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04/10/2021 - 12:14

Nota de pesar: Gregório Franklin Baremblitt

Baremblitt foi movido pela inquietação daqueles que não se contentam com o conforto garantido pelo reconhecimento dado aos especialistas consagrados

Nota de pesar: Gregório Franklin Baremblitt

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) lamenta o falecimento de Gregório Franklin Baremblitt. Psiquiatra argentino com vasta contribuição para a Psicologia brasileira, dedicou sua vida e trabalho aos grupos e coletivos – sempre tentando expandir sua atuação às fronteiras da saúde mental com a Política, a Sociologia, a Filosofia, a Arte e, também, com os saberes populares. 

Gregório Baremblitt migrou para o Brasil na década de 70, buscando sobreviver à ditadura militar em seu país.  Sua trajetória pessoal, intelectual e profissional está intimamente relacionada às iniciativas e movimentos que participou. Com um olhar generoso e, ao mesmo tempo, rigoroso sobre os saberes e os fazeres do mundo contemporâneo, rendeu uma ampla produção intelectual e diversas ações nos planos de coletivos diversos.

Propositor do chamado Esquizodrama, introduziu no país autores como Deleuze e Guattari. Sua produção abarca distintos domínios: psicanálise, saúde mental, psicologia de grupos, análise institucional, socioanálise, política, esquizoanálise, dentre outras. 

Contribuiu ainda com suas produções para o movimento sindical, Federação Nacional dos Psicólogos (FENAPSI), sobre a atualização da Psicologia Social para a Associação Brasileira de Psicologia Social (ABRAPSO) e referentes à epistemologia, clínica, saúde mental e institucionalismo na importante coleção Saúdeloucura.

Baremblitt  apontou o movimento antimanicomial como potência institucional que inspirou inúmeros profissionais de Psicologia em seu fazer cotidiano. Fundou, no Rio de Janeiro, com um grupo de outros profissionais, o Instituto Brasileiro de Psicanálise, Grupos e Instituições (Ibrapsi) e, mais tarde, na década de 80, em Uberaba (MG), a Fundação Gregório Baremblitt, uma organização de saúde mental. 

Na política, na pesquisa e na vida, Baremblitt incentivou, e continuará incentivando, novas práticas e novos processos de subjetivação.