Consulta pública CREPOP:  Referências Técnicas para atuação de Psicólogas em Políticas Públicas de Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos

O Conselho Federal de Psicologia (CFP), por meio do Centro de Referência Técnica em Psicologia e Políticas Públicas (CREPOP), abre consulta pública, no período de hoje (15/4) até 19 de maio, para que as(os) psicólogas(os) de todo o país possam contribuir com a futura publicação “Referências Técnicas para Atuação de Psicólogas(os) em Políticas Públicas de Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos”.

A consulta pública é uma das etapas que antecedem o lançamento de uma referência técnica para orientar profissionais da Psicologia de todo o país. O objetivo desta fase é que psicólogas e psicólogos possam fazer contribuições a fim de aprimorar o documento, tornando o processo de elaboração mais democrático e participativo. 

Passo a Passo da Consulta Pública

Para participar da consulta pública “Referências Técnicas para Atuação de Psicólogas(os) em Políticas Públicas de Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos”, é preciso seguir as seguintes orientações:

1) Baixe e leia a versão preliminar do texto destinado à consulta pública – acesse aqui o documento.

2)Em seguida, acesse o link do formulário (https://forms.gle/JkMSY8Hukg7FbLzf7) e faça suas contribuições ao documento, considerando cada eixo que organiza a Referência Técnica.

A consulta pública ficará aberta até 19 de maio de 2024. Após o término do prazo, todas as contribuições ao texto preliminar serão enviadas à comissão de especialistas, que trabalhará para construção da versão final para publicação.

Sobre o Crepop

O Centro de Referências Técnicas em Psicologia e Políticas Públicas (Crepop) é uma iniciativa do Sistema Conselhos de Psicologia (CFP e CRPs) voltada a promover a qualificação da atuação profissional de psicólogas e psicólogos que atuam nas diversas políticas públicas.

Além de um papel técnico, o Crepop tem um importante papel ético e político. Ético no que tange à qualificação profissional, orientando um fazer alinhado com a garantia de direitos e a transformação de vidas. Político por se tratar de um espaço que demarca as contribuições da Psicologia para o campo das políticas públicas, voltadas para a transformação social.

Acesse o site do Crepop e confira as Referências Técnicas já lançadas: https://crepop.cfp.org.br

FENAMI organiza conferência livre para debater a saúde das populações migrantes

A Frente Nacional pela Saúde de Migrantes (FENAMI) realiza no próximo sábado (23) a 2ª Conferência Nacional Livre de Saúde das Populações Migrantes (2º CNLSPM). 

Realizado de forma on-line, o evento conta com o apoio do Conselho Federal de Psicologia (CFP), representado na FENAMI pela psicóloga Rima Awada Zahra, e integra uma série de atividades preparatórias para a II Conferência Nacional de Migrações, Refúgio e Apatridia (COMIGRAR), que ocorre entre 7 e 9 de junho sob promoção do Ministério da Justiça e Segurança Pública.

A 2º CNLSPM pretende resgatar o acúmulo de três anos de mobilizações e debates acerca do tema para contribuir com a proposição de novas ações e políticas na área, dialogando com a II COMIGRAR. Sua primeira edição, em 2023, mobilizou 876 pessoas em 19 cidades e 12 estados, além do Distrito Federal (DF).

As inscrições para a  2ª Conferência Nacional Livre de Saúde das Populações Migrantes são gratuitas e devem ser realizadas por meio de formulário eletrônico.  

Serviço

2ª Conferência Nacional Livre de Saúde das Populações Migrantes (2º CNLSPM)

Data: 23/03/2024

Modalidade: on-online

Horário: a partir das 13h30

Informações e inscrições em: https://www.even3.com.br/ii-conferencia-nacional-livre-de-saude-das-populacoes-migrantes/

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CFP elege propostas e pessoas delegadas para a II COMIGRAR

CFP elege propostas e pessoas delegadas para a II COMIGRAR

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) realizou no dia 13 de março a Conferência Nacional Livre de Psicólogas(os) que atuam com Migração, Refúgio e Apatridia

A iniciativa teve como objetivo mobilizar psicólogas e psicólogos que atuam no tema para participação na 2ª Conferência Nacional de Migrações, Refúgio e Apatridia (II COMIGRAR)  – que vai acontecer entre 7 e 9 de junho deste ano, sob a organização do Ministério da Justiça e Segurança Pública.

A conselheira-secretária do CFP, Izabel Hazin, frisou que o Brasil foi historicamente forjado pelas migrações. Antes de se constituir como Estado independente, destacou, o país passou por um processo colonizador português, recebeu escravizados africanos e, posteriormente, acolheu pessoas de diversas nacionalidades. Segundo ela, o processo migratório não se refere apenas a um deslocamento físico, mas trata-se também de um espaço qualificado em muitos sentidos, como o social, o econômico, o político e o cultural. 

“Os deslocamentos e os encontros interculturais constituem-se como desafios subjetivos profundos para migrantes, refugiados e apátridas, assim como para as sociedades que os recebem”, ressaltou Izabel Hazin ao destacar que o fluxo migratório exige que as nações estejam preparadas para acolher essas pessoas de modo a evitar situações de discriminação, estigmatização, patologização e hostilidade. “Implica em uma vivência singular que sempre será atravessada por referências de classe, gênero, raça, etnicidade e nacionalidade”, asseverou. 

Clarissa Paranhos Guedes, conselheira que também representou o CFP na atividade, chamou a atenção para a necessidade urgente de colocar em debate esses temas dada a intensificação dos conflitos civis e militares, bem como as situações climáticas que levam as pessoas a se deslocarem forçadamente, sobremaneira, aquelas residentes nas periferias mais pobres do mundo. 

A conselheira também pontuou que, para a Psicologia, representa um grande desafio se consolidar como uma profissão capaz de acolher as pessoas migrantes, ressaltando a atuação da categoria nas políticas relacionadas a essa temática junto a outras profissões, pautando-se os desafios quanto às questões psicossociais.“Para nós, do Conselho Federal de Psicologia, é muito importante reafirmar o nosso compromisso ético-político com a promoção dos direitos de todas as pessoas porque nenhum humano é ilegal e migrar é um direito”, acrescentou.

A psicóloga Rima Awada, que representa o CFP na Frente Nacional pela Saúde de Migrantes (FENAMI), salientou que as(os) profissionais da Psicologia precisam refletir sobre os impactos do deslocamento forçado, uma vez que essa questão transversaliza uma série de violações de direitos. “A partir da migração, podemos falar de xenofobia, racismo, pobreza, colonialismo, genocídio, censura, necropolítica e tantas outras camadas de violência”, apontou.

Para Rima, os impactos psicológicos e sociais de emergências, seja por conflitos ou desastres, podem ter repercussões a curto prazo, de forma mais aguda, e podem minar a saúde mental e o bem estar psicossocial a longo prazo. As condições sobre as quais as migrações acontecem, prosseguiu a psicóloga, implicam resultados complexos e, portanto, as soluções são multidisciplinares, sendo imprescindível valorizar toda a multiplicidade de vozes e de atores envolvidos. “A desumanização é a maior crise que vivemos”, lamentou a psicóloga.

“A migração é uma pauta transversal”, garantiu o conselheiro Henrique Galhano Balieiro, do Conselho Regional de Psicologia de Minas Gerais (CRP-MG), ao afirmar a relevância de discutir o assunto de forma associada a outras temáticas, como infância e adolescência, por exemplo. Além disso, pontuou que a Psicologia está implicada na medida em que participa ativamente do processo de acolhimento dessas pessoas em contexto de migração, refúgio e apatridia. “É um tema tão urgente que foram cadastradas junto ao Ministério da Justiça mais de cem conferências livres”, reforçou.

As especificidades inerentes à governança e à participação social foram detacadas por Rocio Bravo Shuña, da Rede de Mulheres Cis Imigrantes Lésbicas, Bissexuais e Pansexuais e Pessoas Trans (Rede MILBi+), que pontuou a necessidade de operacionalização das políticas sobre o tema, de modo que tais mecanismos possam garantir a migrantes, refugiados e apátridas os seus direitos. “É crucial que essas políticas sejam inclusivas e sensíveis a questões de gênero e outras interseccionalidade, como crianças, mulheres, pessoas LGBTQIA+ e migrantes, que frequentemente enfrentam múltiplas formas de discriminação e violação de direitos”, salientou.

Resultados do encontro

A Conferência Nacional Livre organizada pelo Conselho Federal de Psicologia recebeu mais de 500 inscrições, entre psicólogas(os), estudantes de Psicologia e pessoas de outras áreas de formação das mais diversas nacionalidades – como Brasil, Bolívia, Peru, Cabo Verde, Chile, Colômbia, Haiti, Itália, Rússia e Uruguai. 

Desse total, 246 participaram efetivamente do evento, sendo 164 psicólogas(os), 70 estudantes e 12 representantes de outras áreas. As(os) participantes elencaram 30 propostas, que serão encaminhadas para a 2ª Conferência Nacional de Migrações, Refúgio e Apatridia.

A atividade também resultou na seleção de três pessoas delegadas para a II COMIGRAR, sendo duas peruanas e uma chileno-palestina. 

A íntegra da atividade promovida pelo CFP pode ser acessada no YouTube do Conselho Federal de Psicologia.

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II COMIGRAR: CFP realiza conferência livre sobre Psicologia no contexto de migração, refúgio e apatridia

 

CFP realiza encontro para debater ações relacionadas à saúde mental dos povos indígenas

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) realizou no dia 8 de março um encontro com representantes do poder público e de organizações da sociedade civil para debater a saúde mental da população indígena no país. 

Além de propor estratégias de atuação na área, a atividade também colocou sob perspectiva a criação de um fórum permanente para reflexões sobre o assunto, bem como a possibilidade de organização de um seminário para tratar a fundo a temática.

Durante o evento, a conselheira Nita Tuxá, que também é uma das conselheiras de referência da Comissão de Direitos Humanos (CDH) da Autarquia, destacou as ações do CFP relacionadas à questão indígena, mencionando as Referências Técnicas Referências Técnicas para atuação de psicólogas(os) junto aos Povos Indígenas”  – material produzido no âmbito do Centro de Referência Técnica em Psicologia e Políticas Públicas (CREPOP). 

Entretanto, a conselheira ponderou que a Psicologia brasileira ainda precisa avançar em relação ao acolhimento dessa população. “A gente está falando de profissionais que ainda não conhecem a nossa história. Não conhecem as nossas lutas, as violências que sofremos, o que a gente faz simplesmente para viver e existir”, reforçou.

Nita também frisou a importância de visibilizar a cultura e os saberes tradicionais, apresentando o movimento de jovens indígenas que utilizam-se de diferentes formas de expressão para revelarem suas dores e fragilidades associadas à saúde mental. A conselheira explicou ainda que o Conselho Federal vem potencializado esse debate e, entre os marcos, pontuou que, pela primeira vez na história do CFP, uma indígena psicóloga integra o plenário da Autarquia. 

Relatos de violências

Representantes das entidades presentes na reunião relataram casos de violência vivenciados por suas comunidades e familiares. O jornalista Anápuáka Tupinambá afirmou que seu filho, estudante de Psicologia, constantemente se vê obrigado a dialogar sobre sua própria identidade em movimento ao perceber atitudes racistas. “Fala-se do contraste entre os estigmas da identidade indígena, como se fosse harmoniosa, tranquila, equilibrada com a natureza, e a realidade concreta é de próprio sofrimento”, apontou. 

Kretã Kaingang, da ARPIN Sul/APIB, fez alusão aos professores e à troca de saberes dentro da comunidade. Ele também relatou sobre processos pessoais que tem vivido, como a relação de ser uma pessoa indígena no movimento e suas famílias no sentido de que passam mais tempo dedicados à luta do que em momentos com o círculo familiar. Partilhou ainda que esse lugar de destaque no movimento indígena o torna parecido com um “personagem”. Para ele, o falecimento de sua filha revelou o quanto é necessário dialogar com os jovens e ter profissionais para abordar a saúde mental. “Nossa população é bem menor que a população brasileira geral, mas os índices de suicídio são maiores. E, para nós, cada perda é muito dolorida porque a perda da minha filha não foi apenas eu que senti. Meus amigos, parentes sofreram junto comigo. Então, a gente precisa de alguma maneira pensar na questão da saúde mental dos povos indígenas”.

Kretã partilha que tem dificuldade de chorar. Relata sobre processos íntimos que tem vivido nesse processo. Reflete sobre a relação entre as lideranças indígenas e suas famílias, no sentido de que passam mais tempo dedicados à luta do que, em momentos, com o círculo familiar. Partilha que esse lugar de destaque no movimento indígena, o torna parecido com um “personagem”. Entende que o falecimento de sua filha revela um processo de abandono dos professores e falta de acompanhamento psicológico. Relata sobre uma reunião sobre saúde mental, organizada pela ArpinSul, e que foi invadida por hackers. Entende que há uma dimensão de ataques aos indígenas que é, eminentemente, psicológica. Exemplifica que os ataques à casas de reza, por exemplo, são ataques psicológicos. Aponta o quão é difícil que lideranças indígenas possam expressar seus sentimentos. 

Danilo Tupinikim da APIB (Coletivo Tybyra) falou sobre a primeira experiência de homofobia que viveu no território e que a colonização segue impactando os povos indígenas para replicarem as violências contra pessoas LGBTQIA+PN. Ponderou também que os povos indígenas recebem muita pressão sobre a salvaguarda da vida e da natureza, mas poucas pessoas se preocupam com as condições de saúde mental destas pessoas. 

Além do CFP, o encontro contou com representantes da Comissão Intersetorial de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas do Conselho Nacional de Saúde (CNS); do Ministério dos Povos Indígenas; do Projeto Xingu, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp); do Conselho Indigenista Missionário; ARPIN Sul; da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil APIB (APIB), do Coletivo Tybyra; da Secretaria de Saúde Indígena dos Ministério da Saúde (SESAI-MS); da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (FUNAI); e da Articulação Brasileira de Indígenas Psicólogos/as (ABIPSI).

Uma nova reunião deve ocorrer no próximo mês, durante o “Acampamento Terra Livre” para acertar o calendário de atividades do grupo.

Inscrições abertas para o XI CBPOT

O XI Congresso Brasileiro de Psicologia Organizacional e do Trabalho (CBPOT) será realizado na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) acolhe, entre os dias 16 e 19 de julho.

Organizado pela Associação Brasileira de Psicologia Organizacional e do Trabalho (SBPOT), o encontro apresenta como tema “Futuro sustentável do trabalho: decente, digno e com igualdade”, visando dialogar com a Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU) – com destaque para o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 8, que busca promover o crescimento econômico inclusivo e sustentável para todas as pessoas.

A iniciativa pretende fortalecer a Psicologia Organizacional e do Trabalho no país, bem como divulgar pesquisas científicas, programas de intervenção e relatos de experiências na área. Figuram ainda entre as metas do congresso a aplicação do conhecimento científico na vida cotidiana, o desenvolvimento de vínculos entre as(os) participantes para facilitar a colaboração em projetos de interesse comum e o intercâmbio deste campo do conhecimento com áreas afins.

As inscrições já estão abertas e devem ser realizadas no site do evento. A submissão de trabalhos, que também necessita de inscrição prévia e deve ser efetivada até a próxima sexta-feira (15).

Sobre a SBPOT

A Associação Brasileira de Psicologia Organizacional e do Trabalho (SBPOT) foi criada em 2001 com propósitos científicos e educacionais com a finalidade de promover a produção e divulgar o conhecimento científico e tecnologias na área de Psicologia Organizacional e do Trabalho. 

A entidade integra o Fórum de Entidades Nacionais da Psicologia Brasileira (FENPB).

Saiba mais:

XI Congresso Brasileiro de Psicologia Organizacional e do Trabalho (CBPOT)

Tema: “Futuro sustentável do trabalho: decente, digno e com igualdade” 

Data: 16 a 19/07/24

Local: Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ, Rio de Janeiro / RJ.

Inscrições e outras informações: www.cbpot2024.sbpot.org.br/ 

CFP integra campanha 21 Dias de Ativismo contra o Racismo

No mês que marca as mobilizações na luta pelo fim da discriminação racial, o Conselho Federal de Psicologia (CFP) adere à campanha 21 Dias de Ativismo Contra o Racismo. A ação reúne um conjunto de atividades a serem realizadas por diferentes entidades públicas e organizações da sociedade civil até 21/3, Dia Internacional da Luta pela Eliminação da Discriminação Racial.

A data foi instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU) em memória às vítimas do massacre de Shaperville, África do Sul, onde em 21/3/1960, 69 pessoas foram assassinadas e 186 ficaram feridas em protestos contra o apartheid. Na ocasião, cerca de 20 mil pessoas desarmadas protestavam contra a Lei do Passe, que determinava que pessoas negras precisariam portar documento em que estivesse expresso aonde poderiam ir. Apesar do ato pacífico, um grupo de policiais atirou contra os manifestantes. 

Desde então, a data tem sido lembrada como um chamado ao respeito e ao combate à intolerância – um compromisso que está nos princípios éticos da Psicologia brasileira.

E como parte da programação da campanha, o Conselho Federal de Psicologia publica no dia 21/3 entrevista especial com as conselheiras do CFP e integrantes da Comissão de Direitos Humanos, Alessandra Almeida e Nita Tuxá. 

O diálogo vai abordar o papel da Psicologia no enfrentamento ao racismo no marco da campanha : “Descolonizar Corpos e Territórios – Reconstruindo existências Brasis”, lançada pela CDH/CFP e que busca revisitar as contribuições afropindorâmicas e latino-americanas que compõem os saberes e as práticas psi.

O objetivo é debater a descolonização da Psicologia como fundamento para a atuação em direitos humanos, apresentando a problemática da colonização e seus efeitos na subjetivação e na sociedade, a fim de contribuir para um exercício profissional da Psicologia que considere as especificidades populacionais.

Fique por dentro

A campanha 21 Dias de Ativismo Contra o Racismo consiste em uma frente de luta apartidária, sem fins lucrativos e autogestionada criada por ativistas do movimento negro com a missão de pautar a luta antirracista em diferentes escalas e contextos como uma luta diária e contínua. Acesse a página da campanha e saiba mais: https://21diasdeativismocontraoracismo.com/ 

 

CFP participa do 1º Simpósio do Observatório de Psicologia Ambiental 

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) participou do 1º Simpósio do Observatório de Psicologia Ambiental, promovido nos dias 29/11 a 1/12 pelo Departamento de Psicologia (Depsi) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). 

O diálogo teve como tema “Latino-Americana: atuação junto a povos e comunidades tradicionais” e buscou promover o compartilhamento de experiências advindas de trajetórias de pesquisa, ensino e extensão articuladas à prática profissional junto a Povos e Comunidades Tradicionais (PCTs).

O Simpósio, que também contou com apoio do Conselho Regional de Psicologia do Rio Grande do Norte (CRP-17), foi destinado a profissionais de Psicologia e áreas, bem como pesquisadores e estudantes com atuação em contextos de comunidades tradicionais, em especial, na região Nordeste. 

Conferências, exposição de fotografia, lançamentos de referências técnicas e mesas-redondas estiveram entre as atividades da programação, que abordou questões sobre diversidade, políticas públicas, territorialidades e atuação junto a povos indígenas, quilombolas e comunidades de pesca artesanal. 

A conselheira-secretária do CFP, Izabel Hazin, representou a autarquia no evento e destacou a importância da Psicologia Ambiental como um tema que emerge no campo de atuação dos profissionais da área. “É um campo relativamente novo, mas que discute questões prementes na relação pessoa-ambiente, envolvendo agendas amplas de debate na relação da saúde mental com questões como alterações climáticas, novas tecnologias e processos migratórios, entre vários outros”, destacou Izabel Hazin.

Catálogo de Práticas em Psicologia Ambiental do CFP

Atento à importância do tema, em 2022 o Conselho Federal de Psicologia lançou o Catálogo de Práticas em Psicologia Ambiental. A publicação disponibiliza às(aos) psicólogas(os), estudantes e demais pessoas interessadas no tema um conjunto de conteúdos para atuação na área.  

O Catálogo inicia-se com dois textos de profissionais da América Latina acerca dos desafios da Psicologia Ambiental para a construção da prática profissional. Os textos são de autoria da psicóloga ambiental Schelica Mozobancyk (Universidade de Buenos Aires – Argentina) e Alícia Rodriguez (Universidad de la República – Uruguai). 

A obra também reúne artigos elaborados por cinco psicólogas ambientais brasileiras, uma de cada região do país: Ariane Kuhnen (Sul), Isolda Gunter (Centro Oeste), Maria Inês Higuchi (Norte), Marlise Bassani (Sudeste) e Zulmira Bonfim (Nordeste). O catálogo é concluído com duas entrevistas, uma realizada com o professor Enric Pol (Espanha) e a outra com a professora Esther Wiesenfeld (Venezuela).

Acesse a íntegra da publicação em: https://site.cfp.org.br/wp-content/uploads/2022/11/catalogo_praticas_psi_ambiental_web-2.pdf

Com informações do CRP-RN 

CFP participa de IX Congresso da ABRAMD

“A Ética na Pluralidade dos Saberes e dos Fazeres sobre Drogas” foi o tema do Seminário Internacional da Associação Brasileira Multidisciplinar de Estudos sobre Drogas (ABRAMD), realizado de 15 a 18 de novembro de 2023, em Brasília/DF, no campus da Universidade de Brasília (UnB).

Um dos objetivos do evento, do qual o Conselho Federal de Psicologia (CFP) foi apoiador, foi compartilhar saberes (conhecimentos)  e  fazeres (práticas) para a construção de referenciais teóricos e metodológicos que atendam os desafios de intervenções efetivas relacionadas à temática do uso de substâncias psicoativas, nos diferentes contextos de atuação.

O Congresso da Abramd contou com tendas, pré-congressos, painel com 11 eixos temáticos, lançamentos de livros, mesas magnas, comunicações orais, mesas redondas e seminários temáticos.

Participação do CFP

O evento contou com a participação da conselheira do CFP Clarissa Guedes em duas mesas redondas. A primeira debateu o tema “O Sistema Conselhos e as Comunidades Terapêuticas: notas para uma normatização” e também reuniu as especialistas Victoria Antonieta Gutierrez, coordenadora de eixo de drogas do Conselho Regional de Psicologia do Rio de Janeiro (CRP-RJ – 05); e Alexandre Vasilenskas,doutor em Saúde Coletiva e coordenador do núcleo de saúde do CRP-RJ. A mediação foi de André Pimenta de Melo.

A outra mesa abordou as Contribuições da Psicologia para as Políticas Públicas sobre Drogas, trazendo para o debate nomes como Kleidson Oliveira (representante dos usuários de Caps no DF); Thiago Petra (supervisor Clínico Institucional pela Fiocruz Brasília) e mediação de Karina Mesquita (ABRAMD).

A conselheira Clarissa Guedes destacou a importância do evento para a Psicologia e os desafios de atuação da categoria: “Foi um espaço importante para produzir diálogos e articulações com psicólogas e outras profissionais e estudantes, bem como divulgar as produções do Conselho Federal de Psicologia sobre a temática”, reforça.

Os diálogos também contaram com a presença das conselheiras do CFP Carolina Roseiro e Obadeyi Saraiva.

Sobre a ABRAMD

A Associação Brasileira Multidisciplinar de Estudos sobre Drogas (ABRAMD) é uma associação multidisciplinar de estudos na área de drogas, constituindo um fórum coletivo de  debates e reflexão  sobre o tema, de abrangência nacional.  A Associação foi  fundada em 2005 com foco na discussão e intercâmbio científico, dentro de uma visão ampla e multidisciplinar.

Publicações 

“Além das participações das(os) conselheiras(os) nos diversos debates, o CFP realizou a distribuição de publicações para orientação da categoria, ação recorrente nos eventos dos quais organiza e participa.  Entre elas, o Relatório da Inspeção Nacional em Comunidades Terapêuticas, Referências Técnicas para Atuação de Psicólogas (os) em Políticas públicas de Álcool e outras Drogas – 2019 (Edição revisada), Relatório da Inspeção Nacional em Comunidades Terapêuticas -2017 e Referências Técnicas para Atuação de Psicólogas (os) no CAPS – Centro de Atenção Psicossocial -2022.

“Precisamos ser radicalmente antimanicomiais”, defende presidente do CFP na 5ª Conferência Nacional de Saúde Mental

Brasília (DF) sediou, entre 11 e 14 de dezembro, a 5ª Conferência Nacional de Saúde Mental. Nesta edição, o evento teve como tema “A política de Saúde Mental como Direito: pela defesa do cuidado em liberdade, rumo a avanços e garantia dos serviços de atenção psicossocial no SUS”, com o objetivo de debater propostas para a formulação da Política Nacional de Saúde Mental e o fortalecimento dos programas e ações em todo o território nacional.

Representantes da sociedade civil, porta-vozes do governo e integrantes de diversas instituições que atuam no tema debateram os principais desafios no campo da saúde mental, tendo como foco modelos de internação e cuidado em liberdade e o fortalecimento da Rede de Atenção Psicossocial (Raps). 

“Precisamos ser radicalmente antimanicomiais e não deixar passar nenhuma forma de manicômio”, afirmou o presidente do Conselho Federal de Psicologia (CFP), Pedro Paulo Bicalho, ao ressaltar a especial necessidade de enfrentamento aos manicômios judiciários e ao financiamento público das comunidades terapêuticas. 

O presidente do CFP destacou a necessidade de reafirmar a liberdade como paradigma de toda e qualquer forma de cuidado, assim como incorporar a compreensão de que ser antimanicomial significa ser radicalmente antirracista, anticapacitista, antimisógino e anti LGBTQIA+fóbico, no sentido de combater as desigualdades que ainda marcam o país. “Sem cuidado em liberdade, não há política antimanicomial possível”, ressaltou.

Diálogos plurais

O Conselho Federal de Psicologia teve presença ativa no evento, contando com a participação dos seguintes conselheiras(os): Pedro Paulo Bicalho, Nita Tuxá, Gabriel Figueiredo, Fabiane Fonseca, Obadeyi Saraiva, Caroline Roseiro e Clarissa Guedes. 

Como parte da programação, o CFP conduziu importantes atividades, como a roda de conversa “Saúde Mental dos povos quilombolas e enfrentamento ao racismo”, coordenada pelas conselheiras Obadeyi Saraiva e Fabiane Fonseca; e o debate “O uso de psicodélicos e cannabis na psicoterapia e as estratégias de redução de danos na atenção psicossocial”, coordenado pela conselheira Carolina Roseiro.

O Conselho Federal de Psicologia também contou com um estande para distribuição aos participantes de diversas publicações da Autarquia acerca do cuidado em saúde mental e do papel de psicólogas e psicólogas nas políticas na área.

Sobre a 5ª CNSM

A 5ª Conferência Nacional de Saúde Mental (CNSM) contou com a participação de 1,3 mil delegadas e delegados eleitas(os) nas etapas estaduais e do Distrito Federal, além de 174 pessoas eleitas em conferências livres nacionais – incluindo dez representantes eleitos a partir da conferência livre promovida pelo CFP e a Fenapsi, em setembro deste ano.

A 5ª CNSM é realizada pelo Ministério da Saúde e organizada pelo Conselho Nacional de Saúde – por meio de sua Comissão Intersetorial de Saúde Mental (CISM), composta por representantes da sociedade civil e do governo federal, e atualmente coordenada pelo Conselho Federal de Psicologia, por meio do conselheiro Gabriel Henrique Figueiredo e da ex-conselheira Marisa Helena Alves.

Além de coordenar as atividades no âmbito da CISM, o Conselho Federal de Psicologia teve ampla mobilização na realização da 5ª CNSM, com um conjunto de atividades impulsionadas desde 2019, incluindo a participação da Autarquia na 16ª Conferência Nacional de Saúde (8ª+8) e a promoção das conferências livres “Retrocessos na ‘Nova’ Política de Saúde Mental: Resistir e Avançar” e “a 1ª Conferência Nacional Livre de Saúde Mental da Psicologia: pelo cuidado em liberdade e fortalecimento da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS)”. 

Confira a galeria de fotos no Flickr do CFP.

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CFP dialoga sobre reconstrução do SUAS durante a 13ª Conferência Nacional de Assistência Social

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) marcou presença na 13a Conferência Nacional de Assistência Social, realizada entre os dias 5 e 8 de dezembro, em Brasília (DF), que teve como tema “Reconstrução do SUAS: O SUAS que temos e o SUAS que queremos”.Nesta edição, a Conferência contou também com a importante participação de Conselhos Regionais de Psicologia e de psicólogas(os) organizadas(os) em fóruns de trabalhadoras(es) do SUAS, além das(os) profissionais que ocupam cargos de gestoras(es) ou atuam em entidades socioassistenciais.

No primeiro dia do evento, o CFP promoveu atividade auto-organizada que colocou em debate a Assistência Social em interface com os direitos de crianças e adolescentes em situação de orfandade decorrente da pandemia de Covid-19 e dos feminicídios no Brasil. O diálogo foi coordenado pela conselheira Marina Poniwas que também representa o CFP na presidência do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda). 

Ao iniciar o diálogo, que contou ainda com a participação da conselheira Neuza Guareschi, a presidente do Conanda abordou a lacuna existente na legislação referente à orfandade e destacou a urgência de construir uma política específica que incorpore aspectos da atenção psicossocial nos territórios, atendendo às demandas desses grupos. “Historicamente, o problema da orfandade foi tratado no âmbito individual e familiar. Não encontramos referências diretas à orfandade em instrumentos como o Estatuto da Criança e do Adolescente, plano de convivência comunitária ou na lei de convivência familiar comunitária”, explicou.

Reconhecimento à atuação do CFP

Durante a 13a CNAS, o Conselho Federal de Psicologia (CFP), representado pelo presidente Pedro Paulo Bicalho, recebeu o Prêmio Mérito SUAS Simone Albuquerque. O CFP foi reconhecido pela prática exitosa de integrar ações de mobilização de trabalhadoras psicólogas em espaços de controle e participação social do Sistema Único de Assistência Social (SUAS).

Ao receber a congratulação, o presidente do CFP expressou o orgulho da Psicologia brasileira no SUAS, ressaltando o empenho das psicólogas e dos psicólogos na construção e execução das políticas de assistência social. Pedro Paulo enfatizou a resistência contra o desmonte das políticas na área, salientando a importância da defesa intransigente das políticas públicas e da realização de conferências para consolidar a participação social no país.

“A Psicologia brasileira não somente tem orgulho de estar no SUAS. A Psicologia brasileira é grata ao modo como o SUAS nos transformou. Portanto, viva o SUAS. Simone Albuquerque presente hoje e sempre”, referenciou o presidente do CFP.

Pedro Paulo Bicalho lembrou ainda que, no Brasil, a Política Nacional de Participação Social e o SUAS representam um verdadeiro enfrentamento à desigualdade social, resultante de um histórico violento de colonização e escravização.

Além de integrar o Fórum Nacional de Trabalhadoras e Trabalhadores do Sistema Único de Assistência Social (FNTSUAS), o CFP compõe a gestão 2022-2024 do Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS). Desde 2015, o Conselho Federal de Psicologia mantém a Comissão Nacional de Psicologia na Assistência Social (CONPAS), regulamentada pela Resolução CFP nº 7/2020. Entre outras atribuições, a CONPAS sugere estratégias de consolidação da Política Nacional de Assistência Social, executa deliberações do CFP sobre Assistência Social e fomenta a participação da Psicologia em comissões, fóruns e conselhos de Assistência Social.

A edição 2023 do Prêmio Mérito CNAS homenageia postumamente a assistente social Simone Albuquerque, que foi vice-presidente do Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS), destacando sua contribuição às políticas públicas no Brasil.

Mobilização da categoria

Segundo o Censo SUAS 2019, quase 25 mil psicólogas e psicólogos atuam na Política de Assistência Social em todo o Brasil. A relevância dessa presença convoca a categoria a contribuir nas reflexões e proposições para aprimorar as ações e projetos dessa política de Estado.

Como parte da mobilização para a 13a Conferência, o CFP promoveu ao longo de 2023 uma série de atividades. Em março, foi realizado o I Seminário Nacional Psicologia e Controle Social no SUAS, como parte da mobilização para as etapas preparatórias. Em julho, foram conduzidos cinco webinários regionais como parte da mobilização de profissionais da Psicologia atuantes no SUAS. Já em setembro, ocorreu a live “Assistência Social, política de drogas e direitos humanos: diálogos para o cuidado no SUS e no SUAS que queremos”.