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19/04/2016 - 16:30

Conbipe se encerra com cerca de 500 participantes

Encerramento incluiu apresentação do 14º Congresso Mundial de Psicologia do Esporte e do Exercício, marcado para 2017, na Espanha

Conbipe se encerra com cerca de 500 participantes

Aproximadamente 500 profissionais, pesquisadores e estudantes de várias partes do Brasil e do mundo participaram do IX Congresso Internacional e XVI Congresso Brasileiro de Psicologia do Esporte e do Exercício (Conbipe), que teve como tema “Esporte Olímpico e Paralímpico – A contribuição da Psicologia do Esporte para o rendimento esportivo”. O evento se encerrou na noite do sábado (17).

O evento contou com o apoio do Conselho Federal de Psicologia (CFP) e a participação do Grupo de Trabalho (GT) de Psicologia do Esporte da Assembleia das Políticas da Administração e das Finanças (APAF) do Sistema Conselhos de Psicologia.

A cerimônia de encerramento foi marcada pela apresentação do 14º Congresso Mundial de Psicologia do Esporte e do Exercício, que ocorrerá na cidade de Sevilla, na Espanha, de 10 a 14 de julho de 2017.

A primeira mesa temática da tarde discutiu “Psicologia do Esporte aplicada às lutas”. Os palestrantes foram os professores Afonso Machado, da Universidade Estadual Paulista (Unesp), Maicon Rodrigues, da Universidade Federal de Viçosa (UFV), e Marco Túlio de Mello, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Machado tratou sobre “Agressão e ansiedade em esportes de luta”. O pesquisador destacou a participação do público presente, por meios midiáticos e reprodução social e a cultura, como forma de estímulo nos eventos, destacando as novas mídias como “exímias” propagadoras dos confrontos.  “Esse antecedente serve como excitação para aquilo que está chegando e pode ser um estimulador ou anestesiar, questão preocupante do ponto de vista psicológico para quem trabalha com os atletas”, alertou.

O pesquisador defendeu que o (a) psicólogo (a) deve buscar o lado humano dos atletas e aponta que é necessário aprender a “domar” a questão da competitividade. Ele ponderou que o profissional da Psicologia do Esporte não pode ter um conhecimento restrito ao tema, mas sim pensar a “Psicologia das multidões” (público, torcida), em uma atuação conjunta com atletas e dirigentes para se diminuir as tensões.

Idade Relativa

O efeito da idade relativa nos esportes de luta foi o tema debatido por Rodrigues. O professor da UFV iniciou explicando o conceito, que é a diferença entre indivíduos de uma corte anual que foram agrupados para uma mesma faixa etária. Ele listou diversas pesquisas mostrando que atletas que nasceram nos três primeiros meses do ano (janeiro, fevereiro e março) têm vantagens (físicas, psicológicas e motoras) em relação a outros que nasceram no mesmo ano, principalmente sobre aqueles de mesmo ano.

Para o pesquisador, é preciso pensar outros mecanismos para seleção de atletas de base como modificação das data de corte (em vez de critério anual), cotas de atletas em esportes coletivos, divisão por categorias por peso.

Por sua vez, Marco Túlio de Mello discorreu sobre interferências do sono no desempenho de atletas de judô. Mello iniciou sua fala abordando falácias sobre as horas de sono que necessitam ser feitas. Ele comentou sobre as dificuldades de conciliar uma melhor performance com família e um bom sono. Também ressaltou a importância do psicólogo do Esporte para orientar o atleta em alertar sobre como o uso excessivo do telefone celular ou tablets nos horários noturnos prejudicam as horas de sono, sem contar os diversos comprometimentos fisiológicos. Ao lembrar que algumas delegações deverão usar bloqueadores de sinal, ele prevê a participação dos (as) psicólogos para resolver outro problema: a abstinência de uso desses aparelhos.

Psicofisiologia

A Psicofisiologia em atletas olímpicos foi tema da última mesa temática do Conbipe. Os pesquisadores designados para discorrer sobre o tema foram Maurício Bara Filho, da Universidade Federal de Viçosa (UFV), Birgitt Keller, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Joyce Stefanello, da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e Marcelo Callegari, da Universidade São Judas Tadeu (USJT).

Bara Filho explanou sobre marcadores psicofisiológicos do voleibol. O pesquisador examinou características do jogo de voleibol e das variáveis que podem auxiliar o treinamento. Um dos pontos foi a dificuldade para o monitoramento individualizado dos atletas. Ele citou marcadores como o PSE e o TQR.

Keller destacou o overtraining em atletas olímpicos. Apontou a necessidade de se detectar o overreaching, uma etapa de estafa anterior ao sobretreino. A pesquisadora relatou fatores que causam overtraining, como frequência de treino, torcida, família, excesso de viagens.

A palestrante observou que os métodos mais apropriados para um programa de monitoramento do problema ainda estão sendo discutidos. Testes fisiológicos compreensivos, disse, não se têm mostrado mais eficientes do que os psicológicos. Ela concluiu pela necessidade de associação de parâmetros psicológicos em conjunto com avaliações fisiológicas, bioquímicas e/ou imunológicas, como base para um programa multidisciplinar.

Stefanello discorreu sobre “Estresse – Parâmetros biológicos e psicológicos em avaliação de atletas”. A professora lembrou que os atletas são submetidos aos mais elevados de exigências, físicas, técnicas, táticas e psicológicas. Também falou sobre os processos de avaliação e variáveis psicológicas que interferem no rendimento dos atletas, o seu grau de habilidade e as variáveis que os controlam.

Por fim, a participação de Callegari teve como focos “Aspectos psicofisiológicos na prescrição do treinamento esportivo no basquetebol”.

Todos os resumos dos trabalhos apresentados no evento serão publicados na Revista de Educação Física.

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