre outras atividades. Este calendário será apresentado para aprovação na Plenária de Planejamento Estratégico do CFP para este ano. “Tivemos uma longa discussão em torno dos quatros eixos e tiramos linhas de ação especificamente em cada uma, que divulgaremos depois de aprovada. Mas eu posso adiantar que a nossa preocupação central para o ano de 2016, em termos de eixo de articulação, será o racismo, a violência simbólica, física e policial contra os não-brancos deste país, especialmente os negros e os indígenas” apontou a coordenadora da CDH-CFP, Vera Paiva.

De acordo com Paiva, a violência contra esses grupos, que representam mais da metade da população brasileira, os tem colocado em profundo sofrimento psíquico em razão do impacto dessas violências. “Nós estaremos articulando a questão do racismo nos quatro temas, políticas sobre drogas, LGBTT/gêneros, combate à tortura e, claro, relações raciais”. E avisou que as propostas serão anunciadas, após reunião e aprovação em plenária.

A CDH também fez um balanço das atividades realizadas no último ano, como participação e indicações para eventos e comissões de direitos humanos, a elaboração e divulgação de notas por parte da CDH-CFP e realização de bate-papos online e produção de campanhas e produtos de comunicação, como sites e vídeos, e livros. “Fizemos uma avaliação do trabalho realizado em 2015, um ano muito difícil, atípico, de muitos ataques a ganhos importantes dos direitos humanos, especialmente no quadro de todo o debate sobre família, como Estatuto da Família, do Estado laico, censura de atividades que tratem de sexualidade na escola, a questão da maioridade penal e agora, mais ao final do ano, a indicação do responsável por saúde mental do Ministério da Saúde, uma pessoa conhecida pela violação dos diretos humanos no seu trabalho em um hospital psiquiátrico”, relatou Paiva.

Na opinião da coordenadora da CDH-CFP, 2015 “foi um ano trabalhoso, mas também muito produtivo”. “Conseguimos manter conversas com psicólogos diretamente do Conselho por meio de debates, planejados em comum acordo com os [Conselhos] regionais, além dos criados e divulgados pelo OrientaPsi. Mantivemos uma boa relação com os regionais, buscando sempre preservar e estimular a autonomia de cada conselho para então desenvolver as atividades nessa mesma direção e observamos várias atividades muito criativas nos quatro eixos em que a gente se propôs a trabalhar este ano”.

A Reunião de Planejamento de Ações Estratégicas da CDH-CFP para 2016 aconteceu em São Paulo, no Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades (CEERT).