Descolonizar corpos e territórios: reconstruindo existências Brasis
Uma campanha nacional das Comissões de Direitos Humanos do Sistema Conselhos de Psicologia
A Psicologia é uma profissão ancorada na defesa intransigente dos Direitos Humanos. Entendemos que a noção de humano não deve ser generalizada nem compreendida como uma categoria única. São muitas formas de humanidade, composta por histórias, identidades e territórios que devem ter suas características consideradas e respeitadas pela categoria de psicólogas em seu exercício profissional. Nesse intuito, a Comissão de Direitos Humanos do Conselho Federal de Psicologia da gestão do biênio 2023-2025, propõe a campanha: Descolonizar corpos e territórios: reconstruindo existências Brasis, que tem como objetivo revisitar as contribuições afropindorâmicas e latino-americanas que compõem os saberes e as práticas psi.
Reconhecemos que para essa mobilização é fundamental sublinhar a diversidade nacional e capilarizar as ações rumo ao Brasil profundo e às maiorias populares que por muito tempo estiveram em posições subordinadas na história e no fazer da Psicologia. Descolonizar a ciência e a prática psicológica nos convida ao reconhecimento de produções que foram eclipsadas nos registros de nossa profissão, bem como fomentar a discussão de nossos aportes e lentes metodológicas para aproximar nossas perspectivas da realidade em que nos inserimos.
Teremos ações em todas as regiões do país, considerando a diversidade das subjetividades, dos territórios, das culturas e histórias que compõem o nosso Brasil e refutam a ideia de um humano universal. Lançaremos o podcast ‘Prosas descoloniais’; realizaremos também uma série de entrevistas com os membros da Comissão para abordar temáticas pertinentes a nossa categoria a partir da perspectiva descolonial; além de um giro decolonial nas regionais aprofundando junto às Comissões de Direitos Humanos dos Conselhos Regionais de Psicologia o debate sobre problemáticas relevantes aos territórios. Por fim iremos propor publicações que possam embasar a prática psicológica e que dialoguem com o que foi observado e analisado nos giros estabelecidos com os Conselhos Regionais.
As ações objetivam ainda aproximar a categoria de propostas resolutivas como a Resolução CFP nº 01/1999 que indica as normas de atuação em relação a orientação sexual; a Resolução CFP nº 18/2002 que orienta para a conduta profissional em relação ao preconceito e discriminação racial; e também a Resolução CFP nº 01/2018 que estabelece normas de atuação da profissão em relação à pessoas transexuais e travestis; a Resolução CFP n° 08/2020 que prevê a atuação frente a violência de gênero; a Resolução CFP nº 08/2022 que orienta sobre a conduta ética em relação às bissexualidades e demais orientações não monossexuais; e ainda a Resolução CFP nº 07/2023 que aponta normas para o exercício profissional e a laicidade basilar da prática psicológica.
Convidamos a categoria profissional, os movimentos sociais, os órgãos governamentais e não governamentais, e toda a sociedade civil para juntos realizarmos as retomadas necessárias sem deixar ninguém para trás. Como disse Sônia Guajajara: Nunca mais um Brasil sem nós!
Comissão de Direitos Humanos – CFP
2023-2025