O novo Plano de Carreiras, Cargos e Salários (PCCS) do corpo funcional do Conselho Federal de Psicologia (CFP) foi apresentado na quinta-feira (20/2) pelo Grupo de Trabalho (GT) formado por sete funcionários da autarquia e pelo Sindicato os Empregados em Conselhos e Ordens de Fiscalização Profissional e Entidades Coligadas e Afins do Distrito Federal (Sindecof-DF). A proposta foi bem recebida pela diretoria do XVI Plenário do CFP, iniciado em janeiro de 2014, que analisará o documento.
O Plano tem o intuito de atrair, reter e aprimorar talentos profissionais de acordo com as competências necessárias para cada cargo, e ao mesmo tempo criar condições motivacionais e de melhoria da autoestima do funcionário, oportunizando o desenvolvimento profissional e a melhoria da remuneração do trabalho.
O processo de construção do documento, que começou em abril de 2013, contou com quatro etapas: ambientação e entendimento da realidade organizacional; análise do realinhamento institucional e desenvolvimento da missão; objetivos e valores; elaboração do plano de cargos e salários; implantação, acompanhamento e avaliação do novo PCCS.
Para o representante do Sindecof-DF, Douglas de Almeida, o principal diferencial do plano é que a instituição passou a dialogar com os funcionários com o intuito de superar os desafios administrativos da autarquia. Ele ressaltou que a apresentação de uma proposta elaborada pelos funcionários representa um marco para a instituição.
“Acredito que essa mudança de paradigma é um grande avanço, mas não podemos perder de vista que será necessário caminhar bastante para fazermos do CFP o melhor Conselho deste País”, estima Almeida.
O GT defende que o Plano proporcionará maior equidade interna, garantirá uma carreira efetiva para o corpo de funcionários, incentivando a busca por qualificação profissional. “A abertura do diálogo constitui o primeiro passo para o reconhecimento funcional e a consequente melhoria do ambiente organizacional”, ressalta um trecho do documento elaborado pelo grupo.
O PCCS foi referenciado nos planos dos conselhos federais, como o de Enfermagem (Cofen), Medicina (CFM), Contabilidade (CFC), Administração (CFA), Engenharia e Agronomia (Confea).
Negociação
O coletivo de funcionários do CFP reivindica a implantação de um novo Plano de Cargos e Salários desde 2006. O intuito desde então era a obtenção de uma remuneração justa, equilibrada e transparente, em consonância com os outros Conselhos de Classe.
Apesar das constantes tentativas do coletivo de negociar mudanças nas carreiras do CFP, previstas em diversos acordos coletivos de trabalho e resoluções, a instituição priorizava mudanças de cunho unilateral, sem consulta prévia aos funcionários.
Uma proposta de PCCS foi apresentada na última semana da antiga gestão do CFP, o XV Plenário, em dezembro de 2013, mas foi amplamente rejeitada pelos funcionários especialmente por conta das desigualdades salariais, incoerência na distribuição de carreiras e previsão de demissão dos servidores sem Processo Administrativo Disciplinar (PAD).
A gestão do XVI Plenário adianta que esse cenário está prestes a mudar, já que uma das bandeiras levantadas pela nova diretoria é a valorização do corpo funcional do CFP. Antes de ser aprovado, o documento passará pela análise da diretoria, que poderá fazer algumas sugestões à minuta apresentada pelo GT.