Fala Psicólog@ busca história de profissional da Região Nordeste

Depois de relatos de psicólogas(os) de todas as cinco regiões do país, a próxima edição do Jornal do Federal, na seção Fala Psicólog@, volta a entrevistar um (a) profissional da Região Nordeste.

A autarquia sorteia, a cada edição, um (a) profissional de cada região do país para contar, em entrevista, suas experiências de trabalho. Os relatos que não forem contemplados nas edições impressas do jornal têm suas experiências publicadas no site do Conselho.

Para participar, antes de cada edição do Jornal do Federal, a (o) profissional deve enviar um breve relato de sua experiência profissional, bem como fotos de sua atuação. As experiências podem ser enviadas para o e-mail jornaldofederal@cfp.org.br, ou via mensagem inbox em nossa fanpage no Facebook https://www.facebook.com/conselhofederaldePsicologia. Nesse espaço, também foram publicadas experiências de outras (os) psicólogas (os).  Clique aqui e confira.

Também é possível optar por uma entrevista pingue-pongue, a partir de perguntas formuladas pela Assessoria de Comunicação do Conselho, ou enviar um texto de sua autoria, com, no máximo, 4.620 caracteres. A Assessoria de Comunicação do CFP ficará responsável pela avaliação e edição dos textos recebidos. Não se esqueça de encaminhar fotos suas e do seu ambiente de atuação profissional! 

Edição 113

A seção “Fala, Psicólog@!” da última edição (113) do Jornal do Federal contou a experiência de uma profissional da Região Sudeste, Sandra Regina Quinzani. Ela falou ao Jornal sobre sua atuação como psicóloga do Esporte no Colégio Eduardo Gomes, em São Caetano do Sul (SP), por meio de um projeto social que implantou o esporte na área educacional. Saiba mais. 

Conheça também as histórias dos profissionais de outras regiões do País que foram publicadas nas edições passadas do Jornal do Federal:

Nordeste – Thahyana Mara Valente Lima

Norte – Angelina Ribeiro de Sousa

Centro-Oeste – Patrícia Marinho Gramacho

Sul – Joseane Oliveira Luz

Programa de Erradicação do Trabalho Infantil é examinado em artigo

O artigo “Programa de Erradicação do Trabalho Infantil: Concepções de Educandos e Famílias” é o texto desta semana da edição 36.2 da revista Psicologia: Ciência e Profissão.

As autoras do artigo são a docente Maria de Fatima Pereira Alberto, a doutoranda Manuella Castelo Branco Pessoa e as mestres Rafaela Rocha da Costa e Kassia Kiss Grangeiro Belém, da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), além da mestre Suzany Ludimila Gadelha e Silva, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) publica em seu site e nas redes sociais, todas as semanas, um manuscrito do periódico, cuja versão eletrônica se encontra na plataforma SciELO. Assim, a autarquia intensifica a busca pelo conhecimento científico, a fim de expandir o alcance de conteúdos acadêmicos para a categoria e para a sociedade.

O Programa e os participantes

O texto analisa as contribuições do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti) na perspectiva das (os) seus (suas) participantes: educandas (os) e suas (seus) familiares. Segundo o resumo do artigo, participaram da pesquisa 359 crianças e adolescentes e 153 integrantes de suas famílias. As questões versavam sobre o significado do Peti, os motivos de inserção dos educandos, os aspectos positivos e negativos acerca da iniciativa e o que mudou em suas vidas após a entrada nela.

A pesquisa aponta que a contribuição do Peti se dá prioritariamente na retirada de crianças e adolescentes de situações de risco, com menor ênfase no combate ao trabalho infantil. As atividades oferecidas, de acordo com o estudo, estão mais no nível assistencial do que em processos educativos, limitando-se a brincadeiras, lazer e indicando a falta de um projeto pedagógico no programa. Constata-se também falta de capacitação dos educadores, o que faz com que o trabalho realizado por eles seja executado, muitas vezes, a partir do senso comum.

A Assessoria de Comunicação do CFP entrevistou as autoras para falarem um pouco sobre o trabalho.

Confira a entrevista:

O que as motivou a fazer a pesquisa sobre esse tema?

O Núcleo de Pesquisas e Estudos sobre o Desenvolvimento da Infância e Adolescência (Nupedia) foi criado em 2001, com proposta objetiva de integrar a pesquisa e a extensão. Dessa forma, espera-se responder a uma demanda dos movimentos sociais e das organizações governamentais de pesquisas sobre o trabalho infantil e de metodologias de intervenção e de formação de atores sociais para combater tal problema. Um dos objetivos é investigar as piores formas de trabalho infantil e analisar as relações entre o trabalho, os riscos, a saúde, a escolaridade, a garantia dos direitos e o desenvolvimento psicossocial. Percebe-se que, apesar dos números e de uma série de ações empreendidas para tentar combater e erradicar o trabalho infantil, entre elas o Programa de Erradicação do Trabalho Infantil, estas não vêm sendo suficientes para sanar tal problemática.

Vários autores e instituições, em análise das políticas públicas através de programas sociais, têm sinalizado a pouca eficácia do Peti e apontado, dentre outros, os problemas relacionados à omissão dos pais ou responsáveis, ante o não interesse para que as crianças e adolescentes deixem de trabalhar; a precariedade do controle exercido por essa instância sobre a oferta e a frequência às ações socioeducativas e de convivência no programa. Enfatizam, ainda, uma atenção especial aos problemas recorrentes à realização das ações socioeducativas e de convivência, resultado da ausência de uma definição precisa do que devem ser tais ações. Também se avalia que o Peti não consegue impedir a evasão da escola. Assim, diante dessas referências, foi elaborado um projeto de pesquisa com a finalidade de analisar o Peti em João Pessoa (PB).

Quais os resultados que vocês destacam desse levantamento?

Destaca-se que apesar de o Peti ser um programa cujo objetivo principal é retirar a criança do trabalho, essa não foi a principal causa de inserção no Programa, valendo salientar que a busca se dá por outras situações de riscos, entre as quais a situação de rua. Isso reforça que as mudanças na estrutura do Programa o descaracterizaram.

Percebe-se que o Peti atuou como ação educativa complementar à escola, sendo realizadas atividades de apoio ao processo de aprendizagem, mesmo em um ambiente com recursos escassos. Notou-se também que, mesmo sem capacitação, os profissionais são apontados como um dos pontos positivos do Peti, o que revela o investimento inadequado por parte do município, que tem como dever disponibilizar os recursos e capacitações necessárias.

Na sua opinião, como viabilizar um projeto pedagógico consistente para o programa do Peti?

De acordo com a pesquisa realizada, percebe-se que o Peti ocupa um lugar importante na vida dos educandos e familiares. Ainda que de forma precária, este se configura como um espaço que promove minimamente os direitos desse público e um espaço de aprendizado. Porém, as falhas são visíveis: falta infraestrutura e formação adequada de pessoal. Além disso, chama-se atenção para sua descaracterização, ou seja, ele deixa de ter o trabalhador infantil como foco.

Com a situação atual do país, o índice de trabalhadores entre 5 e 17 anos volta a crescer, demonstrando a urgência de uma ação nesse sentido. Assim, faz-se necessário que o Peti retome suas ações iniciais, voltando a focar no problema do trabalho infantil, construindo espaços que realmente promovam a erradicação do mesmo, e ainda mais, que de fato seja um espaço que auxilie na mudança de vida dessas crianças, adolescentes e famílias, atuando na proteção e garantia de direitos.

Clique aqui e leia o artigo na íntegra.

Serviço de Psicologia no Samu é o artigo desta semana da Ciência e Profissão

O artigo desta semana da edição 36.2 da revista Psicologia: Ciência e Profissão é “Serviço de Psicologia no Samu: Campo de Atuação em Desenvolvimento”. O Conselho Federal de Psicologia (CFP) publica em seu site e nas redes sociais, todas as semanas, um texto do periódico – cuja versão eletrônica se encontra na plataforma SciELO. Assim, a Autarquia intensifica a busca pelo conhecimento científico, a fim de expandir o alcance de conteúdos acadêmicos para a categoria e para a sociedade.

As autoras do artigo são Katie Moraes de Almondes (docente pelo Departamento de Psicologia e Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte/UFRN), Eleni de Araújo Sales (mestranda em Psicologia pela UFRN) e Maísa de Oliveira Meira (especialista em Gerenciamento dos Serviços de Saúde pela UFRN).

SAMU

A pesquisa relata a experiência da inserção do Serviço de Psicologia no Samu 192 RN (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), que tem como proposta intervenções com as vítimas atendidas em resgate por condições clínicas, acidentes ou violência, assim como com seus familiares, a comunidade envolvida e com os profissionais de saúde. O artigo também destaca o crescimento do reconhecimento da Psicologia ao longo das intervenções realizadas, vista como um serviço importante e indispensável no atendimento ao sujeito em sofrimento. O atendimento está amparado pelo princípio da integralidade do Sistema Único de Saúde (SUS), que preconiza o homem como um ser integral e biopsicossocial.

A Assessoria de Comunicação do CFP entrevistou Katie Moraes de Almondes, uma das três autoras da pesquisa.

Confira a entrevista: 

O que as motivou a fazer a pesquisa sobre esse tema? 

O tema apresentado para divulgação científica faz parte de atividades realizadas por psicólogos no Samu-RN que se iniciaram em 2009, ineditamente como campo de atuação de psicólogos, pois não havia registro de profissionais trabalhando nessa área no país. Hoje já temos registro de psicólogos trabalhando em Brasília e Minas Gerais. O intuito com esse artigo, e outros que virão na sequência, é dar visibilidade para este novo campo de inserção e fundamentar as práticas através de uma discussão teórico-técnico-científica. Somado a isso, já temos um projeto de lei que regulamenta essa prática, que foi votado pelos Deputados do RN, que agora espera homologação do governador do estado para abrirmos concurso e cursos de formação.

 

Quais os resultados que você destaca desse levantamento? 

A descrição do trabalho dos psicólogos nas viaturas de resgate dos pacientes.

 

Na sua opinião, quais os benefícios podem ser gerados com a aplicação dos serviços de Psicologia no Samu? 

Inúmeros. O beneficio à equipe que tem a ajuda dos psicólogos nas ocorrências que envolvem situações difíceis para a própria equipe, tais como: morte envolvendo crianças e que mobiliza psicologicamente a equipe; apoio psicológico e orientação para a equipe no resgate de pacientes psiquiátricos; apoio e ajuda à comunidade quando há óbito e a comunidade quer praticar algum ato de vandalismo ou violência contra a equipe, pelo atraso temporal ou por socorrer a vítima quando este é um bandido, por exemplo. Benefícios aos pacientes em resgate para evitar o TEPT com o acolhimento, apoio e orientação psicológicos, e aos familiares que são acolhidos e orientados nos acidentes.

Clique aqui e leia o artigo na íntegra.

CFP participa de eventos nacionais de bibliotecas universitárias

Entre os dias 15 e 21 de outubro, aconteceram em Manaus (AM) o 9º Encontro das Bibliotecas da Área da Psicologia e o 19° Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias (SNBU). O Conselho Federal de Psicologia (CFP) teve como representante Maria Imaculada Cardoso, da gestão da Biblioteca Virtual em Saúde – Psicologia Brasil (BVS-Psi).

Desde 2002, a Rede Brasileira de Bibliotecas da Área de Psicologia (ReBAP), responsável pela manutenção e pela promoção do uso da Biblioteca Virtual de Psicologia, organiza seu encontro como evento paralelo ao SNBU.

No dia 15, Imaculada Cardoso discorreu sobre os avanços da BVS-Psi e apresentou o plano de trabalho para os próximos dois anos. Ela destacou que a experiência de parceria com o CFP sempre é citada como exemplo pelos coordenadores da BVS Brasil. Ressaltou, ainda, as capacitações realizadas. Também participaram da apresentação a gestora Carla Nascimento e a coordenadora técnica Aparecida Angélica Paulovic Z. Sabadini.

“Tivemos duas capacitações formais e diversos momentos de contatos para expansão e fortalecimento da rede de Psicologia”, conta Cardoso. “Como parte da diretoria da Federação Brasileira de Bibliotecas (FeBAB), estive no estande da Federação e pude divulgar, promover e convidar profissionais para integrarem nossa ReBAB, segunda maior rede que segue o modelo Bireme – a primeira é a da própria Bireme.” Ainda conhecida também pelo nome original – Biblioteca Regional de Medicina –, a Bireme é hoje o Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde.

Sobre o projeto

BVS-Psi surgiu com o objetivo de garantir o acesso à informação de forma rápida e precisa, por meio da seleção, da organização e da disseminação em um espaço virtual especializado. O instrumento busca contribuir para a atualização profissional das psicólogas e dos psicólogos, assim como para o avanço da pesquisa científica no Brasil e na América Latina.

A iniciativa integra parceria entre o CFP e o Serviço de Biblioteca e Documentação do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (SBD-IPUSP).

Artigo destaca produção científica sobre o Teste Desenho da Figura Humana entre 2002 e 2012

Produção Científica sobre o Teste Desenho da Figura Humana entre 2002 e 2012 é o artigo desta semana da edição 36.2 da revista Psicologia: Ciência e Profissão.

As autoras da pesquisa são a docente Adriana Cristina Boulhoça Suehiro e as graduadas Taiane de Souza Benfica e Nemeia Aiêxa Cardim, da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), campus Santo Antônio de Jesus (BA).

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) publica em seu site e nas redes sociais, todas as semanas, um texto do periódico, cuja versão eletrônica se encontra na plataforma SciELO. Assim, a autarquia intensifica a busca pelo conhecimento científico, a fim de expandir o alcance de conteúdos acadêmicos para a categoria e para a sociedade.

Estudo

O objetivo do estudo foi investigar a produção científica sobre o Teste Desenho da Figura Humana, entre os anos de 2002 e 2012. Foram focalizados 14 periódicos, nos quais se analisaram 39 artigos com base em alguns critérios estabelecidos por Witter e outros considerados relevantes pelas autoras. Os dados evidenciaram um aumento das publicações a partir de 2006, sendo o ano de 2006 o mais profícuo.

A pesquisa ainda observou que o relato de pesquisa foi a forma mais usada e que o Sudeste foi a região que mais publicou nesse período. Houve ainda a predominância da autoria múltipla e feminina, bem como de pesquisas aplicadas aos contextos escolar e clínico. O artigo apontou ainda que o sistema de avaliação mais utilizado foi o Koppitz, representando 28,2% da amostra, e identificou os tipos de evidência mais frequentes: validade de construto convergente-discriminante e precisão entre avaliadores.

Clique aqui e leia o artigo na íntegra.

Definida relatora para novo projeto das 30 horas para psicólogas (os)

Projeto de Lei (PL) 769/2015, que institui as 30 horas semanais de trabalho para psicólogas (os) no país, foi encaminhado nesta quarta-feira (19) para a Comissão de Seguridade Social e Família (CSFF) da Câmara dos Deputados. A deputada federal Laura Carneiro (PMDB-RJ) será a relatora.

Nesta sexta (21), inicia-se o prazo de cinco sessões para que os (as) parlamentares daquela comissão apresentem emendas à propositura.

A proposição foi reapresentada pelo deputado Felipe Bournier (PSD-RJ) em 17 de março de 2015, após o Congresso Nacional votar pela manutenção do Veto Presidencial 31/2014, barrando o Projeto de Lei 3.338/2008, que instituía as 30 horas semanais sem redução salarial. A categoria conta com leis municipais e estaduais em que psicólogas e psicólogos têm jornadas de trabalho de 30 horas ou menos.

Do total de 303 votos dos deputados presentes na sessão de 11 de março, 205 votaram pela derrubada, 95 pela manutenção e três se abstiveram de votar. Conforme a Constituição Federal, seria necessária maioria absoluta da Câmara dos Deputados, ou seja, no mínimo 257 votos. Com isso, a votação não seguiu para os senadores, dos quais 41 precisariam votar para a derrubada do veto.

A luta pelas 30 horas tem sido constante da parte do Conselho Federal de Psicologia (CFP) e do Sistema Conselhos de Psicologia, que vêm realizando diversas articulações e mobilizações em torno da matéria.

Saiba mais sobre o histórico das 30 horas no Sistema Conselhos de Psicologia

CFP participa de congressos em Portugal

Entre os dias 28/9 e 1/10, foram realizados em Lisboa, Portugal, o 3º Congresso da Ordem dos Psicólogos Portugueses e o 8º Encontro da Psicologia nos Países de Língua Portuguesa (Psi-PLP). O Conselho Federal de Psicologia (CFP) foi representado nos eventos pelos conselheiros Rogério Oliveira Silva, Nádia Maria Dourado Rocha e Sílvia Helena Koller.

Para Rogério Oliveira, que também é vice-presidente do Conselho, os encontros foram importantes para ampliar a atuação da Autarquia e o alcance das atividades dos (as) psicólogos (as) no Brasil e no exterior. Durante quatro dias de atividades, foram realizadas diversas mesas que contemplaram a diversidade da Psicologia nos países de língua portuguesa. Confira como foi a programação.

No 3º Congresso da Ordem dos Psicólogos Portugueses, Oliveira apresentou a plataforma OrientaPsi, plataforma interativa de debates, integração e aperfeiçoamento profissional e acadêmico do CFP, lançada em agosto de 2015. Nádia Rocha participou de mesa relativa à “Memória da Psicologia sobre Obras Raras e Valiosas” e Silvia Koller apresentou painel sobre “O Papel da BVS-Psi (Biblioteca Virtual em Saúde – Psicologia) na propagação e internacionalização do conhecimento psicológico”.

8º Encontro PSIPLP 

Antes de Lisboa, o último Encontro da Psicologia nos Países de Língua Portuguesa aconteceu durante o 9º Congresso Norte-Nordeste de Psicologia (Conpsi) em Salvador, no ano passado. Na ocasião, o grupo fez uma análise dos últimos seis anos em que se reúnem em torno de uma federação, os desafios e os objetivos a serem traçados na mesa de debate “Psi-PLP – Federação das Associações de Psicológos dos Países de Língua Portuguesa: um intercâmbio para a cooperação técnica”.

Estudo aborda relatos de policiais militares sobre a “Lei Seca”

Bebida Alcoólica e Direção Automotiva: Relatos de Policiais Militares Sobre a “Lei Seca”. Este é o artigo da edição 36.2 da revista Psicologia: Ciência e Profissão, publicado nesta semana pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP).

De acordo com o resumo, o objetivo foi conhecer o contexto atual de realizações e dificuldades um programa de fiscalização implantado em 2003, no estado do Espírito Santo, por meio de entrevistas com 25 policiais militares que atuam no referido programa.

O periódico, cuja versão eletrônica se encontra na plataforma SciELO, tem toda semana um texto publicado no site do CFP e nas redes sociais. A autarquia intensifica a busca pelo conhecimento científico, a fim de expandir o alcance de conteúdos acadêmicos para a categoria e para a sociedade.

Os autores do artigo são: Andrea dos Santos Nascimento, doutora pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), e Paulo Rogério Meira Menandro, docente da Ufes.

Pesquisa

O material textual composto pela transcrição das entrevistas foi processado por meio do software Alceste, que organizou as respostas dos policiais em seis classes de conteúdos: “Naturalização e valorização do beber excessivo”; “Menosprezo do risco da associação entre bebida e direção”; “Realizações e dificuldades no contexto das ações de fiscalização”; “Realizações e dificuldades no contexto das ações educativas”; “Aspectos legais e operacionais em torno da verificação da embriaguez”; e “Aspectos legais e operacionais relativos à punição do condutor”.

A  Assessoria de Comunicação do CFP entrevistou Andrea Nascimento.

Confira a entrevista:

O que os motivou a fazer a pesquisa sobre esse tema?

Por ocasião do doutorado da professora Andrea, foi possível desenvolver uma pesquisa em Psicologia do Trânsito que falasse sobre o comportamento de beber e dirigir. Ambos pesquisadores desenvolvem estudos acerca da questão do álcool, sendo que, o foco do professor Paulo está na cultura e na representação social do álcool para a sociedade brasileira, enquanto o foco da professora Andrea está na em relação as políticas públicas de trânsito, principalmente àquelas relativas ao consumo abusivo de bebidas alcoólicas e sequente direção automotiva.

Quais os resultados que você destaca desse levantamento?

O artigo é apenas um recorte da tese de doutorado da autora pelo Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade Federal do Espírito Santo, que contou com a participação de vários atores da política de repressão ao comportamento de beber e dirigir. Em relação a este grupo, um recorte interessante, no que tange aos policiais militares, é o entendimento acerca da aceitação social das blitz de fiscalização. Por outro lado, os policiais reclamam de maior suporte legal, de forma a garantir a eficácia e a eficiência (inclusive, educativa) do trabalho que é realizado para a segurança pública. Outro aspecto relevante, é a reclamação acerca do quadro reduzido de policiais do Batalhão de Trânsito, que parece uma contradição face a importância do trabalho realizado que é impedir que motoristas que estão dirigindo possam ser causadores ou vítimas de acidentes de trânsito. Nesse caso, os entrevistados questionam a real importância do trabalho para o poder público.

Na sua opinião, como as concepções de profissionais que participam de forma direta da intervenção relativa ao problema podem contribuir para a discussão e aprimoramento das modalidades de intervenção a serem continuadas?

A Psicologia não trabalha diretamente nas abordagens de trânsito nem no acompanhamento ou monitoramento do comportamento de motoristas infratores. No Brasil, o campo do trabalho do psicólogo(a) do trânsito ainda é mais direcionado à avaliação psicológica para a primeira habilitação, mudança de categoria ou medo de dirigir, por exemplo. O trabalho de educação voltada para o trânsito ainda é pouco explorado e pesquisado. Ainda é visto como uma questão “menor” na Psicologia, mesmo que mais de 45 mil pessoas morram, todos os anos, devido aos acidentes de trânsito. Ainda há muito a ser discutido em relação as ações e campanhas educativas que podem ter resultados tão, ou mais, eficientes quanto a abordagem (depois que o motorista já consumiu bebida alcoólica) cuja finalidade é coercitiva e repressora. O psicólogo ainda não se sentiu convocado para trabalhar na prevenção dos acidentes de trânsito e, ao nosso ver, essa é uma pauta importantíssima para toda a psicologia brasileira, principalmente a do trânsito.

Clique aqui e leia o artigo na íntegra.

Andrea dos Santos Nascimento

Andrea dos Santos Nascimento

 

 

Artigo analisa impacto do trabalho em profissionais de Saúde Mental

Impacto do Trabalho em Profissionais de Serviços de Saúde Mental em um Município do Nordeste Brasileiro. Este é o artigo da edição 36.2 da revista Psicologia: Ciência e Profissão publicado nesta semana pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP).

O periódico, cuja versão eletrônica se encontra na plataforma SciELO, tem toda semana um texto publicado no site do CFP e nas redes sociais. A autarquia intensifica a busca pelo conhecimento científico, a fim de expandir o alcance de conteúdos acadêmicos para a categoria e para a sociedade.

Os autores e a autora do artigo são: Angelo Giuseppe Roncalli (docente da Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN), Glaudênia Alves Moura(mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva da UFRN) e Luiz Roberto Augusto Noro (docente da UFRN).

Coleta

Segundo o resumo, o objetivo do estudo foi avaliar o impacto laboral sentido pelas (os) profissionais de saúde, em virtude do trabalho diário com pessoas que apresentam distúrbios psiquiátricos. A coleta de dados ocorreu por meio da Escala de Avaliação do Impacto do Trabalho em Serviços de Saúde Mental aplicada em 87 profissionais de Saúde Mental da cidade de Mossoró (RN).

Os resultados da pesquisa apontam baixo efeito de sobrecarga nos profissionais pesquisados. Das subescalas estudadas, a maior pontuação foi observada na que mede o impacto do trabalho no funcionamento da equipe. Os autores e a autora concluem que as relações interativas entre as (os) profissionais e as (os) usuárias (os) não são as causas de maior impacto no trabalho.

Clique aqui e leia o artigo na íntegra.

“Toda escola pode fazer bem”

A conselheira do 16º Plenário do Conselho Federal de Psicologia (CFP), Meire Nunes Viana, foi entrevistada para o caderno “Ponto Edu (.edu)” do jornal O Estado de S. Paulo, publicado no último domingo, 25 de setembro.  A matéria intitulada “Lição de Casa: decidir a escola” abordou o dilema na hora de escolher uma escola para o (a) filho (a), o que costuma exigir pesquisa e informação sobre localização, preço e, sobretudo, a linha educacional.

Na entrevista, Meire afirma que, além de transmitir conhecimento, a escola divide com a família a responsabilidade pela formação de cidadãos. Por isso, na hora de escolher a instituição onde o filho vai passar grande parte (senão a maior parte) do dia, recai sobre os pais a cobrança de encontrar a escola perfeita. Atividades extras e a pressão para formar o mais cedo possível um cidadão pronto para o mercado de trabalho podem frustrar os alunos e prejudicar o processo educacional.  Ela defende ainda que não há uma escola perfeita. Para a conselheira do CFP e integrante da Comissão Nacional de Psicologia na Educação (PsinaEd), um bom projeto educacional e apoio psicológico são os principais pontos para levar em conta na escolha.

Confira abaixo a entrevista: 

Como os pais se sentem na hora de escolher uma escola para os filhos? 

Boa parte das famílias tem a expectativa de que a escola cumpra um papel complementar na educação. Nas últimas décadas, os pais passam muito tempo trabalhando e ficam menos com os filhos. Por isso, precisam confiar na instituição para cumprir uma formação humana, não só de aprendizagem. Eles precisam pensar se a escola combina com o modelo educacional que escolheram, com o projeto de filho que idealizaram. l Você percebe que os pais sentem ansiedade nesse momento? Nos anos 60 ou 70, escolhendo uma escola ou outra, o aluno saía lendo, escrevendo. Hoje, não se busca só isso – há também o papel de constituir o sujeito como cidadão. A educação está muito mais voltada para a educação humana do que antigamente. Por outro lado, temos educadores com dificuldade de cumprir esse papel em sua plenitude, e essa diferença tem provocado uma ansiedade. l Essa preocupação é justificável ou às vezes é um pouco exagerada? Entendo que existe a busca dos pais para tentar encontrar um caminho mais assertivo para a família. Não é fácil saber, quando você põe a criança na escola aos 6 anos de idade, se ao longo dos nove anos de ensino ela vai conseguir alcançar o que foi projetado. É desafiador. Talvez seja preciso se acalmar um pouco para ponderar o marketing que as escolas fazem para seduzir esses pais ansiosos.

 

O que os pais podem fazer para tomar uma decisão com mais calma? 

É fundamental pensar quais são suas metas no processo educativo, o que entendem como pontos importantes e almejam para a formação dos filhos. Dentro do possível, os pais podem incluí-los nesse processo, para que eles os ajudem a entender o que desejam em cada fase. Assim, os filhos vão desempenhar melhor e terão menos chance de se frustrar. Praticamente todas as escolas podem fazer bem para crianças ou adolescentes, desde que contem com apoio psicológico e um bom projeto educacional.

 

O que caracteriza esse bom projeto? 

A melhor escola é aquela que se propõe a acompanhar o desenvolvimento de crianças e adolescentes, sem acelerar o processo. A proposta deve ser de desenvolver as atividades dentro de um ritmo adequado à idade, facilitando o relacionamento interpessoal e respeitando o movimento e os gostos dos alunos. Independentemente do conteúdo ou da carga horária, uma boa escola é aquela que permite o pleno desenvolvimento do estudante sem pressa. Muitas vezes a expectativa de que a criança tem de ter sucesso acaba prejudicando. Ela precisa curtir aquele momento que não vai voltar mais. A escola precisa estar atenta: o que está oferecendo aos 8, 9, 10 anos? É isso que o aluno quer? Ouvir a criança e o adolescente é um excelente caminho, além de levá-los para conhecer o espaço, que vai ser de vivência diária.

Com informações do jornal O Estado de São Paulo/Luíza Pollo (Especial)