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12/12/2018 - 15:58

Diálogo Digital vai abordar proteção e respeito às pessoas com HIV

Evento reforça a solidariedade, a compreensão, a tolerância e a compaixão com mais de 800 mil pessoas que vivem com Aids no Brasil

Fonte: GCom/CFP
Diálogo Digital vai abordar proteção e respeito às pessoas com HIV

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) vai realizar na próxima semana, dia 20 de dezembro, às 16h, o Diálogo Digital: a Psicologia em proteção e pelo respeito às pessoas com HIV. A atividade marca o Dia Internacional da Luta contra a Aids, comemorado anualmente em 1º de dezembro e será transmitida ao vivo pelo site do www.cfp.org.br.

Você pode participar do diálogo enviando perguntas para o e-mail comunica@cfp.org.br. Aproveite e confirme sua presença pelo facebook e ajude a divulgar o evento utilizando a hashtag #DiálogosCFP nas redes sociais.

Participam desta edição o psicólogo com experiência em Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) e Aids, Direitos Humanos da população LGBT e pessoas vivendo com HIV e Aids, Theofilo Gravinis; a diretora técnica do Núcleo de Populações Vulneráveis da gerência de Prevenção do programa Estadual de DST Aids, Fabíola Santos Lopes; e a consultora técnica em Assistência e Tratamento, do Departamento de IST, HIV/Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, Paula Emília Adamy.

Sob o olhar da Psicologia, falar sobre viver com HIV é falar sobre afetividade, garantia de direitos e reconhecer o momento do luto e a hora da ressignificação. É também reconhecer a importância da presença da sociedade civil organizada na participação de propostas e manutenção de políticas públicas para pessoas que vivem com HIV.

No Brasil, segundo o último boletim epidemiológico do Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST), do HIV/Aids e das hepatites virais, no período de 2000 até junho de 2017, foram notificadas 108.134 gestantes infectadas com HIV. Portanto, essa informação mostra a necessidade de manter ativos os espaços de diálogo sobre direitos sexuais e reprodutivos das mulheres, pois a epidemia de HIV/Aids evidencia um número significativo de mulheres infectadas com HIV, com práticas sexuais heterossexuais, que em sua maioria relatam viver relações monogâmicas com seus parceiros, e que muitas vezes também são vítimas de violência doméstica.

Outra constatação, segundo o mesmo boletim, é o aumento de novos casos entre a população de jovens e jovens adultos. No período de 2007 a 2017, o que se refere às faixas etárias, observou-se que a maioria dos casos de infecção pelo HIV encontra-se entre pessoas de 20 a 34 anos, com percentual de 52,5% dos casos.

Todos esses números, entretanto, poderiam ser bem maiores, pois o que fez toda a diferença no crescimento e no perfil da epidemia de HIV/Aids no Brasil, foi o avanço nos últimos 10 anos das políticas públicas e campanhas que buscavam reduzir o estigma e o preconceito. Houve também o aumento de recursos para capacitações de profissionais do Sistema Único de Saúde (SUS), o investimento no diagnóstico precoce com uso de novas tecnologias, como o teste rápido e o fluido oral, e o aumento de novos serviços especializados em IST e Aids em todo Brasil.

Com isso, entre muitos desafios que a epidemia de HIV e Aids, é urgente a manutenção das políticas públicas relacionadas aos programas de IST e Aids, tanto nos municípios como nos estados, pois uma política de saúde que investe na autonomia das pessoas e não no policiamento dos corpos, oferece uma maior possibilidade de sucesso de seus resultados. Também é necessária a continuidade das equipes multiprofissionais, a ampliação dos espaços de diálogo, o respeito e o reconhecimento de profissionais da Psicologia que atuam na linha de frente do enfrentamento a epidemia de HIV e Aids.

O Dia Mundial de Luta contra a Aids foi criado durante Assembleia Mundial de Saúde, em outubro de 1987, com apoio da Organização das Nações Unidas (ONU). No Brasil, a data passou a ser adotada a partir de 1988, após publicação de portaria assinada pelo Ministério da Saúde. Em outubro de 2017, foi aprovada pelo Senado Federal a Lei 13.504, que instituiu a Campanha Nacional de Prevenção ao HIV/Aids e outras infecções sexualmente transmissíveis. O laço vermelho, símbolo da campanha, é muito popular e reconhecido em todo o mundo. Foi escolhido devido a sua associação ao sangue e à ideia de paixão, afirma Frank Moore, do grupo Visual Aids, e inspirado no laço amarelo que honrava os soldados americanos na Guerra do Golfo.

Aqui no Brasil, o dia 1° de dezembro, Dia Mundial de Luta contra a Aids, é uma data que marca a luta e resistência, momento unir forças a favor da vida de mais de 800 mil pessoas que vivem com HIV no país: homens, mulheres, crianças, idosos, jovens, heterossexuais, bissexuais e homossexuais que vivem com HIV.

Conheça as(os) participantes convidadas(os) desta edição do Diálogo Digital:

Theófilo Gravinis

Psicólogo clínico com formação em Psicodrama, especialista em Gestão em Saúde – Fundação Oswaldo Cruz (RJ). Experiência em IST e Aids, Direitos humanos da População LGBT e Pessoas Vivendo com HIV e Aids. É professor visitante da Escola de Saúde Publica do Ceará. Experiência profissional no SUS e SUAS, ex conselheiro do CRP- 11 e atuação de consultoria junto a Unicef.

Fabíola Santos Lopes

Psicóloga atuou por 15 anos na Secretaria Estadual de Desenvolvimento Social, estando a frente do Departamento de Proteção Social Especial na implantação do Suas no Estado de São Paulo. Atualmente é diretora técnica do Núcleo de Populações Vulneráveis, da gerência de Prevenção do programa Estadual de DST Aids, sendo interlocutora das questões que afetam a população LGBTI. É também representante da Secretaria de Estado da Saúde no Comitê Intersecretarial para a Diversidade Sexual e no Conselho Estadual dos Direitos da População LGBT.

Paula Emília Adamy

Psicóloga Sanitarista graduada em Psicologia pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos, pós-graduada em Residência Multiprofissional em Saúde Coletiva e em Saúde Coletiva com ênfase em Atenção Básica e Redução de Danos pela Escola de Saúde Pública do Rio Grande do Sul. Possui especialização em Educação Permanente em Saúde e é mestre em Psicologia Social e Institucional pelo Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social e Institucional, pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). É consultora técnica para a área de Assistência e Tratamento, do Departamento de IST, HIV/Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde.