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09/10/2015 - 16:37

CFP debate no I Fórum de Saúde do Casal

Para a presidente da Autarquia, intervenção dos profissionais de saúde não deve se limitar ao doente, mas também a família

CFP debate no I Fórum de Saúde do Casal

A Comissão de Seguridade Social e Família (CSSF) da Câmara dos Deputados realizou nesta quinta-feira (8) o I Fórum da Saúde do Casal. O evento foi organizado pelo deputado Jorge Silva (PROS/ES) e contou com a presença de dirigentes do Ministério da Saúde, Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) e do Conselho Federal de Psicologia (CFP) – este representado pela presidente, Mariza Monteiro Borges.

Segundo Jorge Silva, “fatores como estabilidade financeira, equilíbrio psicológico, diálogo e respeito mútuos estão na raiz da manutenção de uma boa relação familiar. O planejamento da prole quanto ao número de filhos e à ocasião para que sejam gerados, o bom relacionamento sexual – propiciando prazer mútuo e cumplicidade entre os pares – a clareza sobre e a prevenção das doenças sexualmente transmissíveis, entre outros aspectos, contribuem decisivamente para a construção e manutenção de uma relação respeitosa, prazerosa e profícua”.

DSC_0044  A presidente do CFP abordou “aspectos psicológicos do casal diante de uma doença do cônjuge”, destacando que a definição de casal não pode mais ser restrita a homens e mulheres, apesar de o Projeto de Lei PL 6583/13 (Estatuto da Família) tentar limitar esse conceito.

Para Mariza Borges, uma doença não afeta apenas um cônjuge, mas é um “fator estressor” para o núcleo da família, como para parentes próximos. Na questão envolvendo o núcleo, a dirigente do CFP aborda que estigmas sociais costumam contribuir para a melhora ou para atrapalhar no tratamento. “O impacto do tratamento dos doentes é muito sentido pela família, de forma que o modo de intervenção dos profissionais de saúde não pode ficar limitado ao doente. A família do cônjuge carece de apoio emocional, de informações e de instrumentação para o cuidado necessário para assegurar melhor qualidade de vida da própria família à frente dessa doença”.

Como forma de enfrentar essas questões, Mariza pontua que a Psicologia precisa dar uma visão sistêmica, principalmente nos aspectos emocionais, não se limitando a testes biológicos. “A Psicologia pode trazer como contribuição, na atenção à saúde, o ponto de vista tridimensional em que os tipos psicossociais de doenças, as fases de enfermidade, os componentes de funcionamento familiar constituem essas três dimensões a partir da qual vamos lançar nosso olhar sobre a saúde do casal”, reforçou.

Os outros palestrantes do Fórum foram a representante do Ministério da Saúde, Adele Schwartz Benzaken, que abordou sobre Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST), e a Saúde do Casal (Parcerias Estáveis); e Rômulo Maroccolo Filho, representante da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), que tratou do “Impacto das Doenças do Homem na Saúde do Casal”.