Estudo aborda relatos de policiais militares sobre a “Lei Seca”

Bebida Alcoólica e Direção Automotiva: Relatos de Policiais Militares Sobre a “Lei Seca”. Este é o artigo da edição 36.2 da revista Psicologia: Ciência e Profissão, publicado nesta semana pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP).

De acordo com o resumo, o objetivo foi conhecer o contexto atual de realizações e dificuldades um programa de fiscalização implantado em 2003, no estado do Espírito Santo, por meio de entrevistas com 25 policiais militares que atuam no referido programa.

O periódico, cuja versão eletrônica se encontra na plataforma SciELO, tem toda semana um texto publicado no site do CFP e nas redes sociais. A autarquia intensifica a busca pelo conhecimento científico, a fim de expandir o alcance de conteúdos acadêmicos para a categoria e para a sociedade.

Os autores do artigo são: Andrea dos Santos Nascimento, doutora pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), e Paulo Rogério Meira Menandro, docente da Ufes.

Pesquisa

O material textual composto pela transcrição das entrevistas foi processado por meio do software Alceste, que organizou as respostas dos policiais em seis classes de conteúdos: “Naturalização e valorização do beber excessivo”; “Menosprezo do risco da associação entre bebida e direção”; “Realizações e dificuldades no contexto das ações de fiscalização”; “Realizações e dificuldades no contexto das ações educativas”; “Aspectos legais e operacionais em torno da verificação da embriaguez”; e “Aspectos legais e operacionais relativos à punição do condutor”.

A  Assessoria de Comunicação do CFP entrevistou Andrea Nascimento.

Confira a entrevista:

O que os motivou a fazer a pesquisa sobre esse tema?

Por ocasião do doutorado da professora Andrea, foi possível desenvolver uma pesquisa em Psicologia do Trânsito que falasse sobre o comportamento de beber e dirigir. Ambos pesquisadores desenvolvem estudos acerca da questão do álcool, sendo que, o foco do professor Paulo está na cultura e na representação social do álcool para a sociedade brasileira, enquanto o foco da professora Andrea está na em relação as políticas públicas de trânsito, principalmente àquelas relativas ao consumo abusivo de bebidas alcoólicas e sequente direção automotiva.

Quais os resultados que você destaca desse levantamento?

O artigo é apenas um recorte da tese de doutorado da autora pelo Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade Federal do Espírito Santo, que contou com a participação de vários atores da política de repressão ao comportamento de beber e dirigir. Em relação a este grupo, um recorte interessante, no que tange aos policiais militares, é o entendimento acerca da aceitação social das blitz de fiscalização. Por outro lado, os policiais reclamam de maior suporte legal, de forma a garantir a eficácia e a eficiência (inclusive, educativa) do trabalho que é realizado para a segurança pública. Outro aspecto relevante, é a reclamação acerca do quadro reduzido de policiais do Batalhão de Trânsito, que parece uma contradição face a importância do trabalho realizado que é impedir que motoristas que estão dirigindo possam ser causadores ou vítimas de acidentes de trânsito. Nesse caso, os entrevistados questionam a real importância do trabalho para o poder público.

Na sua opinião, como as concepções de profissionais que participam de forma direta da intervenção relativa ao problema podem contribuir para a discussão e aprimoramento das modalidades de intervenção a serem continuadas?

A Psicologia não trabalha diretamente nas abordagens de trânsito nem no acompanhamento ou monitoramento do comportamento de motoristas infratores. No Brasil, o campo do trabalho do psicólogo(a) do trânsito ainda é mais direcionado à avaliação psicológica para a primeira habilitação, mudança de categoria ou medo de dirigir, por exemplo. O trabalho de educação voltada para o trânsito ainda é pouco explorado e pesquisado. Ainda é visto como uma questão “menor” na Psicologia, mesmo que mais de 45 mil pessoas morram, todos os anos, devido aos acidentes de trânsito. Ainda há muito a ser discutido em relação as ações e campanhas educativas que podem ter resultados tão, ou mais, eficientes quanto a abordagem (depois que o motorista já consumiu bebida alcoólica) cuja finalidade é coercitiva e repressora. O psicólogo ainda não se sentiu convocado para trabalhar na prevenção dos acidentes de trânsito e, ao nosso ver, essa é uma pauta importantíssima para toda a psicologia brasileira, principalmente a do trânsito.

Clique aqui e leia o artigo na íntegra.

Andrea dos Santos Nascimento

Andrea dos Santos Nascimento

 

 

Artigo analisa impacto do trabalho em profissionais de Saúde Mental

Impacto do Trabalho em Profissionais de Serviços de Saúde Mental em um Município do Nordeste Brasileiro. Este é o artigo da edição 36.2 da revista Psicologia: Ciência e Profissão publicado nesta semana pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP).

O periódico, cuja versão eletrônica se encontra na plataforma SciELO, tem toda semana um texto publicado no site do CFP e nas redes sociais. A autarquia intensifica a busca pelo conhecimento científico, a fim de expandir o alcance de conteúdos acadêmicos para a categoria e para a sociedade.

Os autores e a autora do artigo são: Angelo Giuseppe Roncalli (docente da Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN), Glaudênia Alves Moura(mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva da UFRN) e Luiz Roberto Augusto Noro (docente da UFRN).

Coleta

Segundo o resumo, o objetivo do estudo foi avaliar o impacto laboral sentido pelas (os) profissionais de saúde, em virtude do trabalho diário com pessoas que apresentam distúrbios psiquiátricos. A coleta de dados ocorreu por meio da Escala de Avaliação do Impacto do Trabalho em Serviços de Saúde Mental aplicada em 87 profissionais de Saúde Mental da cidade de Mossoró (RN).

Os resultados da pesquisa apontam baixo efeito de sobrecarga nos profissionais pesquisados. Das subescalas estudadas, a maior pontuação foi observada na que mede o impacto do trabalho no funcionamento da equipe. Os autores e a autora concluem que as relações interativas entre as (os) profissionais e as (os) usuárias (os) não são as causas de maior impacto no trabalho.

Clique aqui e leia o artigo na íntegra.

“Toda escola pode fazer bem”

A conselheira do 16º Plenário do Conselho Federal de Psicologia (CFP), Meire Nunes Viana, foi entrevistada para o caderno “Ponto Edu (.edu)” do jornal O Estado de S. Paulo, publicado no último domingo, 25 de setembro.  A matéria intitulada “Lição de Casa: decidir a escola” abordou o dilema na hora de escolher uma escola para o (a) filho (a), o que costuma exigir pesquisa e informação sobre localização, preço e, sobretudo, a linha educacional.

Na entrevista, Meire afirma que, além de transmitir conhecimento, a escola divide com a família a responsabilidade pela formação de cidadãos. Por isso, na hora de escolher a instituição onde o filho vai passar grande parte (senão a maior parte) do dia, recai sobre os pais a cobrança de encontrar a escola perfeita. Atividades extras e a pressão para formar o mais cedo possível um cidadão pronto para o mercado de trabalho podem frustrar os alunos e prejudicar o processo educacional.  Ela defende ainda que não há uma escola perfeita. Para a conselheira do CFP e integrante da Comissão Nacional de Psicologia na Educação (PsinaEd), um bom projeto educacional e apoio psicológico são os principais pontos para levar em conta na escolha.

Confira abaixo a entrevista: 

Como os pais se sentem na hora de escolher uma escola para os filhos? 

Boa parte das famílias tem a expectativa de que a escola cumpra um papel complementar na educação. Nas últimas décadas, os pais passam muito tempo trabalhando e ficam menos com os filhos. Por isso, precisam confiar na instituição para cumprir uma formação humana, não só de aprendizagem. Eles precisam pensar se a escola combina com o modelo educacional que escolheram, com o projeto de filho que idealizaram. l Você percebe que os pais sentem ansiedade nesse momento? Nos anos 60 ou 70, escolhendo uma escola ou outra, o aluno saía lendo, escrevendo. Hoje, não se busca só isso – há também o papel de constituir o sujeito como cidadão. A educação está muito mais voltada para a educação humana do que antigamente. Por outro lado, temos educadores com dificuldade de cumprir esse papel em sua plenitude, e essa diferença tem provocado uma ansiedade. l Essa preocupação é justificável ou às vezes é um pouco exagerada? Entendo que existe a busca dos pais para tentar encontrar um caminho mais assertivo para a família. Não é fácil saber, quando você põe a criança na escola aos 6 anos de idade, se ao longo dos nove anos de ensino ela vai conseguir alcançar o que foi projetado. É desafiador. Talvez seja preciso se acalmar um pouco para ponderar o marketing que as escolas fazem para seduzir esses pais ansiosos.

 

O que os pais podem fazer para tomar uma decisão com mais calma? 

É fundamental pensar quais são suas metas no processo educativo, o que entendem como pontos importantes e almejam para a formação dos filhos. Dentro do possível, os pais podem incluí-los nesse processo, para que eles os ajudem a entender o que desejam em cada fase. Assim, os filhos vão desempenhar melhor e terão menos chance de se frustrar. Praticamente todas as escolas podem fazer bem para crianças ou adolescentes, desde que contem com apoio psicológico e um bom projeto educacional.

 

O que caracteriza esse bom projeto? 

A melhor escola é aquela que se propõe a acompanhar o desenvolvimento de crianças e adolescentes, sem acelerar o processo. A proposta deve ser de desenvolver as atividades dentro de um ritmo adequado à idade, facilitando o relacionamento interpessoal e respeitando o movimento e os gostos dos alunos. Independentemente do conteúdo ou da carga horária, uma boa escola é aquela que permite o pleno desenvolvimento do estudante sem pressa. Muitas vezes a expectativa de que a criança tem de ter sucesso acaba prejudicando. Ela precisa curtir aquele momento que não vai voltar mais. A escola precisa estar atenta: o que está oferecendo aos 8, 9, 10 anos? É isso que o aluno quer? Ouvir a criança e o adolescente é um excelente caminho, além de levá-los para conhecer o espaço, que vai ser de vivência diária.

Com informações do jornal O Estado de São Paulo/Luíza Pollo (Especial)

 

 

 

Acesse a edição 36.3 da revista Psicologia: Ciência e Profissão

O terceiro número da edição 36.3 da revista Psicologia: Ciência e Profissão (PCP) acaba de ser publicado na plataforma SciELO e, nos próximos dias, será distribuído a universidades e faculdades com cursos de Psicologia.

Leia os artigos da edição atual

Desde o ano passado, a PCP passa por adaptação às novas exigências da base de dados da SciELO, definidas em novembro de 2014, a fim de que mantenha sua classificação como Qualis A2 de produção científica e chegue ao selo Qualis A1 de excelência. As alterações se referem ao processo de editoração on-line, com automatização de procedimentos em diferentes formatos, dispositivos eletrônicos e de verificação de elementos textuais/bibliográficos, critérios mínimos de participação de editores associados, revisores e autores estrangeiros, além do estabelecimento de quantidade mínima de artigos a serem publicados anualmente, em português e inglês. Desde a edição de março, o periódico tem novo visual.

Internacionalização

O processo de internacionalização da revista foi intensificado nesta edição, com a publicação de dois artigos em língua estrangeira nesta edição: Tendencia Suicida en Niños Accidentados (texto em espanhol) e Evaluation of the Implementation of a Preventive Program for Children in Brazilian Schools (em inglês).

Para publicar na Revista Psicologia: Ciência e Profissão, confira as instruções aos autores.

Um artigo por semana 

Com o objetivo de integrar o periódico e deixá-lo mais acessível às (aos) psicólogas (os), estudantes de Psicologia e a toda a comunidade, o CFP vem publicando os artigos do periódico acompanhados de entrevistas com seus autores.

A Psicologia: Ciência e Profissão é, reconhecidamente, um periódico de ampla repercussão na comunidade acadêmica e profissional da área. Nos últimos três anos, foram submetidos 877 artigos e relatos de experiência, com uma média anual de 292 publicados. Esses dados, que refletem a receptividade da revista entre os seus interessados, indicam também a necessidade do trabalho diligente e cuidadoso na valorização dos artigos recebidos e no seu processo de avaliação.

Controle organizacional e subjetividade no contemporâneo

Novas Modulações do Controle Organizacional: um Estudo de Caso é mais um artigo da edição 36.2 da Revista Psicologia: Ciência e Profissão, publicado nesta semana pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP). O periódico, cuja versão eletrônica se encontra na plataforma SciELO, tem toda semana um texto publicado no site do CFP e nas redes sociais.  O Conselho intensifica a busca pelo conhecimento científico a fim de expandir o alcance de conteúdos acadêmicos para a categoria e para a sociedade.

De acordo com o resumo, “o poder nas organizações não se manifesta apenas por vias coercitivas na atualidade. Ele atua por meio de dispositivos de poder, nos quais são incluídos os métodos disciplinares, que operam diretamente na subjetividade do sujeito”. Desta forma, o objetivo do artigo foi explicitar parte dos resultados de uma pesquisa sobre controle organizacional e subjetividade no contemporâneo, cuja amostra total foi de 30 pessoas, em que se investigou a lógica pós-disciplinar presente nos mecanismos de controle organizacional por meio da problematização do nexo entre tecnologia e subjetivação.

Utilizando uma mulher funcionária de uma instituição transnacional como estudo de caso, os resultados apontaram que a lógica vigente da organização do trabalho obriga que o trabalhador assuma para si as flutuações da demanda, bem como a responsabilidade dos resultados. Dessa forma, há indicativos de que as novas formas de organização do trabalho possibilitam a autorresponsabilização do sujeito.

A Assessoria de Comunicação do CFP entrevistou Cláudia Maria Perrone, doutora em Linguística pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC/RS) e professora do Departamento de Psicologia da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Santa Maria (RS) e uma das autoras do artigo.

As demais são Anelise Schaurich dos Santos (doutoranda do Programa de Pós-graduação em Psicologia da Universidade do Vale do Rio dos Sinos -PPGP/UNISINOS -, bolsista CAPES/PROSUP, São Leopoldo – RS), Gênesis Marimar Rodrigues Sobrosa (Doutoranda do Programa de Pós-graduação em Psicologia da Universidade do Vale do Rio dos Sinos – PPGP/UNISINOS -, bolsista CAPES/PROSUP, Professora dos cursos de Administração, Tecnólogo em Gestão de Recursos Humanos e Pedagogia da Faculdade Murialdo – FAMUR -, Caxias do Sul – RS) e Lize Maria Cardoso Calvano (Mestranda do Programa de Pós-graduação em Psicologia da Universidade Federal de Santa Maria – PPGP/UFSM-, Santa Maria – RS.).

Confira a entrevista: 

O que as motivou a fazer a pesquisa sobre esse tema? 

Há uma ampla discussão teórica sobre o sujeito neoliberal, que se unifica como o sujeito “empreendedor “, o “empresário de si mesmo”, em busca do máximo de rendimento e de competência. Ao contrário do sujeito clássico voltado para o “cuidado de si”, que sabe proteger-se dos excessos, o empresário de si mesmo busca a melhor adaptação ou uma alienação modulada, suportável, almejando o excesso, o rendimento e a competência ilimitada. Queríamos dar corpo e voz para o sujeito neoliberal.

Quais os resultados que você destaca desse levantamento? 

O resultado a ser destacado é o caráter paradoxal da subjetividade neoliberal. As técnicas de gestão, os dispositivos de avaliação, os conselheiros e as estratégias de vida de vida que compõem o gozo da rentabilidade e da competência ilimitada é o dispositivo mesmo de governo que produz o desconhecimento de si e apresenta a sua contraface de depressão, pânico, “corrosão do caráter” e precarização.

Na sua opinião, até que ponto o processo de “autorresponsabilização do sujeito” pode impactar as relações de trabalho? 

Há um aumento de produtividade, sem dúvida alguma. Mas há também a hiper individualização que localiza o sujeito no limiar do fracasso, sem conseguir uma estabelecer uma distância simbólica para elaboração de um outro lugar que não seja a exaustação de si.

Clique aqui e leia o artigo na íntegra.

Senado abre consulta pública sobre psicólogos (as) nas escolas públicas

O site do Senado Federal abriu consulta pública para que o internauta opine sobre o Projeto de Lei 557 de 2013, que dispõe sobre o atendimento psicológico ou psicopedagógico para estudantes e profissionais da educação, determinando que os sistemas de ensino ofereçam atendimento psicológico ou psicopedagógico aos estudantes e profissionais da educação das redes públicas de Educação Básica.

A referida proposição é oriunda do Projeto Jovem Senador e encontra-se na Comissão de Assuntos Sociais sob a relatoria da senadora Rose de Freitas (PMDB/ES), aguardando parecer. Para votar a favor do projeto, clique aqui e vote. Caso você não seja cadastrado, o site do Senado o/a redirecionará para fazer um breve cadastro, que pode ser feito por e-mail ou pelas contas do Facebook ou Google +.

Deliberação na Câmara 

Paralelamente a essa discussão no Senado, e em situação mais avançada, o Projeto de Lei 3688/2000, que dispõe sobre a inclusão de assistentes sociais e psicólogos/as nas escolas públicas, aguarda ser inserido na pauta do plenário da Câmara dos Deputados para deliberação. A matéria já foi aprovada na própria Câmara, tendo sido reformada no Senado e retornado àquela Casa.  O Conselho Federal de Psicologia (CFP), nos últimos anos, vem fazendo uma intensa articulação com os (as) parlamentares daquela Casa para a aprovação dessa matéria. Caso o plenário aprove, o projeto vai para a sanção do presidente Michel Temer.

Para a presidente do CFP, Mariza Monteiro Borges, apesar de a consulta pública do Senado remeter a outra proposição de teor similar, esta servirá para mobilizar a categoria e pressionar a Câmara dos Deputados a colocar em pauta, e, posteriormente, aprovar o Projeto de Lei 3688/2000. “É importante mobilizarmos a categoria nessa pauta de grande importância não apenas para a categoria, mas para a sociedade como um todo”, ressaltou.

PsinaEd

A Comissão de Psicologia na Educação (PsinaEd) da autarquia apoia as propostas que estão tramitando na Câmara e no Senado. No entanto, o colegiado aponta que algumas questões precisam ser ponderadas a partir de uma reflexão da prática desse profissional.

“Somos totalmente a favor de pensar a inclusão da Psicologia, da Psicopedagogia, do Serviço Social, das equipes multidisciplinares nas escolas”, diz a conselheira do CFP e integrante da PsinaEd Meire Viana. “Entretanto, precisa haver reflexão sobre o papel, a função, a finalidade que terão essas atividades. Não faz sentido a gente pensar, neste momento, que o papel do psicólogo seja ficar atendendo os alunos em processo de psicoterapia, ou de psicopedagogia voltada ao aluno. Nós pensamos no papel da Psicologia Escolar dentro de todo o contexto e todo o cenário, como se deve pensar a intervenção da Psicologia dentro da Educação”, destaca.

Seminário “Psicologia Escolar: que fazer é esse?” 

Nos dias 12 e 13 de agosto deste ano, Comissão de Psicologia na Educação (PsinaEd) do CFP, com apoio da Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas), realizou o Seminário “Psicologia Escolar: que fazer é esse?”, em Campinas (SP). O evento foi voltado a estudantes e profissionais da área e teve como principal objetivo discutir a inserção profissional das (os) psicólogas (os) no campo da Educação.

Clique aqui e assista a vídeo sobre o Seminário.

Fundação Lemann 

No segundo semestre do ano passado, a Fundação Lemann contratou o instituto Ibope Inteligência para a realização da pesquisa chamada “Conselho de Classe”. A sondagem teve como objetivo ouvir professores de todo o Brasil sobre temas relacionados à profissão e ao contexto educacional brasileiro. Dentre os diversos temas, foi apontado que as escolas públicas do país deveriam dispor de um serviço integrado com psicólogo (a), assistente social e psicopedagogo. Em relação a esses dados específicos, 50% dos entrevistados apontam que as secretarias de Educação deveriam oferecer: psicólogos (50%), psicopedagogo (28%), assistente social (8%), mediador de conflito (7%) e fonoaudiólogo (4%). Confira os dados da pesquisa aqui.

Artigo da semana: Dinâmica de Grupo na Avaliação Psicológica no Contexto do Trânsito

O artigo da edição 36.2 da Revista Psicologia: Ciência e Profissão desta semana trata do Uso da Técnica de Dinâmica de Grupo na Avaliação Psicológica no Contexto do Trânsito: Relato de Experiência. O periódico, publicado pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP) e cuja versão eletrônica se encontra na plataforma SciELO, tem toda semana um texto divulgado no site do CFP e nas redes sociais.  Com isso, a autarquia intensifica a busca por conhecimento científico e expande o alcance de conteúdos acadêmicos para a categoria e para a sociedade.

A técnica da dinâmica de grupo é um dos métodos utilizados na avaliação psicológica no contexto do trânsito. No artigo, é relatada uma experiência profissional em que a prática foi utilizada para informar as etapas do processo de aquisição da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e da avaliação psicológica, assim como esclarecer o papel ativo que o cidadão tem no sistema trânsito, de forma a repensar os valores individuais e grupais voltados para a segurança no trânsito.

A Assessoria de Comunicação do CFP entrevistou Marlene Alves da Silva, autora do artigo e psicóloga em Vitória da Conquista (BA).

Confira a entrevista:

O que a motivou a fazer a pesquisa sobre esse tema?

A motivação para a pesquisa sobre o tema decorre da minha inquietude ao analisar a prática automatizante da avaliação psicológica no contexto do trânsito e a necessidade de transformá-la em uma práxis reflexiva que envolva todos os atores desse fenômeno. Na condição de Supervisora de Estágio obrigatório do Curso de Especialização em Psicologia do Trânsito em duas Instituições de Ensino no Estado da Bahia, também como Professora Convidada em vários outros Cursos de Especialização pelo Brasil, e, ainda, como Psicóloga Perita credenciada pelo Detran –BA, me deparo com o desafio de atender às determinações do Conselho Federal de Psicologia (CFP) e da Resolução do Contran no. 425/2012, órgãos que legislam sobre este fazer. Considere-se, por fim, o referencial teórico e as singularidades na lida com o ser humano e suas expectativas em adquirir concessão para dirigir veículos automotores. Todos estes conhecimentos me fizeram desenvolver uma Técnica de Dinâmica de Grupo onde questiono a participação e a responsabilidade de cada um, e do grupo em geral, como condutor/motorista e as suas contribuições para a segurança no trânsito, além de desmitificar o processo de avaliação psicológica nesse contexto.

Quais os resultados que você destaca desse levantamento?

O fato de ser pesquisadora ativa e atuante na área possibilitou alinhar a teoria à prática. Ao escrever um relato de experiência apresento a forma de atuação e objetivo despertar nos demais profissionais um modelo que pode ser questionado e aprimorado.

Na sua opinião, como as pesquisas sobre dinâmica de grupo poderão contribuir para o melhor desenvolvimento desta atividade na Psicologia?

Essa é a primeira publicação na área que discute, de forma reflexiva, uma exigência legal. As legislações exigem a obrigatoriedade do uso da dinâmica de grupo no processo avaliativo no contexto do trânsito. Este texto visa contribuir para a criação de novas dinâmicas de grupo direcionadas para a área, colaborando para que o cidadão melhor participe no processo avaliativo para o trânsito. Além disso, procura instigar a produção de outros fazeres e práticas no processo de avaliação compulsória nesse contexto, ampliando o leque de atuação do perito.

Clique aqui e leia o artigo na íntegra.

Marlene Silva

CFP participa de 2ª Jornada USP de Psicologia do Esporte

Aconteceu em Ribeirão Preto (SP), na última quinta (1º), a “2ª Jornada da Universidade de São Paulo (USP) de Psicologia do Esporte”. O evento contou com a participação de profissionais e estudantes (graduação e pós-graduação) de Psicologia, Educação Física e áreas afins. O Sistema Conselhos de Psicologia esteve representado pelas psicólogas Luciana Ferreira Angelo (integrante do coletivo ampliado do CFP – Psicologia do Esporte) e Adriana Bernardes Pereira, integrantes do Grupo de Trabalho da Assembleia das Políticas da Administração e das Finanças (Apaf) de Psicologia e Esporte.

A Jornada de Psicologia do Esporte contou com uma vídeo-conferência e três mesas redondas, que abordaram os seguintes temas: Infância e adolescência: esporte e atenção psicossocial; O corpo ocupa o espaço público: a Psicologia do exercício vai às ruas; e Psicologia do esporte: questões de gênero e alto rendimento.

Luciana Angelo apresentou um dos campos de atuação da Psicologia do Esporte, que é a intervenção em Práticas de Tempo Livre. Ela compartilhou com o público experiências de psicólogos (as) que têm como objeto de estudo o comportamento das pessoas em vias públicas, em parques e praças, em ambientes outdoor para prática de exercício físico e caminhadas. “O importante é saber que as pessoas têm reações emocionais quando estão ocupando estes espaços caminhando e fazendo exercício, podendo levá-las a ter maior prazer e qualidade de vida, maior segurança e autoestima, melhor disposição psicomotora, disposição para interagir com o ambiente e com as pessoas que fazem parte do mesmo. Também foi discutido o aspecto da mobilidade em centros urbanos em diferentes modais como bicicleta, metro, a pé, de ônibus, de patins, skate ou outro tipo de modal que não o carro”, justificou.

Adriana Bernardes apresentou os aspectos históricos e conceitos sobre gênero no esporte, estimulando o publico a compreender as diferentes formas de entendimento sobre o tema e a valorizá-lo no campo esportivo.

Luciana avalia que o evento pôde contribuir para o desenvolvimento de aspectos pouco conhecidos no âmbito da Psicologia do Esporte, como as práticas de tempo livre, as questões de gênero no esporte, o legado de competições de alto rendimento para estimular a população a praticar esporte e o relato de profissionais que trabalharam com atletas olímpicos brasileiros, entre outros. Segundo ela, “o CFP mais uma vez cumpriu o seu papel de fortalecimento da especialidade, quando, ao auxiliar com a verba para a participação de pelo menos um participante, demonstrou seu compromisso em investir na qualificação e na representatividade científica da Psicologia do Esporte. A Autarquia se fez presente tanto na 1ª Jornada quanto na 2ª Jornada”, concluiu.

Conheça o trabalho da psicóloga do Esporte Sandra Quinzani

A seção “Fala, Psicólog@!” da edição 113 do Jornal do Federal conta a experiência de uma profissional da Região Sudeste, Sandra Regina Quinzani. Ela falou ao Jornal sobre sua atuação como psicóloga do Esporte no Colégio Eduardo Gomes, em São Caetano do Sul (SP), por meio de um projeto social que implantou o esporte na área educacional.

A equipe de comunicação do Conselho Federal de Psicologia (CFP) selecionou profissionais das cinco regiões do país em cada uma das últimas edições do Jornal do Federal para a seção. Conheça as (os) já entrevistadas (os):

Nordeste – Thahyana Mara Valente Lima

Norte – Angelina Ribeiro de Sousa

Centro-Oeste – Patrícia Marinho Gramacho

Sul – Joseane Oliveira Luz

Confira abaixo a entrevista com Sandra Quinzani.

O espaço “Fala, Psicólog@” desta edição conta a experiência de uma profissional da Região Sudeste, Sandra Regina Quinzani. Ela falou ao Jornal do Federal sobre sua atuação como psicóloga do Esporte no Colégio Eduardo Gomes, em São Caetano do Sul (SP), por meio de um projeto social que implantou o esporte na área educacional. Denominado “Escola de Atletas EG”, o programa atende também as crianças da comunidade. No próximo número, o JF volta a contemplar a realidade de trabalho de um(a) profissional do Nordeste do país. Para participar, envie um e-mail para jornaldofederal@cfp.org.br, sinalizando seu interesse, ou mande uma mensagem para a página do CFP no Facebook.

Qual é sua área de atuação na Psicologia?

Atuo como psicóloga do Esporte e de Cultura no Colégio Eduardo Gomes, situado em São Caetano do Sul, trabalhando com categorias de base nas seguintes modalidades: Handebol, Judô, Natação, Ginástica Rítmica, Dança, Teatro e Robótica.

Como é sua rotina de trabalho?

Acompanho as equipes das modalidades citadas, com atendimentos semanais,  seguindo a periodização de cada uma delas e atendimentos individuais, conforme a necessidade. O trabalho é dividido em quatro fases. Na preparatória, é voltado ao autoconhecimento, consciência corporal, reconhecimento das emoções, coesão grupal e avaliação psicológica, além do desenvolvimento das competências e habilidades emocionais. São aplicados questionários e testes, realizadas reuniões com pais e dinâmicas de grupo, e também envolve a observação sistemática em treinos e jogos, conversas, palestras motivacionais e dinâmicas de grupo.

Na fase pré-competitiva, são aprimoradas as competências e habilidades emocionais. Já a fase competitiva abrange o suporte emocional, com o objetivo de aliviar a pressão inerente ao período e ajuste emocional às demandas provenientes das competições, e na fase de transição é feita a reavaliação psicológica. O desenvolvimento e a aplicação das tarefas psicológicas devem sempre estar de acordo com que o (a) profissional se propõe a trabalhar.

Ao trabalhar com categorias de base, por exemplo, a visão deve estar voltada para a promoção de saúde, comunicação, relações interpessoais, liderança e melhora do desempenho esportivo (físico e emocional).

O que você considera mais positivo em relação ao seu cotidiano de trabalho?

O mais positivo no desenvolvimento de meu trabalho é a possibilidade de atuar com todas as modalidades esportivas, o que me proporciona uma visão bem ampla. Além das modalidades esportivas, acompanho, as culturais e uma equipe de Robótica.

Na equipe de Robótica, tenho a possibilidade de viver o meio competitivo de uma forma bem diferenciada, em que a cooperação é a base de todo o processo. A Robótica tem como parceiro a Lego, em um programa criado para crianças e adolescentes entre nove e 16 anos com o intuito de despertar o interesse pela ciência, engenharia, tecnologia, matemática e empreendedorismo, além de ensinar competências importantes para o desenvolvimento futuro. Entre os dias 4 e 7 de maio deste ano, acompanhei a Equipe de Robótica em um torneio internacional, em Tenerife (Espanha). Lá, eles conquistaram o prêmio de 3º lugar em Programação.

Quais as limitações que você encontra no seu cotidiano de trabalho?

Apesar do envolvimento com as equipes, muitas vezes me deparo com limitações na prática efetiva da Psicologia do Esporte. Isso deve-se à resistência de alguns técnicos, ainda céticos quanto aos benefícios que a mesma pode proporcionar aos atletas, seja por falta de conhecimento ou insegurança de ter um (a) psicólogo (a) compondo sua comissão técnica.

Matéria publicada na edição 113 do Jornal do Federal

Clique aqui e leia a edição 113 do Jornal do Federal

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Psicologia e Práticas Restaurativas na Socioeducação é tema de artigo desta semana

O artigo da edição 36.2 da Revista Psicologia: Ciência e Profissão publicado nessa semana pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP) é “Psicologia e Práticas Restaurativas na Socioeducação: Relato de Experiência”. O periódico, cuja versão eletrônica se encontra na plataforma SciELO, tem toda semana um texto publicado no site do CFP e nas redes sociais.  Assim, o Conselho busca ampliar o conhecimento científico, a fim de expandir o alcance de conteúdos acadêmicos para a categoria e para a sociedade.

O artigo tem como objetivo apresentar um relato de experiência de profissional da Psicologia dentro de uma unidade de Atendimento Socioeducativo de uma cidade no interior do estado do Rio Grande do Sul. Os dados obtidos fazem parte de um estudo maior intitulado “Um Estudo dos Fatores de Risco e de Proteção em Jovens que Cumprem Medida Socioeducativa”. De acordo com o resumo, os resultados mostraram que as práticas restaurativas realizadas naquela instituição “foram apenas os círculos de compromisso”.

A Assessoria de Comunicação do CFP entrevistou uma das autoras do artigo, Iara da Silva Ferrão (Mestre pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). As demais autoras são as docentes da UFSM Samara Silva dos Santos e Ana Garcia Cristina Dias.

Confira a entrevista: 

O que as motivou a fazer a pesquisa sobre esse tema? 

Eu trabalhei no sistema socioeducativo e com adolescentes em egresso do sistema socieducativo, onde realizava algumas práticas restaurativas. Nesses contextos, as dificuldades de realizar as práticas vinham de diferentes lugares, ou seja, desde a pouca ou nenhuma formação específica para realização das práticas, até a (des)crença por parte de algumas pessoas sobre a efetividade das mesmas.  Há algum tempo sou pesquisadora da temática da violência juvenil e a seguir das práticas autocompositivas e consensuais de resolução de conflitos (mediação e Justiça Restaurativa/JR). Dessa forma, as dificuldades da prática e os resultados de pesquisa nessa área me instigaram a escrever esse relato. Durante a realização do curso do mestrado em Psicologia da UFSM, manifestei o desejo de reunir essas vivências em um relato científico. Assim, realizamos o artigo acreditando que o mesmo poderia servir também como uma possibilidade de repercussão na comunidade científica sobre a prática da  JR e suas possibilidades  num contexto tão  singular quanto o do sistema socieducativo.

 

Quais os resultados que você destaca desse levantamento? 

Destacaria as dissonâncias entre as previsões das cartas legais referentes à justiça juvenil, e o que acontece na prática na condução e acompanhamento do cumprimento de Medida Socioeducativa (MSE),  principalmente no que diz respeito à JR. Ainda, o pouco investimento na formação dos socioeducadores para o trabalho com processos e práticas da JR, uma vez que encontram-se  asseguradas no Sistema Nacional Socioeducativo (SINASE) e no Estatuto da Criança e Adolescente (ECA) há algum tempo. Também destaco a dificuldade de mudança paradigmática sobre um assunto ainda estigmatizado por uma parte da  população brasileira. A temática da violência juvenil ainda encontra-se arraigada em uma cultura da punição e em alguns mitos de que o adolescente é o responsável pela violência  em curso no país.

No contexto de trabalho com adolescente em conflito com a lei, esses mitos acabam fazendo parte da percepção de alguns socioeducadores, o que pode dificultar mudanças paradigmáticas necessárias para os processos que preveem a restauração e a ressignificação do ato infracional.

Outro resultado importante que encontramos no estudo foi com relação ao dia a dia dos profissionais nessas instituições, permeado por uma série de dificuldades que abrange jornada de trabalho, extremamente desgastante e estressante em que colocam recorrentemente suas vidas em risco. Ainda, a falta de um plano de carreira ou formação adequada e espaços apropriados para refeições e outras atividades. Esses fatores, em nossa opinião, podem acabar dificultando a realização de processos restaurativos que exigem por vezes tempo e mudanças em suas práticas de trabalho.

Na sua opinião, como a Justiça Restaurativa pode contribuir para o Sistema Socioeducativo? 

Acredito que a JR pode contribuir em diversos âmbitos do sistema socioeducativo, uma vez que diferentes estudos revelam a necessidade de investimentos e boas práticas num sistema que comprovadamente não está encontrando resolutividade em si mesmo. Dessa forma, fica evidente a necessidade de efetivação de práticas socioeducativas democráticas, articuladas em rede de atendimento das  políticas públicas da infância e juventude. Ainda entendo que a JR é uma possibilidade de avanço no que preconiza o ECA, porque ela apresenta a possibilidade de práticas que oportunizam a  corresponsabilidades nas intervenções institucionais,  na perspectiva de um Sistema de Garantia de  Direitos para adolescentes privados de liberdade, tal qual, preconiza o ECA e SINASE.

Por fim, a JR no contexto de cumprimento de MSE pode ser uma alternativa frente a um modelo de justiça pautado na punição, que tem apresentado poucas possibilidades de ressignificação da experiência para vítimas e autores de atos infracionais. Também uma possibilidade de desconstrução/ construção de um paradigma arraigado pela cultura de punição ao jovem que comete ato infracional. A JR, ao promover a participação ativa de todos os envolvidos numa situação de conflito, inclusive a vítima e a comunidade afetada, acaba promovendo um “olhar” sistêmico e, portanto,  fidedigno sobre a temática  da violência juvenil em curso no país.

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