
O Conselho Federal de Psicologia (CFP) sediou na quinta-feira (30), em Brasília/DF, o 1º Seminário Nicolas Augusto: saúde mental das pessoas trans no Brasil, iniciativa da Rede Nacional de Pessoas Trans do Brasil (Rede Trans).
Antes de dar início à mesa sobre dados e mecanismos de monitoramento do autoextermínio de pessoas trans e travestis no Brasil, o seminário prestou homenagem ao militante dos direitos humanos e integrante da Rede Trans, Nicolas Augusto, que morreu em setembro de 2024.
O encontro colocou em foco o avanço das visões conservadoras e fundamentalistas e os desafios no acesso digno e igualitário da população trans aos serviços ofertados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O diálogo contou com a participação do conselheiro do CFP Gabriel Figueiredo, que destacou o compromisso da Psicologia com os direitos dessa população e a participação da Autarquia em uma série de atividades no marco da visibilidade trans.
“Nós dialogamos sobre a atuação da Psicologia no Sistema Único de Saúde, a questão da laicidade do Estado e dos direitos da população trans que têm sido violados no Brasil e no mundo”, destacou o conselheiro federal.
O representante da Comissão de Direitos Humanos do Conselho Federal de Psicologia (CDH/CFP), Alexander Oliveira, também participou do seminário, que reuniu movimentos sociais, especialistas e ativistas na defesa e promoção de direitos.
Semana de atividades
Tendo como marco o Dia Nacional da Visibilidade Trans, 29 de janeiro, o CFP também fez parte de agendas realizadas entre 25 e 27, dedicadas a reflexões sobre a garantia de direitos de pessoas trans e travestis, o respeito à diversidade de gênero e o enfrentamento à transfobia no Brasil.
Além de sediar o 1º Seminário Nicolas Augusto: saúde mental das pessoas trans no Brasil, o CFP, representado pela Comissão de Direitos Humanos (CDH), esteve presente no Encontro de Parlamentares Trans (EleiTrans), na II Marcha Nacional Pela Visibilidade Trans e nos seminários Representação e Representatividade TransPolíticas e Transmasculinidades Negras, ambos realizados na Câmara Federal.
Alexander Oliveira, representante da CDH/CFP, ressaltou que a Psicologia tem como compromisso ético estar integrada à defesa dos direitos humanos e pontuou que atuar nesses espaços deliberativos e construtivos é essencial para entender as especificidades da situação psicossocial da comunidade trans.
“Acompanhamos a agenda da Semana da Visibilidade Trans para entender as demandas das trans masculinidades negras, das travestis, dos homens trans e da comunidade trans em geral. Porque quando dialogamos sobre a comunidade trans, estamos falando de raça, de território, de negritude e entendendo todas essas interseccionalidades”, destacou.