Exposição “Memória da Psicologia” estará na 45ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Psicologia

A exposição “Memória da Psicologia em Obras Raras e Valiosas” será levada à 45ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Psicologia (SBP), principal evento da área de Psicologia Científica no Brasil, realizada entre os dias 27 e 30 de outubro, em Belo Horizonte (MG).

Com obras do acervo da Biblioteca Pública do Estado da Bahia, considerada a mais antiga da América Latina, a pesquisa para a seleção dos conteúdos começou em 1998 e é resultado do trabalho da psicóloga e conselheira do Conselho Federal de Psicologia (CFP), Nádia Maria Dourado Rocha. Os livros relembram a produção de importantes autores brasileiros e de países como França, Dinamarca, Alemanha e Portugal. De acordo com a curadora, dos 70 livros expostos, 19 são de autores brasileiros, buscando privilegiar aqueles que foram considerados pioneiros.

Nos últimos anos, a exposição já passou por diversos estados do Brasil, como Rio Janeiro, São Paulo, Alagoas, Paraná, Bahia e, nos meses de agosto e setembro deste ano, esteve na sede do CFP. A intenção é a de que, em breve, essas obras possam constar no acervo digital da BVS-PSI.

A exposição é gratuita e estará aberta ao público durante a realização da 45ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Psicologia. Os interessados em conhecer o acervo com visitas guiadas poderão solicitar no stand do CFP no evento, onde também estarão disponíveis publicações relacionadas à Psicologia, exibição de vídeos e as novas edições do Jornal do Federal e da Revista Psicologia: Ciência e Profissão.

Leia também a notícia sobre a participação do CFP no na 45ª Reunião Anual da SBP e confira a programação >> http://bit.ly/1OlSd9f

Piso de psicólogos (as) pode ser votado em Comissão da Câmara nesta quarta

A Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público (CTASP) da Câmara dos Deputados pode votar o Projeto de Lei 1.015/2015, que dispõe sobre o piso salarial de R$ 3.600 para psicólogos (as), nesta quarta-feira (14). A matéria, que já tem parecer favorável desta mesma comissão, já havia sido colocada na pauta semana passada, mas não foi votada.

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) enviou, nesta terça-feira, um ofício aos deputados da CTASP para reforçar o pedido de apoio na aprovação do parecer.

A relatora do projeto na Comissão é a deputada federal Flávia Morais (PDT/GO), que emitiu parecer favorável à proposta desde o dia 25 de agosto desse ano. O seu parecer observa principalmente a necessidade de valorizar o profissional da Psicologia, “uma profissão que merece um piso salarial condigno com a sua complexidade e importância, devendo, inclusive, ter reajustes periódicos planejados de modo a permitir que esse profissional possa se concentrar na melhora dos seus pacientes, além de ampliar seu conhecimento por meio de mais capacitação”, diz o relatório da parlamentar.

Se o projeto for aprovado, ele ainda segue para as comissões de Finanças e Tributação (CFT) e Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC). Na CCJC, sua tramitação será em caráter conclusivo e a proposta somente irá para apreciação do plenário da casa se for apresentado algum recurso para isso. Depois, o projeto irá para a análise dos senadores, tendo como último passo a sanção pela presidente da República.

Peça apoio aos parlamentares

Veja quem são os membros da Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público (CTASP), clicando aqui[ http://www2.camara.leg.br/atividade-legislativa/comissoes/comissoes-permanentes/ctasp/, e envie uma mensagem pedindo o apoio dos parlamentares ao projeto. O CFP preparou uma lista completa [ https://site.cfp.org.br/30hpsicologia/contatos-dos-congressistas/] com nome, estado e e-mail para que você possa deixar a sua manifestação.

OrientaPsi lança seu quinto curso Online: “Laicidade”

Laicidade é o tema do novo curso online do OrientaPsi, lançado nesta sexta-feira (9). O primeiro módulo disponível é “Fundamentos democráticos da laicidade”. A partir da próxima semana, serão liberados os módulos restantes do curso: “ Laicidades: neutralidade e pluriconfessionalidade” e “Notas fundamentais da democracia laica pluriconfessional”.

Este já o quinto curso oferecido pelo OrientaPsi. Os quatro anteriores são “Introdução ao Sistema Único de Assistência Social (SUAS)”, “Avaliação Psicológica”, “Atendimento Psicológico Online” e “Ética Profissional”.

Plataforma interativa

O OrientaPsi foi lançado em agosto para ser um espaço de debates e de expressão das opiniões da categoria. Pesquisas, estatísticas, publicações, grupos de discussão, cursos online e uma rede social própria para profissionais da Psicologia estão entre as funcionalidades oferecidas pela plataforma. Para acessar, basta o (a) psicólogo (a) ser cadastrado no Sistema Conselhos.

Os cursos exclusivos do OrientaPsi são oferecidos pelo Conselho e parceiros por meio de metodologia e-learning, abordando temas diversificados sobre Psicologia e todos divididos em módulos multimídia. Acesse gratuitamente e cadastre-se utilizando o seu CRP >> http://orientapsi.cfp.org.br/

Conte a sua experiência com os cursos do OrientaPsi

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) lançou em agosto, mês em que a Psicologia Brasileira comemorou 53 anos , o OrientaPsi, maior portal interativo para a categoria no Brasil. Idealizada para ser um espaço de debates e de expressão das opiniões da categoria, na plataforma são disponibilizadas  pesquisas, estatísticas, publicações, além dos canais “Grupos de Discussão”, “Curso Online” e uma rede social própria para profissionais da Psicologia cadastrados no Sistema Conselhos.

Dois meses após o lançamento, o OrientaPsi já recebeu quase 550 mil visualizações, tem proporcionado debates sobre temas como “Psicologia e as Cidades”, “Psicologia e a Laicidade” , e “Psicologia e a Diversidade”, além de oferecer quatro cursos: “Ética Profissional”, “Atendimento Psicológico Online”, “Avaliação Psicológica” e o “Introdutório ao Sistema Único de Assistência Social (SUAS)”.

Também neste período, em que está sendo disponibilizada a versão beta da plataforma, fizemos ajustes, principalmente relacionados à atualização de cadastro dos profissionais ao Sistema, e recolhemos muitos elogios e sugestões.

Para aprimorar ainda mais a ferramenta, o Conselho quer saber sua opinião sobre os cursos. Acessou? Curtiu? O que pode ficar melhor? Participe da nossa campanha “Tá curtindo o OrientaPsi? Conte para a gente!”.

Se você se interessou, queremos o seu depoimento. Envie-nos uma mensagem direta pelas nossas redes sociais que entraremos em contato. Participe! A sua opinião é muito importante para melhorarmos sempre o OrientaPsi, o ponto de encontro da Psicologia no Brasil.

20 meses de gestão: avanços e desafios do XVI Plenário

* notícia publicada, primeiramente, na edição número 111 do Jornal do Federal**, no início do mês de agosto de 2015 

Em agosto, a gestão do XVI Plenário do Conselho Federal de Psicologia (CFP) chegou ao seu 20º mês. De dezembro de 2013 até aqui, já é possível fazer um balanço de sua atuação em diversas áreas relacionadas às definições do Congresso Nacional de Psicologia (CNP) e do Planejamento Estratégico Plurianual do Conselho. No Congresso Nacional, a Assessoria Parlamentar do Conselho vem acompanhando diversos projetos de lei de interesse da Psicologia. Entre os prioritários, estão o PL 3338/2008 (que dispõe sobre a jornada de trabalho de 30 horas semanais para os psicólogos), o PL 5440/2009 (que trata do piso salarial dos profissionais de Psicologia) e o PL 7500/2006, relativo à obrigatoriedade da assistência psicológica a educadores e educandos da educação básica.

Além de articulações específicas em torno dos temas de interesse direto da categoria, representantes da atual gestão promoveram visitas a gabinetes e participaram de audiências públicas em defesa da agenda de promoção dos direitos humanos. Nesse âmbito, destacam-se reuniões com parlamentares para a discussão do tema da maioridade penal, e a participação em audiências sobre assuntos como publicidade infantil e a resolução 01/99 — que proíbe psicólogos (as) de exercerem qualquer atividade que favoreça a patologização de comportamentos ou práticas homoeróticas e adotarem ação coercitiva tendente a orientar homossexuais para tratamentos não solicitados.

Participação social

A participação social da categoria nas decisões do Conselho e nas discussões dos rumos da Psicologia é estimulada com a criação de ferramentas como o OrientaPsi, o portal interativo da Psicologia, a RádioPSI e o Espaço Fala, Psicólog@!, em que profissionais de todo o país apresentam, no site e no Jornal do Federal, sua rotina de trabalho. Ainda nesse sentido, o CFP tem promovido debates online com ampla participação da categoria sobre assuntos diversos, que vão desde a atuação de profissionais em áreas específicas, como a assistência social, até grandes temas da sociedade, como o genocídio da juventude negra no Brasil.

Novos sites temáticos, como o da Comissão Nacional de Psicologia na Assistência Social (Conpas), o da Psicologia na Educação e o da Despatologização Trans, e de grandes eventos, a exemplo do Conpsi e do Congresso Brasileiro de Psicologia, também estão no ar, além da campanha que estimula a participação da categoria nas conferências municipais de saúde, a do Dia Internacional da Mulher, do Dia de Combate ao Racismo e Dia de Luta antimanicomial, entre outras.

Campanhas e editais

O Prêmio Inclusão Social, promovido pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP) em parceria com o Laboratório de Estudos em Saúde Mental e Atenção Psicossocial (LAPS) da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), irá contemplar experiências de inclusão social de usuários e familiares em projetos econômico-sociais, Organizações Não Governamentais (ONGs) e em equipes interdisciplinares de serviços da Rede de Atenção Psicossocial de Saúde Mental, Álcool e Outras Drogas em diversas categorias como arte, cultura, trabalho e economia solidária. O CFP também lançou, em agosto, o segundo edital de apoio financeiro a interessados em realizar eventos técnicos e/ou científicos em 2016. Objetivo da iniciativa é que as ações estejam envolvidas na divulgação de atividades técnico-profissionais favorecendo o intercâmbio e a valorização entre os profissionais da Psicologia, evidenciando à sociedade a relevância dessa ciência e das atividades técnico-profissionais da categoria.

Administrativo

A condução administrativa do XVI Plenário tem registrado eficácia na gestão financeira do CFP. Já nos primeiros meses de 2014, quando teve início a gestão, foram promovidos cortes de desperdícios, revisão e renegociação de contratos e a racionalização do quadro de funcionários além da contratação, em caráter inédito, de uma auditoria interna para avaliar e aprimorar os processos de gerenciamento de riscos, controle e governança. “Apontamos na direção do saneamento das finanças com vistas a equilibrar o patrimônio, em respeito à categoria que se esforça para pagar sua anuidade em dia. Só com a economia em contratos e mudanças no modo de contratação, a soma dá mais de R$ 1 milhão”, ressalta o conselheiro-tesoureiro do CFP, Sergio Braghini.

“Olhando no retrovisor, é possível perceber que avançamos bastante na direção de ampliar a democracia interna do Sistema Conselhos, contemplando a pluralidade de pensamentos sobre a ciência psicológica, sem deixar de lado nosso compromisso com os direitos humanos e questões políticas importantes para uma sociedade mais justa. Mas queremos fazer esse balanço junto à categoria, ouvindo a maioria dos atores da Psicologia brasileira, e por isso ampliamos os nossos canais de comunicação”, avalia Braghini.

**Clique aqui para conferir esta coluna e outras notícias na versão digital da edição número 111 do Jornal do Federal. 

OrientaPsi: novos módulos do curso sobre SUAS

Os dispositivos de gestão e do trabalho do Sistema Único de Assistência Social ​ (SUAS) são os temas dos dois últimos módulos do Curso introdutório ao SUAS, oferecido pelo OrientaPsi.

Os módulos anteriores, do mesmo curso, foram “Proteção Social Básica”, “Proteção Social Especial” e “Visão Geral do SUAS”.

Este já o quarto curso da plataforma interativa lançada pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP) em agosto. Os três primeiros foram Avaliação Psicológica, Atendimento Psicológico Online e Ética Profissional.

Plataforma interativa

O OrientaPsi foi desenvolvido  para ser um espaço de debates e expressão das opiniões da categoria. Pesquisas, estatísticas, publicações, grupos de discussão, cursos online e uma rede social própria para profissionais da Psicologia estão entre as funcionalidades oferecidas pelo OrientaPsi, que pode ser acessado em sua versão beta por psicólogos (as) cadastrados no Sistema Conselhos, por meio de seu CPF e verificação de dados.

Os cursos exclusivos do OrientaPsi são oferecidos pelo Conselho e parceiros por meio de metodologia e-learning, abordando temas diversificados sobre Psicologia e todos divididos em módulos multimídia. Acesse gratuitamente e cadastre-se utilizando o seu CRP >>http://orientapsi.cfp.org.br/

Câmara de Piracicaba envia moção pelas #30horas da categoria

Por meio de uma moção, a Câmara de Vereadores de Piracicaba enviou ao prefeito de cidade um apelo para que seja apresentado Projeto de Lei reduzindo para 30 horas semanais a jornada de trabalho dos profissionais da Psicologia da cidade.

Os vereadores lembram que o governo do Estado de São Paulo já concedeu as 30 horas para os profissionais da Psicologia trabalham nos Tribunais de Justiça do Estado, por meio da Lei Complementar número 1210, de 24 de setembro de 2013. O benefício também já foi concedido por outras leis municipais e estaduais em que psicólogas e psicólogos têm jornadas de trabalho menores ou de 30 horas semanais.

De acordo com trecho do texto, “como profissão calcada em uma ciência, é indispensável para esses profissionais estarem em processo constante de aprimoramento, adquirindo novos conhecimentos. Isso significa que, para além da jornada formal, o psicólogo, via de regra, investe muito tempo na própria formação”.

Confira a íntegra, clicando aqui e aqui.

Luta nacional

No último dia 17 de março, o deputado Federal Felipe Bornier (PSD-RJ) reapresentou Projeto de lei, agora com o número PL 769/2015, que institui as 30 horas semanais para profissionais da Psicologia, sem redução salarial. Bornier foi também autor do PL nº 3338/2008, que no dia 11 do mesmo mês teve o veto presidencial nº 31/2014 mantido pelo Congresso Nacional.

Esta foi uma derrota para a categoria. Do total de 303 votos dos deputados presentes, 205 votaram pela derrubada, 95 pela manutenção e três se abstiveram de votar. Conforme a Constituição Federal, seria necessária maioria absoluta da Câmara dos Deputados, ou, no mínimo, 257 votos. Com isso, a votação não seguiu para os senadores, que deveriam somar mais 41 votos dos 81 desses parlamentares para a derrubada do veto.

Após a reapresentação do projeto, o Conselho Federal de Psicologia (CFP) retomou uma série de visitas a gabinetes de deputados (as) federais psicólogos (as), bancadas e relatores de projetos com vistas a colocá-los a par das proposições de interesse da categoria que estão tramitando naquela Casa.

As proposições apresentadas ao parlamentar foram os PLs 769/2015 (30 horas), 1015/2015 (Piso Salarial) e 3688/2000 (prestação de serviços de Psicologia e Serviço Social nas redes públicas de Educação Básica).​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​ Para a presidente do CFP, Mariza Monteiro Borges, o contato com os parlamentares psicólogos é importante para a busca de um maior reconhecimento da profissão, no intuito de ampliar a visibilidade profissional.

Saiba em seção do site do CFP sobre o projeto de lei, clicando aqui.

A prática antes da regulamentação

Segunda parte da coluna publicada, primeiramente, na edição número 111 do Jornal do Federal*, no início do mês de agosto de 2015 

Nesta segunda parte do capítulo sobre a prática da Psicologia antes da regulamentação, abordaremos o histórico da orientação psicopedagógica, do surgimento de associações e dos cursos universitários até a sanção da Lei 4.119/62, que regulamentou a profissão de psicólogo.

A orientação psicopedagógica nas escolas, principalmente nas experimentais, inicia-se a
partir de psicodiagnósticos infanto-juvenis, orientações de pais e também vital, por meio de clínicas. Destacam-se neste período a Clínica de Orientação Infantil, criada por Durval Marcondes, em São Paulo, e a Clínica de Orientação Juvenil, criada por Helena Antipoff, no Rio de Janeiro. Também há registro da avaliação psicológica de menores abandonados ou considerados “perigosos”, conforme a terminologia da época, internados no Serviço de Assistência ao Menor, o SAM, antecessor da Fundação de Assistência ao Menor (Funabem).

Em todos esses campos, os testes psicológicos destacavam-se como a ferramenta privilegiada para a atuação do novo profissional. No entanto, ainda neste período da década 1940, se por um lado a Psicologia ainda estava se constituindo enquanto disciplina científica e prática profissional autônoma, por outro, surgiam as primeiras as  sociações e os primeiros periódicos da categoria. A Sociedade de Psicologia de São Paulo (atualmente Associação de Psicologia de São Paulo) foi fundada em 1945 e seu periódico, o Boletim de Psicologia, surge em setembro de 1949. Já a Associação Brasileira de Psicotécnica (hoje Associação Brasileira de Psicologia Aplicada) é criada por técnicos e frequentadores das atividades do ISOP em setembro de 1949, quando lançam o primeiro número da revista Arquivos Brasileiros de Psicotécnica, alterado para Arquivos Brasileiros de Psicologia Aplicada e, atualmente, Arquivos Brasileiros de Psicologia.

Institucionalização e caminhos para a regulamentação

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O primeiro curso de Psicologia foi criado na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ), em 1953, e, no ano seguinte, surgiu o segundo, na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS). Outros dois cursos foram criados em instituições católicas antes da regulamentação da profissão: em 1959, na Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUCMinas) e, em 1961, na Universidade Católica de Pernambuco (Unicap). Já em 1957 surgiu, na Universidade de São Paulo (USP), o primeiro curso em universidade pública e laica. No ano seguinte, em Curitiba-PR, foi realizado o I Congresso Brasileiro de Psicologia.

Pouco tempo antes, em 1953, a Associação Brasileira de Psicotécnica já entregava ao Ministério da Educação um memorial acompanhado de um esboço para um anteprojeto de lei relativo à formação de psicologistas e à regulamentação da profissão. E, neste mesmo ano, o Poder Executivo encaminhava ao Congresso Nacional a Mensagem nº 47, tratando do anteprojeto de formação de Psicologia e da regulamentação respectiva.

Com o projeto ainda em tramitação três anos depois, as comissões da Associação Brasileira de Psicologia Aplicada, da Sociedade de Psicologia de São Paulo e da Associação Brasileira de Psicólogos reúnem-se para examinar um novo projeto sobre formação de psicólogos, substituindo a proposição que estava na Câmara dos Deputados. Após muitas discussões entre associações, entidades da psicologia, governo federal e parlamentares, em 1962, no dia 27 de agosto, é sancionada pelo presidente João Goulart a Lei 4.119, que “dispõe sobre os cursos de formação em Psicologia e regulamentaa profissão de psicólogo”. A lei foi publicada no dia 5 de setembro. Apesar da publicação da referida lei, a profissão ainda enfrentaria muitos percalços, como vem enfrentando até hoje. No próximo capítulo, abordaremos os processos e discussões para regulamentação da referida norma, bem como as articulações para a publicação da Lei Federal que criaria, em 20 de dezembro de 1971, o Conselho Federal de Psicologia (CFP) e os Conselhos Regionais de Psicologia (CRPs).

*Clique aqui para conferir esta coluna e outras notícias na versão digital da edição número 111 do Jornal do Federal. aqui para ler a primeira parte desta coluna e acessar todo o conteúdo da edição número 110.

 

Seminário do CFP avaliou a condição da pessoa idosa no Brasil

Em 2025, o Brasil será o sexto país do mundo em população idosa: teremos cerca de 30 milhões de pessoas com mais de 60 anos de idade. Para discutir as questões ligadas a esta parcela da população, o Conselho Federal de Psicologia (CFP) promoveu, nesta quinta (1º), Dia Internacional do Idoso, um seminário online.

Maria Luisa Teixeira, assistente social e integrante do Conselho Nacional da Pessoa Idosa (GO), fez um balanço das políticas relativas à população idosa e apontou os principais problemas relatados nos espaços de escuta e acolhimento. Para ela, os idosos foram a última parcela da população a ser beneficiada por legislações. “As leis são muitas, mas infelizmente não são cumpridas. Se fizermos um levantamento de leis que beneficiam o idoso, parece que está tudo bem. Mas falta vontade de autoridades, pessoas e entidades de transformar a letra da lei em efetividade. Há um número grande de idosos sem assistência nenhuma”, aponta.

Entre as várias formas de violência sofrida pelos idosos, Teixeira destaca a questão financeira. “Vemos muitos familiares abusando do seu idoso que tem aposentadoria. Recebemos inúmeras denúncias no Conselho. Também é muito recorrente o empréstimo por parte de instituições financeiras; o idoso não faz mais a conta que jovem faz. Quando ele percebe, está com o minguado salário comprometido em empréstimos”, relata.

Jurilza Maria Barros de Mendonça, representante da Secretaria de Políticas de Previdência Social do Ministério da Previdência, apresentou conquistas e desafios atuais no âmbito das políticas públicas para os idosos. Em sua opinião, o Estatuto do Idoso – sancionado há 12 anos e destinado a regular os direitos assegurados às pessoas com idade igual ou superior a 60 anos – é uma conquista importante, porque instaura uma série de garantias não previstas em legislações anteriores, como o mecanismo que provê punição a quem maltrate idosos e o passe interestadual para idosos.

Ela avalia, ainda, que é preciso fazer avançar o conhecimento que os idosos têm sobre seus direitos. “Tem de participar dos conselhos de assistência social, de saúde, das comissões estaduais de trabalho, onde são direcionadas as políticas. Precisamos assegurar recursos para poder implementar as políticas que já temos”, comenta.  Mendonça também comemorou a recente assinatura, por parte do Brasil, de uma convenção da Organização dos Estados Americanos (OEA) para Promoção dos Direitos Humanos da Pessoa Idosa, documento juridicamente vinculante que assegura mecanismos para exigir do Estado a efetivação das políticas.

Wadson Arantes Gama, presidente do Conselho Regional de Psicologia da 9ª Região (CRP-09 Goiás) e representante do CFP na atividade, destacou a relevância do debate do ponto de vista do trabalho do(a) psicólogo (a). “Hoje, o acolhimento aos idosos é feito em vários espaços da Psicologia, como os CRAS, CREAs e na prática clínica. Existem várias técnicas de grupo para que esses sujeitos entrem em contato com o que está doendo. É possível utilizar várias ferramentas, como o teatro, por exemplo. Precisamos refletir cada vez mais sobre a importância do nosso trabalho com estas pessoas”, finalizou.

O debate pode ser assistido na íntegra no link  https://www.youtube.com/watch?v=9sxlq6RlrUw

CFP organiza segunda oficina regional de Psicologias de Emergências e Desastres

Aconteceu no último dia 25 de setembro, em Belém (Pará), a II Oficina Regional de Psicologias de Emergências e Desastres durante o Seminário de Psicologias das Emergências e Desastres – “Como trabalhar da prevenção à recuperação”. Como aconteceu na região Centro-Oeste, no mês de agosto, este segundo evento, agora na Região Norte, foi organizado pela Comissão Nacional de Emergências e Desastres do Conselho Federal de Psicologia (CFP). Representante da comissão na região, José Mário Brito foi o articulador do evento junto ao Conselho Regional de Psicologia do Pará e Amapá (CRP-10ª Região).

Para Brito, o Seminário em Belém atendeu às expectativas desde a primeira reunião de preparação, quando a proposta do CFP foi apresentada ao CRP: “Foi uma construção coletiva com o objetivo de sensibilizar gestores, psicólogas e psicólogos das políticas públicas sobre a gestão integral de riscos e desastres na região”.

Segundo ele, até pelas peculiaridades e dimensões geográficas de região, o grupo da oficina acabou sendo bem heterogêneo, com representantes da Defesa Civil Estadual, Universidades, Sistema Único de Saúde (SUS), Sistema Único de Assistência Social (SUAS), além da participação de profissionais da Psicologia em várias áreas de atuação e estudantes.

Representando também a comissão do CFP, a psicóloga Ionara Rabelo explicou que essa participação da categoria é fundamental. “Minha intervenção foi no sentido de mobilizar toda a categoria sobre como podemos pensar a gestão dos riscos e desastres em qualquer área de atuação da Psicologia, já que se trata de uma pauta envolvendo todos os profissionais da área atuantes tanto na Saúde Pública como no Sistema Único de Assistência Social. Isso porque são profissionais que estão nos municípios, e, portanto, os primeiros ou as primeiras a lidar com os desastres e, ainda, com grande possibilidade de já terem algum vínculo com as famílias, com as comunidades”, explica.

Ainda de acordo com a representante da comissão, as experiências desse tipo de encontro são importantes para mapear situações típicas da categoria e da localidade de cada região. “Na região Norte, por exemplo, discutimos como os psicólogos podem trabalhar em muitos municípios que passam por situações de emergências e desastres e muitas vezes estes municípios não chegam a decretar situação de emergência, nas há grande sofrimento da comunidade”, destacou Ionara.

Integrante da comissão na região Nordeste, Conceição Pereira também acredita que este contato com a categoria é fundamental e pode resultar em novos eventos tratando do tema. “Fiquei muito sensibilizada com as exposições realizadas, considerando as características peculiares das situações de risco e desastres na Região Norte do Brasil, e creio que ao relatar minhas experiências dentro do contexto dos desastres tecnológicos, de forma especial o desastre aéreo, foi possível abrir boas discussões que se entrelaçaram aos demais debates. E isso, com toda certeza, nos ajuda a refletir no desafio que significa a atuação da Psicologia na gestão de riscos, emergências e desastres”.