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25/07/2017 - 13:56

25 de julho, Dia Nacional de Tereza de Benguela, Dia da Mulher Negra

CFP condena favorecimento de discriminação ou preconceito de raça ou etnia

25 de julho, Dia Nacional de Tereza de Benguela, Dia da Mulher Negra

25 de julho, Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra, marca a luta e a resistência da mulher negra. Tereza de Benguela é ícone da resistência quilombola no Brasil. Comandou a estrutura política, econômica e administrativa do Quilombo de Quariterê onde viveu, no Mato Grosso. No século XVIII, a capital do Estado era Vila Bela da Santíssima Trindade.

Rainha Tereza viveu na região do Vale do Guaporé e, após a morte do marido, José Piolho, liderou sua comunidade e resistiu por mais de 20 anos às batidas das tropas portuguesas. O quilombo, que chegou a abrigar mais de 100 pessoas, entre negros e índios, resistiu da década de 1730 ao final do século. Nas terras, eram plantados algodão, milho, feijão, mandioca e banana. Tereza foi morta depois de capturada por soldados em 1770.

A Lei 12.987, de 2014, instituiu no Brasil o 25 de julho como o Dia Nacional de Teresa de Benguela e da Mulher Negra.

Na comemoração do dia, a psicóloga Célia Zenaide, integrante do Conselho Federal de Psicologia (CFP), lembra a Resolução 018/2002, que define que as(os) psicólogas(os) devem atuar segundo os princípios éticos da profissão contribuindo com seu conhecimento para refletir sobre o preconceito e para eliminar o racismo. “Profissionais da área não devem exercer qualquer ação de favorecimento da discriminação ou de preconceito de raça ou etnia. A Psicologia não pode ser conivente ou se omitir frente ao racismo e desconsiderar as características das mulheres negras em suas peculiaridades, muitas vezes, arrimos de família, e dizer que racismo não existe, isto é coisa da sua cabeça. Essas são formas de perpetração dos racismos nos ‘settings’ terapêuticos.”

A resolução do CFP diz, ainda, que as(os) profissionais não devem utilizar instrumentos ou técnicas psicológicas para criar, manter ou reforçar preconceitos, estigmas, estereótipos ou discriminação racial.

Psicologia em números – A maioria das(os) profissionais da Psicologia é composta por mulheres. Segundo dados do CFP, são 253.649 mulheres contra 37.487 homens. Os que não informaram o sexo somam 37.487. No total, são 296.723 profissionais da área. No Brasil, segundo projeções do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para 2017, há 105.189.655 mulheres e 102.471.274 homens. Em 2010, negros e pardos somavam 96.795.294 pessoas no país. Segundo o último censo, 49,5% das mulheres brasileiras se consideram pretas e pardas.

O CFP considera importante, na construção de nossas identidades, ter uma heroína negra como referência. As mulheres negras fazem parte de um grupo social que está na base mais oprimida e discriminada da sociedade e a categoria profissional da Psicologia não está imune à reprodução da cultura machista e racista. O fazer psicológico, ligado à escuta, à acolhida e à compreensão dos sujeitos e da sociedade, precisa considerar gênero, classe e raça como elementos constitutivos das relações sociais e aspectos fundamentais da identidade, portanto, o cruzamento dessas categorias requer atenção especial das(os) profissionais da Psicologia.