A IV Conferência Nacional de Saúde Mental – Intersetorial, que ocorre desde domingo, 27 de junho, em Brasília, é momento importante para o avanço da Reforma Psiquiátrica, que teve início na década de 80 e foi instituída oficialmente em 2001, pela Lei 10.216, mas ainda não implementada em sua totalidade pelo Estado brasileiro. Na avaliação do Conselho Federal de Psicologia e de diversos movimentos sociais da área, ainda há muito o que se avançar para a garantia dos preceitos antimanicomiais da Reforma, e este será ponto central do debate na Conferência.
A convocação da IV Conferência é fruto direto da Marcha dos Usuários pela Reforma Psiquiátrica Antimanicomial, realizada em setembro de 2009, e reunirá trabalhadores da saúde, usuários do sistema de atendimento à saúde mental, movimentos sociais e agentes governamentais de diversos setores.
A questão do transtorno mental perpassa diversas políticas públicas, que precisam estar preparadas para trabalhar com este público. A realização de uma Conferência intersetorial busca exatamente provocar as diversas políticas públicas no sentido de se reconhecerem como promotoras de saúde mental.
Como contribuição ao processo de construção da Conferência, a Rede Nacional Internúcleos da Luta Antimanicomial (RENILA) e o Conselho Federal de Psicologia (CFP) disponibilizam a publicação “IV Conferência Nacional de Saúde Mental – Intersetorial. Por uma IV Conferência Antimanicomial: contribuições dos usuários”. O material oferece importante análise das políticas públicas de Saúde Mental e intersetoriais, ao trazer as reivindicações para cada segmento do poder público, sintetizadas nas pautas das audiências realizadas pela Marcha dos Usuários pela Reforma Psiquiátrica Antimanicomial.