O Conselho Federal de Psicologia (CFP) publica mais uma Edição Especial da Revista Psicologia: Ciência e Profissão, intitulada “Relações Raciais”. A publicação já se encontra disponível para acesso na plataforma da SciELO.
O objetivo desta edição especial da Revista PCP foi desafiar-se a transitar por encruzilhadas teórico-epistemológicas e metodológicas sobre Psicologias Antirracistas e a assumir um caminho ético-político de enfrentamento ao racismo em diferentes campos de práticas e de construção do conhecimento, na defesa da igualdade racial.
Relações Raciais
No periódico especial, composto por 11 textos (editorial + dez manuscritos), explica-se no editorial intitulado “Psicologias Antirracistas: Desafios Epistemológicos, Metodológicos e Ético-Políticos”, quais seriam essas cinco encruzilhadas:
Visibilizar construções acadêmicas que abordam a relação entre violência estrutural, projeto colonial e produção de subjetividade na sociedade brasileira; pôr em discussão a produção de subjetividade de sujeitos racializados, visibilizar e denunciar a violência racista que psicólogas e psicólogos reproduzem em seus contextos de prática profissional; evidenciar situações de criminalização e violação de direitos de jovens negros, problematizando a racionalidade necropolítica de dispositivos de segurança pública que acabam por produzir a segregação e o genocídio de vidas racializadas; experiências de pesquisas-intervenção com jovens, evidenciando as potencialidades deles no enfrentamento ao racismo; e, por fim, chamar a atenção para os efeitos do racismo cotidiano no mundo dos esportes e para a necessidade de profissionais de Psicologia atentarem-se para a supremacia branca neste contexto.
A editora da PCP, conselheira Neuza Guareschi, explicou que o propósito do periódico é dar o devido lugar à discussão sobre as relações raciais no campo psi, bem como busca visibilizar construções acadêmicas que abordam a relação entre violência estrutural, projeto colonial e produção de subjetividade na sociedade brasileira. “Assim sendo, necessitamos chegar à concepção de que o racismo é uma episteme que estrutura nossa sociedade e que, por esse motivo, necessita estar na centralidade de diferentes campos psicológicos. Ou seja, enfrentamento ao racismo necessita ser estruturante, e não transversal, de toda e qualquer ação ético-política da Psicologia enquanto ciência e profissão para assim produzirmos Psicologias Antirracistas, considerando as diferentes epistemologias e metodologias que a constitui”, reforça.
Para a editora convidada deste número especial, professora Míriam Cristiane Alves (Universidade de Federal de Pelotas – UFPel), pensar em Psicologias Antirracistas é, fundamentalmente, atuar para um processo de descolonização dessas Psicologias, numa perspectiva de olhar para si e compreender-se enquanto sujeito colonial que historicamente logrou dos privilégios produzidos pela violência racista. “É compreender as Psicologias como produtos e instrumentos do colonialismo e da colonialidade, sendo o primeiro a matriz por onde emerge e opera o racismo e o segundo o dispositivo de manutenção e atualização das relações raciais de dominação e subalternização no contemporâneo. Portanto, essa Edição Especial desnuda encruzilhadas com as quais as Psicologias necessitam se ater”, reforça.
Excelência
Editada desde 1979, a Revista Psicologia: Ciência e Profissão é uma publicação científica de excelência internacional, classificada com a nota A2 no sistema Qualis de avaliação de periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) do Ministério da Educação. Atualmente, a revista está indexada nas bases da SciELO; Lilacs (Bireme); Clase; Latinex; PsycINFO; Redalyc; Psicodoc e Google Scholar.
Saiba mais:
Acesse a íntegra da PCP Especial Relações Raciais