Os integrantes da Comissão de Direitos Humanos do Conselho Federal de Psicologia (CNDH-CFP) foram empossados na sexta-feira (24) em cerimônia realizada na sede da autarquia. Na abertura do evento, a coordenadora da CNDH-CFP, Vera Paiva, ressaltou que o grupo é formado por pessoas que são referência e símbolo da reflexão crítica no âmbito da Psicologia e, ao mesmo, do ativismo dos movimentos sociais nos temas que a comissão vai enfrentar prioritariamente.
A presidente do CFP, Mariza Borges, destacou que o colegiado tem objetivos claros a serem atingidos e disse estar muito feliz por contar com um time qualificado. Segundo ela, a linha de atuação será pautada em quatro eixos previamente definidos. Para definir as prioridades do plano de trabalho da comissão, Vera Paiva explicou que foram utilizados dois critérios. “Vamos enfrentar temas que de um lado são demandas para uma melhor qualidade de vida do povo brasileiro e de outro que talvez estão mais abandonados na formação disciplinar da (o) psicóloga (o)”, disse.
Paiva, ao lado das psicólogas Vera Vital e Bárbara Conte, ficou responsável pelo 1º eixo de trabalho “Enfrentamento da Violência de Estado e da tortura”. Nele será pensada, por exemplo, a participação no processo de formação de psicólogos e de sua atuação como educadores de direitos humanos em todos os setores e na produção de políticas públicas de reparação psicológica na atenção e no cuidado aos afetados pela violência de estado no Brasil.
Maria Aparecida Bento e Valter da Mata estarão à frente do 2º eixo de trabalho “Enfrentamento das violências associados ao racismo e a preconceitos étnicos”. Nesse ponto, dentre outros assuntos, serão abordados a violência racial, a violência policial e o olhar da (o) psicóloga (o) sobre o impacto da discriminação racial em crianças e adolescentes. “Os profissionais precisam se apropriar disso para interferir nas políticas públicas”, destacou Maria Aparecida Bento.
O 3º eixo “Direitos e enfrentamento às violências de gênero e sexuais” será integrado pela Vera Paiva, pelo psicólogo Marco Aurélio Máximo Prado e pela psicóloga Rebeca Bussinger. Ao falar sobre as prioridades do eixo, Prado lembrou que o CFP tem uma história nesse tema. “Vamos trabalhar em colaboração com os movimentos sociais e na promoção dos direitos de diversas populações e no segmento LGBT pensando as formas de violência de gênero e sexuais nos serviços públicos, na saúde, na educação, na segurança pública, ou seja, nos diferentes âmbitos das experiências humanas”, explicou.
No 4º eixo “Direitos e Assistência aos usuários de drogas e suas famílias”, os psicólogos Vladimir Stempliuk e Marcos Roberto Vieira Garcia serão norteados, nas discussões, em como garantir os direitos dos usuários e seus familiares. “Dentro dessa linha, é importante pensar em como reduzir o estigma e o preconceito em relação aos usuários e seus familiares”, apontou Stempliuk. Além disso, um dos objetivos do eixo será conhecer a realidade dos profissionais da área que atuam na temática das drogas, como, por exemplo, nas comunidades terapêuticas, para saber como trabalham e em quais condições.
A deputada Erika Kokay (PT-DF) participou da posse e, em nome da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados, propôs uma atuação em parceria. “Acho que esse planejamento da comissão é extremamente fundamental e mostra a necessidade de fazer parcerias e nós da CDHM da Câmara estamos abertos para fortalecer essa atuação conjunta”, disse.
Participaram da mesa de posse a presidente do CFP, Mariza Borges, a coordenadora da comissão, Vera Paiva, e a deputada Érika Kokay (PT-DF). Estiveram presentes na cerimônia a diretoria e conselheiros do CFP, membros de Conselhos Regionais de Psicologia 06 (São Paulo) e 01 (Brasília), representantes de movimentos sociais e entidades defensoras dos direitos humanos, além de diversas instituições parceiras, como a Ordem dos Advogados do Brasil.
Conheça mais sobre os integrantes e a história da CNDH-CFP.
Assista ao vídeo da posse