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14/05/2009 - 15:15

Vírus Influenza A, Psicologia e Direitos Humanos: Ulapsi divulga declaração sobre o tema

O Conselho Diretor da União Latino-americana de Entidades de Psicologia (ULAPSI), comovido frente ao desenvolvimento da gripe pelo vírus influenza do tipo A, e tendo recebido contribuições teóricas, acadêmicas e científicas provenientes de todo o continente, divulgou nesta quarta-feira, 13, declaração na qual afirma a necessidade de que todo o importante cuidado para evitar a proliferação da doença “não seja convertido em argumento para a exclusão das pessoas, grupos ou instituições por razões de nacionalidade ou residência”.

Para a ULAPSI, tal situação não seria apenas uma violação de direitos e justiça elementares, mas uma prática discriminatória que precisa ser evitada. “Não é momento para o isolamento, e sim para a união. É da integração de governos, sistemas de saúde e centros de pesquisa que poderá ser encontrada uma solução contundente e definitiva”, afirma a entidade.

Veja aqui a íntegra do documento.

Trazendo contribuições da Psicologia ao tema, o texto chama atenção também para os “excessos midiáticos” que geraram “verdadeiras epidemias de pânico que, longe de favorecer mobilização social que contribua com soluções, cria profunda incapacidade psicológica para o enfrentamento eficaz e solidário da epidemia viral”.

A instituição coloca-se a disposição dos governos e povos da América Latina na busca de soluções imediatas para a epidemia e para a difusão de comportamentos adequados para a promoção da saúde. “Consideramos necessária a incorporação de psicólogos especializados nos conselhos e equipes encarregados do manejo da crise para cuidar também da saúde psicolígica, para  que as informações emitidas promovam ações e atitudes preventivas e corretivas” que contribuam com a calma e a solidariedade entre pessoas, comunidades e países.

A ULAPSI entende que a busca de soluções torna imprescindível a análise das condições de insalubridade e desatenção sanitária em que vive boa parte da população dos países latino-americanos. “É na desatenção contínua à saúde da população, nas práticas sanitárias exclusivistas, voltadas apenas aos que podem; é na despreocupação pelas condições de vida de milhões de latino-americanos onde podemos, sem dúvida, encontrar terra fértil para a eclosão de epidemias miméticas que são sintoma da situação profundamente deteriorada em que vive a maior parte da população de nossos continente”, afirma o documento.