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15/04/2016 - 18:05

Concentração e melhoria no desempenho são temas do Conbipe

Presidente da Sociedade Internacional de Psicologia do Esporte abriu conferência, em wque falou sobre educação continuada

Concentração e melhoria no desempenho são temas do Conbipe

O segundo dia de IX Congresso Internacional e XVI Congresso Brasileiro de Psicologia do Esporte e do Exercício (Conbipe) iniciou, nesta sexta-feira (15), com o painel de abertura da Conferência Regional. A atividade foi ministrada pelo presidente da Sociedade Internacional de Psicologia do Esporte(ISSP, na sigla em inglês), Gangyan Si.

Si abordou sobre o significado para o programa de educação continuada no uso da Psicologia do Esporte para as atividades. O professor convocou os (as) psicólogos (as) desse campo a entrar no cadastro internacional da ISSP, bem como a participar do Congresso Mundial, a ser realizado em julho em Valência, na Espanha.

Ele ressaltou que o atual Congresso é uma oportunidade de aprendizado e aprimoramento das habilidades para prestação de melhores serviços em Psicologia do Esporte para o país.

Workshop

A manhã continuou com um workshop sobre intervenções psicológicas para a melhoria do desempenho de equipes esportivas. A atividade foi ministrada pelos professores Alexandre Garcia-Mas (Espanha), Jaume Cruz (Espanha) e Franco Noce (Brasil).

Garcia-Mas apontou problemas que os treinadores e os psicólogos (as) precisam enfrentar com os grupos: estruturas psicológicas complexas, dificuldade em integrar as características psicológicas no dia a dia de trabalho em equipes e o estigma da abordagem clínica. Ao fim de sua apresentação, o espanhol disse que psicólogos (as) têm cometidos erros em relação aos treinadores (as), pois, segundo ele, não se colocaram junto deles em elementos de observação e trabalho da equipe.

Em sua fala, Cruz pontuou que psicólogos (as) têm trabalhado obsessivamente com jogadores (as), destacando que esse foco tem de ser estendido às famílias e aos treinadores. O espanhol destacou uma pesquisa realizada com treinadores e jogadores sobre a abordagem do técnico na atividade esportiva. Segundo ele, as condutas dependem de valores, formação e situações.  Ele apresentou a proposta de Programa de Assessoramento Personalizado para Treinadores, no qual faz trabalhos individualizados e indica questões que podem ser aprimoradas.

Por sua vez, Noce ressaltou a importância do trabalho multidisciplinar entre treinadores e profissionais do Esporte. Ele defendeu que o (a) psicólogo (a) deve interagir com a parte técnica ou administrativa do clube, além da área de saúde, como ocorria tradicionalmente. O brasileiro apontou o planejamento para usar as melhores ferramentas psicométricas para um bom trabalho, bem como utilização de testes informatizados e cuidado nas interpretações dos resultados. O pesquisador listou ainda algumas ferramentas como biofeedback, eye tracking, simi scout e o gerenciador de projetos.

Franco Noce alertou para a não diferenciação, por alguns profissionais, entre a Psicologia Clínica e a Psicologia do Esporte.  Concluiu a apresentação destacando a criação de um site de memória do Laboratório de Psicologia do Esporte da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Desempenho de excelência

As atividades nesse turno foram concluídas com o simpósio Múltiplos Caminhos para um Desempenho de Excelência: o que Funciona e o que Não Funciona. O primeiro da série de simpósios que darão prosseguimento à tarde foi ministrado por Gangyan Si (Hong Kong), Athanasuis Nwanegbo Amasiatu (Nigéria) e Hiroshi Sekiya (Japão).

Sekiya tratou do tema a influência da pressão no desempenho olímpico. O japonês, que dá aulas a treinamentos psicológicos a jogadores de futebol, apresentou ferramentas realizadas em seu trabalho como as técnicas biomecânicas para combater a pressão psicológica.

Durante sua apresentação, o pesquisador explanou como a pressão e a cognição contribuem para o bom ou mau desempenho, citando exemplos de pesquisas realizadas em campeonatos de futebol (Liga dos Campeões da Uefa), beisebol (Major League) e finais de basquete (NBA). Sekiya mostrou como a pressão em jogos decisivos pode diminuir os percentuais de vitória e como as técnicas e pesquisas em Psicologia do Esporte podem contribuir para diminuir esses problemas. Sob o aspecto da cognição, remeteu a pesquisas que demonstram que o ser humano reage em uma proporção muito maior às perdas e danos do que aos ganhos e conquistas.

Confiança

Amasiatu discorreu sobre habilidades mentais para excelência esportiva. O nigeriano destacou como objetivo a construção da confiança dos atletas, alertando para um equilíbrio entre o desenvolvimento das capacidades físicas e o exercício da mente para a melhora no desempenho. O nigeriano afirmou que, na África, ainda não avançou muito o desenvolvimento cognitivo para a melhora de desempenho dos atletas.

Para o pesquisador, é importante a aplicação de objetivos mensuráveis, atingíveis, específicos, realistas e possíveis. Ele destacou que a preparação mental é fundamental para a diminuição da frustração do atleta e uma preparação melhor para competições futuras. Para tanto, afirmou que é importante a atuação conjunta do psicólogo do esporte, do atleta e do treinador.

Treinamento de atenção plena foi o foco da participação do presidente do ISSP. Gangyan Si frisou a diferença entre essa linha e outros treinos psicológicos prévios. Além de citar exemplos de trabalhos realizados com atletas da China, o pesquisador destacou que esse tipo de técnica visa o momento presente, não a tentativa de eliminar um momento passado.

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