Com o objetivo de ampliar a discussão sobre o racismo dentro da rede de Assistência Social, a conselheira do Conselho Federal de Psicologia (CFP), Célia Zenaide, debateu a campanha “SUAS sem Racismo”, durante a 282ª Reunião Ordinária do Conselho Nacional de Assistência (CNAS), na última quinta-feira (4), em Brasília.
Célia Zenaide iniciou sua fala abordando sobre a legislação brasileira envolvendo o racismo, desde a época da escravidão até os dias atuais. A conselheira do CFP deu exemplo de casos de violência nas escolas, que após uma escuta mais aprofundada, percebe-se que são casos de racismo. “Quando vou conversar com uma criança, ela diz que não vai à escola porque a chamam de fedida, de feia. Essas frases são repetidas. Aí quando pergunto o porquê, falam do cabelo crespo dela, do rosto. Ou seja, é óbvio que há o racismo nessas manifestações. Então que releituras que não estamos fazemos?”, questiona.
SUAS sem Racismo
A conselheira do CFP defende a maior divulgação de materiais contra o racismo nas redes de Assistência Social pelo país como a cartilha publicada pelo CNAS em 2017, e o folder do ano passado “SUAS Sem Racismo”, podem ser formas de conscientizar as(os) trabalhadoras(es) do SUAS para uma análise sobre o racismo existente nas relações. Zenaide também apresentou ações que o CFP vem realizando sobre a temática, como a divulgação da Resolução CFP 18/2002, que estabelece normas de atuação para psicólogas e psicólogos em relação ao preconceito e à discriminação racial, bem como a Referência Técnica do Crepop que trata sobre o tema.
A conselheira suplente do CNAS, Ana Heloísa Viana Silva Moreno, endossou o discurso de Célia Zenaide, alertando que não há como fazer a discussão sobre o racismo na Assistência Social sem abordar o caráter interdisciplinar dentro da rede, reforçando a ampla divulgação dos materiais como forma de capacitação para melhores atendimentos.
Durante a 11ª Conferência Nacional de Assistência Social realizada em 2017, foi lançada a campanha “SUAS sem Racismo”, com o objetivo de conscientizar e combater o preconceito institucional na rede de proteção social. A campanha configura-se “na construção de que somos diferentes, temos que ser respeitados em nossas diferenças e em nossas particularidades e de que somos contra o racismo em suas diferentes formas”.
Conheça os materiais do SUAS e do CFP sobre combate ao racismo
Relações Raciais: Referências Técnicas para atuação de psicólogas/os