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14/12/2015 - 17:11

A avaliação psicológica no trânsito e suas implicações com a sociedade

Na avaliação do psicólogo Lúcio Garcia, a jornada foi um importante momento para debater as implicações que a avaliação psicológica tem para a sociedade.

A avaliação psicológica no trânsito e suas implicações com a sociedade

A técnica e os problemas da avaliação psicológica para habilitação de condutores foram temas da II Jornada de Avaliação Psicológica, realizada no último dia 11 de dezembro, em Porto Alegre (RS). O integrante da Comissão de Mobilidade e Trânsito do Conselho Federal de Psicologia (CFP), e representante da Câmara Temática de Saúde e Meio Ambiente no Trânsito do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), Lúcio Fernando Garcia, participou do evento, que contou com a presença de aproximadamente 250 psicólogos peritos examinadores de trânsito, credenciados ao Departamento Estadual de Trânsito do Rio Grande do Sul (Detran/RS).

A jornada foi organizada pelo Detran/RS e contou com a participação do diretor-geral do órgão, Ildo Mário Szinvelski. Ele destacou a importância de aperfeiçoar as condições de realização da avaliação psicológica ressaltando alguns dos problemas dos profissionais que atuam nessa área, como as condições de trabalho e a remuneração.

Na avaliação do psicólogo Lúcio Garcia, a jornada foi um importante momento para debater as implicações que a avaliação psicológica tem para a sociedade.

“Esse evento foi importante porque reuniu, em grande maioria, psicólogos peritos em uma discussão centrada na avaliação psicologia, não só como uma questão de instrumentalizar ou puramente pericial, mas todas as implicações que a avaliação psicológica tem para a sociedade e o que essa sociedade espera dessa avaliação”, diz Lúcio Garcia. Ele aponta que o grande desafio para as (os) psicólogas (os) que atuam nessa área é a qualidade da aplicação dessa técnica respondendo aos anseios da sociedade.

“Avaliação no trânsito é difícil de ser feita porque o que se busca no candidato são qualificações e capacitações para poder dirigir um veículo automotor, isso exige muito dos psicólogos, além de um conhecimento e interação com a sociedade. A gente está em busca de vencer esse desafio, o próprio CFP e o Sistema Conselhos estão intensificando essa discussão e buscando esse posicionamento para que profissionais alcancem essa qualificação”, lembra Garcia.

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Crédito: Gisele Barbosa

O enfoque dos debates buscou instrumentalizar os profissionais para fazer uma melhor avaliação dos condutores e contribuir para um trânsito mais seguro. Além de abordar outros temas como os limites da técnica na avaliação psicológica (tempo reduzido, carência de pesquisas específicas, limitação dos instrumentos, dificuldades de prever comportamentos em longo prazo e atribuição de resultados), os aspectos éticos da profissão, os problemas relacionados a devolução do resultado ao candidato e dificuldades práticas do dia a dia.

O psicólogo Lucio Fernando Garcia participou da mesa “Discutindo a prática da Avaliação Psicológica para fins de habilitação”, juntamente com a psicóloga perita Marta Novelo. A mesa foi coordenada pela psicóloga e servidora da Coordenadoria Psicológica e Médica do Detran/RS, Cristina Wolski.

A psicóloga perita, Marta Novela, concentrou sua fala nas questões técnicas da Avaliação psicológica e Garcia falou sobre a relação entre a prática profissional e as suas consequências.

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Crédito: Gisele Barbosa

“Esses serviços previstos em legislação precisam oferecer trabalho técnico, de qualidade e ético. Na avaliação psicológica, além desse momento pericial que é a aplicação de uma técnica, o psicólogo da área de Psicologia no Trânsito, precisa fazer a discussão com pessoas que buscam esse serviço, sobre sua responsabilidade no transito e sua cidadania em relação a esse fato”, conclui ele.

O evento também contou com a participação das representantes do Sindicato dos Psicólogos no RS (Sipergs) e da Associação Brasileira de Psicologia do Trânsito (Abrapsit/RS).