Documentário “Criança, a alma do negócio” discute publicidade dirigida à criança

Produzido em 2008, o documentário “Criança, a alma do negócio”, dirigido por Estela Renner, reflete sobre como a publicidade influencia o comportamento da criança e mostra como no Brasil ela se tornou a alma do negócio para a publicidade.
De acordo com o documentário, a indústria descobriu que é mais fácil convencer uma criança do que um adulto, então, as crianças são bombardeadas por propagandas que estimulam o consumo e que falam diretamente com elas. A coordenadora de pesquisa e mestre em sociologia Inês Silva Sampaio explica que a maior dificuldade dos pais é que eles conversam com os filhos de vez em quando e a publicidade fala com a criança todos os dias.
Proposta levada pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP), o fim da publicidade dirigida às crianças, foi aprovada por unanimidade na 1ª Conferência Nacional de Comunicação (Confecom), realizada entre os dias 14 e 17 de dezembro de 2009, em Brasília.

Assista aqui o vídeo.

Nota do CFP em resposta à matéria do portal iTodas

Em relação à matéria “Terapia online – Os prós e contras de uma nova realidade que tem ajudado muita gente”, (http://itodas.uol.com.br/Portal/final/materia.aspx?canal=370&cod=8115), publicada na página “itodas”, o Conselho Federal de Psicologia informa que, ao contrário do que foi publicado, esta autarquia federal não autoriza psicólogos e terapeutas a realizarem atendimento psicoterápico pela internet.

A Resolução no. 12/2005, citada no texto, regulamenta duas possibilidades para o atendimento via internet:

– realizar pesquisas sobre o atendimento psicoterapêutico mediado pelo computador que, por ser prática ainda não reconhecida pela Psicologia, pode ser utilizado em caráter experimental, desde que sejam garantidas diversas condições explicitadas no Art. 1o da Resolução 12/2005, abaixo transcrita.

– são reconhecidos os serviços psicológicos mediados por computador, desde que não psicoterapêuticos, tais como orientação psicológica e afetivo-sexual, orientação profissional, orientação de aprendizagem e Psicologia escolar, orientação ergonômica, consultorias a empresas, reabilitação cognitiva, ideomotora e comunicativa, processos prévios de seleção de pessoal, utilização de testes psicológicos informatizados com avaliação favorável de acordo com Resolução CFP N° 002/03, utilização de softwares informativos e educativos com resposta automatizada, e outros, desde que pontuais e informativos e que não firam o disposto no Código de Ética Profissional do Psicólogo e nesta Resolução. O Art. 6º. da Resolução 12/2005 define, em sete artigos, o processo para o reconhecimento.

Tal restrição ao uso de psicoterapia pela internet justifica-se por não haver, ainda, comprovação da efetividade do tratamento, sendo necessárias mais pesquisas sobre a prática até que seja regulamentada.

Em ambos os casos, o psicólogo precisa submeter ao Conselho Federal de Psicologia solicitação de selo, isto é, uma credencial de autenticação eletrônica que ateste que a oferta de alguns serviços foi autorizada pelo CFP.

Informamos, outrossim, que o número de sites que já receberam autorização para a segunda modalidade é de 62, e não 10, conforme afirma-se no texto.

 

Publicação Seminário Preparatório para a 1ª Conferência Nacional de Comunicação: Contribuições da Psicologia está no ar

Está disponível no site do Conselho Federal de Psicologia a publicação do Seminário Preparatório para a 1ª Conferência Nacional de Comunicação: Contribuições da Psicologia, realizado em Brasília, entre os dias 23 e 25 de julho deste ano.

As propostas da Psicologia para a Confecom têm como princípio a necessidade de controle social dos meios de comunicação e buscam a regulação de temas como a publicidade para crianças, a de bebidas alcoólicas, a utilização de imagem das pessoas no apelo ao consumo e a mídia e as relações com o trânsito.

Para acessar, clique aqui.


Conheça dois novos vídeos sobre as propostas da Psicologia para a 1a. Confecom

Estão disponíveis dois novos vídeos com temas que a Psicologia quer debater na 1a. Conferência Nacional de Comunicação Social (Confecom)

Pelo fim da publicidade dirigida às crianças
http://www.youtube.com/watch?v=_Qat3RRQJ20

Mídia e Trânsito
http://www.youtube.com/watch?v=H7D0HZxTKiQ

Conheça a página do Conselho Federal de Psicologia no YouTube:
http://www.youtube.com/user/confederalpsicologia

 

 

Entrevista com o professor Dênis de Moraes sobre novo marco regulatório para mídia na argentina

A nova Lei de Serviços de Comunicação Audiovisual, aprovada dia 10 de outubro de 2009 pelo Congresso argentino vem gerando debates.

As críticas foram encabeçadas pela Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), que pede sua revisão por considerá-la “indício de deterioração da liberdade de imprensa nas Américas”, com consequências negativas “para a liberdade, a diversidade e a sustentabilidade dos meios de comunicação”.

Para o jornalista Venício A. de Lima, a lei é falsamente polêmica. “Ela foi amplamente debatida, passou pelo Congresso”, analisa. Após 200 alterações durante a tramitação, foi aprovada na Câmara dos Deputados daquele país com 146 votos a favor, 3 contra e 3 abstenções. No Senado, obteve 44 votos a favor e 24 contra.

O professor da Universidade Federal Fluminense, Dênis de Moraes, autor do livro A Batalha da Mídia, que trata das transformações políticas recentes na América Latina e analisa a comunicação como campo de lutas entre diferentes propostas hegemônicas, concede entrevista ao Federal sobre o tema. Ele avalia que a lei é uma das mais avançadas do mundo na regulação dos meios de comunicação.

1)      Qual a avaliação que o senhor faz da lei?
A Lei de Serviços de Comunicação Audiovisual da Argentina é uma das mais avançadas do mundo, atualmente, em termos de regulação democrática dos meios de comunicação. Elaborada por iniciativa da presidenta Cristina Kirchner a partir de consultas públicas a organismos da sociedade civil, visa coibir a concentração midiática, aumentar o controle público sobre a radiodifusão e diversificar as fontes de produção e veiculação.

2)      No contexto de transformações na América Latina qual o significado da aprovação dessa lei?
Significa que é plenamente viável um governo progressista mobilizar e consultar a sociedade civil para que se alcancem marcos regulatórios democráticos no setor de comunicação. Isso depende, fundamentalmente, de vontade e determinação políticas tanto para se propor modificações profundas das leis vigentes quanto para obter apoio na opinião pública e conseguir aprová-las nos parlamentos.

3)      A lei é reflexo dos governos progressistas da América Latina?
Sem dúvida. A América Latina vem passando, nos últimos anos, por mudanças políticas, econômicas e culturais conduzidas por governos eleitos com a bandeira da justiça social e da inclusão das massas em processos de desenvolvimento. Pela primeira vez, políticas públicas de comunicação são incluídas nas agendas de prioridades de vários países, com o propósito de deter a aguda concentração da mídia nas mãos de um número reduzido de corporações e diversificar os sistemas de difusão. As iniciativas, cujas intensidades variam de país para país, visam renovar marcos regulatórios, revigorar a comunicação pública, apoiar meios alternativos e comunitários e fomentar a produção audiovisual independente.

4)      Quais são os pontos polêmicos da lei?
A lei engloba um conjunto de medidas de profundo sentido antimonopólico e descentralizador dos setores de comunicação e informação. Tem o apoio público e enfático de segmentos importantes da sociedade civil argentina, como centrais sindicais, Igreja, movimentos dos direitos humanos, universidades, associações profissionais, federação de jornalistas, artistas e intelectuais, entidades estudantis, etc. A sua aprovação pelo Congresso argentino é uma vitória da consciência democrática latino-americana. A polêmica a respeito da lei foi criada, deliberadamente, pela chamada grande mídia e pelas elites conservadoras, que repelem a democratização da comunicação e da vida social, pois isso implica perderem conveniências e privilégios históricos.

5)      E quais os aspectos positivos?
A lei proíbe que licenças de rádio e TV sejam dadas a políticos e detentores de cargos públicos. Cada empresa só poderá dispor de, no máximo, dez concessões em televisão aberta ou a cabo (atualmente, esse limite é de 24 outorgas). O prazo das licenças será diminuído de 15 para 10 anos, com exigências mais rígidas para concessão e renovação de outorgas, sendo instituídas, obrigatoriamente, audiências públicas nos locais de prestação de serviço das emissoras para avaliar seus desempenhos. A lei inova também ao definir, em condições equitativas, três tipos de prestadores de serviços de radiodifusão: a gestão estatal (meios públicos), a gestão privada com fins lucrativos e a gestão privada sem fins lucrativos (organizações não-governamentais, entidades sociais, universidades, sindicatos, fundações).  Para evitar a concentração dos meios locais, um mesmo concessionário não poderá operar mais de uma licença em freqüência de rádio AM e mais de duas em FM. O excesso de conteúdos estrangeiros nos veículos será coibido: no rádio, por exemplo, 30% do que for veiculado deve ser de origem argentina. Quando as emissoras funcionarem em cidades com mais de 600 mil habitantes, a produção nacional deverá responder por 60% da programação. A lei impede a propriedade cruzada dos meios: empresas de radiodifusão não poderão operar distribuidoras de TV a cabo em uma mesma localidade e vice-versa. A fiscalização das medidas caberá a um novo órgão de regulação, a Autoridade Federal de Serviços de Comunicação Audiovisual, que terá poderes para aplicar sanções em caso de violação da lei, sob supervisão judicial. A Defensoria do Público receberá e apurará denúncias e reclamações relacionadas à mídia, além de representar os interesses do público e da comunidade, isolada ou conjuntamente, em  recursos administrativos ou judiciais.


6)      Sem generalizar, mas até pelo que o senhor expõe no livro, a chamada grande mídia não apoia os governos ditos progressistas. Essa regulamentação seria reflexo da briga entre a grande mídia e os governos progressistas?
Como salientei antes, os obstáculos às iniciativas democratizadoras no campo da comunicação encontram tenazes opositores nas elites políticas, econômicas e midiáticas. As corporações de mídia resistem a se submeter a restrições legais que afetem a autonomia conquistada em décadas de cumplicidade com sucessivos governos. Revidarão toda vez que forem arranhadas sua presunção de refletir a vontade geral e seus interesses políticos e suas metas mercadológicas.

7)      Tentativas de instituir marcos regulatórios para as comunicações na maioria das vezes sofre pressões e são alvos de críticas de alguns setores. Qual o perigo dessa situação?
As resistências e pressões contra marcos regulatórios democráticos podem ser avaliadas nas campanhas orquestradas contra uma maior interferência do Estado, sobretudo, nos rumos da radiodifusão. Não é difícil entender o que se oculta no discurso enganoso da mídia em favor da “liberdade de expressão”: as outorgas de rádio e televisão constituem as jóias da coroa, em termos de faturamento, dos grupos empresariais. Daí a reação sistemática contra medidas legais que garantam equanimidade, lisura, transparência e fiscalização no regime de concessões de canais. Sob alegação de que exerce uma hipotética função social específica (informar a coletividade), a mídia não quer submeter-se a freios de contenção e se põe fora do alcance das leis e da regulação estatal, em favor de seus históricos privilégios. A opinião pública é induzida ao convencimento de que só tem relevância aquilo que os meios divulgam. Não somente é uma mistificação, como permite, perigosamente, a absorção de tarefas, funções e papéis tradicionalmente desempenhados por instâncias representativas da sociedade. A mídia sente-se desimpedida para selecionar as vozes que devem falar e ser ouvidas – geralmente aquelas que não ameaçam suas conveniências políticas e metas mercadológicas. O controle ideológico dificulta a interferência de outras vozes no debate de soluções para os problemas coletivos, já que se procura neutralizar visões alternativas e questionadoras, principalmente as que se opõem à supremacia do mercado como âmbito de regulação de demandas sociais.

8)      Por fim, como o senhor enxerga a questão da regulamentação da mídia aqui no Brasil?
Trata-se de uma questão urgente e crucial. Não é possível que nosso país continue com uma das mais anacrônicas  legislações de comunicação da América Latina. Estamos, lamentavelmente, na retaguarda do atraso. Isso também tem a ver com a inércia do governo Lula diante de problema tão grave. Em sete anos de seus dois dois mandatos, praticamente nada foi feito para modificar as leis que regem a radiodifusão, por exemplo. Continuamos submersos no que o professor Venício Lima chama de “coronelismo eletrônico” – a influência de interesses políticos clientelistas, claros ou dissimulados, no sistema de concessão de outorgas de licenças de rádio e tv. Penso que é essencial aumentar o grau de organização e de articulação de entidades e segmentos da sociedade civil que lutam pela democratização da comunicação, bem como buscar meios mais efetivos e conseqüentes de esclarecimento e convencimento da opinião pública sobre a relevância da comunicação para o desenvolvimento humano em bases igualitárias. Esses esforços me parecem decisivos, sobretudo para intensificar a pressão organizada de áreas reivindicantes da sociedade civil sobre os poderes públicos, e assim, no curso de persistentes campanhas e longas batalhas, construir, gradualmente, uma outra comunicação no país. Mas não percamos de vista que enfrentamos e enfrentaremos inimigos poderosos, inclusive ramificados nas instituições hegemônicas. Daí a necessidade de avançarmos também no plano das mobilizações e campanhas permanentes, tanto para exigir e cobrar providências aos poderes públicos quanto para esclarecer a opinião pública sobre a necessidade urgente de políticas públicas que protejam e promovam o interesse coletivo contra ambições monopólicas privadas.

Seminário Nacional do Ano da Educação: publicação está disponível

Está disponível no site do Conselho Federal de Psicologia a publicação do Seminário Nacional do Ano da Educação, que foi realizado em Brasília, entre os dias 24 e 26 de abril deste ano, com o objetivo de sistematizar as ações e as discussões coletivas realizadas durante 2008, escolhido como o Ano da Educação e que teve como tema “Psicologia: profissão na construção da educação para todos”.

Uma das propostas do seminário foi aprofundar as discussões sobre a política educacional brasileira, a fim de qualificar o psicólogo para mais bem compreender a complexidade do sistema educacional atual. Nesse sentido, foram feitos levantamentos das práticas realizadas por psicólogos que atuam no campo escolar, enfatizando as dimensões do compromisso social e da educação inclusiva em busca de uma escola democrática, além da sistematizar e publicar referências produzidas pelo Sistema Conselhos de Psicologia durante o Ano da Educação.

 

 

Secretaria de Pesquisa e Opinião Pública do Senado realiza enquete sobre PL do Ato Médico

A Secretaria de Pesquisa e Opinião Pública (Sepop) do Senado Federal realiza enquete sobre o PL do Ato Médico.

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) reafirma sua posição sobre o PL do Ato Médico (nº. 7703/06), questionando-o por manter, no texto aprovado pela Câmara dos Deputados em 21 de outubro, seu vício de origem, que é colocar em risco o cuidado integral à saúde preconizado pela Constituição Federal para o SUS, uma das grandes conquistas do povo brasileiro após a redemocratização do país.
A atenção à saúde deve continuar sendo realizada pelo conjunto de profissões da saúde, garantindo ao usuário do SUS a atenção multiprofissional e interdisciplinar e o direito a uma atenção à saúde que leve em conta as diversas determinantes dos processos de saúde e doença.
O Conselho Federal de Psicologia apoia a iniciativa de regulamentação profissional da medicina. Contudo, não se pode ferir a autonomia de outras profissões.
Participe e vote contra o engessamento do trabalho multiprofissional e interdisciplinar na saúde!
Para participar, clique aqui.

VII Conferência Nacional de Assistência Social debate situação da área

 

Acontece entre os dias 30 de novembro e 3 de dezembro de 2009, em Brasília, a VII Conferência Nacional de Assistência Social. Com o tema Participação e Controle Social no SUAS (Sistema Único de Assistência Social) objetiva avaliar a situação atual da Assistência Social e propor novas diretrizes para o seu aperfeiçoamento.
“A VII Conferência Nacional de Assistência Social vai discutir a participação popular e a forma que os usuários da política de Assistência Social têm para debater, aprofundar, colocar questões e sugestões para aprimoramento da Política Nacional de Assistência Social”, destaca Marcia Maria Biondi Pinheiro, presidente do Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS).
O SUAS é uma deliberação da IV Conferência Nacional de Assistência Social, ocorrida em 2003. Passa a organizar ações e serviços em todo o território nacional, por meio da articulação e provimento de ações em dois níveis de atenção: Proteção Social Básica e Proteção Social Especial. A estrutura de gestão são os Centros de Referência da Assistência Social (CRAS) e Centros de Referência Especializados da Assistência Social (CREAS) espaços físicos localizados estrategicamente em áreas de risco social.
Conheça a publicação do CREPOP sobre Referênciais Técnicas para atuação do (a) psicólogo (a) no CRAS/SUAS, clique aqui.