Vídeos da Apaf de maio 2017

A Assembleia de Políticas, de Administração e das Finanças do Sistema Conselhos de Psicologia (Apaf) acontece este final de semana, dias 20 e 21 de maio, em Brasília/DF, na sede do Conselho Federal de Psicologia (CFP). Os dois dias do encontro são transmitidos em tempo real, a partir das 10h, pelo site www.cfp.org.br.

Realizada pelo menos duas vezes ao ano, a Assembleia do Sistema Conselhos é composta por conselheiros federais e regionais de Psicologia. O CFP tem até três delegados e o número de representantes regionais varia de um a três, dependendo do número de profissionais inscritos no CRP.

Essa é a primeira reunião da Apaf com a presença do XVII Plenário do CFP, que tomou posse na última Assembleia, em dezembro do ano passado, para gerir o CFP no período 2016-2019.

A seguir, os links de transmissão em cada um dos dias da Apaf:

 

Dia 20/05 (manhã)

Dia 20/05 (tarde)

 Dia 21/05 (manhã)

Dia 21/05 (tarde):

 

Ajude a transmitir: 

Os CRPs também podem retransmitir a Apaf direto de seus sites. Para tanto, basta incorporar na página os códigos de cada um dos turnos de transmissão:

Dia 20 (manhã)

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Dia 20 (tarde)

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Dia 21 (tarde)

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Combater abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes

18 de maio é celebrado como “Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes”. Nesse dia, um crime bárbaro ocorrido em Vitória (ES), em 1973, chocou o país, o “Caso Araceli”. Esse era o nome da menina de 8 anos que teve todos os seus direitos humanos violados: foi raptada, estuprada e morta por jovens de classe média alta da cidade.

A proposta do “18 de Maio” é mobilizar, sensibilizar, informar e convocar a sociedade para participar da luta em defesa dos direitos sexuais de crianças e adolescentes. O Conselho Federal de Psicologia (CFP) entende ser necessário buscar soluções para combater o problema e estará presente na agenda nacional “Faça Bonito. Proteja Nossas Crianças e Adolescentes”, que completa 17 anos com a aprovação da Lei 9.970/2000, que instituiu o “Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual”.

Avanços

A conselheira Iolete Ribeiro da Silva, do CFP, diz que o 18 de maio é uma conquista da luta pelos direitos humanos. Segundo ela, a data “dá visibilidade a uma violência que afeta muitas crianças e adolescentes nas diferentes regiões do país, se convertendo em possibilidade de cobrar políticas púbicas que contribuam para a prevenção da violência sexual e para a construção e a consolidação da rede de proteção à infância e adolescência”.

Iolete fala que, apesar de as estatísticas ainda serem assustadoras, a violência e a exploração sexual têm sido combatidas. No entanto, pondera que a rede de proteção é frágil, pois não há profissionais em número suficiente para atendimento das demandas. “Falta rede de retaguarda e articulação entre os serviços que atendem crianças, adolescentes e familiares envolvidos em situações de violência. Os governos não têm priorizado a construção de uma rede de proteção. Avançamos nos mecanismos de denúncia, mas não avançamos na prevenção e no atendimento.”

A conselheira esclarece que o combate ao abuso e à violência sexual tem que ser preventivo e não somente após a violência. Para ela, atuar na prevenção significa que ter “que falar sobre sexualidade e gênero nas escolas para que crianças e adolescentes construam conhecimentos necessários à sua proteção e ao seu desenvolvimento. Temos que desenvolver atividades educativas que promovam o direito sexual de crianças e adolescentes”.

Iolete Ribeiro destaca que o Sistema Conselhos deve pressionar as instâncias governamentais e os órgãos de controle social para defender os direitos de crianças e adolescentes vítimas de violência e exploração sexual. Deve, ainda, incentivar a participação e formação permanente de psicólogas (os) nos espaços de controle social.

Nota de Pesar: Rosimeire Aparecida Silva

ATUALIZADO: O velório da psicóloga e ex-conselheira do CFP, Rosimeire Aparecida Silva, está ocorrendo desde às 09 horas no Cemitério Bonfim, em Belo Horizonte, e o sepultamento está marcado para as 13 horas.

 

É com muita tristeza que o Conselho Federal de Psicologia (CFP) recebe a notícia do falecimento da psicóloga mineira Rosimeire Aparecida Silva, integrante da Comissão Nacional de Direitos Humanos (CNDH/CFP).

As causas ainda não foram confirmadas, mas as informações iniciais são de que ela faleceu em seu apartamento, em Belo Horizonte/MG, na manhã desta segunda-feira (15/5), vítima de um infarto.

Rosi, como era carinhosamente chamada pelos colegas, estava com 52 anos. Nascida em Pirapora/MG, em julho de 1964, ela foi uma militante histórica da luta antimanicomial e pioneira na criação e implementação dos serviços substitutivos aos manicômios na rede de saúde mental.

Em sua jornada na Psicologia, Rosimeire coordenou a Política de Saúde Mental da Prefeitura Municipal de Belo Horizonte, trabalhou no Programa de Atenção Integral ao Paciente Judiciário do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG). Coordenou o CRR Ateliê Intervalo de Redução de Danos da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e foi articuladora do Projeto Redes (FIOCRUZ/SENAD) no município de Ribeirão das Neves (MG). Atuou ainda como professora convidada em cursos de pós-graduação (lato e stricto sensu) da Faculdade de Medicina da UFMG. De 2013 a 2016, coordenou a Comissão de Direitos Humanos do CRP-MG.

 

Ainda aguardamos informações sobre velório e sepultamento.

Com informações do site CRP-MG.

 

 

 

A lógica do sistema prisional brasileiro

A lógica atual de funcionamento do sistema prisional no Brasil e suas implicações para a Psicologia, como ciência e profissão, é uma preocupação da gestão do XVII Plenário do Conselho Federal de Psicologia (CFP). Nesta semana, os conselheiros Pedro Paulo Bicalho e Márcia Badaró Bandeira participaram de eventos que discutiram o tema em Campo Grande/MS e em Porto Alegre/RS, respectivamente.

No dia 8, Bicalho participou, durante o “Colóquio Internacional de Segurança Pública: debates sobre o encarceramento”, da discussão sobre “Justiça e Crime no Brasil: aberturas interdisciplinares entre o cárcere e a academia”. Ele apresentou dados atuais que apontam violações existentes nas práticas de execução penal no país e disse que o CFP, “buscando qualificar o exercício da profissão, problematiza a centralidade do exame criminológico na prática interdisciplinar da equipe técnica para questionar uma atividade que se constrói como classificatória e pericial, atentando para o cumprimento dos princípios ético-políticos da responsabilidade social da profissão”.

A professora de Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Mariana Assis Brasil, o defensor público Cahue Urdialles e o juiz da 1ª Vara Criminal da Comarca de Campo Grande Roberto Ferreira Filho participaram do mesmo debate. Assis Brasil falou sobre a reforma psiquiátrica e os manicômios judiciários, Urdialles explicou o exame criminológico e a perpetuação da prisão e o magistrado abordou o tema da prisão provisória no Brasil e a responsabilidade do julgador. 

Audiência pública 

Márcia Badaró participou, no dia 10, de audiência pública promovida pela Comissão de Cidadania e Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul (Alergs), em Porto Alegre, sobre “A importância do tratamento penal”. O Projeto de Lei Complementar (PLC) 245/2016, que tramita na instituição, pretende alterar a Lei Complementar nº 13259/2009, que dispõe sobre o quadro especial de servidores penitenciários do Estado do Rio Grande do Sul e nomear legalmente todas as categorias profissionais da área do tratamento penal como “guardas prisionais”, descaracterizando assim as especificidades das profissões e suas atribuições no sistema prisional. Márcia foi convidada pelo Conselho Regional de Psicologia do Rio Grande do Sul (CRP-07) e pela Associação dos Profissionais Penitenciários de Nível Superior do Rio Grande do Sul (Apropens/RS) para discutir a questão.

Badaró destacou sua participação nos encontros da Secretaria Nacional de Direitos Humanos com autoridades e movimentos sociais do Amazonas sobre o massacre de presos do Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), em Manaus/AM. Falou, ainda, sobre o relato dos peritos do Mecanismo Nacional de Combate à Tortura (MNPCT) durante visita à Penitenciária Estadual de Alcaçuz, em Natal/RN, também alvo de massacres. “Em ambas as unidades, a situação foi de barbárie e omissão do Estado. A grande maioria das vítimas era formada por presos provisórios capturados por causa de pequenos furtos”. Disse que, no Relatório do MNPCT sobre ambas as unidades foi identificada “a precária oferta de serviços psicossociais configurando-se condições violadoras para pessoas privadas de liberdade, pois condições mínimas para acompanhamento terapêutico adequado não foram garantidas”. Na Penitenciária de Alcaçuz, sequer existia equipe de tratamento penal. 

PLC 245/2016 

A conselheira disse estranhar o fato de os órgãos de classe não terem sido consultados para saber se as mudanças propostas infringiriam as atribuições e os Códigos de Ética Profissional que fundamentam as práticas profissionais. Ela citou artigos da Lei de Execução Penal (LEP), as Regras Mínimas para o para o Tratamento do Preso no Brasil, publicado pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1994, e o “Modelo de Gestão para a Política Prisional” do Departamento Penitenciário Nacional (Depen) do Ministério da Justiça, de 2016, que garantem a especificidade das atribuições dos técnicos do tratamento penal. 

Badaró destacou que não se trata apenas de mudar a nomenclatura e achar que o tratamento penal poderá ser realizado sem prejuízo para a pessoa presa, pois as nomenclaturas definem o fazer profissional e este fazer de “guarda prisional” é bastante distinto do fazer do profissional dedicado ao “tratamento penal”, muito embora se complementem para dar conta do que estabelece a LEP sobre as pessoas que estão sob a custódia do Estado. A Política Nacional de Saúde no Sistema Prisional (Pnaisp), enquanto política pública, inclui os psicólogos na equipe de atenção básica, marcando definitivamente essa diferença de atribuições.

A conselheira lembrou a interlocução do CFP com o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que tem demonstrado reconhecimento da importância da área do tratamento penal no sistema penitenciário e defendeu a posição da autarquia, que pede a retirada do PLC por “total inadequação às normativas do Departamento Penitenciário Nacional (Depen) e de entendimento do CNJ”.

Conheça as Diretrizes para Psicólogas (os) para o Sistema Prisional.

Com informações dos sites da UCDB/MS e CRP-07

Retomada do Crepop faz contraponto ao desmonte de políticas públicas

O cenário brasileiro necessita de posicionamentos institucionais diante do desmonte de políticas públicas. Essa foi uma das reflexões apontadas pelos conselheiros integrantes do Centro de Referências em Psicologia e Políticas Públicas (Crepop) durante encontro, dia 5 de maio, em Brasília, no Conselho Federal de Psicologia (CFP). Os conselheiros reforçaram o compromisso da categoria contra o retrocesso do país em relação às condições de trabalho e aos direitos conquistados.

O Crepop, ferramenta de diálogo presente nos 23 conselhos regionais, mobiliza e promove discussões para qualificar a atuação profissional, prática que impacta diretamente na garantia de direitos aos usuários dos serviços públicos.

A pauta do encontro, o primeiro da gestão do XVII Plenário, contemplou mapeamento de pesquisas em andamento, revisão de publicações, redação de documento sobre “política e uso de dados” e avaliação institucional do centro no CFP e CRPs. A reimpressão de materiais e deliberações sobre o Crepop no 9º Congresso Nacional de Psicologia (CNP) também foram discutidas.

O Crepop vai lancar, em breve, o estudo “Relações raciais: referências técnicas para atuação de psicólogas/os”, resposta do Sistema Conselhos de Psicologia às demandas do movimento negro para a produção de teorias que contribuam com a superação do racismo, do preconceito e das diferentes formas discriminação. Durante o 9º CNP, diferentes propostas indicaram a necessidade de promover o combate ao racismo e a retomada do Crepop, reconhecido como ferramenta de produção de referências e de diálogo direto com a categoria.

Retomada

A conselheira do CFP responsável pelo Crepop, Clarissa Paranhos Guedes destacou no encontro a importância deste Centro. Para ela, a integração da categoria passa pela ferramenta. O presidente do CFP, Rogério Giannini, falou dos desafios do Crepop e sua inserção a serviço do momento político do país. A vice-presidente, Ana Sandra Fernandes, destacou o Crepop como local de produção de referências em políticas públicas e ressaltou que a atual gestão irá apoiar estudos e pesquisas. O conselheiro-secretário Pedro Paulo Bicalho explicou a importância da inserção da Psicologia nas políticas públicas e ressaltou o caráter do atual plenário do CFP, capaz de articular com outros atores nacionais. A conselheira-tesoureira Norma Cosmo reforçou o relevo das pesquisas do Crepop como contraponto ao desmonte das políticas públicas atuais.

Crepop

A criação do Crepop é desdobramento de reflexões sobre a prática profissional das (os) psicólogas (os) no Brasil iniciadas nos anos de 1970. Essas reflexões foram ampliadas paralelamente à progressiva inserção dos psicólogos no campo social durante as duas décadas seguintes, o que tornou urgente a necessidade de aprofundar os conhecimentos sobre a relação entre Psicologia e políticas públicas. Criado em 2006, o Crepop é um centro de produção de referências técnicas para atuação em políticas públicas que conta com metodologia de diálogo entre o Sistema Conselhos de Psicologia e a categoria.

Mais de 20 pesquisas sobre a atuação de psicólogas (os) em políticas públicas já foram realizadas e 13 referências técnicas, publicadas. O Crepop, presente nos 23 CRPs, desenvolve pesquisas e assessora o Sistema Conselhos em temas ligados às políticas públicas. Serve, ainda, para mobilizar a categoria em discussões sobre a relação da Psicologia com o setor público.

Senado aprova atendimento psicológico obrigatório a atletas

Clubes esportivos poderão ser obrigados a oferecer atendimento psicológico aos atletas profissionais para ajudá-los a enfrentar o estresse e a ansiedade antes e depois das competições. É o que estabelece o Projeto de Lei do Senado (PLS) 13/2012, aprovado na Comissão de Educação, Cultura e Esporte, no dia 25 de abril.

Caso nenhum recurso seja apresentado, a proposição será enviada para apreciação dos deputados. Se modificada na Câmara dos Deputados, o projeto retorna para o Senado. Se aprovada, proposta seguirá para sanção do presidente da República.

O autor do texto, o ex-senador Marcelo Crivella (PRB-RJ), ressalta que a Lei Pelé (Lei 9.615/1998), que trata de normas gerais sobre desportos, já obriga que clubes garantam assistência psicológica a atletas em formação. O PLS 13/2012 pretende obrigar o cuidado com a saúde mental dos atletas profissionais, por meio de apoio de psicólogos.

Na opinião de Crivella, o apoio psicológico é uma providência fundamental para a formação e para o desempenho dos atletas, que precisam ter boa saúde física e mental “para enfrentar fortes doses de estresse e ansiedade nos momentos que antecedem e sucedem as competições”. A ansiedade, segundo ele, pode ser uma porta de entrada para as drogas e o álcool no meio esportivo, principalmente entre jovens atletas. Ele lembra também que a falta de assistência psicológica pode acarretar prejuízos não apenas ao atleta, mas também ao seu clube, à sua família e às empresas patrocinadoras do esporte.

A relatora, senadora Ângela Portela (PT-RR), votou favorável ao projeto. Ela ressalta que a Lei Pelé determina aos clubes e entidades desportivas que submetam os atletas profissionais a exames médicos e clínicos necessários à prática desportiva, mas é omissa a respeito da atenção a ser conferida à saúde mental. Segundo a senadora, o projeto busca sanar essa lacuna da legislação e contribuir “para que nossos atletas tenham melhor desempenho nas competições de que venham a participar”.

Opinião

O conselheiro-tesoureiro do Conselho Regional de Psicologia do Rio de Janeiro (CRP-05) e presidente da Associação Brasileira de Psicologia do Esporte (Abrapesp), Rodrigo Acioli Moura, destaca um parecer da Assembleia de Políticas da Administração e das Finanças (Apaf) do Sistema Conselhos de Psicologia sobre a proposta.

“A peculiaridade da Psicologia no âmbito esportivo reside no fato de que atuamos nos aspectos ligados ao pensar e ao sentir integrados aos aspectos físicos, técnicos e táticos exigidos do atleta. O profissional da Psicologia do Esporte atua criando estratégias de atuação contextualizadas para cada esporte, com intervenções programadas a curto médio e longo prazo, envolvendo toda a rede de profissionais e suporte ao atleta.”

Qual a importância do PLS 13/2012 para a Psicologia?

A Psicologia, enquanto ciência e profissão, apresenta recursos e conhecimentos úteis e significativos para ajudar no desenvolvimento humano, institucional e social. De certo modo, o projeto destaca a importância da Psicologia para o contexto esportivo e reafirma a necessidade de profissionais da área para atuar junto ao esporte. Indiretamente, isso acaba gerando maior procura pelo serviço dentro do contexto esportivo e maior interesse e investimento nas pesquisas relacionadas do setor.

 

Os deputados precisam alterar o projeto de lei?

Cada área da Psicologia tem suas peculiaridades e, no esporte, uma delas é a frequente busca pelo desenvolvimento do alto rendimento. Muitas instituições acabam procurando o serviço da Psicologia apenas com esse propósito. Entretanto, é preciso lembrar os princípios fundamentais de nossa profissão: “o psicólogo trabalhará visando promover a saúde e a qualidade de vida das pessoas e das coletividades…”. Outra questão é que projeto de lei dispõe ser “dever da entidade de prática desportiva empregadora submeter os atletas profissionais aos exames médicos e clínicos necessários à prática desportiva, bem como lhes garantir assistência psicológica continuada”. Os treinamentos desportivos e as atividades físicas, para que não afetem a saúde e a qualidade de vida dos atletas, precisam ter acompanhamento integral de profissionais de diversas áreas.

O PLS sugere “garantir assistência psicológica continuada” aos atletas profissionais, entretanto sabe-se que muitas instituições desportivas criam vínculo com atletas de diversas categorias, amadores e profissionais, crianças, adolescentes e adultos, que participam de treinamentos e competições desportivas. Por isso, é importante discutir a necessidade de garantir um ambiente onde todos tenham acesso aos cuidados básicos, necessários e continuados.

Com informações da Agência Senado

Empossados integrantes da CNDH

O presidente do Conselho Federal de Psicologia (CFP), Rogério Giannini, deu posse, dia 6 de maio, aos integrantes da Comissão Nacional de Direitos Humanos (CNDH), após deliberação de 25 de março de 2017 do Plenário. A CNDH foi instituída pela Resolução CFP 011/98.

A nova comissão é formada por Ana Luiza de Souza Castro (coordenadora), Paulo Roberto Martins Maldos (conselheiro do CFP), Carla Pinheiro França, Ematuir Teles de Sousa, Flávia Cristina Silveira Lemos, Francisco Theofilo de Oliveira Gravinis, Gabriel Medina de Toledo, Maria de Jesus Moura, Maria de Nazaré Tavares Zenaide, Maria Orlene Daré, Marina de Pol Poniwas, Roberta Priscila Brasilino Barbosa e Rosemeire Aparecida da Silva.

Em um contexto político-social de retrocessos, o tema dos Direitos Humanos e a intervenção da CNDH são essenciais. Ana Luiza Castro diz ser preciso “explicitar o estado de exceção e defender os grupos sociais mais vulneráveis, cujos direitos estão sendo mais violados”.

A coordenadora faz balanço positivo da história da CNDH. “Levar o tema dos direitos humanos para discussão na categoria e no Sistema Conselhos foi fundamental. Campanhas, inspeções, seminários, manifestações públicas e publicações proporcionaram repensar a prática profissional das (os) psicólogas (os). Exemplo é a resolução sobre a homossexualidade.” A proposta das (os) novas (os) integrantes é retomar os trabalhos da CNDH, de incentivar a reflexão sobre os direitos humanos. “Vamos estabelecer um diálogo permanente com as comissões dos conselhos regionais para construir intervenções conjuntas.”

Atribuições

A CDH, órgão permanente do CFP, tem como atribuição incentivar a reflexão sobre os direitos humanos inerentes à formação, à prática profissional e à pesquisa em Psicologia, intervir em situações em que existam violações dos direitos humanos que produzam sofrimento mental e participar de todas as iniciativas que preservem os direitos humanos na sociedade brasileira. Além disso, busca apoiar o movimento internacional dos direitos humanos e estudar todas as formas de exclusão que violem os direitos humanos e provoquem sofrimento mental.

Terapia de casal e estratégias de resolução de conflito

Fazer revisão sistemática de artigos científicos sobre psicoterapia de casal e estratégias de resolução de conflito, identificar variáveis envolvidas no processo terapêutico e refletir sobre a utilização de técnicas e métodos de tratamento comprovados cientificamente. Essas são as questões abordadas no artigo “Terapia de Casal e Estratégias de Resolução de Conflito: Uma Revisão Sistemática”, publicado na edição 37.1 da Revista Psicologia: Ciência e Profissão.

A pesquisa é de autoria das (os) doutorandas (os) em Psicologia Crístofer Batista da Costa e Clarisse Pereira Mosmann, da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos) e Marina Zanella Delatorre e Adriana Wagner, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

O CFP divulga semanalmente, no portal institucional e nas redes sociais, um artigo da Revista Psicologia: Ciência e Profissão. A revista tem uma versão eletrônica na plataforma SciELO. É uma forma de a autarquia fortalecer a busca pelo conhecimento científico, divulgando-o para a categoria e para a sociedade.

O objetivo da pesquisa foi realizar uma revisão sistemática de artigos científicos sobre psicoterapia de casal e estratégias de resolução de conflito e identificar variáveis envolvidas no processo terapêutico em oito bases de dados: Academic Search Complete, Biblioteca Cochrane, Ibecs, Lilacs, Medline, PsycINFO, SciELO e Web of Science, no período de 2006 a 2015.

Os pesquisadores encontraram 238 artigos, sendo incluídos 13 estudos após a avaliação de três juízes independentes. As abordagens comportamental e cognitivo-comportamental se destacaram em relação à sistêmica e à psicodinâmica. Observou-se ainda o consenso sobre o papel da comunicação, da empatia, do perdão, do apoio mútuo e da confiança para a resolução dos conflitos conjugais. Constatou-se, porém, que há falta de homogeneidade e de clareza na utilização de conceitos e técnicas. A análise da literatura forneceu um panorama internacional, composto por perspectivas de consenso, já estabelecidos, inconsistências que devem ser superadas e carência de estudos, especialmente no Brasil, contexto potencial de investigação da temática.

Em entrevista, Cristofer Batista da Costa contou mais detalhes da pesquisa.

 

Qual a relevância do tema?

A motivação para realizar uma revisão sistemática sobre terapia de casal e estratégias de resolução de conflito nasceu das reflexões, entre alunos de uma turma de doutorado, sobre a prática clínica baseada em evidências, ou seja, a utilização de técnicas e métodos de tratamento comprovados cientificamente. Na oportunidade, discutimos e identificamos certo desconhecimento entre nós sobre quais eram as abordagens recomendadas e que efetivamente funcionavam nos atendimentos de casais, nas distintas teorias disponíveis. Verificamos que os nossos questionamentos poderiam ser respondidos através da literatura científica, por meio de estudos que investigaram e avaliaram terapia de casal e estratégias de resolução de conflito. Incluímos as estratégias, pois se sabe ser um fator fundamental à conjugalidade e, portanto, implicado na terapia.

Além disso, por meio do levantamento e da análise dos dados provenientes da revisão sistemática teríamos um “mapa” de como estava o desenvolvimento de pesquisas sobre o tema, o que se sabia e o que ainda precisava ser investigado e respondido. Nesse sentido, a revisão se torna relevante e útil tanto para os profissionais da área clínica como para os pesquisadores.

 

Quais os principais resultados da pesquisa?

Realizar estudos sobre os processos de psicoterapia de casal é um desafio em termos de pesquisa. Embora os autores dos artigos analisados tenham observado os procedimentos metodológicos necessários, verificou-se a necessidade de aumentar ainda mais o rigor científico, especialmente no que se refere à descrição das características dos casos analisados e da comparação entre abordagens distintas. Essa comparação possivelmente não é profícua já que cada abordagem tem objetivos e formas de compreender e tratar diferentes, com base em uma determinada perspectiva teórica.

Os aspectos mais focalizados nos tratamentos de casal, segundo os estudos analisados, foram: comunicação, empatia, perdão, apoio mútuo, confiança e resolução de conflitos. Esse resultado, portanto, pode ser útil na clínica psicológica como um indicador de questões relevantes que podem ser utilizadas na psicoterapia conjugal, seja como hipótese, entendimento ou recurso à disposição do psicoterapeuta.

 

Como superar inconsistências e carência de estudos no Brasil em relação à falta de homogeneidade e de clareza na utilização de conceitos e técnicas da terapia de casal?

A Ciência Psicológica tem avançado muito nos últimos anos, o que se deve à realização de pesquisas nos cursos de pós-graduação e centros de pesquisa. Nesse sentido, o investimento público e privado em pesquisa é uma forma de se continuar avançando no conhecimento científico. O diálogo entre a Psicologia e as demais áreas do conhecimento, especialmente a da saúde, é essencial e ocorre se os nossos argumentos, enquanto profissionais da saúde, forem consistentes e a nossa prática efetiva, o que se pode alcançar por meio da pesquisa científica. As inconsistências e a falta de homogeneidade indicam que ainda precisamos avançar na investigação deste tema dentro da Psicologia. Portanto, na medida em que houver investimento e, consequentemente, a possibilidade de realizar pesquisas de forma organizada e sistemática, a precisão no uso dos conceitos e técnicas tende a aumentar.

Leia o artigo na íntegra.

Faltam profissionais de Psicologia para atuar na educação inclusiva 

#CFPAcessível #PraCegoVer: Descrição da imagem: Imagem dividida em quatro quadros. Três na cores: amarelo, azul e lilás. O outro com uma foto da entrevistada Diva Conde, em formato de desenho. No parte debaixo, mais para a esquerda, no quadro lilás, mostra a seguinte inscrição: “Confira entrevista com Diva Lúcia Conde – Associação Brasileira de Ensino em Psicologia (ABEP)”. No canto direito, entre os quadros azul e amarelo, vários lápis de cor, de diferentes tamanhos, cores, larguras, e formas.

 

Ampliar o conceito de educação inclusiva para além das demandas sensoriais e motoras (no caso, o enfrentamento contra a discriminação por gênero, etnia, raça, religião) e inserir profissionais da Psicologia nas políticas públicas brasileiras do setor. Esses foram os pontos abordados pela professora Diva Lúcia Gautério Conde na segunda entrevista da série sobre o tema antes da realização do debate online do dia 25 de abril.

A discussão, que será transmitida da sede da autarquia, a partir das 18h30, tem como tema “Quais as contribuições da Psicologia para Educação Inclusiva?” e contará com a participação de representantes de entidades das áreas de educação, pesquisa e ensino da Psicologia. A atividade será transmitida em tempo real pelo site e mídias digitais do CFP.

Diva Lúcia Conde é professora na Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), na qual se doutorou em Psicossociologia de Comunidades e Ecologia Social. É também conselheira presidente do Conselho Regional de Psicologia do Rio de Janeiro (CRP-05) e presidente da Associação Brasileira de Ensino de Psicologia (Abep). O CFP e a Abep integram o Fórum de Entidades Nacionais da Psicologia Brasileira (Fenpb).

Dia 25 de abril às 18h30 AO VIVO aqui

Confira a entrevista com Lúcia Conde.

Qual o cenário da educação inclusiva no Brasil?

Tomando como referência a proposição inicial, ainda nos anos 1990, que pleiteava trazer para o interior das escolas regulares os chamados alunos com necessidades especiais, certamente é possível apontar ganhos na afirmação do princípio da educação inclusiva, no Brasil, a partir da LDBEN 9394/97, tendo como indicador o aumento das matrículas de estudantes com deficiências. A circulação de deficientes nos pátios das escolas e sua presença nas salas de aula compõe um cenário ainda novo.

Pode-se dizer que isto ocorre ainda em quantidades muito abaixo das necessidades educacionais deste grupo populacional, uma vez que a inclusão implica também garantir os meios de acesso e cuidados cotidianos a cada estudante, e quase a totalidade dos municípios brasileiros não tem destinado os recursos básicos essenciais a estas demandas, provendo transporte e pessoal especializado, por exemplo. Por outro lado, é lamentável ver o quão pouco se avançou, pedagogicamente, nos processos educacionais com deficientes no âmbito do ensino regular.

Há ainda, mais recentemente, a ampliação do conceito de educação inclusiva para além das deficiências sensoriais e motoras, abrindo o desafio da inclusão escolar que enfrente a discriminação por gênero, etnia, raça, religião, que vem historicamente excluindo estudantes do ambiente escolar regular, criando para estes estudantes demandas extraordinárias de superação para que se mantenham dentro da escola.

A educação inclusiva implica o manejo de ações diversas que garantam o bem estar, o desenvolvimento e a aprendizagem de todas (os).

 

Quais contribuições da Psicologia para educação inclusiva?

As contribuições da Psicologia têm ocorrido a partir das possibilidades de atuação prática, quando profissionais do campo psi participam dos espaços tradicionalmente destinados à educação de deficientes. Vygotsky e Wallon partem de sua atividade profissional no atendimento e cuidado de deficientes para a formulação de constructos importantes sobre o desenvolvimento e a aprendizagem. Foi ainda de certa forma comum, nos currículos dos cursos de Psicologia, a disciplina Psicologia de Excepcionais, voltada principalmente para os cuidados com estudantes com Síndrome de Down, com o apontamento da estimulação precoce e contínua como possibilidade necessária de desenvolvimento.

Entretanto não há no país políticas públicas que insiram profissionais da Psicologia no acompanhamento de processos de inclusão e produzindo questões e desafios para a Psicologia no âmbito do cotidiano escolar. O contato tem sido principalmente por meio dos equipamentos dos Sistemas Únicos de Saúde (SUS) e de Assistência Social (Suas), em situações onde problemas e dificuldades maiores já se instalaram, conforme indicados pelos profissionais da Educação. A inserção de profissionais da Psicologia é urgente e necessária para a população e para a própria Psicologia, como possibilidade objetiva de contribuição a partir dos saberes já acumulados, e também como fonte de questionamento e desafio teórico.

Como a Abep atua para ampliar a educação inclusiva na Psicologia?

A Abep é uma entidade voltada para o acompanhamento e problematização da formação em Psicologia. Ela tem contribuído pautando debates, acolhendo artigos para publicação na revista Psicologia Ensino & Formação, além de participar ativamente, por meio de campanhas junto ao Sistema Conselho e entidades da Psicologia, como a Abrapee.

Potencialidade do lúdico como promoção de bem-estar psicológico de pacientes em hemodiálise

Além de processo invasivo, exaustivo e desgastante, a hemodiálise também tem grande impacto sobre a saúde e na vida econômica e social do paciente, podendo gerar quadros de depressão e ansiedade. Pensando nesses efeitos, um grupo de pesquisadores paulistas publicou o artigo “Potencialidade do Lúdico como Promoção de Bem-Estar Psicológico de Pacientes em Hemodiálise” na edição 37.1 da Revista Psicologia: Ciência e Profissão.

O trabalho, resultado de projeto de extensão da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), campus Baixada Santista, num hospital geral da região, foi escrito pelas doutoras em Psicologia pela Unifesp Karina Franco Zihlmann e Lara D’Avila Lourenço, pelas (os) estudantes Tailah Barros de Paula, Beatriz Maia Souza e Natan Medeiro e pelas psicólogas Flavia Gutierrez e Samira Mouhssen El Malt, do Hospital Santo Amaro, no Guarujá (SP).

O CFP divulga semanalmente, no portal institucional e nas redes sociais, um artigo da Revista Psicologia: Ciência e Profissão. A revista tem uma versão eletrônica na plataforma SciELO. É uma forma de a autarquia fortalecer a busca pelo conhecimento científico, divulgando-o para a categoria e para a sociedade.

De acordo com as (os) autoras (es), a pesquisa teve como objetivos propor atividades lúdicas e relaxantes durante as sessões de hemodiálise e investigar a opinião dos pacientes sobre o trabalho. Buscou, ainda, conhecer vivências e percepções quanto à doença e o tratamento. Trata-se de pesquisa qualitativa realizada em um hospital geral da região da Baixada Santista, no litoral sul de São Paulo, com grupos de pacientes durante as sessões de hemodiálise, na qual se realizaram atividades lúdicas, relaxamento e visualização, entrevista em profundidade e aplicação de escala Likert.

As entrevistas foram categorizadas pelo método de análise de conteúdo do tipo temática. Foram montados quatro grupos, envolvendo 13 participantes, com idades entre 20 e 70 anos, de ambos os sexos, com tempo de hemodiálise variável entre 30 dias e dois anos. A pesquisa concluiu que houve melhora relativa do humor e que as técnicas contribuíram para melhorar o enfrentamento da situação de imobilidade e ociosidade durante as sessões de hemodiálise, além de permitirem a expressão de necessidades subjetivas singulares.

Karina Franco Zihlmann, uma das autoras do artigo, em entrevista, contou mais  detalhes da pesquisa.

 

Qual a relevância do tema?

Consideramos importante a publicação desse trabalho para que a transmissão desse saber possa ser compartilhada com outros profissionais de saúde que desejem implementar atividades de prevenção e promoção em saúde no contexto hospitalar.

Quais os principais resultados da pesquisa?

Uma das características mais interessantes da pesquisa foi a forma como a investigação foi estruturada, na qual procurou-se, desde o princípio, garantir que os participantes tivessem a oportunidade de avaliar a situação antes e após as intervenções. Nesse sentido, buscou-se medir na avaliação dos participantes sua percepção dos benefícios que a intervenção trouxe para seu cotidiano durante o tratamento em hemodiálise. Cabe dizer que todos os participantes relacionaram pontos positivos para a intervenção, indicando que gostariam que o trabalho se tornasse contínuo no equipamento de saúde.

Como as atividades lúdicas e de relaxamento durante sessões de hemodiálise podem contribuir para melhoria nos pacientes?

Acreditamos que há, ainda hoje, a ideia errônea de que no contexto hospitalar não se praticam atividades de prevenção ou promoção em saúde. Em nosso ponto de vista, as atividades propostas têm potencial de permitir uma transformação do ambiente do tratamento, ampliando uma ação de cuidado que visa prevenção secundária de agravos, com possibilidade de afetar positivamente familiares e até mesmo a equipe de saúde, na medida em que os pacientes podem expressar suas vivências e emoções de forma lúdica e em contexto protegido.

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