Recentemente, a presidenta Dilma Rousseff decidiu suspender a distribuição do kit do projeto Escola sem Homofobia, medida que foi recebida com indignação por diversos segmentos sociais que defendem os direitos humanos. O Conselho Federal de Psicologia posicionou-se favorável à distribuição do kit por entender que é um importante material educativo e uma ferramenta para a discussão do preconceito contra homossexuais que pode ajudar a diminuir a discriminação no ambiente escolar e fora dele.
Materiais que abordem temas relacionados a direitos precisam ser respeitados e dignamente vistos como dispositivos educacionais legítimos, ainda mais quando são constituídos coletivamente e expressam demandas sociais inadiáveis. O poder público tem papel central nessa tarefa e é com base nessa perspectiva que o CFP questiona:
Se o kit foi suspenso, o que irá substituí-lo como estratégia de enfrentamento à homofobia nos contextos escolares e educacionais? Como evitar a inércia diante de um quadro de preconceito que está presente em todo o país? Quais estratégias de enfrentamento do preconceito e da homofobia serão implementadas em contextos escolares e educacionais? Quais aspectos do kit serão modificados, e com que embasamento? Por fim, qual será a participação da sociedade na formulação desse novo material?
A decisão de suspender o kit faz surgir estes e vários outros questionamentos que precisam ser levantados para que a luta por uma sociedade justa e igualitária se fortaleça e, principalmente, para que as posições homofóbicas sejam superadas em nossa sociedade.