Projeto que propõe revogação da Lei de Alienação Parental é aprovado pela Câmara dos Deputados

O Projeto de Lei 2.812/2022, que propõe revogar integralmente a Lei de Alienação Parental (Lei 12.318/2010), foi aprovado na 4a feira (3), pela Comissão de Constituição e Justiça e Cidadania (CCJC) da Câmara dos Deputados. A proposição será encaminhada para apreciação do Senado.

“Cada avanço das pautas de interesse da Psicologia nas duas Casas Legislativas significa a valorização da categoria. O Conselho Federal de Psicologia dará início ao diálogo com senadoras e senadores para que o projeto receba as contribuições técnicas da Psicologia e possa ser analisado o mais rapidamente possível”, aponta a presidenta do Conselho Federal de Psicologia (CFP), Alessandra Almeida.

A conselheira federal Marina de Pol Poniwas, que representa o CFP no Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (CONANDA), pontua que a revogação da Lei de Alienação Parental é uma exigência para garantir que crianças e adolescentes sejam protegidos de violências. 

“Não podemos permitir que denúncias de abuso sejam silenciadas por uma lei sem base científica, utilizada para punir quem protege. A Psicologia tem defendido, com rigor técnico, que a prioridade absoluta deve ser o direito de crianças e adolescentes à segurança, à escuta especializada e a decisões judiciais pautadas comprometidas com a proteção integral”, pontuou.

No relatório que indicou a aprovação do PL, a deputada Laura Carneiro (PSD/RJ) pontuou que a lei não gerou os efeitos esperados de reduzir atos abusivos de genitores no processo de separação e disputa pela guarda.   

“Pelo contrário, o seu emprego tem sido utilizado de modo a gerar problemas ainda mais graves que aqueles que pretendia minimizar, uma vez que a acusação de alienação parental se tornou a principal estratégia de defesa de agressores e abusadores sexuais intrafamiliares”, pontuou a parlamentar no relatório. 

Ainda em seu parecer, a deputada mencionou as contribuições dadas pelo Conselho Federal de Psicologia em audiência pública realizada para subsidiar a construção do relatório.  

Na audiência, o CFP defendeu a revogação completa e irrestrita da Lei de Alienação Parental por avaliar que a lei vem sendo usada por pais e mães autores de algum tipo de violência para acusar de alienação parental o genitor que denuncia o abuso. 

Para a Autarquia, a revogação da legislação é condição necessária para que o Brasil avance na proteção integral de crianças e adolescentes e na construção de uma justiça livre de preconceitos e vieses de gênero. 

O CFP ressaltou ainda que a Psicologia não reconhece fundamento técnico ou científico na chamada síndrome de alienação parental, base teórica que deu origem à Lei nº 12.318/2010. 

Na ocasião, a presidenta do CFP ressaltou que o Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH) aprovou a Resolução 29/2024, recomendando expressamente a revogação total da Lei 12.318/2010. Alessandra Almeida informou ainda que o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) pediu ao Congresso Nacional brasileiro a revogação imediata da legislação.

Entenda o projeto 

O Projeto de Lei 2.812/22 propõe revogar integralmente a Lei de Alienação Parental. A proposta foi apresentada pelas deputadas do Psol Fernanda Melchionna (RS), Sâmia Bomfim (SP) e Vivi Reis (PA). 

A lei busca assegurar direitos de convivência – como visitação ou alteração do regime de guarda – para pais separados ou avós. O objetivo é evitar a separação entre a criança e os familiares ou a manipulação das crianças contra um dos genitores. 

A legislação sobre alienação parental, no entanto, é alvo de críticas de instituições de defesa dos direitos de crianças e adolescentes porque teve o uso deturpado por genitores acusados de abusos para assegurar a convivência com a criança e o convívio familiar apesar do processo de violência. Alguns casos registram a perda da guarda pelo genitor que denunciou o abuso e foi acusado de alienação parental. 

O PL 2.812/2022 foi apreciado em regime de tramitação conclusiva na Câmara dos Deputados. Isso significa que bastava a análise pelas comissões temáticas, sem a necessidade de votação em plenário. 

Plataforma de Mobilização

Mais informações podem ser consultadas na Plataforma de Mobilização Legislativa da Psicologia, espaço virtual criado pelo Conselho Federal de Psicologia e que reúne as principais informações dos projetos de lei de interesse da categoria e da sociedade.

A plataforma é uma ferramenta inovadora que busca aproximar psicólogas e psicólogos na mobilização das pautas no Congresso Nacional, com recursos tecnológicos acessíveis e intuitivos que conectam a categoria ao trabalho de incidência do CFP na Câmara dos Deputados e no Senado Federal.

Encontro em Brasília debate aprimoramento da ética e fiscalização no exercício profissional da Psicologia

Entre 19 e 21 de novembro, o Conselho Federal de Psicologia (CFP) realizou, em Brasília/DF, o Encontro Nacional COE e COF 2025. O evento promoveu o diálogo e a troca de experiências sobre fiscalização e ética como forma de qualificar o exercício profissional para a sua função social e atender aos desafios atuais da Psicologia no Brasil.

Realizado pela Secretaria de Orientação e Ética do CFP (SOE/CFP), o encontro nacional reuniu as Comissões de Ética (COE) e as Comissões de Orientação e Fiscalização (COF) dos Conselhos Regionais de Psicologia (CRPs) de todas as regiões do país.

“Foi um encontro incrível, no qual podemos realizar trocas de saberes e experiências muito honestas e, como resultado, avançar na função precípua do Conselho Federal de Psicologia de orientar, fiscalizar e disciplinar o exercício da profissão de psicóloga e psicólogo no Brasil”, avaliou a conselheira e secretária de Orientação e Ética do CFP, Obadeyì Carolina Saraiva.

O evento reuniu comissões de orientação e fiscalização para discutir os processos de trabalho e os desafios atuais do exercício profissional da Psicologia. Os debates ressaltaram a ampliação das formas de atuação dos Conselhos, com foco em práticas preventivas e propositivas. Entre os destaques, esteve o fortalecimento de abordagens indutoras — estratégias que estimulam boas práticas e qualificam a atuação da categoria nos diferentes contextos de trabalho.

“Os encontros com os Conselhos Regionais são mais do que momentos de alinhamento técnico: são espaços de elaboração sobre o que significa orientar e fiscalizar a profissão hoje. É nesse diálogo que fortalecemos a indução de boas práticas e buscamos promover as mudanças necessárias no modo como a Psicologia se faz presente em seus diversos campos de atuação, em resposta às demandas da atualidade. Assim, o Conselho Federal cumpre sua missão de resguardar a ética na Psicologia como forma de proteger os direitos das pessoas atendidas pelo exercício profissional da categoria”, destacou a conselheira Carolina Roseiro.

CPD Comentado

No Encontro Nacional deste ano, foi lançada a versão comentada do Código de Processamento Disciplinar (CPD). A publicação atualiza as regras que estabelecem os procedimentos para os processos disciplinares ordinários, funcionais e éticos contra profissionais da Psicologia.

Além disso, cada dispositivo do CPD segue acompanhado de notas explicativas, contextualizações e orientações práticas, transformando a norma em uma ferramenta dinâmica de consulta, estudo e aplicação.

O Código de Processamento Disciplinar Comentado foi elaborado a partir de escuta qualificada e orientado pela busca de maior transparência, imparcialidade e eficiência. O objetivo é proporcionar segurança jurídica e previsibilidade para as partes envolvidas nas situações de denúncia sobre o exercício da profissão de Psicologia no Brasil.

O CPD define as regras para a apuração de infrações, desde o recebimento da representação ética até a execução das penalidades, garantindo a transparência e o cumprimento do Código de Ética profissional.

Acesse aqui a publicação

No encontro aconteceu a realização de um julgamento ético simulado como forma de demonstrar, na prática, as recomendações do CFP para os processos nos CRPs, que zelam pela aplicação das normativas profissionais.

Saiba mais

O Encontro Nacional COEs e COFs é realizado anualmente pelo Conselho Federal de Psicologia.

A Comissão de Ética (COE) e a Comissão de Orientação e Fiscalização (COF) são instâncias permanentes dos Conselhos Regionais de Psicologia que atuam em conjunto para garantir a qualidade do exercício da profissão. Essas comissões atuam de forma fiscalizadora, investigatória e educativa para garantir o exercício ético da Psicologia.

A COE tem a função de instaurar processos e apurar faltas éticas. A comissão recebe e analisa denúncias sobre infrações éticas cometidas por psicólogas e psicólogos. Por sua vez, a COF garante o cumprimento das leis, decretos e resoluções que regulamentam a profissão. Cabe à Comissão orientar e fiscalizar o exercício profissional.

CREPOP: Reunião Nacional da Rede marca a apresentação da nova metodologia de pesquisa e planeja ações para marcar os seus 20 anos

No dia 19 de novembro, o Conselho Federal de Psicologia (CFP) realizou, em Brasília/DF, mais uma edição da Reunião Nacional da Rede CREPOP. O encontro discutiu a atuação da Psicologia em políticas públicas, a produção de referências técnicas e o balanço das atividades do ano.

O evento reuniu as novas equipes regionais que integram a Rede CREPOP para alinhar diretrizes, debater a nova metodologia para as publicações e o plano de trabalho para 2026. Foram avaliados os temas considerados estratégicos para compor o próximo ciclo de produção de referências técnicas, visando qualificar e orientar a atuação da categoria em diferentes políticas públicas.

A conselheira-tesoureira do CFP, Neuza Guareschi, explica que as reuniões com a rede do CREPOP de todo o país representam um momento de articulação e planejamento, com a participação de conselheiras(os) e técnicas(os) de todos os Conselhos Regionais de Psicologia.

“A Reunião Nacional é o nosso principal momento de articulação. Ao reunirmos conselheiros e técnicos de todo o país, conseguimos não apenas planejar o futuro da rede, mas principalmente qualificar a atuação da categoria. O objetivo central é que esse intercâmbio resulte em um aprimoramento real da presença da Psicologia nas políticas públicas”, salientou a conselheira.

Nova Metodologia

Durante o encontro, foi apresentada a nova metodologia de pesquisa do Centro de Referências Técnicas em Psicologia e Políticas Públicas (CREPOP). A atualização sugere uma reorientação paradigmática ao promover uma integração maior entre a pesquisa e a elaboração das Referências Técnicas (RTs). A nova metodologia ainda passará por uma etapa de pesquisa piloto.

O objetivo central é superar o modelo onde as equipes locais atuavam apenas na produção de dados, garantindo agora a participação ativa da rede em todas as etapas do processo, inclusive na redação das referências técnicas. Essa mudança busca valorizar a diversidade do cenário brasileiro e fortalecer o vínculo entre a prática profissional nos territórios e a produção teórica.

Construída coletivamente ao longo de 2024 e 2025, a nova metodologia estipula um ciclo de produção mais ágil, com prazo total de 18 meses divididos em 14 etapas — desde a avaliação de viabilidade até o lançamento e devolutiva. A proposta busca alinhar os documentos às demandas contemporâneas da categoria e da gestão pública, com a execução de um projeto piloto programado para iniciar em 2026.

Projetos e temas estratégicos para 2026

O Plano de Trabalho 2026 organiza-se em três eixos inter-relacionados: Pesquisa, Consolidação, Testagem da Metodologia (piloto) e 20 Anos de CREPOP.

O tema para o ciclo de pesquisa de 2026, baseado em deliberações do 12º Congresso Nacional da Psicologia (CNP), será definido na reunião APAF de dezembro. As áreas de atuação que ainda não possuem referência técnica, conforme propostas da categoria, e que se mostram essenciais, incluem Migrações, Apatridia e Refúgio, Meio Ambiente e Emergência Climática, Práticas Integrativas e Complementares no SUS (PICS), Cuidados Paliativos no SUS, Educação Superior e Ensino Técnico, e Centros Especializados de Reabilitação (CER).

Para 2026, estão previstos lançamentos de Referências Técnicas que contemplem questões relacionadas ao cuidado a pessoas com deficiência, atuação na Rede de Apoio Psicossocial e também nos Serviços de Acolhimento do Sistema Único de Assistência Social.

20 anos do CREPOP

O ano de 2026 representará um marco histórico para o Centro: a celebração de seus 20 anos de existência. Para marcar a data e valorizar a memória técnica e política construída ao longo dessas duas décadas, será implementado um conjunto de ações institucionais voltadas ao fortalecimento da Rede CREPOP.

Nota de Pesar: Sibele de Lima Lemos

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) manifesta seu profundo pesar pelo falecimento da educadora e militante dos direitos humanos, Sibele de Lima Lemos.

Reconhecida por sua trajetória de luta e engajamento, Sibele foi uma militante incansável pelos direitos de crianças, adolescentes e mulheres, com uma atuação expressiva, afetuosa e corajosa.

Sibele foi Conselheira Nacional de Saúde (CNS), demonstrando seu engajamento na área de saúde e controle social. Também integrou o Coletivo de Proteção à Infância Voz Materna, uma organização que atua na defesa dos direitos das crianças e das mães. Sibele também fazia parte da Comissão Permanente de Gênero e Raça do Conselho Nacional dos Direitos Humanos (CNDH).

Uma de suas atuações mais marcantes se deu em oposição à Lei de Alienação Parental, fato este que evidenciou seu compromisso com a proteção integral da infância e da adolescência.

A partida de Sibele de Lima Lemos representa uma perda irreparável para a educação, a militância social e a defesa dos direitos. O CFP se solidariza com a família, círculos de amizade e todas as pessoas que conviveram com Sibele de Lima Lemos.

Psicologia antirracista: CFP anuncia práticas vencedoras da terceira edição do  Prêmio Profissional Virgínia Bicudo 2025

No Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, o Conselho Federal de Psicologia (CFP) divulgou os trabalhos reconhecidos na edição 2025 do Prêmio Profissional Virgínia Bicudo: Práticas para uma Psicologia Antirracista.

Criado em homenagem à pioneira Virgínia Bicudo —, primeira psicanalista não médica do Brasil e primeira mulher negra a integrar o plenário do CFP, em 1973 —, o prêmio reconhece estudos e práticas que articulem Psicologia e relações étnico-raciais.

A iniciativa reforça o compromisso da categoria com a equidade racial e celebra experiências e ações que contribuem para o enfrentamento ao racismo em diferentes contextos sociais e profissionais e valorizam práticas psicológicas plurais e inclusivas, comprometidas com os direitos humanos.

A presidenta do CFP, Alessandra Almeida, destaca que “o Prêmio Virgínia Bicudo reconhece anualmente as práticas psicológicas que trazem transformações significativas na vida das pessoas, na saúde mental e na luta pela redução das desigualdades étnico-raciais e de gênero. É um marco permanente no compromisso da categoria com a promoção de uma sociedade mais justa e antirracista”.

Alessandra Almeida pontua que o anúncio das iniciativas vencedoras no Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra reafirma que a Psicologia deve estar ao lado das populações historicamente marginalizadas para contribuir com a superação das desigualdades.

Nesta 3ª edição, foram premiados dez trabalhos e concedidos sete menções honrosas, contemplando todas as regiões do país. As produções se dividiram entre as categorias Experiências Individuais e Experiências Coletivas, avaliadas a partir de cinco eixos orientadores: Raças e identidade étnico-racial; Violência, morte e luto; Modos de resistência antirracista: antimanicomial, cultural, religioso; Interseccionalidades; Geracional: racismo na infância, juventude e envelhecimento.

Conheça os trabalhos premiados desta edição:

Região Norte

Título: GRUPOS DE APOIO MATERNO NA AMAZÔNIA: PRÁTICAS COLETIVAS DE CUIDADO E RESISTÊNCIA ANTIRRACISTA.
Categoria: Experiências coletivas Eixo: Interseccionalidades
Autoria: Maura Nunes Pimentel de Carvalho – CRP 20/04609
Co-autoria: Denise Machado Duran Gutierrez – CRP: 20/00798

Título: RODAS DE CONVERSA E LETRAMENTO RACIAL: CONSTRUINDO SUBJETIVIDADES RESISTENTES NA REGIÃO NORTE DO BRASIL.
Categoria: Experiências individuais
Eixo: Modos de resistência antirracista: antimanicomial, cultural, religioso
Autoria: Maria Izabel da Cunha Araujo – CRP 10/06067

Região Nordeste

Título: NARRATIVAS DO CUIDADO: UMA PROPOSTA DE ESCUTA E ACOLHIMENTO PARA PESSOAS NEGRAS, QUILOMBOLAS E INDÍGENAS.
Categoria: Experiências individuais
Eixo: Raças e Identidade Étnico-Racial
Autoria: Ricardo Marinho da Silva – CRP 03/25500

Título: A CONSTRUÇÃO DE SI EM DIREÇÃO A UMA CLÍNICA RACIALIZADA. Categoria: Experiências individuais
Eixo: Raças e Identidade Étnico-Racial
Autoria: Hilana Sousa Ferreira – CRP 11/15258

Região Centro-Oeste

Título: AQUILOMBAMENTO E FORMAÇÃO EM PSICOLOGIA: RESSIGNIFICAÇÕES SUBJETIVAS E RESISTÊNCIA ANTIRRACISTA NO GRUPO SANKOFA.
Categoria: Experiências individuais
Eixo: Modos de resistência antirracista: antimanicomial, cultural, religioso
Autoria: João Paulo Siqueira de Araújo – CRP 01/29044

Título: RACISMO E VIOLÊNCIA DE GÊNERO EM MULHERES NEGRAS NO ESTADO DE GOIÁS: UMA PERSPECTIVA PSICANALÍTICA.
Categoria: Experiências coletivas
Eixo: Violência, Morte e Luto
Autoria: Leonardo Conceição Guimarães – CRP 09/007032
Co-autoria: Isabella de Araújo Quirino
Kezia Pereira Escobar
Erika Adriana Mendes de Souza

Região Sudeste

Título: FAZER DA FRESTA PASSAGEM: ESCREVIVENDO A FORMAÇÃO DE PSICÓLOGAS NEGRAS.
Categoria: Experiências individuais
Eixo: Modos de resistência antirracista: antimanicomial, cultural, religioso
Autoria: Gabriela da Silva Bispo – CRP 06/189020

Título: REESCREVENDO RELAÇÕES: MODELO INTERVENTIVO BASEADO EM EVIDÊNCIAS PARA ENFRENTAMENTO DO PRECONCEITO RACIAL NA INFÂNCIA.
Categoria: Experiências individuais
Eixo: Geracional: racismo na infância, juventude e envelhecimento
Autoria: Denise Aparecida Passarelli – CRPP 06/171923

Região Sul

Título: LALUCA E O BAÚ DAS EMOÇÕES: LITERATURA TERAPÊUTICA E EDUCAÇÃO SOCIOEMOCIONAL PARA A PROMOÇÃO DA EQUIDADE RACIAL NA INFÂNCIA.
Categoria: Experiências individuais
Eixo: Geracional: racismo na infância, juventude e envelhecimento
Autoria: Caroline Daronco Campos Romero Sanches – CRP 07/ 20076

Título: MEDIAÇÃO DE ACOLHIMENTO PARA PESSOAS NEGRAS: EXPERIÊNCIA EM UMA UNIVERSIDADE DO SUL BRASILEIRO.
Categoria: Experiências coletivas
Eixo: Interseccionalidades
Autoria: João Carlos Gomes dos Santos Júnior – CRP 12/29481
Co-autoria: Mahasiãh Raimundo – CRP 12/21542

Os trabalhos com menção honrosa são:

Região Norte

Título: CUIDAR DO FUTURO, REPARAR O PASSADO: INFÂNCIAS QUILOMBOLAS E A RESISTÊNCIA ANTIRRACISTA NA AMAZÔNIA MARAJOARA.
Categoria: Experiências individuais
Eixo: Geracional: racismo na infância, juventude e envelhecimento.
Autoria: Virgínia Lopes da Silva – CRP 10/11183

Região Nordeste

Título: A EXPERIÊNCIA DO JUNTÊRO COMO MODO DE RESISTÊNCIA ANTIRRACISTA: UMA AVENTURA ETNOGRÁFICA COM UM MARACATU- NAÇÃO.
Categoria: Experiências individuais
Eixo: Modos de resistência antirracista: antimanicomial, cultural, religioso
Autoria: Matheus Barbosa da Rocha – CRP 21/02944

Título: POPULARIZAÇÃO ANTIRRACISTA DE CONHECIMENTOS CIENTÍFICOS EM SAÚDE MENTAL: A EXPERIÊNCIA DO @SAUDEMENTALPOPNEGRA.
Categoria: Experiências individuais
Eixo: Modos de resistência antirracista: antimanicomial, cultural, religioso
Autoria: Jeane Saskya Campos Tavares – CRP 03/002458

Região Sudeste

Título: O QUE SONHAM JOVENS MULHERES NEGRAS FREQUENTADORAS DE CURSINHOS POPULARES
Categoria: Experiências coletivas
Eixo: Geracional: racismo na infância, juventude e envelhecimento
Autoria: Lais da Silva Vieira – CRP 06/206908
Vandia Cristina Rodrigues Leal – CRP 06/89041 Julia Silvestre – CRP 06/212539
Jussara de Souza Silva – CRP 06/204143 Jaquelina Maria Imbrizi – CRP 06/31942

Título: DIÁLOGOS INTEREPISTÊMICOS COM POVOS INDÍGENAS E QUILOMBOLAS: REFLORESTANDO UMA PSICOLOGIA ANTIRRACISTA.
Categoria: Experiências coletivas
Eixo: Raças e Identidade Étnico-Racial
Autoria: Monaliza Silva de Alcantara – CRP 04/52168
Co-autoria: Amanda Barbosa Veiga dos Santos – CRP 04/51242
Eledá Isadora Corrêa Trindade – CRP 04/58872
Júlia Costa de Oliveira – CRP 04/64017
Claudia Mayorga – CRP 04/14257
Aquila Bruno Miranda – co-autora sem CRP
Werymehe Alves Braz – co-autora sem CRP

Região Sul

Título: TRANÇANDO SABERES: METODOLOGIAS COLABORATIVAS KAINGANG NA FORMAÇÃO DE PESSOAS PSICÓLOGAS.
Categoria: Experiências individuais
Eixo: Interseccionalidades
Autoria: Aline Gobetti Oliveira – CRP 07/30216

Título: PROMOVENDO ACOLHIMENTO E ENFRENTANDO RESISTÊNCIAS: A INCLUSÃO DA PSICOLOGIA E RELAÇÕES RACIAIS EM UM CURRÍCULO UNIVERSITÁRIO.
Categoria: Experiências individuais
Eixo: Geracional: racismo na infância, juventude e envelhecimento.
Autoria: Victor Hugo Brandão Meireles – CRP 08/26155

Veja a galeria de imagens da premiação

 

CFP participa da posse do novo ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República

Na quarta-feira (29/10), tomou posse o novo ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Guilherme Boulos. O Conselho Federal de Psicologia (CFP) esteve presente à cerimônia realizada no Palácio do Planalto, representado por sua presidenta, Alessandra Almeida.

A presidenta do CFP aponta que a Secretaria-Geral da Presidência da República é o espaço estratégico da relação do governo federal com a sociedade civil, na perspectiva da participação popular.

“No percurso das ações políticas, o Conselho Federal de Psicologia, ao representar a categoria, se apresenta em diversas instâncias de controle social e incide o Estado, sobretudo em questões que se referem à Psicologia e à saúde mental”, afirmou a presidenta do CFP.

Guilherme Boulos é professor, escritor, formado em filosofia, com especialização em Psicologia Clínica e mestrado em psiquiatria pela Universidade de São Paulo. Ele substituiu Márcio Macedo no cargo de ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República.

CFP envia carta aberta à COP30 alertando sobre impacto da ecoansiedade na saúde mental

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) divulgou nesta sexta-feira (14) a “Carta Aberta da Psicologia Brasileira à COP30”, na qual aponta a urgência do debate sobre as mudanças climáticas e seus impactos profundos na saúde mental da população. O documento reitera o compromisso da Psicologia brasileira com a construção de um futuro mais justo, sustentável, ético e saudável para todas as pessoas.

<< Confira a íntegra da Carta da Psicologia Brasileira à COP30

No posicionamento, o CFP destaca que a degradação ambiental causa um sofrimento psíquico crescente, manifestado em sintomas como estresse, aflição, sensação de impotência, perda, pânico, depressão e alterações no sono e apetite.

A carta destaca a ecoansiedade, ou ansiedade climática, para descrever o sentimento generalizado de angústia e preocupação com as consequências das alterações no clima. Também é abordado o ecocídio, englobando as formas específicas de sofrer, morrer e matar que refletem a maneira como a sociedade lida com o meio ambiente.

O Conselho Federal de Psicologia salienta que os fenômenos climáticos extremos, como secas, queimadas, enchentes e ondas de calor, evidenciam uma preocupante desproporcionalidade. A Autarquia destaca que pessoas pertencentes a grupos historicamente vulnerabilizados e marginalizados, como mulheres, povos indígenas, comunidades tradicionais e moradores de regiões periféricas, são afetadas de maneira desigual.

O texto enfatiza que o racismo ambiental e as injustiças sociais aumentam o risco de esses grupos sofrerem os impactos diretos e indiretos das mudanças climáticas, gerando um ciclo de estresse e ansiedade com difícil acesso a cuidados de saúde.

Posicionamento e Ações do CFP

O texto descreve uma série de ações que a Psicologia brasileira tem implementado para contribuir efetivamente na garantia de direitos e práticas sustentáveis, especialmente nas áreas de Psicologia Ambiental e de Emergências e Desastres inclusive com a publicação de protocolos de orientação a seus profissionais para o apoio psicossocial pós-desastres. 

O texto destaca que a Psicologia brasileira está atenta a situações relacionadas ao meio ambiente que podem afetar a qualidade de vida em diferentes contextos, comunidades, cidades e estados. Esse compromisso se dá pela escuta cuidadosa das necessidades expressas pela população de cada território de forma a integrar saberes e práticas comunitárias, especialmente os conhecimentos ancestrais sobre as maneiras de lidar com a natureza de forma sustentável e não exploratória.

“Não há como falarmos de bem-estar da população e de saúde mental, se não há investimento em ações concretas de prevenção, mitigação de danos, estratégias e protocolos de atuação efetivos para lidar com as consequências dos vários anos de alta degradação ambiental promovida em todo o planeta”, reforça o Conselho Federal de Psicologia.

“Nós, psicólogas e psicólogos, temos buscado conhecer e aprender com modos de vida e relações mais justas com a natureza, a partir das experiências históricas de povos e comunidades tradicionais. Temos entendido que não apenas a biodiversidade, mas a sociodiversidade são as nossas maiores riquezas nacionais e que merecem ser defendidas na luta por justiça socioambiental e climática, como já anunciava Chico Mendes”, pontua o CFP no texto.

Alerta a autoridades públicas

Atento à necessidade de investimentos efetivos em ações concretas de prevenção, mitigação e cuidado, o Conselho Federal de Psicologia encaminhou a Carta Aberta da Psicologia Brasileira à COP30 a um conjunto de instituições públicas, incluindo pastas como Ministério da Saúde, Ministério da Justiça, Ministério de Minas e Energia, Ministério da Igualdade Racial e Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima. Também foram oficiados órgãos como Ministério Público Federal, Defensoria Pública da União, Fundação Nacional dos Povos Indigenas e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

A COP30

Com programação de 10 a 21 de novembro, em Belém do Pará, a COP30 é a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (Conferência das Partes), um encontro global anual onde líderes mundiais, cientistas, organizações não governamentais e representantes da sociedade civil discutem ações para combater as mudanças do clima.

É o maior evento global das Nações Unidas para discussão e negociações intergovernamentais sobre mudança climática.

Confira a íntegra da Carta da Psicologia Brasileira à COP30

Câmara aprova projeto da avaliação psicológica na renovação da CNH e texto segue para sanção presidencial

A Câmara dos Deputados concluiu nesta quarta-feira (12/11) a votação do projeto sobre a exigência da avaliação psicológica para motoristas em todas as renovações da Carteira Nacional de Habilitação (CNH). O texto agora segue para sanção presidencial.

PL 4.111/2023 busca alterar o Código de Trânsito Brasileiro (CTB) para determinar que a avaliação psicológica seja realizada na obtenção da primeira habilitação e em todas as suas renovações. A exigência caberá para o exercício ou não de atividade remunerada na condução de veículos.

A presidenta do CFP, Alessandra Almeida, pontua que a aprovação do PL 4.111/2023 na sessão de hoje representa uma grande vitória para toda a Psicologia brasileira e o reconhecimento da capacidade técnica da categoria no tema da mobilidade.

“A aprovação deste projeto na Câmara dos Deputados é a materialização de um trabalho intenso e qualificado, e representa um reconhecimento fundamental da nossa competência e qualidade técnicas. Essa futura Lei, não apenas valoriza a atuação de cada psicóloga e psicólogo que trabalha com Avaliação Psicológica, mas também reforça o nosso compromisso com a sociedade”, pontuou a presidenta do CFP. 

É o que também reforça a conselheira do CFP e especialista em Psicologia do Tráfego, Juliana Guimarães, ao ressaltar que a aprovação do PL é o reconhecimento de que a Avaliação Psicológica, uma atividade essencialmente da Psicologia, tem muito a contribuir nas questões do trânsito, da mobilidade humana, na prevenção de sinistros e na promoção da saúde.

“Os altos índices de sinistros motivados por fatores humanos reforçam a necessidade da realização de avaliações psicológicas periódicas, para todas as pessoas que conduzam veículos, que exerçam ou não atividades remuneradas ao volante. A multiplicidade de fatores envolvida no ato de dirigir é influenciada pelo comportamento humano e suas condições psicológicas e emocionais. Mas, não se deve esquecer que os efeitos afetam toda a sociedade, uma vez que as vítimas não são apenas as pessoas lesionadas ou que venham a falecer, mas, temos toda uma estrutura familiar e social que sofrem os impactos significativos por anos”, aponta a conselheira.

O tráfego é um espaço com enorme impacto na população mundial com mortes e sequelas, sendo a principal causa de morte de jovens de 5 a 29 anos, de acordo com a Organização Mundial de Saúde.

Em seu relatório apresentado pela aprovação do projeto, o deputado Hugo Leal (PSD-RJ) reconhece que as condições psicológicas do condutor podem se alterar ao longo da vida e não podem ser negligenciadas, pois têm o poder de influenciar a forma de conduzir do motorista.

“Assim, da mesma forma que o CTB traz exigência de avaliação periódica das condições físicas, é imprescindível também avaliar as condições psicológicas dos condutores, a fim de impedir o acesso à renovação da habilitação para condutores que não tenham as condições mentais adequadas para dirigir”, justifica o parlamentar.

De autoria do senador e atual presidente do Senado David Alcolumbre (União-AP), o PL 4.111/2023, antigo PLS 98/2015, já fora aprovado pelo Senado (em 2024) e somente faltava a análise pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania na Câmara dos Deputados. Com a aprovação final, o projeto segue para sanção presidencial para ser transformado em lei.

Incidência estratégica

O PLS 98/2015 e o PL 4.111/2023 tiveram a incidência estratégica do Conselho Federal de Psicologia, juntamente com a Associação Brasileira de Psicologia de Tráfego, para que sua análise, tramitação e a designação de membros das Comissões e das Relatorias fosse efetivada. Uma mobilização tanto no Senado, quanto na Câmara dos Deputados, na qual a participação de toda a categoria, do Sistema Conselhos e das entidades do FENPB foram essenciais.

Código de Trânsito Brasileiro

Atualmente, o Código de Trânsito Brasileiro (CTB – Lei 9.503/1997) estabelece a avaliação psicológica somente para a primeira habilitação e para motoristas que exerçam atividade remunerada com veículos. Demais renovações do documento não são submetidas a esse tipo de avaliação, diferentemente do exame médico pericial, repetido regularmente em cada renovação.

Plataforma de Mobilização

Mais informações podem ser consultadas na Plataforma de Mobilização Legislativa da Psicologia, espaço virtual criado pelo Conselho Federal de Psicologia e que reúne as principais informações dos projetos de lei de interesse da categoria e da sociedade.

A plataforma é uma ferramenta inovadora que busca aproximar psicólogas e psicólogos na mobilização das pautas no Congresso Nacional, com recursos tecnológicos acessíveis e intuitivos que conectam a categoria ao trabalho de incidência do CFP na Câmara dos Deputados e no Senado Federal.

>> Conheça a Plataforma de Mobilização Legislativa da Psicologia

 

CFP dialoga com a Presidência da República sobre financiamento para projetos de lei da jornada de até 30 horas e piso salarial

Na quinta-feira (6), uma comitiva do Conselho Federal de Psicologia (CFP) foi recebida em audiência na Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República para tratar a identificação de fontes de custeio destinadas à implementação da jornada de até 30 horas semanais e do piso salarial nacional de R$ 4.750,00 para profissionais da Psicologia.

O encontro integra o conjunto de ações do CFP voltadas a garantir a viabilidade orçamentária e financeira para efetivar a valorização da categoria em todo o país.

A presidenta do CFP, Alessandra Almeida, e o conselheiro federal Antônio Virgílio foram recebidos pelo secretário-executivo da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, Gustavo Ponce de Leon Soriano, no Palácio do Planalto, em Brasília/DF.

“O CFP tem realizado uma série de diálogos institucionais a fim de identificar e estruturar a fonte de custeio necessária para acelerar a tramitação dos projetos de lei que tratam da jornada e do piso da categoria no Congresso Nacional, de modo a cumprir a legislação e garantir condições dignas de trabalho e valorização profissional à Psicologia brasileira”, aponta a presidenta do CFP.

Na audiência, o Conselho Federal reafirmou a importância de construir um Grupo de Trabalho Interministerial que possa dialogar sobre as possibilidades de financiamento da política de valorização da Psicologia, com foco na criação de um Fundo Tripartite de Valorização da Psicologia.

O CFP propõe que esse fundo seja composto por recursos remanejados de fundos ociosos e de diferentes esferas governamentais, garantindo sustentabilidade para custear o piso e a jornada da categoria.

O Conselho destacou ainda que a criação do GT permitirá o diálogo técnico e político entre diferentes ministérios e a articulação de soluções conjuntas para viabilizar o investimento público necessário à valorização da profissão.

GT 30h

Para elaborar estratégias de diálogo com a categoria e com o Legislativo em torno dos projetos que dispõem sobre a jornada de até 30 horas semanais, o CFP criou um Grupo de Trabalho composto pela Autarquia e por representantes da Federação Nacional de Psicólogos (Fenapsi) e da Sociedade Brasileira de Psicologia Organizacional e do Trabalho (SBPOT).

O grupo elencou ações estratégicas e metas para avançar na tramitação dos projetos, em articulações que também envolvem os Conselhos Regionais de Psicologia e os sindicatos de psicólogas e psicólogos nos estados.

Projetos de Lei

Tramitam no Congresso Nacional três proposições que pretendem modificar a lei que regulamenta a profissão para estabelecer a jornada semanal de até 30 horas.

O projeto mais avançado é o PLS 511/2017, que já está na pauta de votações do plenário do Senado e, em seguida, seguirá para a Câmara dos Deputados. De igual teor, tramita na Câmara o PL 1.214/2019, que também pretende fixar a jornada de trabalho da psicóloga e do psicólogo em até 30 horas semanais.

Por sua vez, o PL 3.086/2024, em análise no Senado, propõe fixar a jornada semanal de trabalho em até 30 horas e estabelecer em R$ 4.750,00 o piso salarial da categoria.

Plataforma de Mobilização

Mais informações podem ser consultadas na Plataforma de Mobilização Legislativa da Psicologia, espaço virtual criado pelo Conselho Federal de Psicologia e que reúne as principais informações dos projetos de lei de interesse da categoria e da sociedade.

A plataforma é uma ferramenta inovadora que busca aproximar psicólogas e psicólogos na mobilização das pautas no Congresso Nacional, com recursos tecnológicos acessíveis e intuitivos que conectam a categoria ao trabalho de incidência do CFP na Câmara dos Deputados e no Senado Federal.

>> Conheça a Plataforma de Mobilização Legislativa da Psicologia

CFP lança Referência Técnica sobre atuação estratégica da Psicologia na gestão do SUAS

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) lançou na quarta-feira (5), durante a programação oficial do 25º Encontro Nacional do Colegiado Nacional de Gestores Municipais de Assistência Social (CONGEMAS), a Referência Técnica “Como as psicólogas e os psicólogos podem contribuir para avançar o Sistema Único de Assistência Social (SUAS) – Informações para gestoras e gestores Como as psicólogas e os psicólogos podem contribuir para avançar o Sistema Único de Assistência Social (SUAS) – Informações para gestoras e gestores”.

A obra atualiza as orientações para a atuação de profissionais da Psicologia na gestão do SUAS, reconhecendo esse como um espaço estratégico para a efetivação de direitos e o fortalecimento da intersetorialidade.

A presidenta do CFP, Alessandra Almeida, destaca que a publicação resulta do compromisso ético e político reafirmado pelo Conselho Federal de Psicologia com o fortalecimento e a consolidação do SUAS como política pública estruturante da proteção social no Brasil. Na avaliação da presidenta do CFP, a publicação reconhece a Psicologia como ferramenta fundamental na elaboração de estratégias que aproximem a política de Assistência Social das necessidades concretas dos sujeitos e dos territórios.

“Ao centralizar as demandas de populações historicamente silenciadas, considerando as interseccionalidades oriundas de aspectos como território, raça, etnia, classe, geração, deficiências, identidades e expressões de gênero, esta publicação reforça a dimensão política da gestão e da atuação técnica no SUAS”, pontua Alessandra Almeida.

A conselheira-tesoureira Neuza Guareschi, responsável pela coordenação do CREPOP, ressalta que a Referência Técnica recém lançada deve ser um instrumento de orientação, formação e reafirmação do compromisso ético-político da Psicologia. “Esperamos que a publicação possa auxiliar profissionais e estudantes na aproximação com esse campo, contribuindo para a transformação das realidades sociais, o fortalecimento das políticas públicas e a promoção de uma sociedade mais justa, equitativa, inclusiva e participativa”, aponta Guareschi.

Orientação profissional

O documento oferece subsídios para práticas éticas, plurais e comprometidas com a transformação social, abordando desafios históricos, políticos e metodológicos que perpassam a Assistência Social. Tópicos como colonialidade, racismo estrutural, aporofobia, cisheteronormatividade e os impactos do neoliberalismo nas políticas públicas são apontados para o debate.

O material está organizado em quatro eixos centrais que abordam subsídios para uma gestão democrática e comprometida com os direitos humanos. Os capítulos apresentam o histórico da Psicologia nas políticas públicas e no SUAS e traçam um retrato da atuação socioassistencial. Também destacam as metodologias de trabalho na gestão, além de tópicos sobre organização e estratégias políticas no Sistema Único de Assistência Social.

Inovação

Nesta edição, uma inovação importante é a inclusão de um levantamento inédito das proposições legislativas em tramitação no Congresso Nacional que dialogam diretamente com o Sistema Único de Assistência Social, realizado em parceria com a Assessoria Parlamentar do CFP.

Ao reconhecer que a atuação profissional não se limita aos espaços de execução das políticas públicas, o documento amplia seu escopo e reforça a relevância da presença qualificada da Psicologia nos processos de formulação e decisão do Estado brasileiro.

Essa novidade aproxima a categoria das dinâmicas do Poder Legislativo, permitindo compreender como demandas sociais se transformam em leis e como disputas políticas moldam o SUAS. O levantamento, sustentado pelo acúmulo das referências técnicas do CREPOP, oferece subsídios para que psicólogas e psicólogos acompanhem e incidam nas discussões em nível federal, estadual e municipal.

Para aprofundar esse acompanhamento, a Plataforma de Mobilização Legislativa da Psicologia reúne informações acessíveis sobre o processo legislativo e sobre as propostas que impactam diretamente a profissão, fortalecendo a participação cidadã e a defesa de direitos.

Plataforma de Mobilização

CONGEMAS

A edição revisada e ampliada das Referências Técnicas foi lançada como parte da programação  do 25º Encontro Nacional do CONGEMAS, evento que reúne em Brasília gestoras e gestores municipais do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) de todo o país.

No Encontro, o CFP promoveu a atividade autogestionada “Proteção Social e Resistência”, para abordar temáticas sobre gestão e financiamento do SUAS, sob o ponto de vista de psicólogas e psicólogos que atuam na rede de assistência social.

A representante da Região Sul na Comissão Nacional de Psicologia na Assistência Social do CFP (CONPAS), Simone Cristina Gomes, avalia que a atividade foi um momento para a discussão sobre os processos de precarização do trabalho, de invisibilidade do SUAS e dificuldades orçamentárias para execução das políticas públicas.

“É importante que a gente coletivize essa luta, enquanto trabalhadoras, trabalhadores, gestoras, gestores, usuárias e usuários, na defesa de um SUAS fortalecido e que oferte proteção social nos territórios”, apontou.

Por sua vez, Bárbara Malvestio, representante da Região Sudeste na CONPAS, avaliou que a atividade do CFP no CONGEMAS dialoga com a perspectiva de consolidação do SUAS.

“A nossa atividade autogestionada aqui no CONGEMAS dialoga com a perspectiva de resistência e da necessidade da organização coletiva para avançar no SUAS que defendemos, que é de atuação política, de atuação ética e de construção coletiva e popular”, pontuou.

A edição deste ano do Encontro Nacional deste ano foi realizada de 5 a 7 de novembro, em Brasília, com o tema “25 anos de Encontros CONGEMAS: memórias, resistências e consolidação do SUAS pelo Brasil”.

Sobre o CREPOP

O Centro de Referência Técnica em Psicologia e Política Pública (CREPOP) integra a experiência prática de psicólogas(os) à revisão da literatura científica, abordando questões fundamentais para a prática profissional.

Nos últimos anos, o CREPOP passou por um processo de revisão e publicação de Referências Técnicas, com o número de títulos disponíveis saltando de 13, em 2013, para 26, em 2025, inclusive com edições traduzidas para o espanhol, como forma de disseminar o conhecimento produzido pela Psicologia Brasileira.

O Centro também organiza o Seminário Nacional de Psicologia e Políticas Públicas, atualmente em sua 12ª edição, um espaço de encontro e compartilhamento de conhecimentos.

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