O Conselho Federal de Psicologia (CFP) participou, em 5 de outubro, de audiência pública sobre “Violência doméstica e familiar contra a mulher” na Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados. O CFP foi representado pela conselheira e coordenadora da Comissão de Direitos Humanos do Conselho Regional de Psicologia do Rio Grande do Norte (CRP-17), Carmem Cavalcante.
Carmem alertou para os dados do Fórum Brasileiro de Violência Pública, explicando que desde o início da pandemia da Covid-19 os registros de feminicídio cresceram 22,2%, destacando, ainda, as causas da violência doméstica e familiar contra a mulher. “O patriarcado, sistema que estrutura a sociedade capitalista juntamente com o racismo e disputa de classes, é determinado pela opressão do sexo masculino sobre o sexo feminino. Isso nos impele a uma compreensão de que os corpos das mulheres são controlados, especialmente no que tange ao exercício da sexualidade”.
A conselheira falou também do papel da Psicologia neste enfrentamento: “Além da questão financeira, às vezes vem uma dependência que é afetiva, essa zona de envolvimento na qual a mulher foi colocada dentro de um relacionamento abusivo faz com que ela acredite que ela não pode viver sem esse parceiro. Aí entra a questão do âmbito psicológico, que precisa de muito tempo de trabalho cuidadoso, de escuta”.
A conselheira do CRP-17 enfatizou que a prática da Psicologia em defesa da não violência contra as mulheres “parte de uma transformação que é individual, mas que ela possa colaborar com as mudanças do mundo, que a gente possa futuramente olhar para a sociedade de uma forma realmente mais igualitária”.