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23/04/2015 - 14:20

Violência e políticas públicas são debatidas em seminário do CRP Goiás

Representantes do CFP participaram do V Seminário Regional de Psicologia e Políticas Públicas, realizado na capital goiana na última semana

Violência e políticas públicas são debatidas em seminário do CRP Goiás

Com a temática “Dilemas da Violência: a Intervenção da Psicologia nas Políticas Públicas”, o Conselho Regional de Psicologia da 9ª Região (CRP-09, Goiás) realizou, entre os dias 14 e 16 de abril, o V Seminário Regional de Psicologia e Políticas Públicas. O seminário foi realizado em parceria com a Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC/GO) e apoio do Conselho Federal de Psicologia (CFP).

Durante a conferência inicial do evento, intitulada “Dilemas da Violência: A intervenção da Psicologia nas Políticas Públicas”, o psicólogo Ileno Izídio da Costa, representando o CFP, falou sobre os conceitos e as dimensões da violência, apresentou dados da violência no Brasil e no mundo e explanou sobre a compreensão global de políticas públicas, princípios e éticas, além de dilemas e desafios para Psicologia neste sentido.

De acordo com Costa, quando se trata de direitos humanos a violência abrange todos os atos de violação dos direitos: civis (liberdade, privacidade, proteção igualitária); sociais (saúde, educação, segurança, habitação); econômicos (emprego e salário); culturais (manifestação da diversidade cultural) e políticos (participação política, voto, associações) – motes dos desafios e dilemas da Psicologia enquanto ciência e profissão. O psicólogo destacou, dentre as formas de violência que devem receber atenção, devido às raízes relacionais da sociedade, a doméstica. Segundo ele, diariamente, cerca de duas mil pessoas apresentam queixas na polícia, alegando ter sofrido violência doméstica.

Costa afirmou, ainda, que o(a) profissional psicólogo(a) pode contribuir para a mudança social porque pode ser capaz de conhecer as condições subjetivas e objetivas de desenvolvimento e interação das pessoas no mundo. “Se outras pessoas olham as condições objetivas melhor do que nós, nós olhamos as condições subjetivas melhor do que os outros, mas para isso nós precisamos fundar nossa análise na dialética materialista e histórica. Nós não temos condição de trabalhar sozinhos, de mudar sozinhos, nem de transformar sozinhos”. Ele enfatizou a importância da manutenção dos princípios humanos e éticos da não-violência, da dignidade e dos direitos humanos e da cultura da paz, “fazendo sentido a partir de éticas como as da responsabilidade, da alteridade e do cuidado”.

Também representando o CFP na mesa, o psicólogo Enrico Braga apresentou o trabalho da Comissão Nacional de Psicologia na Assistência Social (CONPAS) do CFP, quando destacou a importância em situar os (as) psicólogos (as) para o exercício profissional nos diversos setores de atuação das Políticas Públicas. “A necessidade de pensar a intervenção da Psicologia nas Políticas Públicas, em face aos dilemas da violência, principalmente no que se refere ao cenário nacional desenhado para o campo dos direitos das crianças e adolescentes, requer a elaboração de uma resposta contrária à pauta da redução da maioridade penal e construções de apontamentos sustentados pelo viés dos Direitos Humanos”, afirmou. A mesa foi composta, ainda, pela psicóloga e pesquisadora Lurdes Oberg e por Eriko Netto de Lima, Presidente da Comissão Especial de Psicologia na Assistência Social no CRP-09.

A programação do Seminário também contou com palestras, oficinas e mesas redondas sobre os temas Educação, Assistência Social, Saúde, Justiça, Esporte, Direitos Humanos e Trânsito, além da apresentação de trabalhos científicos. O psicólogo e vice-presidente do CFP, Rogério Oliveira, e participou da abertura do evento e a autarquia contou, ainda, com a representação das psicólogas Raquel Souza Lobo Guzzo e Luciana Ferreira Ângelo.