Minas Gerais sofreu mais um atentado à vida, resultado do descaso de corporações preocupadas unicamente com os lucros decorrentes da exploração irracional dos recursos naturais e dos trabalhadores.
Na sexta-feira (25), novamente uma barragem da mineradora Vale se rompe, agora no município mineiro de Brumadinho. Novamente pessoas morreram e ficaram desapropriadas de suas vidas ao terem, não apenas suas casas, mas suas comunidades destruídas pela lama de rejeitos da mineradora.
Três anos após a tragédia de Mariana (MG), a população que sobreviveu sofre diariamente as consequências deste evento. Agora, mais uma comunidade vive as consequências negativas da voracidade de um sistema econômico insensato e da ganância desmedida, posta acima das mínimas responsabilidades legais, ambientais e sociais.
As vítimas de Brumadinho não podem sofrer mais nenhuma violação dos seus direitos. É imperativo que a mineradora, ao menos agora, cumpra suas responsabilidades sociais, apoiando todas as pessoas que estão vivendo e convivendo com esta tragédia.
O colegiado das Comissões de Direitos Humanos do Sistema Conselho de Psicologia lembra as vítimas de Mariana e solicita empenho do Estado e de seus agentes para compelir a empresa a cumprir suas obrigações com as vítimas desta nova calamidade. Ao mesmo tempo exigimos que este desastre não tome os mesmos rumos de Mariana e que as vítimas de Brumadinho sejam acolhidas de forma digna e eficiente.
É preciso que o cuidado e a acolhida destas pessoas não se reduza ao ressarcimento das perdas materiais – o que deve ocorrer prontamente – , mas também sejam realizadas ações que recuperem a dignidade, a memória, a cultura, e os laços afetivos, soterrados por uma lama de rejeitos que causaram destruição em todas as dimensões da existência dos atingidos.
As Comissões de Direitos Humanos do Sistema Conselhos de Psicologia ficam à disposição da sociedade na busca do cuidado integral às vítimas da tragédia em Brumadinho, provendo uma estrutura digna para um novo recomeço em suas vidas e permanente atenção à garantia dos direitos humanos de cada individuo, vítima das situações de emergências e desastres.