Este foi o tema da segunda participação do Conselho Federal de Psicologia (CFP) na 45ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Psicologia (SBP), que contou com a presença do psicólogo Enrico Martins Braga, da Comissão Nacional de Psicologia na Assistência Social (Conpas) do CFP, e das psicólogas Mariana Prioli Cordeiro, professora do Departamento de Psicologia Social e do Trabalho do Instituto de Psicologia da USP, e Elisangela Souza Franco, que compõe a gestão da Secretaria de Promoção Social de Poços de Caldas (MG).
Enquanto o representante da Conpas do CFP traçou um histórico sobre a atuação da Psicologia na Assistência Social no Brasil, a professora do Instituto de Psicologia da USP detalhou a sua pesquisa sobre o tema e a integrante da Secretaria de Promoção Social de Poço de Caldas abordou como as várias questões mencionadas funcionam na prática.
Em sua fala, Enrico Braga usou uma apresentação detalhada sobre legislações, normas, serviços prestados e níveis da proteção social, sempre contextualizando o papel de psicólogos e psicólogas no Sistema Único de Assistência Social (SUAS). As atribuições nos Centros de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS) e de Referência de Assistência Social (CRAS) também fizeram parte da exibição, bem como uma relação de estudos orientadores.
A partir desta ponderação, Braga também abordou as perspectivas da Psicologia no SUAS relacionada à atuação profissional e seus desafios. “As possibilidades de atuação profissional não podem ser desvinculadas das condições e processos em que se realiza o trabalho. Além disso, é imprescindível a articulação e a troca entre profissionais e entidades para fortalecermos as nossas pautas”, acrescentou, deixando ao final os contatos da Conpas e do CFP.
A professora do Departamento de Psicologia Social e do Trabalho do Instituto de Psicologia da USP Mariana Prioli Cordeiro relatou a experiência com a sua pesquisa, focada na formação das (os) profissionais da Psicologia no SUAS. “Nessa pesquisa, percebi que os cursos desconsideram a atuação da Psicologia na Assistência Social. É muito comum psicólogas e psicólogos prestarem concurso sem saber que irão trabalhar no SUAS. Em São Paulo, por exemplo, das 18 instituições de ensino com curso de Psicologia, 12 disponibilizam a sua grade curricular e dessas nenhuma tinha uma disciplina sobre ou relacionada à assistência social quando fiz a pesquisa”.
Ela observou, ainda, que há uma grande precariedade nos contratos e condições do trabalho dos (as) profissionais da Psicologia, o que resulta na alta rotatividade nas vagas de trabalho. Reflexão confirmada pela integrante da gestão da Secretaria de Promoção Social de Poço de Caldas, que acrescentou ainda, entre os pontos negativos, os concursos generalistas, a incipiência da graduação, a pouca ou nenhuma experiência dos profissionais ao ingressarem no serviço público e nas entidades, entre outros.
Franco fez uma apresentação sobre o histórico de estruturação da política de Assistência Social no município em que atua, bem como do modelo de gestão. “Todos os profissionais hoje são concursados e atuam diretamente na função em que foram profissionalizados, como nos casos dos profissionais de Psicologia e Assistência Social. Além disso, fizemos palestras para garantir que todos entendessem e atendessem a proposta de atuação política que desenhamos. Também fazemos ações regulares de aperfeiçoamento da metodologia, como reuniões semanais de discussões de casos com a equipe e convênios com Universidades”.
Assista ao vídeo sobre a mesa, com entrevista de Enrico Braga:
Confira a programação completa do evento, que segue até o próximo dia 30 >> http://bit.ly/1Gw7wLs
Conheça o site da Comissão Nacional de Psicologia na Assistência Social (Conpas) do CFP http://conpas.cfp.org.br/