Duas experiências exitosas de trabalho com usuários de álcool e outras drogas foram apresentadas na mesa “Práticas de cuidado em álcool e outras drogas – clínica do (im)possível”, realizada pelo CFP na manhã desta sexta (15) durante o 9º Congresso Norte-Nordeste de Psicologia (Conpsi).
A psicóloga Raquel Barros, criadora da Associação de Formação e Reeducação Lua Nova, apresentou a instituição, que está em atividade há mais de 10 anos no município de Sorocaba (SP) e desenvolve ações com mulheres em situação de vulnerabilidade com foco na questão da drogadição e da exclusão grave. O espaço conta com centros de profissionalização, geração de renda e Incubação, e preconiza a lógica de empoderamento no processo de acolhida, em detrimento da ideia de tratamento. “A pessoa não é vista como sujeito passivo, mas considerada com suas potencialidades, passando a atuar como colaboradora das ações e participante de seus processos. As mudanças das pessoas não estão do consultório do psicólogo, estão no seu dia a dia”, pontua.
O Projeto de Braços Abertos, implementado pela Prefeitura de São Paulo para a população em situação de rua da região central da cidade conhecida como Cracolândia, foi apresentado por Teresa Endo, assistente técnica da área de Saúde Mental. O projeto parte do resgate social dos usuários de crack por meio de trabalho remunerado, alimentação e moradia, com orientação de intervenção não violenta e foco no estímulo ao desenvolvimento social cidadão. Nessa perspectiva, o tratamento de saúde é uma consequência das etapas anteriores, e não condição prévia imposta para participação. “A pessoa não é obrigada fazer tratamento, não é uma moeda de troca. A pessoa vem com a demanda e a gente atende. A proposta é quebrar vários muros construídos há milênios sobre o que é tratar uma pessoa em saúde”, explica.
Confira abaixo vídeo sobre a atividade: