Mobilidade

O Centro de Referências em Psicologia e Políticas Públicas (Crepop) do Conselho Federal de Psicologia (CFP) abriu, nesta quarta-feira (13/11),  consulta pública sobre a prática de psicólogas (os) em Políticas de Mobilidade Urbana, Transporte e Trânsito.

A versão preliminar do documento – elaborada por um grupo de especialistas no tema – já está disponível para contribuições da categoria, que podem ser feitas até o dia 13 de dezembro pelo site do Crepop.

A escolha do tema da pesquisa surgiu a partir de uma demanda da categoria durante o VI Congresso Nacional da Psicologia, realizado em 2007. As teses do Congresso apontaram a necessidade de maior qualificação e orientação para a prática nos serviços de trânsito, especialmente aqueles voltados à obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (CNH).

A pesquisa foi realizada em 2009 por meio de questionário online, reuniões de especialistas, grupos focais e entrevistas. Na ocasião, unidades regionais do Crepop conduziram também investigações locais. Houve a participação total de 275 pessoas por meio de entrevistas pessoais e de 221 respostas ao questionário online. Das (os) psicólogas (os) que participaram da pesquisa, 76,7 % disseram desenvolver atividades voltadas para o exame da avaliação psicológica para obtenção da CNH.

Entre os principais desafios apontados pela pesquisa para o trabalho na área, estão a inserção de psicólogas (os) em diferentes áreas de mobilidade urbana, transporte e trânsito, além da necessidade de políticas públicas locais que respondam às demandas dos municípios sobre o tema.

A contribuição de todas (os) com suas experiências e opiniões é muito importante, pois a consulta é um instrumento democrático, que permite a participação direta da categoria e da sociedade em assuntos relevantes para a atuação profissional.

Como contribuir

Após cadastrar-se e confirmar sua participação no termo de aceitação, leia o documento na íntegra e faça suas considerações no Formulário de Consulta Pública (ambos disponíveis após o cadastro).

As suas contribuições serão reunidas com outras e servirão para aprimorar o documento, garantindo que a versão final reflita os interesses das (os) profissionais da área, estabelecendo diretrizes técnicas e orientações coerentes com a prática profissional no campo da Psicologia do Trânsito.

Participe!

Histórico

As discussões sobre o tema tiveram início no ano 2000, com a publicação da Resolução CFP nº 14, que instituiu o título profissional de especialista em trânsito. Desde então, foram criadas comissões e realizados diversos eventos sobre a temática, que culminaram com a realização do Seminário Psicologia do Trânsito em Trânsito pelo Brasil, em 2012, que gerou também um relatório, lançado em 2013.

Psicologia Hospitalar

Foi homologado nesta quinta-feira (3/10), no Diário Oficial da União  – DOU, Seção 3, página 172, o resultado do V Concurso de Provas e Títulos para a concessão do título de especialista em Psicologia Hospitalar.

Após a homolgação, o profissional habilitado tem até 12 meses para ir ao Conselho Regional de Psicologia  onde está inscrito e solicitar a concessão do título de especialista.

Concurso de Psicologia Hospitalar

Em virtude da greve dos Correios, o CFP reabrirá o prazo para interposição de recurso quanto ao gabarito do V Concurso de Provas e Títulos para Concessão do Título de Especialista em Psicologia Hospitalar.

A previsão de interposição de recursos no certame consta do item 11 do edital (acesse aqui). Os recursos devem ser feitos nos dias 19 e 20 de setembro de 2013, segundo o horário de Brasília.

O formulário  do recurso deve ser digitado ou preenchido à mão com letra legível. Deve ser assinado, escaneado e enviado para o email sara.guadanhim@cfp.org.br.

Os recursos apresentados fora do prazo estipulado ou fora das normas especificadas acima não serão analisados.

INSS

As Centrais Sindicais encaminharam uma recomendação para consulta pública sobre a proposta de novo modelo de atendimento no âmbito do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), composto por equipes multiprofissionais. O objetivo é agilizar o fluxo interno na concessão de benefícios, aperfeiçoar critérios para a identificação da incapacidade e do nexo causal, além de reinserir o trabalhador no seu local de trabalho de forma mais ágil e eficaz, sem perder de vista a necessidade de cobrar das empresas a melhoria dos ambientes laborais.

O documento, construído em agosto, durante reunião em São Paulo, defende que “toda perícia deva ser realizada pela equipe multiprofissional, acabando-se com a figura do perito-médico tanto para a concessão de benefícios de Auxílio Doença cuja duração da incapacidade inicial ultrapasse 60 dias, bem como para todos os pedidos de prorrogação (desde o primeiro) para os benefícios com incapacidade inicial inferior a 60 dias, assim como para concessão de outros benefícios que requeiram perícia para sua concessão”.

As Centrais entendem que é preciso ter a compreensão de que a organização do trabalho está na origem dos acidentes e adoecimentos no ambiente laboral e que é possível pensar essa organização a partir de uma lógica de prevenção. Para a Psicologia, a recomendação garante a qualidade nos serviços prestados e mantém a autonomia das outras profissões que atuam na área.

O movimento das Centrais é composto pela Central Única dos Trabalhadores (CUT), Força Sindical (FS), União Geral dos Trabalhadores (UGT), Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) e Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST).

Requisição antiga
A proposta de desburocratizar a perícia médica em ambientes de trabalho era uma demanda das profissões da área de saúde nas discussões sobre o Ato Médico, que tramitava desde 2002. A lei foi provada em 20 de agosto pelo Congresso Nacional, com os vetos presidenciais que garantiram a autonomia das demais categorias que atuam no Sistema Único de Saúde (SUS).

A ação que polariza para outras profissões a perícia está em andamento em certames. Já foram realizados concursos para Assistentes Sociais e Terapeutas Ocupacionais para atuarem no setor.

Sobre acidente de trabalho
Segundo o artigo 19 da Lei 8.213 de 24 de julho de 1991, “acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa, ou pelo exercício do trabalho do segurado especial, provocando lesão corporal ou perturbação funcional, de caráter temporário ou permanente”.

Pode causar desde um simples afastamento, a perda ou a redução da capacidade para o trabalho, até mesmo a morte do segurado. São elegíveis aos benefícios concedidos em razão da existência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho: o segurado empregado, o trabalhador avulso e o segurado especial, no exercício de suas atividades.

Jornada de Psicologia

Ainda dá tempo de inscrever seu trabalho – finalizado ou em andamento – para a VI Jornada de Psicologia Sócio-Histórica da PUC-SP. A Jornada acontece no dia 9 de outubro, das 9h às 18h, na PUC-SP Monte Alegre.  O prazo para as inscrições segue até o dia 13 de setembro.
O tema do evento será  “A natureza Política da Pesquisa e do Pesquisar” . Inscrições e mais informações em:  http://www4.pucsp.br/eventos/jornadasociohistorica/

Prova de Especialista

Foi publicado no dia 15 de abril, no Diário Oficial da União, o edital do V Concurso de Provas e Títulos de Especialista em Psicologia Hospitalar, promovido pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP) e pela Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar (SBPH). A prova foi realizada no dia 25 de agosto em Belo Horizonte, durante o 9º Congresso Brasileiro de Psicologia Hospitalar. A prova, o gabarito e outras informações podem ser acessados pelo link: http://www2.pol.org.br/concursos/psicohospitalar2013.

 Sobre o Título de Especialista

O Título Profissional de Especialista em Psicologia é concedido pelo CFP com o objetivo de atestar a especialização profissional da (o) psicóloga (o), sendo atualmente oferecido para 11 especialidades: Psicologia Clínica, do Esporte, do Trânsito, Escolar/Educacional, Hospitalar, Jurídica, Organizacional e do Trabalho, Psicomotricidade, Psicopedagogia, Psicologia Social e Neuropsicologia.

 

O luto dos sobreviventes

Devido ao interesse despertado na categoria para debater o tema suicídio e para ajudar a construir referências para a intervenção das (os) psicólogas (os) na área, o Conselho Federal de Psicologia realizou no dia 21 de agosto, o segundo debate online que tratou do luto dos sobreviventes. Ao longo da transmissão, foram alcançados 3017 pontos conectados e mais de 80 perguntas recebidas.

A doutora em Psicologia, Lúcia Cecília da Silva, professora adjunta da Universidade Estadual de Maringá, trouxe dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), que apontam que para cada suicídio, de cinco a 10 pessoas sofrem graves consequências psicológicas, sociais, econômicas e emocionais advindas do ato. “Nos vários contextos da vida cotidiana vamos encontrar vidas abaladas em função desse fenômeno que vem aumentando em nossa sociedade”, disse.

Segundo a psicóloga, lidar com o luto da família já é uma forma de prevenir o suicídio. “É sabido que os jovens, os adolescentes e as crianças são muito mais suscetíveis ao suicídio cometido por alguém próximo a ela. Lidar, acolher, trabalhar com esse luto da família é muito importante para prevenção”, ressaltou.

Para o doutor em Psicologia Clínica, Marcelo Tavares, professor adjunto da Universidade de Brasília (UnB), o suicídio não é um evento singular, que ocorre repentinamente. “É resultado de anos de sofrimento, em geral, pessoas que cometem suicídio já tentaram outras vezes. Aquilo que emerge como tentativa, é um indicador de um sintoma muito maior, um grito de socorro”, apontou.

Ao falar da experiência do profissional que lida com os sobreviventes, ele citou os desafios impostos na atuação com o fenômeno e ressaltou a importância de se colocar no lugar dos sobreviventes para elaborar a situação vivida por eles e ter condição de ajuda-los. “A nossa profissão é toda dirigida para as noções de ajudar, de cuidado e de dar apoio a quem busca ajuda. Quando alguém busca a nossa atenção profissional, a partir de uma tentativa de suicídio, isso pode evocar sentimentos bastante contraditórios”, contou.

O médico etnopsiquiatra Carlos Coloma falou sobre a questão do suicídio nas populações indígenas. Coloma destacou em sua fala a incidência do fenômeno na população Guarani-Kaiowá, que apresenta altas taxas de morte por suicídio.

De acordo com o médico, para entender a alta mortalidade em decorrência do fenômeno é preciso levar em conta as especificidades da cultura e o tipo de sociedade construída por eles. “Na população indígena o suicídio já é um modelo de morrer”, explicou. Além disso, Coloma destacou a importância de uma intervenção rápida no caso de um episódio de suicídio para evitar que novos aconteçam em série.

O debate fez parte da agenda de eventos comemorativos ao dia da (o) psicóloga (o). O vídeo será disponibilizado em breve no canal do youtube do CFP. A interação em tempo real no facebook resultou em 152 compartilhamentos e alcançou 100.968 visualizações.

O CFP está preparando uma publicação com a transcrição dos dois debates sobre o tema, que deve servir de referência para a atuação da categoria na área.

Assista ao debate na íntegra. A edição editada será disponibilizada em breve.

 

Posicionamento do CFP

A luta pela defesa da saúde pública não se situa apenas no âmbito das recentes manifestações populares. O esforço para ofertar serviços de saúde que alcancem todos os brasileiros é um empenho de muitos decênios, consubstanciado, sobretudo, pela lei 8.080 de 1990, que cria o Sistema Único de Saúde (SUS). Além de ser um dos maiores sistemas serviços de saúde pública do mundo, seja por seus princípios, seja por sua amplitude, o SUS personifica o desejo do constituinte de 1988 de fazer valer os direitos sociais da população.

Não se trata, contudo, de um sistema perfeito. Há carência em muitas áreas e disparidades evidentes entre o planejamento das políticas e sua efetivação. Faltam investimentos proporcionais às envergaduras dos objetivos do SUS, infraestrutura adequada, gestão mais eficiente de recursos e profissionais da saúde. Falta, especialmente, o rompimento definitivo com os velhos paradigmas dos tempos do Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (INAMPS), que centrava seus serviços, basicamente, em atendimentos médico-hospitalares.

Por esses motivos, o Conselho Federal de Psicologia (CFP) estabelece seu apoio e suas contribuições ao Programa Mais Médicos: é necessário louvar o comprometimento do Ministério da Saúde como regulador da política de saúde no país  para a efetivação dos princípios de universalidade, integralidade da atenção à saúde, equidade, descentralização e participação social, sobretudo quando se trata de tempos em que há ameaças iminentes de privatização do SUS, em violência frontal à Constituição. É forçoso, todavia, esclarecer que a Saúde não precisa apenas de mais médicos, mas de mais profissionais de todas as áreas da saúde, de infraestrutura e de melhores gestões.

Essa necessidade se dá porque o atendimento médico, embora fundamental, não é o único necessário à população: o princípio da universalidade visa a garantir a todos, sem exceção, a extensão de cobertura de serviços relacionados à saúde, de modo que o aumento do número de todos os profissionais de saúde faz-se necessário, não apenas de médicos. Na necessidade de criação de mais equipes multidisciplinares insere-se, também, o princípio da integralidade da ação à saúde, cujo objetivo precípuo é promover as medidas necessárias à prevenção, assistência e recuperação da saúde.

No programa Mais Médicos, enfatiza-se a presença de profissionais no interior, em áreas remotas e periferias de grandes centros urbanos. Isso encontra evidente consonância com o princípio da equidade: todas as populações merecem o mesmo acesso à saúde. A descentralização também serve a esse desígnio: o sujeito precisa ser atendido próximo de sua residência e/ou trabalho, respeitando sua realidade no âmbito cultural e regional. O Programa Mais Médicos respeita esse princípio fundamental do SUS, já que o Ministério da Saúde o faz em parceria com Estados e Municípios.

Em relação à Participação Social, é necessário dizer que, embora concordemos com o programa acreditamos que este possa ser aprimorado a partir de maiores discussões dentro das instâncias consultivas do SUS, do qual este Conselho Profissional faz parte. Colocamo-nos disponíveis para contribuir, a partir de agora, com os novos direcionamentos das políticas em relação à saúde, tendo em vista que a não privatização do SUS, o aumento de investimentos na Saúde pública e o bem estar dos 152 milhões de brasileiros que dependem exclusivamente desse sistema constituam luta permanente do CFP.

 

CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA

Ato Médico: manifestação

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Será realizado nesta terça-feira (6), um ato da Saúde para sensibilizar o Congresso Nacional pela  manutenção do veto da Lei 12.842/13, conhecida como Ato Médico. . A concentração começa às 8h, na Biblioteca Nacional, em Brasília (DF). Em seguida será feita uma caminhada rumo ao Congresso Nacional.

Confira notícias e manifestos favoráveis à manutenção do veto do Ato Médico, CLIQUE AQUI.

O CFP também criou uma ferramenta de envio de manifesto aos parlamentares em defesa do veto (para enviar, clique aqui ).  Está sendo divulgada, ainda,  a Petição Pública 100 mil pela Saúde,  que já conta com quase 8 mil assinaturas. Ajude a chegar aos 100 mil, assine aqui.

Participe!

Use a hashtag  #mantenhamoveto

Posicionamento do CFP: atuação do Conselho Nacional de Saúde

No dia 26 de julho, o Jornal “O Globo” publicou matéria criticando a atuação do Conselho Nacional de Saúde (CNS) com argumentos sobre sua falta de autonomia e aparelhamento político por parte do governo.

Com a criação neste ano do  Programa Mais Médicos, que tem por objetivo ampliar e melhorar o atendimento aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) em todo o território nacional, várias entidades médicas, contrárias ao Programa, se  aliaram a setores que  tradicionalmente criticam e denigrem  a saúde pública no Brasil.   O objetivo da classe médica é  exercer pressão, tanto que se retiraram do Conselho Nacional de Saúde –defensor do Programa –  e se aliaram a setores não-favoráveis à melhoria do SUS no Brasil.

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) entende que este tipo de nota tem como intuito desmobilizar a sociedade e não revela, de forma verdadeira, os avanços que o CNS traz para toda a população.

O CFP, que possui vaga de titular no CNS desde o final de 2012, discorda da posição do Jornal e manifesta apoio às ações do órgão, que é uma instância máxima de deliberação do Sistema Único de Saúde (SUS) de caráter permanente, e que tem como missão a fiscalização, acompanhamento e monitoramento das políticas públicas de saúde.

As ações do CNS envolvem discussões de controle social da política de saúde de extrema importância para as (os) profissionais da saúde e para a sociedade. Graças ao seu poder deliberativo, traz importantes contribuições por meio da definição de diretrizes para a Política Nacional de Saúde.

Reforçamos a autonomia de um conselho com tamanha representatividade,  que conta com 48 titulares e dois suplentes das mais diversas entidades e movimentos. Nos últimos anos, a afirmação aos princípios do Sistema Único de Saúde (SUS) foi reiterada inúmeras vezes por meio de suas ações. É o caso da defesa de equipes multiprofissionais atuando em todas as áreas da saúde – conquista que tem sido afirmada por meio de pedidos de manutenção dos vetos da presidenta Dilma à Lei nº 12.842, de 10 de julho de 2013, conhecida como Ato Médico.

O conselho também lutou pela conquista das 1,5 milhões de assinaturas do Movimento Nacional em Defesa da Saúde (Saúde+10), que serão entregues, no próximo dia 5 de agosto, ao Congresso Nacional. O objetivo do movimento é apresentar ao Congresso um Projeto de Lei de Iniciativa Popular que garanta o repasse efetivo e integral de 10% da receita corrente bruta da União para investimentos na saúde pública.

A avaliação e fiscalização sobre os gastos com a saúde e formas de investimento que gerem retorno por meio de programas para a sociedade também têm sido alvo de atenção do CNS. Além disso, temas em debate na mídia, como o atendimento humanizado a usuários de saúde mental, usuários de drogas e preocupação com a saúde indígena são constantemente discutidos pelo Conselho.

O CFP percebe, portanto, como participante e atuante nas discussões e debates promovidos pelo CNS, a grande contribuição do Conselho para a saúde pública brasileira.