Conselhos de Psicologia de todo o país estiveram reunidos em Brasília/DF, nos dias 13 e 14 de dezembro, para a última edição de 2025 da Assembleia de Políticas, da Administração e das Finanças (APAF). Essa foi a sexta APAF conduzida pelo XIX Plenário do Conselho Federal de Psicologia (CFP), que conclui oficialmente neste mês a gestão iniciada em dezembro de 2022.
Ao todo, 111 delegadas e delegados, entre efetivas(os) e suplentes, participaram dos diálogos da APAF, que colocaram em destaque importantes questões para a formação e o exercício profissional em Psicologia.
Durante a abertura, a presidenta do CFP, Alessandra Almeida, ressaltou que essa APAF marca a primeira assembleia com participação das novas gestões que estão na direção dos Conselhos Regionais de Psicologia. “A APAF é um espaço estratégico para a reflexão sobre o futuro de nossa ciência e profissão, debatendo questões fundamentais a partir do compromisso ético, técnico e científico de promover práticas humanizadas e socialmente comprometidas”.
Nessa perspectiva, a presidenta do CFP também destacou as medidas adotadas para garantir a acessibilidade durante os diálogos, como adaptações no local e de mobiliário, equipamentos de acessibilidade, audiodescrição, autodescrição, entre outros. “A APAF é um espaço de grande relevância para debate e deliberações e é construído coletivamente, devendo, portanto, ser também espaço de acolhimento e de conforto para todas as pessoas”, afirmou a Alessandra Almeida.
Confira os destaques da Assembleia de Políticas, da Administração e das Finanças:
Rede Crepop
Foi aprovado pelo pleno da APAF a proposta de plano de trabalho do Centro de Referências Técnicas em Psicologia e Políticas Públicas (CREPOP) para o ano de 2026. Também foi eleito como tema de pesquisa para o mesmo ano “cuidados paliativos no Sistema Único de Saúde” – uma das propostas surgidas no 12º Congresso Nacional da Psicologia (CNP). Além disso, foram indicados os temas das quatro próximas referências técnicas a serem lançadas: cuidado a pessoas com deficiência; atuação na Rede de Atenção Psicossocial; atuação nos serviços de acolhimento do Sistema Único de Assistência Social (SUAS); e prevenção da autolesão, do suicídio e posvenção.
Uso de maconha e psicodélicos em contexto terapêutico
A assembleia também aprovou o plano de trabalho proposto pelo GT “Atuação da Psicologia no uso de maconha e psicodélicos em contexto terapêutico”. O plano busca fundamentar a atuação do Sistema Conselhos de Psicologia, dentro de suas competências legais e políticas, subsidiando o planejamento de ações do Conselho Federal (CFP) e dos Conselhos Regionais (CRPs) para a elaboração de orientações éticas do exercício profissional, contemplando articulação de referenciais técnicos e práticos mapeados no campo dos usos terapêuticos de maconha e psicodélicos. Foi aprovada ainda a continuidade do GT, para avançar nos debates acerca do tema.
Cuidados paliativos
Os participantes da APAF também deliberaram pela criação de um grupo de trabalho com o objetivo de estruturar critérios para deliberar sobre a inserção do título de especialista em cuidados paliativos no rol definido pela Resolução CFP nº 23/2022.
Emergências e desastres
Outro importante encaminhamento esteve na aprovação de novo grupo de trabalho que terá como objetivo a elaboração de uma nota técnica para atuação de psicólogas e psicólogos frente a emergências e desastres e conflitos em territórios indígenas.
Combate às violências
O novo GT da APAF, Violência de Estado e Enfrentamento à Tortura, foi criado com o objetivo de construir parâmetros de atuação profissional nesse contexto. Deverá abarcar a construção de um protocolo de intervenção da Psicologia para o suporte psicossocial no contexto das operações policiais em favelas e outros cenários de violência de Estado, bem como a proposição de Nota Técnica sobre a temática.
Continuidade de Grupos de Trabalho
O pleno da Assembleia de Políticas, da Administração e das Finanças validou ainda a continuidade de importantes grupos de trabalho, responsáveis por debates fundamentais para a formação e o exercício profissional da categoria em todo o país. Entre eles, GTs responsáveis pela revisão de políticas centrais para o Sistema Conselhos de Psicologia, como a política de orientação e fiscalização; a responsabilização de atos de assédio e outras violências de gênero; meios de solução consensual de conflitos; e enfrentamento ao capacitismo.
Além disso, alguns GTs seguirão seus trabalhos discutindo temáticas relacionadas a inscrição de psicólogas(os) estrangeiros; aplicação de Inteligência Artificial (IA) no contexto da Psicologia; e avaliação psicológica para povos indígenas e pessoas com deficiência – bem como a atuação de psicólogas(os) em relação ao preconceito e à discriminação racial; junto a pessoas Intersexo e assexual; e em comunidades terapêuticas e instituições manicomiais similares.
A íntegra dos dois dias de debates está disponível no YouTube do Conselho Federal de Psicologia.
Confira a galeria de imagens.