Lançamento CFP: livro reúne experiências e manifestações artísticas da I Mostra Nacional da RAPS

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) lançou nesta quinta-feira (4), durante o 23º Encontro Nacional da Associação Brasileira de Psicologia Social (ENABRAPSO), os Anais da I Mostra Nacional de Práticas Profissionais na Rede de Atenção Psicossocial (RAPS).

A obra reúne sete práticas profissionais e três manifestações artístico-culturais vencedoras da etapa nacional da Mostra, além de dar visibilidade a experiências vencedoras das etapas estaduais em todo o país, que reafirmam a centralidade do cuidado em liberdade em saúde mental.

Com o tema “A Psicologia na luta pelo cuidado em liberdade: ontem, hoje, sempre!”, a Mostra integra campanha nacional realizada pelo CFP, por meio do Centro de Referências Técnicas em Psicologia e Políticas Públicas (CREPOP). A iniciativa contou com 178 práticas inscritas em todas as unidades federativas, das quais 27 chegaram à etapa nacional após seleção dos Conselhos Regionais de Psicologia (CRPs).

A diversidade de propostas mostra a relevância e a complexidade do trabalho da Psicologia no campo da saúde mental, em diálogo com territórios, saberes populares e direitos humanos.

As sete práticas vencedoras e as três expressões artísticas mais votadas foram escolhidas por sua relevância, inovação e impacto. Entre elas, estão experiências de cuidado itinerante na Amazônia, iniciativas afrorreferenciadas em serviços infantojuvenis, projetos de escuta de grupos de ouvidores de vozes, práticas culturais e intervenções em contextos como o sistema prisional.

Já a etapa artístico-cultural recebeu 68 inscrições e demonstrou a potência criativa de usuárias e usuários da RAPS como ferramenta de resistência e transformação. As obras contempladas foram: “Dois Amantes”, de Yasmin Oliveira (MS); trabalho sem título, de Renielson Alves (PE); e “Livre pra ser diferente”, de Rafaela França (MT).

A publicação dos Anais cumpre múltiplos papéis, como registrar experiências que sustentam a RAPS, mesmo diante de retrocessos políticos e cortes de recursos; oferecer inspiração e formação para profissionais e gestores; e celebrar a força das práticas e expressões que transformam o cotidiano da saúde mental pública com ética, coragem e inventividade.

A cerimônia de premiação das práticas vencedoras também ocorreu nesta quinta-feira (4), durante o 23º ENABRAPSO), em Manaus/AM.

Acesse a íntegra da publicação no site do CFP.

Em audiência na Câmara, CFP apresenta resultados de inspeção a manicômios judiciários de todo o país

A Comissão de Legislação Participativa da Câmara dos Deputados promoveu, na quarta-feira (3), audiência pública para discutir a Resolução 487/23, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que criou a Política Antimanicomial do Poder Judiciário, com medidas voltadas para o atendimento a pessoas com deficiências psicossociais em conflito com a lei. 

A Resolução 487/23 estabelece diretrizes para implementar a Convenção Internacional dos Direitos das Pessoas com Deficiência e a Lei da Reforma Psiquiátrica no processo penal e na execução das medidas de segurança.

O cerne dos debates foi identificar as causas da implementação incompleta da resolução, analisar as condições dos estabelecimentos de custódia e tratamento psiquiátrico (ECTPs) e instituições com características asilares ainda em funcionamento, bem como, conhecer experiências de desinstitucionalização.

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) foi convidado a apresentar dados do Relatório da Inspeção Nacional: Desinstitucionalização dos Manicômios Judiciários, recentemente lançado pela autarquia, em uma parceria com o Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

A presidenta do CFP, Alessandra Almeida, destacou os principais pontos do levantamento, que traz um amplo diagnóstico sobre o funcionamento e as atuais condições de manicômios judiciários no Brasil. “A inspeção foi realizada dez anos após o primeiro diagnóstico feito pelo CFP sobre o tema, em 2015, e mostra que esses estabelecimentos seguem unindo o pior da prisão e do hospício”. 

Alessandra Almeida pontuou que o estudo identifica que a negligência, a lógica do castigo, a violação e o abandono estatal que chega a resultar em prisões perpétuas são marcas dessas instituições, marcando a assertividade da Resolução CNJ 487/23 ao determinar o fechamento desses estabelecimentos e o encaminhamento para o cuidado na Rede de Atenção Psicossocial (RAPS).

“O levantamento identificou que boas experiências de desinstitucionalização já estão sendo implementadas em diferentes estados, o que reforça a necessidade de direcionar recursos e fortalecer essa rede de cuidados no âmbito do SUS e do SUAS”, destacou. 

Diante dessa necessidade, o Conselho Federal de Psicologia tem investido em diálogos com instituições públicas e atores relevantes para transformar a política de cuidado em saúde mental. “O lançamento do Relatório de Inspeção no Congresso Nacional  é mais uma ação dessa incidência estratégica e que busca dar concretude a esse trabalho, cujo propósito é justamente pautar o Estado brasileiro e as casas legislativas para a melhoria das políticas de saúde mental no Brasil”, afirmou.

Política Antimanicomial

Propositor da audiência, o deputado Pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ) destacou que o estabelecimento de uma política antimanicomial na execução de medidas de segurança, por meio da resolução, é uma demanda antiga na agenda dos direitos fundamentais no Brasil e objetiva garantir um tratamento voltado ao suporte e à reabilitação psicossocial por meio da inclusão social.

“Neste sentido, uma de suas mais importantes determinações é o fechamento total de todos os hospitais de custódia e tratamento psiquiátrico do país”, afirmou o parlamentar.

A audiência também demonstrou experiências estaduais exitosas de políticas antimanicomiais no poder judiciário, antes mesmo da promulgação da resolução do CNJ.

Haroldo Caetano, do Programa de Atenção Integral ao Louco Infrator, falou da experiência do estado de Goiás que erradicou a utilização de manicômios judiciários no ano de 2006. Ele afirma ser possível o funcionamento de um sistema de justiça sem manicômio judiciário, com suporte na rede de atenção psicossocial.

“Porque o lugar do louco é na cidade, em liberdade, sendo acompanhado pelos serviços de assistência social e de saúde e todos os demais serviços públicos que se fizerem necessário dentro da rede de atenção psicossocial”, apontou.

Romina Gomes, falou da experiência do Programa de Atenção Integral ao Paciente Judiciário (PAI-PJ) do Tribunal de Justiça de Minas Gerais. O PAI-PJ existe há 25 anos para atuar como um dispositivo conector junto aos sujeitos em sofrimento psíquico que possuem um processo criminal, visando a inserção em tratamento em saúde mental na rede substitutiva aos manicômios.

“O PAI-PJ estabeleceu parceria com a rede aberta e territorializada em saúde mental em Minas Gerais, rompendo com a cultura de segregação e tomando como orientação primordial que cada sujeito é único e, portanto, precisa ser acolhido e escutado para que seja construído um projeto terapêutico singular”, destacou.

Para o representante da Associação Nacional dos Defensores e Defensoras Públicas, Hugo Fernandes Matias, o Estado brasileiro possui ainda uma rede de atenção psicossocial com fragilidades em seus equipamentos. No entanto, ele assevera que fragilidades dos centros de atenção psicossocial não inviabilizam a aplicação da Resolução 487. 

“Não. Pelo contrário. A Resolução 487 é um fundamento para que nós possamos fortalecer a política de atenção à saúde mental na sociedade brasileira, para as pessoas privadas de liberdade e para as pessoas em geral”, pontuou.

Sobre o Relatório de Inspeção Nacional

O Relatório de Inspeção Nacional: Desinstitucionalização dos Manicômios Judiciários é fruto de uma ampla articulação entre o Sistema Conselhos de Psicologia, por meio de suas Comissões de Direitos Humanos. 

Os resultados do documento já foram tema de mais de 400 notícias publicadas pela imprensa brasileira e têm sido tema de uma coordenada do CFP junto a instituições públicas do Executivo, Legislativo e Judiciário.

Acesse a íntegra do levantamento

Psicologia social em defesa da vida: ENABRAPSO inicia debates sobre as questões socioambientais na Amazônia

Os desafios para a Psicologia Social frente às questões socioambientais marcaram os debates do primeiro dia de atividades do 23º Encontro Nacional da Associação Brasileira de Psicologia Social (ENABRAPSO).

A cerimônia oficial de abertura, realizada na quinta-feira (4), contou com a presença da presidenta do Conselho Federal de Psicologia (CFP), Alessandra Almeida, que destacou as conquistas recentes da autarquia, como o edital de patrocínio que viabilizou o apoio a eventos de grande relevância para a Psicologia, como o ENABRAPSO.

A presidenta compartilhou a experiência de entrega de prêmios da I Mostra Nacional de Práticas Profissionais na Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), classificando o momento como um dos mais marcantes de sua trajetória. Ao refletir sobre os desafios enfrentados pela categoria, a presidenta do CFP ressaltou a coragem como elemento central da prática psicológica: “A Psicologia da coragem, que é a Psicologia das insistências”.

Alessandra Almeida pontuou também o caráter político e simbólico da presença feminina na mesa de abertura, bem como em ambientes acadêmicos e institucionais, especialmente em contextos de resistência e construção coletiva. “Em um país que mata mulheres como se fôssemos nada, uma mesa feita por mulheres num evento potente desse não é um mero acaso”, destacou.

Realizado pela primeira vez na região Norte, em Manaus/AM, a presidenta da Associação Brasileira de Psicologia Social (ABRAPSO), Iolete Ribeiro, ressaltou o simbolismo de reunir o evento no território pan-amazônico, definido não pelas fronteiras coloniais, mas pelos povos originários que o constituem há milênios. Em sua fala, denunciou a histórica marginalização das populações amazônicas e os atuais ataques à soberania dos povos da floresta, provocados pela exploração predatória dos recursos naturais. “Aqui se dão as novas tensões que deitam raízes em velhas intenções”, afirmou, ao criticar a transformação da Amazônia em mercadoria e lucro.

Iolete também reforçou o papel da Psicologia Social como ferramenta de resistência e transformação diante da destruição de diversas formas de vida. Ao abordar os impactos da do contexto socioambiental na saúde mental da população, ela defendeu a valorização dos saberes dos povos tradicionais e a construção de alianças com movimentos populares. “Nós somos o começo, o meio e o começo”, declarou, evocando a potência dos povos periféricos e originários como sujeitos da mudança.

CFP no 23º ENABRAPSO

O 23º Encontro Nacional da Associação Brasileira de Psicologia Social registrou 1.928 pessoas inscritas vindas de todos os estados do Brasil e de outros seis países, 73 minicursos aprovados, 12 simpósios, 58 grupos de trabalho, 755 comunicações orais, 121 apresentações de pôster e 48 lançamentos de livros, além de nove atividades vivenciais.

No primeiro dia do Encontro, conselheiras e conselheiros do CFP participaram de uma série de diálogos, debatendo questões relacionadas ao Sistema Único de Assistência Social (SUAS), à campanha “Descolonizar corpos e territórios: reconstruindo existências–Brasis”, das Comissões de Direitos Humanos (CDH) do Sistema Conselhos de Psicologia; a direitos sexuais e direitos reprodutivos; ao atendimento às mulheres em situação de violência; e à desinstitucionalização de hospitais de custódia e tratamento psiquiátrico.

Abordaram ainda aspectos da Psicologia no cuidado à população LGBTQIA+; na atuação com pessoas em situação de rua e públicos vulnerabilizados; nas políticas públicas de segurança; e a Psicologia junto a povos quilombolas.

Mostra RAPS

O primeiro dia de atividades do Encontro da Abrapso foi marcado também pela cerimônia de premiação das práticas vencedoras da I Mostra Nacional de Práticas Profissionais na Rede de Atenção Psicossocial (RAPS).

Com o tema “A Psicologia na luta pelo cuidado em liberdade: ontem, hoje, sempre!”, a Mostra integra campanha nacional realizada pelo CFP, por meio do Centro de Referências Técnicas em Psicologia e Políticas Públicas (CREPOP). A iniciativa contou com 178 práticas inscritas em todas as unidades federativas, das quais 27 chegaram à etapa nacional após seleção dos Conselhos Regionais de Psicologia (CRPs). As sete práticas vencedoras e as três expressões artísticas mais votadas foram escolhidas por sua relevância, inovação e impacto.

Confira aqui a publicação recém lançada

CFP lança em audiência pública na Câmara dos Deputados orientações para a atuação da Psicologia junto a pessoas em situação de rua

Durante audiência pública realizada no dia 21 de agosto pela Comissão de Direitos Humanos, Minorias e Igualdade Racial da Câmara dos Deputados, foi lançada a publicação Referências Técnicas para Atuação de Psicólogas(os) em Políticas Públicas para a População em Situação de Rua, material do Conselho Federal de Psicologia (CFP) editado por meio do Centro de Referências Técnicas em Psicologia e Políticas Públicas (CREPOP).

Na solenidade, a atuação de psicólogas e psicólogos junto à população em situação de rua por meio do acompanhamento psicossocial esteve na centralidade dos diálogos.

A publicação do CFP oferece diretrizes para a atuação dos profissionais nos diversos serviços e políticas públicas voltadas à população em situação de rua, com base em princípios éticos, técnicos e de direitos humanos.

O conselheiro-secretário do Conselho Federal de Psicologia, Rodrigo Acioli, relatou que o Censo da Psicologia Brasileira, realizado em 2022, apontou que 20% dos respondentes declaram trabalhar com a população em situação de rua. Para o conselheiro, esse número mostra o alcance da atuação da categoria.

“A Psicologia vai muito além do que as pessoas ouvem falar. Ela está no Judiciário, está no hospital, está no esporte, enfim, em diversas frentes, e também atuando junto à população em situação de rua”, afirmou.

A conselheira-tesoureira do CFP e coordenadora do CREPOP, Neuza Guareschi, apontou a importância de uma Comissão da Câmara dos Deputados destacar o lançamento da referência.

“Isso mostra o quanto o CREPOP está a serviço da sociedade e o quanto o nosso trabalho na capacitação, na discussão e na produção de referências técnicas para profissionais da Psicologia tem repercussão e alcance para trazer efeito às políticas públicas”, apontou.

Audiência pública

O debate foi solicitado pelo deputado Reimont (PT-RJ). O parlamentar lembrou a chacina de um grupo de pessoas que viviam em situação de rua em São Paulo, ocorrida em 21 de agosto de 2004. A tragédia deu início à organização do movimento da população em situação de rua no Brasil.

Sobre a publicação do CFP, o deputado afirmou que “trata-se de um instrumento que contribui para a qualificação das práticas profissionais, com enfoque na dignidade, na escuta qualificada, na intersetorialidade e no respeito à autonomia das pessoas em situação de rua”.

Joana Darc Bazílio, representante do Comitê Intersetorial de Acompanhamento e Monitoramento da Política Nacional para População em Situação de Rua (CIAMP-Rua Nacional), destacou que as ações da Psicologia de orientação psicossocial fortalecem a política para a população de rua.

“A gente é grato por cada estudo, parceiro, ação e coletivo que fortalece a política para a população de rua. E a Psicologia tem um papel crucial nesse lugar, de fazer também com que a sociedade entenda que a população em situação de rua é digna de acessar esse direito básico”.

O coordenador-geral de Políticas para os Direitos da População em Situação de Rua do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC), Cleyton Rosa, apontou a necessidade de acompanhamento psicossocial nas políticas públicas voltadas para a população em situação de rua.

“A gente precisa ter um olhar humanizado, de entender que uma pessoa vai entrar em uma casa e, se não for dado para ela o mobiliário, se não for dado o acompanhamento diário para aquela pessoa, vai haver um fracasso”, destacou Rosa.

O coordenador da Comissão de Políticas Públicas do Conselho Regional de Psicologia de Pernambuco (CRP-02), Itamar Lima Junior, explicou que a elaboração das Referências Técnicas contou com a participação ativa de representantes dessa população. O psicólogo ressaltou a importância do documento para aprimorar a atuação das psicólogas e dos psicólogos diante das particularidades da população em situação de rua.

“Essa referência ajuda a gente a pensar que este trabalho não é feito apenas por profissionais da Psicologia. Nós vamos atuar conjuntamente com outros profissionais e, principalmente, com a história dessas pessoas que estão em situação de rua”, explicou o psicólogo.

A Referência Técnica

A publicação recém-lançada pelo Conselho Federal de Psicologia reúne diretrizes para auxiliar profissionais da Psicologia que já atuam ou desejam atuar com a população em situação de rua, bem como gestoras(es) e profissionais que trabalham com políticas públicas nesse campo.

O material foi elaborado por uma comissão de psicólogas e psicólogos com experiência na atenção junto a pessoas em situação de rua e aborda a complexidade das condições sociais, econômicas e políticas envolvidas, destacando a invisibilidade e o estigma enfrentados por essa população.

A obra ressalta também a dificuldade de acesso aos serviços públicos, muitas vezes agravada pela falta de acolhimento e respeito nos espaços de atendimento. Além disso, aponta a escassez de políticas públicas efetivas e a falta de recursos como fatores que precarizam o atendimento.

Saiba mais

CFP lança Referências Técnicas para atuação de psicólogas e psicólogos junto à população em situação de rua

Em parceria com o CFP, exposição na Câmara dos Deputados destaca a luta por direitos da população em situação de rua

A Câmara dos Deputados inaugurou na última terça-feira (19) a mostra “Nas Ruas e na Luta: Memórias da Resistência da População em Situação de Rua no Brasil”. A exposição foi organizada em parceria com o Conselho Federal de Psicologia (CFP).

Promovida pela Comissão de Direitos Humanos, Minorias e Igualdade Racial (CDHMIR), a mostra inaugurou a semana de Lutas da População em Situação de Rua e reúne um acervo com imagens, vídeos e depoimentos que representam a trajetória de organização e mobilização de pessoas em situação de rua.

A abertura da mostra contou com a participação de representantes das entidades do movimento, pessoas em situação de rua, autoridades e parlamentares. O CFP foi representado pela conselheira federal Obadeyì Carolina Saraiva.

“É inegociável para o Conselho Federal de Psicologia a garantia dos direitos de todas as pessoas, principalmente, das pessoas em situação de rua”, destacou a conselheira no evento.

“Essa exposição é para lembrar os vinte anos do Massacre da Sé. A gente, ao lembrar, não permitir que ninguém esqueça e para que nunca mais aconteça a violação de direitos”, pontuou o deputado Reimont (PT/RJ), presidente da CDHMIR e idealizador da mostra.

“A importância dessa exposição é mostrar que, de fato, a rua tem vida. A gente está retratando vinte anos de história, de luta, da trajetória de pessoas em situação de rua mobilizadas e lutando pelos seus direitos pelo país”, apontou Joana Basílio, do Movimento Nacional da População em Situação de Rua (MNPR).

O Dia da Luta da População em Situação de Rua faz referência ao massacre da Praça da Sé, em São Paulo, em agosto de 2004, quando pessoas em situação  de rua foram atacadas enquanto dormiam. Sete delas morreram. 

Lançamento de publicação do CFP

Na quinta-feira, integrando a Semana de Lutas da População em Situação de Rua, a CDHMIR realizou uma audiência pública para o lançamento da publicação “Referências Técnicas para atuação de psicólogas(os) em políticas públicas para a população em situação de rua”, publicada pelo CFP, por meio do Centro de Referência Técnica em Psicologia e Política Pública (CREPOP).

As Referências Técnicas reúnem diretrizes para auxiliar profissionais da Psicologia que já atuam ou desejam atuar com a população em situação de rua, bem como gestoras, gestores e profissionais que trabalham com políticas públicas nesse campo.

Acesse neste link a publicação.

Em audiência na Câmara dos Deputados, CFP defende inclusão da Lei 13.935/2019 no novo Plano Nacional de Educação

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) participou na quinta-feira (14) de uma audiência pública na Câmara dos Deputados para debater formas possíveis de incluir a contratação de profissionais das áreas de Psicologia e Serviço Social no novo Plano Nacional de Educação (PNE) para o período de 2025 a 2035.

Durante a audiência, representantes de entidades da Psicologia e do Serviço Social enfatizaram a urgência da implementação efetiva da legislação, evidenciando a relevância dessas profissões no ambiente escolar.

Representando o CFP, a conselheira federal Raquel Guzzo defendeu que a inclusão da Lei 13.935/2019 no PNE pode contribuir para o cumprimento da legislação que obriga a contratação de psicólogas, psicólogos e assistentes sociais nas redes públicas de Educação Básica. A conselheira ressaltou a importância do trabalho de equipes multiprofissionais para apoiar educadoras(es) e fortalecer a educação em um contexto de crescentes desafios sociais.

“Um plano nacional de educação com abrangência de dez anos precisa fortalecer a escola com profissionais educadores e aqueles que contribuem para o processo de aprendizagem e desenvolvimento estudantil. Hoje em dia não é só mais o professor que dá conta do que significa um processo de desenvolvimento e aprendizagem nas escolas públicas”, pontuou a conselheira.

Para o deputado Tarcísio Motta (Psol-RJ), que sugeriu a realização da audiência pública, a inserção plena dessas(es) profissionais é fundamental para o fortalecimento das políticas de acolhimento, combate à evasão escolar e enfrentamento às vulnerabilidades que afetam o processo de ensino-aprendizagem.

“O momento é oportuno para garantir que a lei seja incorporada de forma transversal e estratégica ao novo PNE como instrumento estruturante para a qualidade da educação básica”, afirmou Motta.

A vice-presidenta do Conselho Federal de Serviço Social (CFESS), Marciângela Gonçalves, destacou o compromisso do CFESS com essa luta. “Seguimos presentes e à disposição para essa construção coletiva, afirmando os princípios ético-políticos que orientam a nossa profissão, em sintonia com a defesa, assim como nos disse Paulo Feire, de um projeto de educação libertadora”, disse.

O presidente da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), Luiz Miguel Garcia, apresentou um estudo sobre o número de escolas municipais do país que já contam com psicólogas(os) ou assistentes sociais em suas equipes. Segundo a Undime, entre as escolas que responderam ao levantamento, 72% já havia contratado psicólogas, psicólogos ou assistentes sociais para atuar na rede de ensino. Outros 20% ainda não contavam com esses profissionais, mas a contratação já estava prevista no plano de educação municipal. A pesquisa consultou 2.469 prefeituras, 44% do total do país.

Na opinião de Luiz Miguel Garcia, esses números mostram que as escolas já estão bastante conscientes sobre a Lei 13.935/2019 e o processo de contratação de profissionais da Psicologia e do Serviço Social já está avançado.

O Plano Nacional de Educação

O Novo Plano Nacional de Educação (PNE) institui metas para a educação brasileira no decênio de 2025 a 2035. O plano é instituído por meio de um projeto de lei de autoria do Poder Executivo e deve ser votado pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal.

O PNE é o principal instrumento de planejamento da política educacional brasileira. Previsto na Constituição Federal e regulamentado pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), o plano define os resultados que o país pretende alcançar em dez anos. Seu objetivo é garantir que os avanços da Educação Básica e Superior no país sejam planejados, articulados e acompanhados com base em compromissos pactuados em âmbito federativo.

 

CFP lança livro sobre o trabalho em Psicoterapia

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) acaba de lançar uma obra sobre a prática da Psicoterapia. Editado pelo CFP e lançado no marco das celebrações ao Mês da Psicologia, “A Psicoterapia como Ofício na Psicologia” dialoga com essa prática sob a perspectiva do trabalho de psicoterapeutas.

O livro reúne textos de profissionais da Psicologia com sólida experiência clínica, docente e institucional e explora e explora os pontos de convergência referentes ao fazer profissional de diferentes perspectivas teóricas.

Organizado por Juliana Moreira da Silva Andrade, Flávio Fernandes Fontes e Jorge Tarcísio da Rocha Falcão, a coletânea aborda questões centrais para a profissão, como a formação, a normatização, as rotinas de trabalho e os dilemas cotidianos. A obra traz também histórias e desafios enfrentados no setor privado, no serviço público e no meio acadêmico e oferece um panorama do ofício.

“Como se aprende a ser psicoterapeuta? Quais saberes, experiências e condições são necessárias para que alguém se torne, de fato, um profissional capaz de escutar, sustentar e promover processos de transformação subjetiva?”, questiona o livro, articulando as dimensões técnicas, éticas e políticas do trabalho na Psicoterapia.

“A Psicoterapia como Ofício na Psicologia” já está disponível para leitura no site do CFP.

Acesse aqui o livro.

Conselho Federal de Psicologia lança plataforma de mobilização legislativa

No marco das celebrações ao Mês da Psicologia Brasileira, o Conselho Federal de Psicologia (CFP) anuncia o lançamento de sua Plataforma de Mobilização Legislativa. A ferramenta tem como objetivo principal conectar psicólogas e psicólogos de todo o país com o trabalho de incidência legislativa realizado pelo CFP no Congresso Nacional.

O novo instrumento foi criado para reunir informações e recursos de forma acessível, permitindo à categoria conhecer, se informar e participar mais ativamente de incidências estratégicas da Psicologia no Congresso Nacional.

Além  de reunir um conjunto de informações didáticas sobre o funcionamento do processo legislativo, a nova Plataforma do CFP também destacará as principais dinâmicas e características da composição atual das duas casas legislativas. 

Com a Plataforma de Mobilização Legislativa, psicólogas e psicólogos poderão ainda acompanhar em tempo real as atualizações sobre propostas que impactam a Psicologia brasileira e se envolverem diretamente nas ações de incidência no Congresso Nacional.

“A Plataforma de Mobilização Legislativa do CFP é um recurso fundamental para a categoria. Com a adoção desta nova ferramenta, o Conselho Federal de Psicologia chama psicólogas e psicólogos a participar das articulações no âmbito legislativo das pautas de interesse da Psicologia e da sociedade brasileira”, destaca a presidenta do CFP, Alessandra Almeida.

O que a plataforma oferece

A plataforma reúne em um só lugar tudo o que a categoria precisa saber para se engajar ativamente no processo legislativo. Entre os recursos disponíveis, destacam-se:

Informações sobre o processo legislativo: Um guia para entender como funcionam as leis e como elas são propostas e aprovadas.

Composição do Congresso Nacional: Dados sobre parlamentares da Câmara dos Deputados e do Senado, possibilitando que a categoria conheça seus representantes.

Projetos de lei de interesse da Psicologia: Acompanhamento de propostas que impactam diretamente a ciência e a profissão.

Notícias e análises: Atualizações sobre as ações de incidência do CFP e o andamento das matérias de interesse no Congresso.

Faça a sua parte: Materiais gráficos e ilustrativos para a categoria interagir com parlamentares e trabalhar na mobilização nas redes sociais.

Atuação Legislativa

O acompanhamento das matérias em tramitação no Congresso Nacional é uma das atividades mais sensíveis ao Conselho Federal de Psicologia, dados os impactos das decisões do Senado e da Câmara dos Deputados no que diz respeito à atuação da categoria em todo o país.

O CFP conta com uma Assessoria Parlamentar para a incidência  no Congresso Nacional, que se dedica diretamente ao acompanhamento das proposições legislativas relacionadas à Psicologia Brasileira como ciência e profissão que tramitam nas duas Casas.

Atualmente, o Conselho realiza o monitoramento de quase 400 proposições que se relacionam a temas de interesse da ciência e profissão psicológicas. Deste total, cerca de 30 compõem a Agenda Legislativa do CFP com uma atenção mais estratégica.

A iniciativa tem como foco a articulação para aprovação das pautas de valorização da categoria – especialmente os projetos que estabelecem jornada de até 30 horas semanais e os que versam sobre o piso salarial da categoria. Também recebem o foco da incidência do CFP, proposições como a Regulamentação da Psicoterapia e aquelas relacionadas à educação, saúde, avaliação psicológica e direitos humanos.

Na Plataforma de Mobilização Legislativa do CFP, a categoria terá acesso à lista completa dos projetos de lei monitorados pela Assessoria Parlamentar e pode acompanhar a tramitação.

Acesse a Plataforma de Mobilização Legislativa

CFP lança Referências Técnicas para atuação da categoria junto aos povos quilombolas

O Conselho Federal de Psicologia (CFP), por meio do Centro de Referência Técnica em Psicologia e Políticas Públicas (CREPOP), acaba de lançar as Referências Técnicas para Atuação de Psicólogas(os) junto aos Povos Quilombolas. O material reafirma o compromisso da Psicologia com a equidade racial, a valorização dos saberes ancestrais e a justiça social.

A publicação se soma ao conjunto de referências técnicas produzidas pelo CREPOP e apresenta diretrizes para a atuação profissional da Psicologia em diálogo com os modos de vida e as cosmopercepções das comunidades quilombolas, ao considerar suas especificidades históricas, territoriais, culturais e políticas.

A construção da referência é resultado do acúmulo de debates da categoria em espaços como o Congresso Nacional de Psicologia (CNP) e integra uma linha iniciada em 2017, com a publicação da referência técnica sobre relações raciais e em 2019 com discussões sobre a atuação junto aos povos indígenas (lançada em 2023) e povos tradicionais (em revisão para lançamento da 2a edição)”

De acordo com a conselheira do CFP e coordenadora da Rede CREPOP, Clarissa Guedes, o documento representa um importante avanço na produção de conhecimentos da Psicologia comprometida com a transformação social. “Trata-se de um material construído coletivamente, que incorpora saberes produzidos nas práticas profissionais e nos territórios, e que fortalece o reconhecimento da diversidade étnico-racial como um elemento central para a formação e para o exercício da Psicologia”, afirma.

A elaboração da obra contou com a participação de especialistas quilombolas e de profissionais com experiência em políticas públicas, além de técnicas(os), conselheiras(os) e estagiárias(os) da Rede CREPOP nos Conselhos Regionais e no CFP. Como previsto na metodologia do CREPOP, o documento também foi submetido à consulta pública, etapa que permitiu à categoria contribuir com sugestões e aprimoramentos na versão preliminar.

Para a psicóloga e conselheira do CFP Fabiane Rodrigues Fonseca, integrante da comissão de elaboração, o documento “é fruto de uma escuta ativa e comprometida com as realidades dos povos quilombolas, que enfrentam, até hoje, violências históricas marcadas por processos de desterritorialização e de negação de direitos”.

Entenda a publicação

As Referências Técnicas estão organizadas em quatro eixos, que apresentam fundamentos conceituais e práticos para o trabalho de psicólogas e psicólogos junto aos povos quilombolas. O primeiro eixo trata das cosmopercepções contracoloniais e dos modos de vida que estruturam as comunidades quilombolas, abordando temas como ancestralidade, oralidade, território, espiritualidade, autodeterminação e autonomia.

O segundo eixo ressalta as dimensões éticas, políticas e jurídicas da atuação da Psicologia com essa população, com destaque para os marcos normativos e os desafios para a efetivação de direitos historicamente negados aos povos quilombolas. Já o terceiro eixo apresenta possibilidades de atuação da Psicologia nas políticas públicas, com ênfase em experiências de cuidado em saúde, educação e assistência social.

O quarto eixo apresenta reflexões sobre a formação profissional em Psicologia, evidenciando a necessidade de práticas formativas antirracistas, epistemologicamente plurais e comprometidas com os saberes produzidos nos territórios quilombolas.

Acesse já a íntegra da Referência Técnica para Atuação de Psicólogas(os) junto aos Povos Quilombolas.

CFP abre consulta pública para elaboração de documento sobre atuação profissional nos espaços de controle social

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) inicia nesta segunda-feira (11/8) uma consulta pública para que psicólogas e psicólogos de todo o país possam contribuir com a futura referência técnica sobre a atuação profissional nos espaços de controle social das políticas públicas.

O levantamento será realizado no âmbito do Centro de Referências Técnicas em Psicologia e Políticas Públicas (CREPOP) até 14 de setembro. Após o término desse período, as contribuições ao texto preliminar serão enviadas à comissão de especialistas, que trabalhará para construção da versão final do documento.

A minuta apresenta diretrizes e orientações para a prática profissional de psicólogas e psicólogos com destaque para o papel da Psicologia nesses espaços. O material também traz a importância e os desafios contemporâneos da atuação psicológica diante das representatividades e participação ativa como dispositivo dialógico e político.

A redação da minuta foi coordenada pelo conselheiro federal Roberto Chateaubriand Domingues, com a colaboração de Alessandra dos Santos Pereira, Cristiane Bens Pegoraro, Josimar Corvalã dos Santos, Luanda do Carmo Queiroga, Mailson Santos Pereira, Natani Evlin Lima Dias e Valber Luiz Farias Sampaio, especialistas no tema do controle social.

“Esta é uma das etapas que antecedem o lançamento de uma referência técnica para orientar profissionais da Psicologia em todo o território nacional e tem como objetivo escutar a categoria para aprimorar o documento, tornando o processo de elaboração mais democrático e participativo”, destaca o conselheiro Roberto Domingues.

Sobre o CREPOP

O Centro de Referência Técnica em Psicologia e Política Pública (CREPOP) integra a experiência prática de psicólogas e psicólogos à revisão da literatura científica, abordando questões por vezes não suficientemente exploradas.

Nos últimos quatro anos, o CREPOP passou por um intenso processo de revisão e publicação de Referências Técnicas, com o número de títulos disponíveis saltando de 13, em 2013, para 26, em 2025. O Centro também organiza o Seminário Nacional de Psicologia e Políticas Públicas, atualmente em sua 12ª edição, um espaço de encontro e compartilhamento de conhecimentos.

As Referências Técnicas são documentos elaborados pelo CFP e pelo CREPOP, com conteúdo técnico, ético e político, que orientam e qualificam a atuação de psicólogas e psicólogos em diversas áreas das políticas públicas. Sua elaboração reflete um processo democrático de escuta da categoria.

Passo a passo da Consulta Pública

Para participar da consulta pública é preciso seguir as seguintes orientações:

Acesse aqui e confira a versão preliminar do texto destinado à consulta pública – acesse aqui o documento.

Em seguida, acesse o link do formulário aqui e faça suas contribuições, considerando cada eixo que organiza a Referência Técnica.

Atente-se ao prazo: a consulta pública ficará disponível até 14 de setembro de 2025. Após o término desse período, as contribuições ao texto preliminar serão enviadas à comissão de especialistas, que trabalhará para a construção da versão final para publicação.

Para mais informações, acesse crepop.cfp.org.br Participe!!