Contribuir para superar o racismo, o preconceito e a discriminação é o principal objetivo do Conselho Federal de Psicologia com a publicação “Relações raciais: referências técnicas para a prática da(o) psicóloga(o)”. O documento, produzido pelo Centro de Referência Técnica em Psicologia e Políticas Públicas (Crepop), tem lançamento previsto, dia 29 de setembro, no 13º Congresso Nacional de Psicologia Escolar e Educacional: pela democratização da educação (Conpe), em Salvador (BA).
O presidente do CFP, Rogerio Giannini, a vice-presidente, Ana Sandra Fernandes, e conselheira-tesoureira, Norma Cosmo, e as conselheiras Clarissa Guedes e Regina Pedroza vão representar a entidade no evento.
A elaboração das referências foi solicitada pela categoria, durante o 9º Congresso Nacional da Psicologia (CNP 2016), no qual diversas propostas indicaram a necessidade de promover o combate ao racismo. A conselheira Clarissa Guedes explica que “o material vai contribuir para qualificar a atuação profissional no que diz respeito à diversidade racial e ao sofrimento psíquico advindo do racismo”.
“Se pensarmos no mito da democracia racial, o caderno vem para desmistificar esse lugar”, explica a conselheira Célia Zenaide. Para ela, é necessário olhar para parcela da população que não é a minoria, mas sim a maior parte da população brasileira deixada à margem da sociedade.
A publicação faz um mapeamento sobre o racismo no Brasil e também dos esforços que empreendidos para sua superação. Ajuda, ainda, na compreensão do cenário, dos mecanismos acionados para reduzir e eliminar direitos humanos e do desmonte de políticas públicas. Na visão do conselheiro Paulo Maldos, da Comissão de Direitos Humanos do CFP, “são ferramentas para construir resistências e caminhos e retomar mecanismos de enfrentamento do racismo”.
A psicóloga Clélia Prestes, da comissão responsável pela redação da referência técnica, enfatiza que pessoas com identidades e características psicológicas diferentes precisam ter um atendimento que considere suas especificidades. Segundo ela, quando se pensa na prática da Psicologia pautada pela raça é possível dar mais qualidade ao atendimento, a partir da equidade. O impacto da publicação é ainda maior para as mulheres negras. “A grande maioria das pessoas que procura a clínica, por exemplo, é formada por mulheres e, nos serviços públicos, por mulheres negras, então, é importante ter a prática com o recorte de raça garantido.”
Para mais informações sobre o 13º Congresso Nacional de Psicologia Escolar e Educacional: pela democratização da educação (Conpe), acesse o site sobre o evento: www.conpe2017.ufba.br.