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15/09/2015 - 15:42

“Por que ainda existem manicômios?” é tema de primeiro debate de Seminário em Brasília

Fátima França, Virgílio de Mattos e Cristina Rauter responderam à questão, além de perguntas dos presentes sobre o tema

“Por que ainda existem manicômios?” é tema de primeiro debate de Seminário em Brasília

A existência dos manicômios foi tema da primeira mesa de debates do Seminário “A desconstrução da lógica manicomial – construindo alternativas”. A coordenadora do curso de Especialização em Psicologia Jurídica do Instituto Sedes Sapientiae, Fátima França, o professor e coordenador do Curso de Direito do Centro de Ensino Superior de São Gotardo (CESG), Virgílio de Mattos, e a professora da Universidade Federal Fluminense (UFF), Cristina Rauter, tiveram como provocação responder à questão: “Por que ainda existem manicômios?”.

Após apresentação feita pela mediadora Fátima França, a professora Cristina Rauter traçou um histórico dos manicômios, fazendo um paralelo entre essas instituições, a escravidão no Brasil e um desejo de punição das sociedades. Como militante da luta antimanicomial, Rauter acredita que “é necessário criar novas maneiras, novas ondas, para envolver as pessoas nessa luta”, aponta.

Já o professor Virgílio de Mattos ressaltou que os manicômios precisam “desaparecer porque eles estão apodrecidos” e sugeriu propor um encaminhamento pela anistia de presos e presas que não tenham cometidos crimes violentos. Para ele, as instituições prisionais só existem “porque ainda temos uma sociedade debilitada focada no sistema de classes, onde o lugar de prender os portadores de sofrimento mental, o jovem pobre, o jovem negro, é a prisão”. Para Mattos, não há diferença entre um campo de concentração nazista e um manicômio, já que não se respeitam direitos legais, regras básicas de direitos humanos e nem de higiene.

Confira a entrevista com a professora Cristina Rauter: