Defender os Conselhos Profissionais é proteger a sociedade

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) alerta para o retrocesso e ameaça aos direitos fundamentais em curso no país com a Proposta de Emenda à Constituição – PEC 108/2019, que acaba com a obrigatoriedade de inscrição de trabalhadoras(es) nos conselhos profissionais de classe. A PEC, lançada pelo governo federal ao Congresso Nacional em 9 de julho, também transforma a natureza jurídica das entidades, que deixam de ser públicas e passam a ser privadas.

Autarquia de direito público, com o objetivo de fiscalizar, orientar e regulamentar o exercício profissional (Lei nº 5.766/71), o CFP existe também para promover espaços de discussão sobre os grandes temas da Psicologia que levem à qualificação dos serviços profissionais prestados pela categoria à sociedade.

Os Conselhos profissionais são autarquias de direito público justamente porque cumprem uma função típica do Estado, denominada poder de polícia, e compreendida no poder de fiscalizar e normatizar o exercício das profissões autônomas para proteger a sociedade, impedindo, de um lado, que pessoas sem qualificação técnica exerçam a profissão, e de outro, que pessoas sem habilitação profissional ofereçam serviços passando-se por profissionais habilitados, trazendo assim incontáveis riscos e prejuízos para indivíduos e a sociedade. Entendimento este, sedimentado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no julgamento da ADI 1.717/DF.

Por constituir função típica de Estado, a fiscalização e a regulamentação das profissões não devem ser delegadas a uma entidade privada. Sem estes parâmetros do exercício profissional, tanto a profissão quanto a sociedade ficariam desamparadas.

A adesão da PEC ao processo de desregulamentação das funções e instituições do Estado transfere para a lógica do mercado a regulação da vida social, leia-se o exercício e a proteção dos seus direitos, com a falácia de que a medida traria mais liberdade para as(os) próprias(os) profissionais. Essa suposta liberdade representa o total abandono do processo de orientação do exercício profissional, deixando as(os) profissionais sem diretrizes sobre suas práticas profissionais, além da eliminação dos parâmetros que caracterizam, diferenciam e assim valorizam o exercício da psicologia em meio às demais profissões e relações sociais, deixando a sociedade sem a garantia de fiscalização para os casos de imperícia e má conduta profissional.

Não existindo fiscalização ou julgamento técnico de caráter ético-disciplinar, tais funções acabariam transferidas para o sistema de justiça e segurança pública, onerando um Poder Judiciário notoriamente sobrecarregado em suas funções, e por via de consequência o Estado e a própria sociedade. Essa transferência significaria ainda uma tendência à criminalização de ações profissionais que hoje são consideradas faltas disciplinares via fiscalização e julgamento técnico por profissionais da área.

O CFP atua historicamente em defesa da Psicologia e da valorização profissional, seja ao defender os princípios do código de ética, seja no compromisso com a promoção da saúde e qualidade de vida da população. O Conselho age com rigor, por meio do contínuo aprimoramento profissional, contribuindo para o desenvolvimento da Psicologia como campo científico de conhecimento e de práticas.

Com a PEC, o governo federal explicita a sua disputa e tentativa de silenciamento de entidades pioneiras na defesa dos processos democráticos de diálogo com suas respectivas categorias. Para tanto, as mudanças estão sendo propostas sem o devido processo de discussão com a sociedade e as(os) profissionais que poderão ser diretamente atingidas(os) pelas alterações.

A existência dos Conselhos Profissionais protege a sociedade, assegurando tanto a qualidade dos serviços prestados, quanto a garantia de preservação de seus direitos fundamentais. Defender os Conselhos Profissionais é proteger a sociedade.

 

 

 

 

Internação involuntária será tema de Diálogo Digital nesta quinta (18)

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) realiza na próxima quinta-feira (18), às 16h, Diálogo Digital ao vivo sobre internação compulsória, medida adotada dentro da “Nova Política de Drogas”, Lei 13.840/2019. O objetivo do debate é abordar o viés clínico da internação involuntária no processo de recuperação das(os) usuárias(os) de drogas.

A Lei 13.840/2019, que modifica a Lei de Drogas (11.343/2006), sancionada em 6 de junho pelo Governo Federal, permite a internação involuntária de usuárias(os) de drogas sem a necessidade de autorização judicial, reforçando o modelo de abstinência e das comunidades terapêuticas em detrimento da Política de Redução de Danos e dos Centros de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (Caps AD).

O debate será mediado pelo conselheiro do CFP, Paulo Aguiar, com a participação das(os) psicólogas(os)  Kássia Fonseca Rapella, Alessandra Tranquilli, André Pimenta de Melo e da cientista social Tricia Calmon.

Você pode participar do Diálogo Digital, mandando perguntas para o email comunica@cfp.org.br, ou pelos canais do CFP nas redes sociais usando a hashtag #DialogosCFP. O evento, realizado na sede do CFP, em Brasília, será transmitido ao vivo pelo site, Facebook e Youtube da Autarquia.

Redução de Danos

A perspectiva da redução de danos (RD) busca promover ações para minimizar qualquer dano de natureza biológica, psicossocial e econômica das(os) usuárias(os) de substâncias psicoativas, sem condicionar o fato à abstinência. O abandono do uso de drogas é até um propósito desejável da redução de danos, entretanto, não deve e não pode condicionar a atenção à pessoa que usa drogas à exigência de algo que, naquele momento, ela não sente necessidade ou não consegue realizar.

O CFP, historicamente, tem atuado em defesa de um tratamento humanizado das pessoas com sofrimento psíquico causado pelo uso/abuso de drogas, rememorando que, como cidadãs(aõs), essas pessoas têm direitos fundamentais à liberdade, a viver em sociedade, bem como ao cuidado e tratamento adequados, sem que precisem abrir mão de sua cidadania.

Diálogo Digital debate internação involuntária

Dia: 18/07/2019

Horário: 16h

Ao vivo pelo site, Facebook e Youtube

II Seminário da Ulapsi debateu desafios da Psicologia na AL

A União Latino-Americana de Entidades de Psicologia (Ulapsi) reuniu, entre 3 e 5 de julho, cerca de 600 pessoas de 14 nacionalidades durante o II Seminário Internacional da Ulapsi – Desafios do contexto Latino-Americano: ética, conhecimento e práticas em Psicologia, no Recife (PE). O evento foi uma parceria entre a Ulapsi, o Conselho Federal de Psicologia (CFP), Conselho Regional de Psicologia de Pernambuco 2ª Região (CRP-02) e demais entidades quem compõem a Ulapsi.

O CFP foi representado pelo seu presidente, Rogério Giannini, que reforçou a importância do encontro pela construção da unidade da Psicologia na América Latina. Giannini participou da mesa de diálogo “Democracia e Violência”.

Giannini destacou que uma das primeiras tarefas do atual Plenário do CFP, ainda em 2017, foi a refiliação do Conselho na Ulapsi. “Foi fundamental esse gesto, acho que também para a Ulapsi e para a América Latina. A Ulapsi contribui cotidianamente para descolonização e para esse sentimento de latinoamericanidade que a gente tanto precisa. Cada ato da Ulapsi é um ato político de resistência ao colonialismo”, afirmou.

Uma homenagem ao psicólogo Marcus Matraga, militante do movimento da luta antimanicomial assassinado em 2016, marcou a abertura do evento.

O objetivo do II Seminário Internacional da Ulapsi foi promover e intensificar o diálogo entre pesquisadoras(es) e profissionais da Psicologia latino-americana, tendo em vista a consolidação de uma Psicologia crítica, comprometida com a realidade dos países da América Latina e com a produção de referências capazes de expressar os processos sociais e históricos que marcam a constituição da subjetividade nesses países.

No Seminário foram apresentados 409 trabalhos. O evento contou com 24 mesas redondas internacionais, 49 mesas redondas, 338 apresentações de comunicação oral, além de apresentações culturais. A Campanha Nacional de Direitos Humanos do Sistema Conselhos de Psicologia #DiscursoDeÓdioNão ficou exposta durante o Seminário com uma instalação artística denunciando as várias formas de violência no país, por meio de frases de ódio retiradas das redes sociais e estampadas em camisetas brancas manchadas de vermelho, simulando sangue.

 Participação do CFP

As(os) conselheiras(os) do CFP participaram de diversas mesas de trabalho durante o Seminário. A conselheira do CFP, Ana Sandra Fernandes, participou da mesa sobre Formação em Psicologia e Nordestinidades.  A conselheira Jureuda Guerra participou da mesa sobre a “Experiência de construção de referências curriculares da psicologia – educação como um bem público”.

O conselheiro Fabián Rueda participou do debate sobre “Conhecimento produzido em América Latina: o quê e para quem publicar”. As conselheiras Márcia Badaró e Iolete Ribeiro participaram da mesa sobre “Psicologia e suas inserções no Sistema Nacional de Prevenção e Combate à Tortura na América Latina: uma análise das violências produzidas nos espaços de privação de liberdade e seus impactos na dimensão subjetiva”.

O Compromisso ético-político da Psicologia em relação à população LGBTI foi tema da mesa de participação da conselheira Sandra Sposito. A conselheira Marisa Helena Alves foi debatedora na mesa redonda sobre “Vulnerabilidades sociais, políticas públicas e emergências e desastres: revisitando conceitos”.

O “Desmonte das políticas públicas e impactos éticos e sociais no exercício da profissão” foi o tema da mesa redonda com participação das conselheiras Andréa Esmeraldo, Célia Zenaide e Fabiana Itaci.

Ulapsi

A Ulapsi é um espaço de organização da Psicologia na América Latina. Foi criada em novembro de 2002, em Puebla, no México, para se constituir como uma rede de articulação científica, profissional e acadêmica. Foi fundada para ser uma teia horizontal de entidades de Psicologia e de profissionais latino-americanas(os).

 

 

CFP publica novo Código de Processamento Disciplinar

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) publicou, em 26 de junho, a Resolução CFP nº 11/2019, que institui o novo Código de Processamento Disciplinar (CPD) e revoga a Resolução CFP nº 006/2007. A Normativa disciplina os trâmites processuais trata dos processos disciplinares ordinários, funcionais e éticos. A Resolução entra em vigor em 30 dias a partir da data da publicação.

O novo CPD foi aprovado por unanimidade em plenária da Assembleia das Políticas, da Administração e das Finanças (APAF), realizada em dezembro de 2018, e que reúne representantes de todos os Conselhos Regionais de Psicologia (CRPs). As discussões foram iniciadas na APAF de dezembro de 2016, quando foi designado um Grupo de Trabalho (GT) para se debruçar sobre o tema.

Um dos objetivos da nova normativa é garantir uma maior sistematicidade, facilitando a interpretação e aplicação pelos interessados.

Houve contribuições dos Conselhos Regionais de Psicologia, que foram complementadas e sistematizadas pela Secretaria de Orientação e Ética (SOE) do CFP, juntamente com uma consultoria jurídica.

A resolução inovou trazendo como regra a adoção de um sistema único e integrado para a tramitação dos processos nos Conselhos Regional e Federal de Psicologia, e também um glossário com o significado dos termos técnicos garantindo maior compreensão para o profissional e para a sociedade.

Júnia Lara, secretária da SOE do CFP ressaltou que “ O novo código abarca o que há de mais recente no que se trata de julgamento e instrução dos processos disciplinares no exercício da Psicologia”.

Conheça o novo Código de Processamento Disciplinar

Etapa Nacional da I Mostra de Práticas de Psicologia no SUAS

A Comissão Nacional de Psicologia na Assistência Social do Conselho Federal de Psicologia (CONPAS/ CFP) e os Conselhos Regionais de Psicologia realizam, no dia 19 de julho, a Etapa Nacional da I Mostra Nacional de Práticas de Psicologia no Sistema Único de Assistência Social (SUAS).  O encontro será na sede do CFP em Brasília (DF), às 14h, e será transmitido ao vivo pelo site e redes sociais do Conselho Federal.

Entre os objetivos do evento estão o compartilhamento, a reflexão e a construção de experiências, saberes e práticas sobre a presença da Psicologia na Política Pública de Assistência Social.

A I Mostra Nacional de Práticas em Psicologia no Sistema Único de Assistência Social aborda seis eixos: Rede e intersetorialidade; Identidades, saberes e territórios; Práticas coletivas e processos grupais; Processos de trabalho e interdisciplinaridade; Participação, construção do protagonismo e controle social; e Descriminalização da pobreza e combate ao preconceito.

Durante a realização da Etapa Nacional está prevista a realização da mesa temática “Resistência e compromisso: a agenda ético-política para a psicologia no SUAS”, com a participação da representante do Fórum Nacional das (as) Usuárias (os) do SUAS (FNUSUAS), Aldenora González, e da integrante da Comissão de Avaliação Técnica dos trabalhos acolhidos nas etapas regionais, Neuza Maria de Fátima Guareschi.

Além disso, será realizada uma mesa de balanço sobre a Mostras Suas, com a participação de representantes dos CRPs que sediaram as respectivas etapas regionais: Etapa Nordeste: Monaliza Cirino de Oliveira (CRP-03); Etapa Sudeste: Juliana Gomes da Silva (CRP-05); Etapa Sul: Joseane de Oliveira Luz (CRP-12); Etapa Centro-Oeste: Sheila Carla de Queiroz Gomes (CRP-18); Etapa Norte: Ivanize Fátima Giongo Sartori (CRP-23). Durante esta atividade, serão respondidas as perguntas que poderão ser enviadas por meio das redes sociais do CFP (Youtube, Facebook e Twitter) e pelo e-mail comunica@cfp.org.br.

Etapas regionais

Durante todo o mês de junho, foram realizadas as cinco etapas regionais da I Mostra Nacional de Práticas em Psicologia no SUAS. A Etapa Sul, no Conselho Regional de Psicologia de Santa Catarina (CRP-12), debateu “Interdisciplinariedades: O SUAS, a Psicologia e seus(des)encontros”, nos dias 7 e 8 de junho, em Florianópolis. Nos mesmos dias, foi realizada a Etapa Sudeste, no Rio de Janeiro, com o tema “A interlocução do SUAS: Multiplicidade de práticas nas diversidades territoriais do Sudeste”.

A Etapa Nordeste foi realizada em 17 e 18 de junho, em Salvador (BA), debatendo “SUAS – Inovação e resistência em tempos de retrocesso”. A Etapa Norte foi sediada em Palmas (TO), em 27 e 28 de junho, com o tema “As faces da diversidade: a singularidade da Psicologia no SUAS na Região Norte”.

No Centro Oeste, o estado do Mato Grosso fechou a série de etapas regionais. Intitulado “SUAS do Cerrado: A Psicologia na Prática”, o evento foi realizado em Várzea Grande, nos dias 28 e 29 de junho.

CFP é homenageado por atuação em prol da população LGBTI+ em solenidade sobre 50 anos do Levante de Stonewall

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) foi homenageado nesta segunda-feira (24) em sessão solene na Câmara dos Deputados pelos 50 anos do Levante de Stonewall, episódio que marca o Dia Internacional do Orgulho LGBTI+ (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Pessoas Intersex), celebrado em 28 de junho.

A homenagem ao CFP foi por sua atuação no combate a LGBTfobia e a promoção ao respeito à defesa dos direitos destas pessoas na atuação profissional da(o) psicóloga(o). O destaque na atuação é por meio da Resolução CFP nº 01/1999, que determina que não cabe a profissionais da Psicologia no Brasil o oferecimento de qualquer tipo de prática de reversão sexual, uma vez que a homossexualidade não é considerada patologia nem desvio; e a Resolução CFP nº 01/2018, que orienta psicólogas e psicólogos a atuar, no exercício da profissão, de modo que as travestilidades e transexualidades não sejam consideradas patologias, e de forma a contribuir para a eliminação da transfobia.

O conselheiro do CFP, Paulo Maldos, representou a entidade na cerimônia.  A solenidade homenageou 50 pessoas e entidades que se destacaram contribuindo para a promoção e defesa dos direitos humanos e da cidadania da comunidade LGBT+ no Brasil.

A cantora e embaixadora da Unicef no Brasil, Daniela Mercury, foi uma  das homenageadas do evento e falou sobre a necessidade do Congresso Nacional legislar sobre causas em defesa da população LGBTI+. “Vamos fazer várias rebeliões inspiradas em Stonewall todos os dias até que esse Congresso faça as leis necessárias”.

Segundo o Grupo Gay da Bahia, a cada 20 horas, um(a) LGBT morre no Brasil por serem LGBTs – ou seja, por conta da LGBTfobia. O grupo também registrou um aumento de 30% nas mortes de LGBTs em 2017, quando 445 pessoas foram mortas, em relação a 2016, ano em que 343 mortes foram motivadas por LGBTfobia. Já em 2018 esse número caiu, mas ainda se manteve alto, com 420 mortes. O Relatório Mundial da Transgender Europe  mostra que, de 325 assassinatos de transgêneros registrados em 71 países nos anos de 2016 e 2017, um total de 52% – ou 171 casos – ocorreram no Brasil.

XVI Seminário LGBTI+ do Congresso Nacional

Na quarta-feira (25) a Câmara dos Deputados realizou o XVI Seminário LGBTI+. Representando o CFP na atividade, a conselheira do Conselho Regional de Psicologia de Minas Gerais (CRP-04), Dalcira Ferrão, participou do debate “Memória: De onde viemos? Resgate histórico do contexto do Levante de Stonewall, nos Estados Unidos; resistência à ditadura civil-militar; constituição e organização dos coletivos precursores do movimento LGBT no Brasil e em outras partes do mundo”.

 

 

CFP publica versão digital do Prêmio Profissional Avaliação Psicológica direcionada a Pessoas com Deficiência

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) disponibiliza, a partir desta terça-feira (25), uma publicação digital com os trabalhos ganhadores do Prêmio Profissional Avaliação Psicológica direcionada a Pessoas com Deficiência. Os trabalhos premiados são inéditos e apresentados sob a forma de ensaio teórico ou relatos de práticas embasadas na ciência psicológica. A publicação está disponível no site do CFP.

O prêmio teve como objetivo estimular profissionais de Psicologia a elaborar produções científicas que versem sobre o tema, de modo que gerem reflexões teóricas sobre modelos e práticas em consonância com o século 21. A iniciativa fez parte das ações comemorativas dos 15 anos do Sistema de Avaliação de Testes Psicológicos (Satepsi), em 2018.

Os nomes das(os) vencedoras(res) do Prêmio foram divulgados pelo CFP em novembro no site do CFP e as premiações entregues durante o V Congresso Brasileiro Psicologia: Ciência e Profissão (V CBP), em São Paulo, em 17 de novembro de 2018, com transmissão ao vivo do site do Conselho Federal.

A avaliação psicológica no Brasil tem avançado nos últimos anos em razão das ações promovidas pelo Sistema Conselhos de Psicologia e entidades científicas, sendo a avaliação psicológica para pessoas com deficiência uma demanda por parte da sociedade para inclusão dessas pessoas nos diversos contextos.

O CFP tem o interesse de conhecer e difundir a práxis das(os) psicólogas(os) para inclusão de diferentes populações nas atividades relacionadas à avaliação psicológica, com o objetivo de levar a categoria a pensar e a integrar novas formas de ação inclusiva na sua prática profissional.

Seleção

Foram recebidas 46 inscrições para trabalhos nas categorias individual e em equipe. A Comissão Consultiva em Avaliação Psicológica do CFP compôs a Comissão Julgadora e as avaliações contaram com duas etapas. Na primeira, foram considerados os seguintes aspectos: análise individual, a partir de critérios como originalidade do trabalho; relevância para o desenvolvimento científico, tecnológico, cultural e social; pertinência, abrangência e desenvolvimento dos referenciais teóricos; estrutura/organização e redação do texto. A segunda constituiu-se de duas reuniões presenciais para o levantamento das pontuações e definições dos trabalhos ganhadores. Em todas as etapas, as avaliações ocorreram às cegas, ou seja, sem identificação das(os) autoras(es) dos trabalhos.

Veja as(os) ganhadoras(es):

Categoria Profissional/ Trabalho Individual

Relato de experiência de ensino de avaliação psicológica para estudantes com deficiência visual – Ingrid Luiza Neto – 1o. lugar.

Categoria Profissional/ Trabalho Individual

Avaliação psicológica de crianças com lesão cerebral: contribuições de uma prática ecológica em psicologia hospitalar – Carolina Alves Rezende Alcântara – 2o. lugar.

Categoria Profissional/ Trabalho Individual

Avaliação psicológica de pessoas com deficiência: reflexões para práticas inclusivas – Leonardo de Oliveira Barros – 3o. lugar.

Categoria Profissional/ Trabalho Individual

Avaliação psicológica e deficiência: desafio na formação e prática profissional do psicólogo no século XXI – Tatiana de Cássia Nakano – Menção Honrosa.

Categoria Profissional/ Trabalho Individual

Desenvolvimento de itens para testagem adaptativa sob a perspectiva da Testagem Universal – Cassandra Melo Oliveira – Menção Honrosa.

Categoria Profissional / Trabalho em equipe

Formação em Psicologia: reflexões a partir do ensino de avaliação psicológica às pessoas com deficiências –Tatiane Oliveira Zanfelici e Raquel Pondian Tizzei – 1o. lugar.

Categoria Profissional / Trabalho em equipe

Avaliação, inclusão e promoção de autonomia – Ísis Teixeira Faria e Mônica da Silva Mollins – 2o. lugar.

Categoria Profissional / Trabalho em equipe

Estimulação cognitiva na Paralisia Cerebral como estratégia de inclusão à luz da teoria de Piaget: experiência de um Centro de reabilitação em Teresina- PI – Maria Andréia Bezerra Marques, Ana Carolina Pinto Soares e Marta Maria Brito Soares – 3o. lugar.

 

CFP repudia intervenção na reitoria da Universidade da Grande Dourados

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) repudia a intervenção na reitoria da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), com a nomeação da professora Mirlene Ferreira Macedo Damázio, oficializada pelo Ministério da Educação (MEC), na última segunda-feira (10). Ao nomear a professora como reitora temporária da Instituição, o MEC ignorou a chapa eleita democraticamente e o processo eleitoral realizado de forma ampla dentro da Universidade.

A professora não participou da consulta pública que envolveu a comunidade acadêmica e não apresentou seu nome ao colégio eleitoral. O processo eletivo para as reitorias envolve toda comunidade acadêmica. A(o) reitora(or) é nomeada(o) pelo MEC, que recebe da Universidade uma lista tríplice constituída no colégio eleitoral, com representantes de todos os seguimentos da Universidade. Historicamente toda universidade realiza uma consulta pública com as chapas que concorrem à reitoria, pelo exercício do voto direto.

A autonomia e a independência das Universidades são premissas para a produção de conhecimento.  A ação do MEC desrespeita a luta histórica por democracia dentro das Universidades.

Entenda o caso

No regimento eleitoral da UFGD, é considerado o voto paritário (mesmo peso) entre professoras(es), discentes e técnicas(os). Em outras universidades o voto das(os) professoras(es) costuma valer 70%.

A chapa vencedora foi apoiada pelas Ciências Humanas e teve ampla maioria de votos em todos os seguimentos dentro da Universidade. Formada pelas(os) professoras(es) Etienne Biasotto, Jones Dari Goettert e Antônio Dari Ramos, a lista foi enviada em março de 2019  pela UFGD, mas devolvida em seguida pelo Ministério da Educação, que apontou irregularidade na escolha dos nomes.

A Justiça Federal chegou a suspender a lista tríplice a pedido do MPF (Ministério Público Federal), mas duas semanas depois revogou a medida.

Diálogo Digital debate propostas de alterações no Código de Trânsito Brasileiro

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) realiza na próxima quarta-feira (12), Diálogo Digital para debater as propostas de alterações no Código de Trânsito Brasileiro. O debate contará com a presença de especialistas da Associação Brasileira de Psicologia de Tráfego (ABRAPSIT) e será transmitido ao vivo pelo site e redes sociais do CFP, a partir das 16h.

O Projeto de Lei 3267/19 propõe alteração de regras relativas à segurança no trânsito e muda as práticas de saúde psicológicas e médicas. O debate tem o objetivo de apresentar para a categoria o trabalho conjunto que está sendo realizado entre CFP e ABRAPSIT, como a importância da avaliação psicológica para a saúde no trânsito.

Você pode participar do Diálogo Digital, mandando perguntas para o email comunica@cfp.org.br, ou pelos canais do CFP nas redes sociais usando a hashtag #DialogosCFP. O evento, realizado na sede do CFP, em Brasília, será transmitido pelo site do CFP, Facebook e Youtube da Autarquia.

Conheça as(os) participantes

Fábian Rueda – Conselheiro do CFP e coordenador da Comissão Consultiva de Avaliação Psicológica (CCAP), possui Doutorado (2009) em Psicologia com área de concentração em Avaliação Psicológica pela Universidade São Francisco. Atualmente, coordena o Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Psicologia da Universidade São Francisco.

Patricia Sandri – Psicóloga, especialista em Psicologia do Transito, presidente da Associação Brasileira de Psicologia de Tráfego (ABRAPSIT) e coordenadora da pós-graduação em Psicologia do trânsito faculdade Dom Bosco (RS).

Juliana de Barros Guimarães – Especialista em Psicologia do Transito, Organizacional e Gestão Publica. Diretora da Associação Brasileira de Psicologia de Tráfego (ABRAPSIT) Nacional e presidente da ABRAPSIT-PE. Gestora da Área Médica e Psicológica do DETRAN-PE e Membro das Câmaras Temáticas de Saúde e Meio Ambiente (CTSMA) e de Educação para o Trânsito, Formação e Habilitação dos condutores (CTEH). Professora da pós-graduação em Avaliação Psicológica e em Psicologia do Trânsito.

 

 

Nova Lei de Drogas e seus vetos: Indústria de leitos privados e menos transparência

O novo *Belarmino, ministro Osmar Terra, que recentemente vetou a divulgação e atacou a pesquisa da FIOCRUZ que ia ao encontro de suas “crenças” e lobbys para o retorno da indústria lucrativa de leitos e que também tirou do ar a página eletrônica com pesquisas, dados e materiais de formação sobre a política de álcool e drogas, teve seu PLC 37 aprovado no Senado, sancionado pela Presidência, com uma série de vetos.

A nova lei terá o número 13.840 de 2019 e conseguiu imprimir sua ideia central de que o caminho, que a sua estratégia principal, é a abstinência e para garantir isso é necessário flexibilizar, facilitar e favorecer a indústria privada de leitos de internação. Impondo a “ideologia” de que as políticas públicas devem ter centralidade na internação involuntária, aumentando o financiamento e inclusive flexibilizando a mesma para qualquer profissional da saúde e sem autorização da família. Além da retirada da menção à redução de danos em seu texto.

A sua aprovação veio acompanhada de um conjunto de vetos que irei apresentar abaixo:

  • Lei Rouanet das Comunidades Terapêuticas: os diversos instrumentos citados na lei de renúncias fiscais às Comunidades Terapêuticas foram todos vetados;
  • Encaminhamentos prioritários na Rede SUS: os encaminhamentos com prioridade a ser realizado pelas comunidades terapêuticas no SUS também foram vetados, por afetar a equidade no atendimento, princípio elementar do SUS;
  • Cota de trabalho: vetada a inserção de atendidos pela política de drogas em empresas que ganharam contratos públicos;
  • Participação e Controle Social: foram diversos vetos que afetam diretamente o sentido de participação e controle social, algo fundamental num setor que tem centenas de denúncias e fiscalizações apontando violações graves dos direitos humanos. A composição do SISNAD, onde era citado expressamente o Conselho Nacional de Drogas (CONAD) foi vetado. Nesse mesmo sentido, houve veto para que os estados e municípios tenham obrigações de constituir seus conselhos estaduais e municipais. Vetou também o prazo de mandato dos conselheiros.
  • A natureza das Comunidades Terapêuticas. O que são? Esse é uma questão central que a nova legislação dizia que ia resolver. O PLC tinha uma definição expressa que Comunidades Terapêuticas não eram equipamentos de Saúde. No entanto, foi vetada e na justificativa afirmam que isso traz insegurança, depende da natureza das atividades e necessita de regulação específica.

O que ficou claro com os vetos é que a Lei manteve sua centralidade de fomento a internação involuntária, com flexibilização de critérios, no entanto, enfraqueceu o pouco que existia de participação e controle social. Combinação essa ainda mais perigosa, pois irá aumentar recursos públicos destinados a instituições privadas, sem o necessário processo de fiscalização e transparência exigida, colocando em risco a eficiência da gestão pública.

A outra questão importante é que continua a questão central da natureza das comunidades terapêuticas, com o veto a que não são equipamentos de saúde. Elas são ou não são equipamentos de saúde? Serão ou não regidas pelas regulações da área de saúde? Receberam ou não recursos públicos do SUS? Serão ou não fiscalizadas e acompanhadas pelos Conselhos de Saúde? A confusão continua enquanto os recursos públicos aumentam.

Esses pontos, combinados com os discursos ideológicos do ministro e o ataque às pesquisas, demonstram que o caminho a ser seguido é institucionalização do retorno do modelo manicomial, baseado na indústria de leitos privados de internação, com confusão da natureza dessas instituições e nenhuma participação ou controle social.

*Tenho definido o Ministro Osmar Terra como o novo Belarmino, associando a todo processo de contra reforma, operado pela inquisição, quando o conhecimento, a pesquisa, as descobertas, eram perigosas, pois afetavam dogmas e interesses. Saiba quem foi Roberto Belarmino, o homem que esteve envolvido no processo de Galileu Galilei: https://pt.wikipedia.org/wiki/Roberto_Belarmino

Leonardo Pinho – Vice-presidente da ABRASME e Presidente do Conselho Nacional de Direitos Humanos