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18/12/2017 - 17:37

Políticas de acessibilidade para a “Psicologia: Ciência e Profissão”

Reunião do conselho editorial da revista com convidados debateu formas de tornar a publicação acessível a pessoas com deficiência

Políticas de acessibilidade para a “Psicologia: Ciência e Profissão”

A revista “Psicologia: Ciência e Profissão” será acessível para todos. Esta foi a decisão dos conselheiros que compõem plenário do Conselho Federal de Psicologia (CFP). O conselho editorial da publicação promoveu um encontro com estudiosos do tema, nesta segunda-feira (18) na sede do CFP em Brasília, para debater políticas de acessibilidade que nortearão o processo editorial do periódico.

Para os editores Neuza Guareschi e Pedro Paulo Bicalho, a decisão mostra o compromisso do CFP em incorporar na publicação os debates promovidos pela autarquia. “A reunião revela que o tema da acessibilidade é primordial para o CFP, que pode produzir políticas indutoras capazes de influenciar outras publicações a ampliarem a democratização da comunicação”, afirmou Bicalho.

A iniciativa foi comemorada. “Temos avançado muito nos protocolos de acessibilidade e sugiro que o CFP faça um planejamento para aplicar a acessibilidade na revista até atingir 100%”, apontou Joana Belarmino, professora de Jornalismo da Universidade Federal da Paraíba (UFPB).

Reunião no CFP com conselheiros do plenário do CFP, membros do conselho editorial da revista e estudiosos da acessibilidade para debater acessibilidade na publicaçãoPara Joana, que é cega, a presença de profissionais da área de informática na elaboração e execução deste planejamento é fundamental.

O psicólogo Wagner Willian Garcia, que também é cego, ressaltou a importância dos cegos estarem presente nas discussões. “A revista ‘Psicologia: Ciência e Profissão’ é um veículo formador para a categoria e, por isso, acredito que a acessibilidade precisa ser para os leitores e também incorporar os autores.”

Políticas de acessibilidade

A representante da União Latino-americana de Entidades da Psicologia (Ulapsi), Biancha Angelucci, que pesquisa o tema da garantia de direitos para pessoas com diferenças funcionais, destacou o caráter educativo e cultural da decisão. “O fato vai transformando a cultura e mostrando que dá para fazer mudanças significativas com tecnologias leves.”

Outra convidada para o debate, a professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Virgínia Kastrup, que atua na Psicologia Cognitiva com ênfase na deficiência visual, considerou a iniciativa válida. “Ainda há um certo desconhecimento, no campo da Psicologia, da questão da deficiência. É um gesto não apenas técnico, mas político, no qual o CFP assume o protagonismo para construir condições de derrubar as barreiras que constroem a deficiência.”