O Conselho Federal de Psicologia (CFP) lança para a categoria e à sociedade as “Referências Técnicas para atuação de psicólogas(os) na política de Segurança Pública”, publicação produzida no âmbito do Centro de Referência Técnica em Psicologia e Políticas Públicas (CREPOP).
O documento tem como objetivo discutir a situação da política de segurança pública no Brasil, traçando uma crítica à atual política criminal e aos fenômenos recentes de militarização e judicialização da vida. Nesse sentido, ao abordar temas como letalidade, genocídio da população negra, hipertrofia do aprisionamento e discursos de ódio, a publicação procura destacar princípios importantes para a atuação da Psicologia, como defesa da democracia, Direitos Humanos e participação popular, tomando-os como ancoragens importantes que demarcam o compromisso social da Psicologia.
Inserção da(o) psicóloga(o)
A publicação também aponta que – por se tratar de uma política pública diretamente relacionada a aspectos controversos da sociedade, como a guerra às drogas, a ação policial, a criminalidade, o direito à cidade, dentre outros – isso demanda à(ao) psicóloga(o) uma postura ético-política ao se convocar destas(es) os posicionamentos críticos frente às relações de poder que incidem no seu trabalho, assim como para as demandas da população, promovendo os enfrentamentos necessários para a superação das situações de vulnerabilidade aos processos que retificam a seletividade contida em diferentes formas de violência.
Para o então conselheiro do CFP responsável pela publicação na época de sua elaboração e atualmente presidente do Conselho Regional de Psicologia do Rio de Janeiro (CRP-05), Pedro Paulo Bicalho, o campo das políticas públicas, no Brasil, configura-se como um relevante espaço para a atuação da Psicologia, fato que produz efeitos tanto no tocante à produção de conhecimento acadêmico quanto a necessários redesenhos contínuos da profissão. “Dentre essas políticas, aponta-se o relevante crescimento da atuação de psicólogas(os) na segurança pública. Desafios são postos e a construção desta referência técnica visibiliza o compromisso do sistema conselhos de Psicologia com a atuação ética, científica e socialmente referenciada, a fim de que nosso exercício profissional produza diferença e outros sentidos para as atuais políticas de segurança pública em nosso país”, reforça.
Leia as Referências Técnicas para atuação de psicólogas(os) na política de Segurança Pública.