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02/10/2025 - 19:09

Psicologia em defesa da proteção de direitos

Psicologia em defesa da proteção de direitos

Em diálogo com os Princípios Fundamentais do Código de Ética Profissional, o Conselho Federal de Psicologia (CFP) publicou posicionamento no qual manifesta preocupação diante da situação de civis palestinos na Faixa de Gaza, expostos há décadas a atos violentos por parte do Estado de Israel.

“Fundamentado no Direito Humanitário Internacional, o Plenário do CFP reconhece como legítimas as iniciativas de ajuda humanitária empreendidas pela Global Sumud Flotilla, missão pacífica e não violenta composta por centenas de voluntários de 44 países, entre eles dezenas de civis brasileiros, que se dirigia em uma frota de barcos carregados de fórmulas infantis, alimentos, medicamentos e trabalhadores da saúde, rumo à Faixa de Gaza”, destaca o texto.

Diante da interceptação da flotilha pelas forças de defesa israelenses na noite de ontem (01), o Conselho Federal de Psicologia acompanha o Governo Brasileiro na condenação dessa ação militar desproporcional por parte de Israel, que coloca em risco a integridade física e emocional dos voluntários – entre eles parlamentares brasileiros – em ação pacífica.

“Nesta esteira, o CFP coloca-se à disposição das psicólogas brasileiras residentes e em atuação profissional, neste momento, em organizações humanitárias internacionais na Palestina, para orientações e retaguarda institucional no que se refere ao exercício profissional humanitário da Psicologia neste contexto”.

Confira a íntegra do posicionamento:

O XIX Plenário do Conselho Federal de Psicologia, em diálogo com os Princípios Fundamentais do Código de Ética Profissional do Psicólogo (Resolução CFP 010/2005), manifesta aguda preocupação diante da situação de civis palestinos na Faixa de Gaza, expostos há décadas a atos violentos por parte do Estado de Israel. Tais ações repercutem emocionalmente não apenas sobre o povo palestino, em seu território ocupado e em diáspora pelo mundo, mas também sobre o conjunto da sociedade, reatualizando traumas geracionais e históricos de outros processos genocidários, como o infligido no Holocausto judeu, e também contra armênios, congoleses, ruandeses, povos africanos escravizados, povos indígenas originários no Brasil, entre outros.

Fundamentado no Direito Humanitário Internacional, o Plenário do CFP reconhece como legítimas as iniciativas de ajuda humanitária empreendidas pela Global Sumud Flotilla, missão pacífica e não violenta composta por centenas de voluntários de 44 países, entre eles dezenas de civis brasileiros, que se dirigia em uma frota de barcos carregados de fórmulas infantis, alimentos, medicamentos e trabalhadores da saúde, rumo à Faixa de Gaza.

Diante da interceptação da flotilha pelas forças de defesa israelenses na noite de ontem (01), o CFP acompanha o Governo Brasileiro na condenação dessa ação militar desproporcional por parte de Israel, que coloca em risco a integridade física e emocional dos voluntários – entre eles parlamentares brasileiros – em ação pacífica. O Conselho compreende como imperiosa a permissão, por parte da potência ocupante, para a entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza, a fim de interromper o quadro de fome generalizada que aflige, em especial, mulheres, crianças e idosos palestinos.

Nesta esteira, o Conselho Federal de Psicologia coloca-se à disposição das psicólogas brasileiras residentes e em atuação profissional, neste momento, em organizações humanitárias internacionais na Palestina, para orientações e retaguarda institucional no que se refere ao exercício profissional humanitário da Psicologia neste contexto.

O CFP conclama a categoria profissional à manifestação ética em defesa da humanidade de civis palestinos e israelenses, reconhecendo as violências étnicas e culturais a que estão expostas, neste momento, comunidades árabes, muçulmanas e judias no Brasil e em todo o mundo. Também exorta à adoção de práticas de acolhimento ao sofrimento social decorrente dessas experiências, em todos os campos de atuação profissional da Psicologia.

O XIX Plenário do CFP recusa o silêncio diante da limpeza étnica do povo palestino e soma-se aos movimentos e organismos internacionais de exortação por um cessar-fogo imediato, pela interrupção da limpeza étnica e do genocídio, e pelo rompimento do cerco ilegal que busca isolar Gaza da solidariedade do mundo.