BoletimCDH

Boletim CDH – Ed. 2 Junho/2020

Autor: Comissão de Direitos Humanos do Conselho Federal de Psicologia
Edição: 2

Quem tem medo? Quem tem ódio? Esses afetos fundamentam as relações humanas desde os níveis mais pessoais até a esfera pública. Estruturam relações entre indivíduos, grupos e a própria cultura. Em uma sociedade como a brasileira, cuja História está calcada no genocídio indígena, na escravização de povos africanos, nas migrações forçadas ou estimuladas por políticas de Estado, e na hegemonia do pensamento judaico-cristão sobre outras perspectivas acerca da diversidade sexual e de gênero, ter medo e/ou ódio são experiências constantes.

A Psicologia, como ciência-profissão socialmente compromissada, tem feito parte destas discussões, posicionando-se ao lado das pautas políticas em defesa da vida e dos direitos de todas as pessoas, por reconhecermos os diferentes marcadores sociais das diferenças, e com uma prática efetivamente interseccional, dado que articulamos, com os vários movimentos sociais, as lutas antimanicomial, antirracista, feminista, pela centralidade do trabalho como direito social estratégico para a garantia dos demais direitos, pela valorização da diversidade sexual e de gênero, inclusão das pessoas com deficiência, entre tantas outras.