Confira artigo sobre Relações Sexuais e Estudo Transgeracional

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) divulga, nesta semana, mais um artigo publicado na edição 36.2 da Revista Psicologia: Ciência e Profissão, que se encontra na plataforma da SciELO. O texto desta semana é: Representação Social das Relações Sexuais: um Estudo Transgeracional entre Mulheres.  Toda semana, o CFP publica um artigo do periódico em seu site e nas redes sociais. Com isso, a Autarquia busca ampliar o conhecimento científico a fim de expandir o alcance de conteúdos acadêmicos para a categoria e para a sociedade.

De acordo com o resumo do artigo, as relações sexuais são influenciadas por normas, valores, cultura, política, entre outros. A investigação em tela envolveu uma pesquisa descritiva, com abordagem qualitativa, cuja amostra foi composta por 60 mulheres, divididas em quatro gerações: 15 adolescentes, 15 adultas jovens, 15 mulheres na meia-idade e 15 idosas, que responderam a um questionário.  O texto aponta que as relações sexuais foram representadas consensualmente entre as gerações através da afetividade e do prazer. As mulheres representaram as relações sexuais por meio dos aspectos biopsicossociais que compõem a sexualidade humana, apresentando semelhanças e divergências entre as gerações.

“No que se refere à aplicabilidade desse estudo, acredita-se que a compreensão da forma como as mulheres percebem, sentem e vivenciam sua sexualidade possibilita uma complementaridade entre o conhecimento científico e o senso comum, trazendo informações relevantes para a saúde sexual e o bem-estar psicossocial das mulheres”, aponta o artigo.

As autoras da pesquisa são Kay Francis Leal Vieira (Docente do Centro Universitário de João Pessoa – UNIPÊ), Renata Pires Mendes da NóbregaMaria Valdênia Soares Arruda e Priscila Monique de Melo Veiga. Essas três últimas graduadas em Psicologia pelo Centro Universitário de João Pessoa – UNIPÊ.

Clique aqui e leia o artigo na íntegra.

 

CFP publica livro comemorativo aos 25 anos do ECA

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) lança para a categoria a publicação “Estatuto da Criança e do Adolescente: refletindo sobre sujeitos, direitos e responsabilidades”. O livro é um conjunto de textos baseados em seminário realizado em outubro do ano passado na Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC/MG) sobre os 25 anos do Estatuto da Criança e do Adolescente. O evento levou o mesmo nome da publicação, organizada em parceria pelo CFP e PUC/MG, por meio da Pró-Reitoria de Extensão (PROEX).

O livro tem como organizadores o integrante do Coletivo Ampliado do CFP (Psicologia Jurídica) Rodrigo Tôrres Oliveira e as psicólogas Jaqueline de Oliveira Moreira e Maria Gontijo Salum, e é composto por três seções, dividas em “História, políticas e fundamentos: um olhar sobre o ECA”, “Proteção, Participação Social e Acolhimento Institucional” e “Socioeducação e o sujeito adolescente”.

Seções 

O livro, com 272 páginas, buscou transmitir as discussões que ocorreram nas mesas redondas e nos minicursos, em torno das três seções. Na primeira, encontram-se textos que visam retomar o contexto histórico da criação do estatuto, a partir de um olhar e uma reflexão sobre as políticas construídas a partir do ECA. Na seguinte, procurou-se refletir as políticas de proteção para crianças e adolescentes e avaliar participação social. Além disso, buscou analisar o acolhimento institucional à luz do Estatuto, uma política com necessidade de ser construída. Na terceira, analisaram-se os entraves existentes nas políticas socioeducativas para os adolescentes em conflito com a lei.

Para Rodrigo Tôrres Oliveira, “a publicação surge da necessidade de se consagrar o ECA, suas fundações, desenvolvimentos e alcance, bem como a trajetória de 25 anos de luta pela promoção e garantia de Direitos a crianças e adolescentes enquanto sujeitos de direitos em desenvolvimento”, ressaltou.

Clique aqui e leia o livro “Estatuto da Criança e do Adolescente: refletindo sobre sujeitos, direitos e responsabilidades”.

Confira como foi o seminário aqui 

Texto aborda considerações sobre soma e psique

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) divulga, nesta semana, mais um artigo publicado na edição 36.2 da Revista Psicologia: Ciência e Profissão, que se encontra na plataforma da SciELO. O texto desta semana é “Da tradição em Psicossomática às Considerações da Daseinsanálise. A autarquia busca ampliar o conhecimento científico, a fim de expandir o alcance de conteúdos acadêmicos para a categoria e para a sociedade. Toda semana, o CFP publica um artigo do periódico em seu site e nas redes sociais.

De acordo com o resumo do artigo, o estudo busca refletir sobre a dualidade entre soma e psique, que tende a obscurecer a unidade originária a partir da qual esses dois entes podem aparecer e ser compreendidos. No momento posterior, o conduz o leitor para uma compreensão crítica, lidando com aspectos da tradição em psicossomática e com base na fenomenologia-hermenêutica de Martin Heidegger e na Daseinsanalyse de Medard Boss. O artigo tem a expectativa de contribuir na busca de outros fundamentos para a prática do cuidado psicológico em saúde.

A Assessoria de Comunicação do CFP entrevistou Cristine Monteiro Mattar (Docente da Universidade Federal Fluminense – UFF) sobre a pesquisa. Os (as) demais autores são Ana Maria Lopez Calvo de Feijoo (Docente da Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ), Ana Luiza das Chagas Aleixo, Carolina Labanca Marcondes Gomes, Nathalia Correa Aizman, Paula Zanuto Maués e Tainá Cordeiro Gonçalves. Esses últimos são acadêmicos da Universidade Federal Fluminense (UFF).

Confira a entrevista:

O que as motivou a fazer a pesquisa sobre esse tema? 

Resposta: O interesse pelo tema surgiu da experiência de extensão no Hospital Universitário Pedro, no qual desenvolvemos um estágio curricular em clínica para o curso de Psicologia da UFF e da pesquisa intitulada Psicologia Hospitalar na perspectiva fenomenológica-existencial. Queríamos oferecer aos psicólogos e estudantes de psicologia que atuam no contexto hospitalar as bases para se pensar a psicossomática de forma diversa da que vem sendo tradicionalmente conhecida. Para isto, buscamos referências na Analítica Existencial do pensador alemão Martin Heidegger e na Análise Existencial do médico suíço Medard Boss, que estabelecem outras bases filosóficas para se compreender o existir humano, o adoecer e a clínica. Distanciando-se da dicotomia soma e psique, a fim de mostrá-las como faces de um mesmo fenômeno, a existência humana, essa perspectiva auxilia em outro modo de compreender e de ajudar aquele que adoece, pois não desqualifica ou interpreta sua própria experiência e narrativa acerca de sua situação, tomando-a como importante gesto através do qual sua existência se revela.

Quais resultados você destaca desse levantamento?

Resposta: O resultado é a apresentação da pesquisa bibliográfica empreendida pelo grupo de pesquisa, o qual buscou mapear a tradição em psicossomática para, em seguida, propor a compreensão fenomenológico-hermenêutica desse fenômeno.

 

Na sua opinião, como esse estudo pode contribuir na busca de outros fundamentos para a prática do cuidado psicológico em saúde?

Resposta: o estudo contribui na medida em que publiciza e apresenta ao leitor um referencial teórico-filosófico pouco conhecido pelos psicólogos e que procura relacionar o fenômeno psicossomático não a algo puramente somático ou a algo puramente psíquico, nem à mera relação causal entre essas instâncias vendo-as como separadas. Em lugar dessa concepção, propõe olhar para a própria existência como fenômeno “psicossomático”, apontando, assim, para a necessidade de se compreender o existente em qualquer adoecer. O próprio termo “psicossomática” é colocado em questão, por manter ainda a visão dicotômica que se quer evitar. Assim, ainda que possamos falar em fenômenos somáticos e psíquicos, intentamos não perder de vista que se trata de expressões de uma mesma unidade originária, a existência.

Clique aqui e leia o artigo na íntegra.

Artigo destaca relato de experiência de estágio em Psicologia Escolar

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) divulga mais um artigo publicado na edição 36.2 da Revista Psicologia: Ciência e Profissão, publicada na plataforma da SciELO. O texto desta semana é: Práticas Educativas Inovadoras na Formação do Psicólogo Escolar: uma Experiência com Aprendizagem Cooperativa. Intensificando ainda mais a política de ampliação do conhecimento científico, a fim de expandir o alcance de conteúdos acadêmicos para a categoria e para a sociedade, toda semana o Conselho publica um artigo do periódico em seu site e nas redes sociais.

Segundo o resumo do artigo, o estudo aborda o relato de uma experiência de estágio em Psicologia Escolar focalizada na implementação de uma abordagem de aprendizagem cooperativa com estudantes do segundo ciclo do Ensino Fundamental.  No manuscrito, “apresentam-se os fundamentos teóricos da aprendizagem cooperativa; descrevem-se a dinâmica do estágio, as percepções dos estagiários relativas aos desafios enfrentados na experiência de estimular a cooperação e discute-se que a aprendizagem cooperativa requer a adoção de um papel com ênfase na mediação e observação do funcionamento do grupo de alunos”.

O artigo é de autoria de Tânia Maria Santana de Rose (Docente da Universidade Federal de São Carlos, São Carlos – SP), Mariana Luciana Afonso (Mestre pela Universidade Federal de São Carlos, São Carlos – SP), Ricardo Martinelli Bondioli (Graduado pela Universidade Federal de São Carlos, São Carlos – SP), Endy-Ara Gouvea Gonçalves (Graduada pela Universidade Federal de São Carlos, São Carlos – SP) e Bruno Cortegoso Prezensky (Graduado pela Universidade Federal de São Carlos, São Carlos – SP).

Clique aqui e leia o artigo na íntegra.

Artigo mapeia perfil de bolsistas em pesquisa na área da Psicologia

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) divulga mais um artigo publicado na edição 36.2 da Revista Psicologia: Ciência e Profissão, publicada recentemente na plataforma da SciELO. O texto desta semana é: Perfil dos Bolsistas de Produtividade em Pesquisa do CNPq atuantes em Psicologia no Triênio 2012-2014. Seguindo a política de intensificando a política de ampliação do conhecimento científico, a fim de expandir o alcance de conteúdos acadêmicos para a categoria e para a sociedade, toda semana o Conselho publica um artigo do periódico em seu site e nas redes sociais.

De acordo com o resumo do artigo, o estudo aborda como Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) confere bolsas de produtividade em pesquisa (PQ) aos profissionais que preenchem determinados critérios. “A identificação do perfil dos bolsistas PQ das mais variadas áreas do conhecimento é importante tanto para a elaboração de um mapeamento geral sobre a área como um todo quanto para a elaboração de políticas que visem a incrementar o desenvolvimento científico e tecnológico em subáreas ou locais específicos. O objetivo deste estudo é analisar o perfil dos bolsistas PQ do CNPq atuantes na Psicologia, considerando o triênio concluído em 2014”.

Entre as constatações, ainda há uma centralização na região Sudeste, que recebe 55,3% das bolsas e apresenta a maior proporção de bolsas PQ por habitantes do país. Os bolsistas atuam majoritariamente em universidades públicas, principalmente federais, e são em sua maioria mulheres. Além disso, Psicologia Social, Psicologia do Desenvolvimento Humano e Tratamento e Prevenção Psicológica são as áreas de atuação mais recorrentes entre os pesquisadores que recebem bolsas PQ. “A identificação de desigualdades regionais, de concentração de bolsas em poucas instituições e de disparidades de gênero, por exemplo, pode contribuir para que algumas questões relativas à distribuição de recursos sejam reavaliadas”, apontam os pesquisadores.

A Assessoria de Comunicação do CFP entrevistou Airi Macias Sacco (Doutora em Psicologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul e Professora Substituta do Curso de Psicologia da Universidade Federal de Pelotas). Os outros autores do artigo são Luciana Valiente (graduada em Psicologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRS), Porto Alegre), Felipe Vilanova(graduado em Psicologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre),Guilherme Welter Wendt (Doutorando em Psicologia e bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior no exterior, Goldsmiths, University of London, London – UK, Reino Unido), Diogo Araújo DeSousa (Doutorando em Psicologia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre) e Silvia Helena Koller (Doutora em Educação pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul e Professora Titular da Universidade Federal do Rio Grande do Sul).

Confira a entrevista: 

O que os motivou a fazer a pesquisa sobre esse tema?

Inicialmente, pensamos em fazer um estudo sobre o tipo de pesquisa que a Psicologia brasileira tem produzido nos últimos anos. Queríamos saber, especificamente, se estamos publicando estudos inovadores ou se as pesquisas nacionais estão restritas a adaptações e replicações. Nesse processo, nos demos conta de que seria interessante, antes de qualquer coisa, compreendermos qual é o perfil dos (as) pesquisadores (as) dessa área. Foi então que surgiu este levantamento, como um primeiro passo para uma análise mais profunda. Esperamos que essa seja realmente apenas uma etapa inicial para que sejam desenvolvidos outros estudos nessa temática. A pesquisa em Psicologia está em ascensão no Brasil. A área tem formado um número cada vez maior de mestres e doutores e tem um grande potencial de desenvolvimento e inovação.

 

Quais os resultados que você destaca desse levantamento?

Os principais resultados que encontramos dizem respeito a: (a) concentração de bolsas de pesquisa em poucas instituições, visto que 10 universidades concentram 56,7% dos bolsistas; (b) centralização na Região Sudeste, que recebe 55,3% das bolsas distribuídas no país; e (c) às disparidades de gênero, pois, com o avanço do nível de especialização, há um declínio no predomínio feminino na área: apesar de 90% dos profissionais registrados no Conselho Federal de Psicologia serem mulheres, entre os bolsistas PQ esse número cai para 63%. 

Na sua opinião, o que fazer para reduzir as desigualdades regionais, de concentração de bolsas do CNPq em poucas instituições e de disparidades de gênero?

Os critérios de avaliação podem ser repensados. Pesquisadores que trabalham em grandes centros de pesquisa geralmente têm acesso a mais recursos e a melhores condições de trabalho, além de receber um número elevado de bolsas para seus orientandos. Essas condições promovem (ou pelo menos facilitam) a produtividade, critério no qual se baseia a distribuição de bolsas. Entra-se, assim, em um círculo vicioso: aqueles que têm as melhores condições são os que produzem mais e, premiados por sua produção, seguem recebendo os maiores recursos, em um loop. Como os recursos são limitados, as desigualdades regionais acentuam-se. Com relação às disparidades de gênero, o Brasil confirma uma tendência mundial: segundo a Unesco, as mulheres correspondem a apenas 28% dos pesquisadores no mundo inteiro (http://www.uis.unesco.org/ScienceTechnology/Pages/women-in-science-leaky-pipeline-data-viz.aspx). Esse fenômeno pode demandar a implementação de políticas afirmativas. Alguns exemplos já existem, mas ainda são poucos. Essa questão é muito complexa e está relacionada tanto a elementos histórico-culturais sobre o papel da mulher na sociedade quanto a outros determinantes sociais. O importante, no entanto, é que essa é uma realidade que o mundo acadêmico não pode mais ignorar.

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Psicologia e a Formação para a Saúde é tema de artigo da Ciência e Profissão

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) divulga mais um artigo publicado na edição 36.2 da Revista Psicologia: Ciência e Profissão, publicada recentemente na plataforma da SciELO. O texto desta semana é Psicologia e a Formação para a Saúde: Experiências Formativas e Transformações Curriculares em Debate. Toda semana, o Conselho publicará um artigo do periódico em seu site e nas redes sociais.

O artigo trata de um relato de experiência de estágio básico da disciplina Práticas Integradas de Trabalho, realizada no 7º semestre do curso de Psicologia da Universidade Estadual do Ceará (Uece), cujo eixo temático é ‘Psicologia e Saúde’. Essa disciplina tem buscado ampliar a compreensão das concepções e práticas que envolvem os processos saúde-doença-cuidado, a partir da reflexão crítica dos discentes no campo da saúde pública.

A Assessoria de Comunicação do CFP entrevistou Pedro Renan Santos de Oliveira (Doutorando pela Universidade Federal do Ceará – UFC e docente pela Universidade Estadual do Ceará – Uece). As outras autoras do artigo são Delane Felinto Pitombeira (Doutoranda pela Universidade Estadual do Ceará – Uece e docente pela instituição citada), Alessandra Silva Xavier (Doutoranda pela Universidad de Santiago de Compostela, USC, Espanha, e docente pela Universidade Estadual do Ceará – UECE) e Raimunda Eliana Cordeiro Barroso (docente pela Universidade Estadual do Ceará – UECE).

 

Confira a entrevista: 

O que os motivou a fazer a pesquisa sobre esse tema?

A formação profissional voltada para o campo das políticas públicas, considerando os diversos enfrentamentos e possibilidades, constitui a nossa grande motivação. Temos passado por mudanças e adaptações frente às diretrizes curriculares, uma vez que a formação abrange um currículo integrado, vivo, e alinhado aos desafios da população brasileira. A Saúde Pública ganha destaque pela importância que a atuação multiprofissional tem assumido no âmbito dos processos de trabalho em saúde, direcionando seu olhar para as necessidades da população. A Psicologia passa, então, a participar dessa atuação de forma mais efetiva, juntamente com outras categorias profissionais, em contextos institucionais diversos, os quais estão ainda mais complexos a partir da perspectiva da Rede de Atenção à Saúde. Avaliamos como sendo importante compartilhar essas discussões e vivências no âmbito da formação em tempos de precarização do SUS, posicionando-nos em defesa das políticas públicas.

 

Quais os resultados que você destaca desse levantamento?

Especificamente sobre a experiência que relatamos, referente ao estagio básico desenvolvido no 7º semestre do curso de psicologia da UECE, que tem como eixo “Psicologia e Saúde”, temos encontrado resultados bastante significativos junto aos nossos estudantes. Embora alguns deles tenham contato com o campo da Saúde Pública mediante projetos de pesquisa e/ou extensão, a ida a campo e interação com os cenários de práticas oferecem a oportunidade de construir novos aprendizados em Psicologia por meio das diversidades de contextos institucionais, de áreas, bem como de práticas profissionais. A possibilidade de contato com diversos serviços, e a disponibilidade e compromisso dos profissionais são fundamentais, não apenas para que a experiência aconteça da melhor forma, mas para estabelecer relação entre os diferentes atores desse processo: profissionais do campo, estudantes e docentes. A compreensão de que há diferentes saberes e “fazeres” em Psicologia, e o respeito diante de cada situação singular encontrada, também são aspectos que podemos destacar. Ressaltamos, ainda, os encontros de supervisão e os estudos articulados com o campo como elementos que se complementam na construção desse processo formativo.

 

Na sua opinião, o que precisa ser feito para melhorar a formação do profissional do (a) psicólogo (a) da área de saúde?

A formação é um desafio permanente. Essa é uma discussão relevante não só na Psicologia, mas em todas as áreas da saúde. Hoje pensamos em como enfrentar os desafios de formar para o Sistema Único de Saúde (SUS), num momento de grande instabilidade política e econômica no país.  É necessário um compromisso dos cursos de graduação com a formação para a Saúde Pública.  É preciso um esforço institucional para sensibilização e preparação de nossos estudantes dentro dessa realidade.  É imprescindível a discussão sobre as políticas, as redes institucionais e de apoio, as contribuições das outras áreas e saberes, além das nuances do próprio campo para efetivarmos uma formação comprometida com o SUS. Pensamos que as reflexões dessas questões, bem como o diálogo entre as diferentes áreas, ainda na graduação, constituem importantes ferramentas para a melhoria da qualidade da formação para a saúde.

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2º dia do Congresso Brasileiro de Psicologia Organizacional e do Trabalho é marcado por debates

O 7º Congresso Brasileiro de Psicologia Organizacional e do Trabalho (CBPOT), que começou ontem no Centro Universitário de Brasília (UniCEUB), em Brasília (DF), teve prosseguimento nesta quinta-feira (14) com uma série de atividades, como mesas redondas, debates temáticos, conferências, mesas institucionais, comunicações de pesquisa, relatos de experiência, lançamento de livros e exposição de postêres, entre outros.

Modelo de competências 

Uma das mesas institucionais do dia debateu o tema “Competências e exercício profissional em Psicologia Organizacional e do Trabalho (POT)”. A temática é continuidade do workshop realizado em março no CFP, que resultou em um debate online realizado na própria autarquia. Três dos participantes do debate no CFP foram os palestrantes da mesa do Congresso: Adriano Peixoto (presidente da Associação Brasileira de Psicologia Organizacional e do Trabalho/ SBPOT), Gardênia Abbad (UnB) e Virgílio Bastos (UFBA).

Segundo Bastos, o desafio da Psicologia Organizacional e do Trabalho é superar os limites de modelos e campos consolidados ao longo do tempo. O pesquisador provocou a reflexão sobre como a estrutura deste campo científico e profissional em contexto de mutação direciona o trabalho em POT, ponderando que, para isso, a (o) psicóloga (o) precisa estar atenta (o) à dinâmica das mudanças das relações de trabalho no Brasil e no mundo, como as constantes ameaças de retirada de direitos da CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas).

Abbad, ao discorrer sobre “competências profissionais primárias e trilhas da aprendizagem”, afirmou que o país, desde os anos 1980, vive muitos problemas na formação profissional da (o) psicóloga (o). Segundo a pesquisadora, há dificuldades em competências básicas, poucas oportunidades de requalificação profissional, autodidatismo e formulação de estratégias não institucionalizadas.  Para ela, a “trilha de aprendizagem” visa mostrar o lugar em que o indivíduo está em sua formação e onde ele precisa chegar, de modo encadeado entre a formação teórica e o trabalho.

Peixoto enfatizou que a formação em qualquer área da Psicologia não se esgota na graduação, e explicou que o campo da Psicologia Organizacional e do Trabalho é integrado por três disciplinas: Trabalho, Organizações e Gestão de Pessoas, divididas em 12 áreas de definições e operacionalizações.

Representantes do Conselho Federal de Psicologia (CFP) participam de diversas mesas e debates ao longo do evento. A autarquia montou um stand na tenda central do UniCEUB, em que são distribuídas publicações institucionais da entidade.

O 7º CBPOT terá prosseguimento nesta sexta-feira. Clique aqui e confira a programação para sexta.

 

7º CBPOT tem início em Brasília

Foi aberto nesta quarta-feira (13), na capital federal, o 7º Congresso Brasileiro de Psicologia Organizacional e do Trabalho (CBPOT), no Centro Universitário de Brasília (UniCEUB). O evento, que acontece até o próximo sábado (16), reúne profissionais, pesquisadores (as) em Psicologia Organizacional do Trabalho e estudantes de todo o país.

Durante os quatro dias de atividades, serão realizados diversos cursos, mesas redondas, simpósios, debates, apresentações de trabalhos, lançamentos de livros em temas correlatos à Psicologia Organizacional e do Trabalho. Clique aqui e conheça a programação completa.

Abertura 

A abertura oficial do evento contou com as presenças de representantes do Conselho Federal de Psicologia (CFP), da Universidade de Brasília (UnB), do Centro Universitário de Brasília (UniCEUB), do Governo do Distrito Federal (GDF) e da própria Associação Brasileira de Psicologia Organizacional e do Trabalho (SBPOT). Além das falas inaugurais, foi realizada uma conferência sobre “Doutrina do Trabalho Decente e as Áreas Temáticas do VII CBPOT” com Stanley Gacek, Diretor Adjunto do Escritório da Organização Internacional do Trabalho (OIT) no Brasil.

A presidente do CFP, Mariza Monteiro Borges, manifestou sua satisfação em apoiar um grande evento para a Psicologia Organizacional e do Trabalho (POT) com diversa apresentação de trabalhos na área. Borges ressaltou a importância do pesquisador no desenvolvimento de estratégias e técnicas que possam auxiliar o CFP, órgão regulador do exercício da profissão. “Nós só podemos cumprir o nosso papel como órgão que regulamenta e orienta a profissão se estivermos em sintonia com aqueles que fazem com a ciência e a Psicologia no Brasil, assim como o psicólogo que atua como autônomo nos seus consultórios”, reforçou.

O presidente da Associação Brasileira de Psicologia Organizacional e do Trabalho (SBPOT), Adriano Peixoto, leu trecho de texto divulgado na última edição do CBPOT, ocorrida em Bonito (MS) em 2014, em que são elencados alguns desafios da Psicologia Organizacional e do Trabalho para os próximos anos, como as relações desiguais de trabalho e renda que persistem no país e a maneira de ampliar a POT para o setor produtivo e o conjunto da sociedade, para além da academia.

A coordenadora geral do evento e coordenadora do curso de Psicologia do UniCEUB, Simone Roballo, apresentou as novidades do evento deste ano em relação a outras edições, como as rodadas de consultoria. Segundo a pesquisadora, essa iniciativa é uma forma de aproximar o setor produtivo da academia e gerar uma interação entre esses atores.

O presidente da Comissão Científica da SBPOT, Jairo Eduardo Borges Andrade, fez um balanço dos dados do VII CBPOT. Segundo ele, até dezembro de 2015, mês limite de inscrições, foram apresentados 675 trabalhos científicos a serem apresentados no evento deste ano. O Congresso contou com mais de 1.000 inscritos.

O diretor adjunto da OIT no Brasil, Stanley Gacek, apresentou a palestra “A Doutrina do Trabalho Decente e sua Relevância para as áreas temáticas do VII CBPOT”. Após fazer uma explanação sobre o início da Organização Internacional e do Trabalho, destacou o contexto da agenda do trabalho decente no Brasil que ocorreu de 2003 a 2014, citando dados como a saída de 30 milhões de pessoas da pobreza. O norte-americano elencou também os desafios das relações de trabalho no país após a crise, como o processo de terceirização.

Atividades pré-congresso 

Antes da abertura, durante todo o dia foram realizados 16 cursos e seis rodadas de consultoria. Dentre os cursos, destacam-se o Avaliação de Desempenho, realizado pelo presidente da SBPOT,  Adriano Peixoto. Ele aponta que a ideia do minicurso é mostrar que a avaliação de desempenho se constrói em cima de um corpo teórico que não é somente da organização e trabalho, mas também da psicologia social. “Existem problemas, soluções e teorias da psicologia social que ajudam a compreender ou a construir a avaliação de desempenho”, complementa.

Peixoto defende a necessidade de uma teoria de desempenho, essencial para a aplicação do processo de avaliação de desempenho na prática. “Quando falamos de teoria de desempenho, falamos de relação entre variáveis. É preciso levar em conta também os principais elementos psicológicos que  influenciam no trabalho do avaliador, do avaliado e do processo de avaliação

O curso “Avaliação e Medidas da Efetividade de Ações de TD&E Presenciais e a Distância” foi ministrado por Thaís Zerbini, professora da Universidade de São Paulo (USP) em Ribeirão Preto (SP). A pesquisadora explica que o curso tem como objetivo discutir como tornar mais precisa a estruturação do subsistema “Avaliação de Treinamento”, bem como possibilitar articulações mais intensas entre esse sistema, a estratégia organizacional e as metas e resultados demandados de unidades de trabalho.

O 7º CBPOT terá prosseguimento nesta quinta-feira. Clique aqui e confira a programação para quinta.

7º CBPOT começa nesta quarta-feira

Começa nesta quarta-feira (13) o 7º Congresso Brasileiro de Psicologia Organizacional e do Trabalho (CBPOT), no Centro Universitário de Brasília (UniCEUB), em Brasília (DF). O evento, que acontece até o próximo sábado (16), reunirá profissionais, pesquisadores (as) em Psicologia Organizacional do Trabalho e estudantes de todo o país.

Durante os quatro dias de atividades, serão realizados diversos cursos, mesas redondas, simpósios, debates, apresentações de trabalhos, lançamentos de livros em temas correlatos à Psicologia Organizacional e do Trabalho.

Para o presidente da Associação Brasileira de Psicologia, Organizacional e do Trabalho (SBPOT), Adriano de Lemos Alves Peixoto, o evento é “um momento de construção e de crescimento. As comissões organizadora e científica estão se esforçando ao máximo para preparar o ambiente para sua participação, mas o congresso é uma construção coletiva que depende do nosso envolvimento, seja apresentando trabalhos, seja ouvindo e discutindo os resultados encontrados, até conversando nos corredores e pátios sobre as nossas dúvidas e certezas”, ressaltou.

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) é apoiador do evento e será representado pela presidente da autarquia, Mariza Monteiro Borges, e dos conselheiros Rogério de Oliveira e Silva, Roberto Moraes e Cruz e Eliandro Rômulo Cruz Araújo, além de integrantes da Comissão Consultiva de Avaliação Psicológica (CCAP) do CFP, que participarão de diversas atividades do Congresso.

Clique aqui e confira a programação do 7º CBPOT.

Com informações do site do 7º CBPOT

 

Confira novo artigo da Revista Psicologia: Ciência e Profissão sobre Desigualdades Raciais, Mérito e Excelência Acadêmica

Dando prosseguimento à política de ampliação do conhecimento científico, a fim de expandir o alcance de conteúdos acadêmicos para a categoria e para a sociedade, o Conselho Federal de Psicologia (CFP) apresenta mais um artigo publicado na edição 36.2 da Revista Psicologia: Ciência e Profissão e lançado recentemente na plataforma SciELO. O texto desta semana é Desigualdades Raciais, Mérito e Excelência Acadêmica: Representações Sociais em Disputa. Toda semana, o Conselho publicará um artigo do periódico em seu site e nas redes sociais.

O artigo investiga sobre como, no Brasil, as formulações políticas e legais acerca das ações afirmativas de cunhos social e racial no ensino superior articulam e estão articuladas a partir de distintas representações sobre os sujeitos e os lugares que eles ocupam na estrutura social. “Partimos da breve caracterização dos dispositivos legais e das políticas implantadas a partir do século XX sobre o tema; analisamos a literatura que aborda as representações sociais sobre a recente implantação das políticas de ação afirmativa e, por fim, discutimos duas concepções opostas de ação afirmativa, a Lei de cotas e o PIMESP. Pontuamos que tais medidas respondem a diferentes formas de representar desigualdades, merecimento e excelência acadêmica”, aponta o resumo do manuscrito.

A Assessoria de Comunicação do CFP entrevistou Elisabete Figueroa dos Santos, professora da Universidade do Sagrado Coração (USC), que falou mais sobre a pesquisa. A outra autora do artigo é Rosimeire Aparecida Scopinho, professora do Departamento de Psicologia e do Programa de Pós-graduação em Psicologia pela Universidade Federal de São Carlos (Ufscar).

Confira a entrevista:

O que as motivou a fazer a pesquisa sobre esse tema?

Instigadas pelo recente contexto de implementação de políticas afirmativas pró-negros, bem como pelo florescimento de propostas voltadas a este fim, propusemo-nos a refletir sobre os movimentos de defesa ou de contestação de medidas cujo horizonte seja a alteração do quadro de desigualdades raciais no Brasil e sobre como os desenhos destas políticas podem estar atrelados às representações que se constroem sobre o entendimento acerca da constituição racial brasileira, a determinação dos lugares historicamente forjados para os distintos grupos raciais e acerca da interferência do critério racial na prática de discriminação dos contingentes excluídos.

Nossa intenção, portanto, foi discutir, partindo da análise de formulações recentes e polêmicas sobre as ações afirmativas para a inserção de negros e negras nas universidades (PIMESP e Lei de Cotas), as distintas representações que são forjadas na esfera pública para a noção de mérito.

Quais os resultados que você destaca desse levantamento?

Verificamos formas díspares de representar o merecimento para o ingresso nas universidades. Sob o prisma meritocrático (que sintetizamos na proposição do PIMESP), a representação social de excelência acadêmica no ensino superior é ancorada no merecimento individual. Nesta perspectiva, os indivíduos são responsabilizados pelos seus desempenhos tanto quanto pelos déficits acumulados. As desigualdades, então, percebidas são localizadas de forma histórica e socialmente desconectada e, portanto, de modo unilateral.

Acredita-se, assim, que as desigualdades sociais e raciais são questões de pobres e negros. O papel desempenhado pelo lado do privilégio é silenciado. Já para a vertente expressa pela Lei de Cotas, as desigualdades verificadas nos resultados dos vestibulares, bem como no âmbito dos cursos de graduação, estão fortemente vinculadas às trajetórias de grupos sociais marcadas por vulnerabilidades ou privilégios de várias ordens, inclusive educacionais. Nesse contexto, questionamos e refletimos os modos pelos quais uma noção que não se sustenta científica, política e socialmente (mérito individual) ainda se faz tão presente nas representações acerca de quem deve ser o sujeito dos locais de prestígio social.

No que toca à noção de mérito utilizada nos Programas de Ações Afirmativas, é preciso desnaturalizar desempenhos que respondem mais a trajetórias sócio-históricas e culturais do que a merecimentos individuais encapsulados. Defendemos, assim, que o mérito baseado em desempenho individual só poderá ser considerado medida fidedigna de avaliação dos repertórios de estudantes se forem tomados como parâmetro sujeitos com históricos semelhantes de preparação para o exame vestibular (nesse caso, não cotistas competem com não cotistas e cotistas com cotistas). Em outras palavras, o mérito só pode estar em discussão quando se toma como referência sujeitos de igualdade, isto é, quando se avalia a disputa entre iguais.

Na sua opinião, o que precisa ser feito para darmos melhores condições para políticas de igualdade racial?

Assim, como apontado no artigo, é necessário partirmos do reconhecimento da insuficiência da meritocracia em designar aptidão para ingressar nas universidades ou em quaisquer outros contextos em que a presença de negros e negras tem historicamente se configurado como minoritária. Desta forma, talvez torne-se possível vislumbrar os arranjos que impedem a contemplação das diferenças e propor políticas efetivas de reconhecimento e validação das diversas formas de saber.

Clique aqui e leia o artigo na íntegra.