Curso sobre Políticas Nacionais de Saúde Mental tem novo módulo

Está disponível no #OrientaPsi o segundo módulo do curso “Políticas Nacionais de Saúde Mental”. Apresentado pelo professor do Departamento de Ciências Humanas e Educação da Universidade Federal de São Carlos (Ufscar) Marcos Roberto Vieira Garcia, o curso tem especial enfoque na atenção aos usuários de álcool e outras drogas.

Nesta segunda e última parte, são abordados os aspectos da estruturação da Reforma Psiquiátrica e o histórico das políticas de Saúde Mental no Brasil, além dos desafios das (os) profissionais no que se refere à atenção de usuários de álcool e outras drogas.

“Muitas vezes pensamos na segregação como primeira opção, mas na verdade a lei diz exatamente o contrário disso: em primeiro lugar, devemos tentar recorrer aos serviços comunitários. O campo de Álcool e Outras Drogas precisa aprender com a história da saúde mental para que pensemos em práticas que sejam mais inclusivas’, afirma Vieira.

Na aula, ele também elenca as práticas consideradas ideais no âmbito das políticas de saúde mental, como a atenção psicossocial – baseada no território e que pensa o fenômeno a partir da relação da pessoa com sua comunidade – e a “desinternação” dos hospitais psiquiátricos, com as políticas de criação de residências terapêuticas e o programa De Volta Para Casa, por exemplo.

Acesse gratuitamente e se cadastre usando o seu CRP.

O OrientaPsi foi lançado em agosto de 2015 como um espaço virtual de debates e de expressão das opiniões da categoria e acaba de inaugurar nova fase de funcionalidades. A partir de agora, o acesso também é possibilitado a estudantes, atendendo a uma crescente demanda das (os) futuras (os) profissionais. Além disso, os espaços #TrocaPsi, MuralPsi e Entidades da Psicologia permitirão mais integração e aperfeiçoamento profissional e acadêmico para psicólogas (os) e estudantes. Saiba mais aqui.

OrientaPsi amplia interação e libera acesso a estudantes

A plataforma interativa OrientaPsi inaugura nova fase de funcionalidades. A partir de agora, o acesso também é possibilitado a estudantes, atendendo a uma crescente demanda das (os) futuras (os) profissionais. Além disso, os espaços #TrocaPsi, MuralPsi e Entidades da Psicologia permitirão mais integração e aperfeiçoamento profissional e acadêmico para psicólogas (os) e estudantes.

Novas páginas

O #TrocaPsi, novo sistema de pontuação e interação do portal, pretende motivar o engajamento dos (as) profissionais e estudantes cadastrados. Para cada ação realizada na plataforma (cursos, participação em debates e postagens na rede social, entre outras), a(o) profissional e a(o) estudante acumularão pontos – chamados Psis – que podem ser posteriormente resgatados por itens formativos diversos, como livros, cartilhas e participação em eventos da Psicologia.

No MuralPsi, ambiente para networking da Psicologia, é possível divulgar e encontrar oportunidades de trabalho e parcerias profissionais e acadêmicas, além de intercambiar livros, artigos e outras publicações.

Entidades da Psicologia brasileira também terão espaço a partir de agora. Na nova ferramenta, as instituições que desejarem publicar dados institucionais, notícias e outras informações que julgarem pertinentes terão uma página específica no portal. Lá, a(o) usuária(o) também poderá se comunicar diretamente com a entidade.

Acesso a estudantes

Estudantes poderão ter acesso a todos os conteúdos do OrientaPsi – incluindo os cursos com emissão de certificados e as novas funcionalidades, além da interação com @s profissionais e estudantes conectad@s na rede social da plataforma e nos grupos de discussão. Para acessar, basta que o(a) coordenador(a) ou responsável pelo curso ou faculdade de Psicologia encaminhe os dados dos discentes. Assim, a(o) estudante deve seguir os seguintes passos:

–        Contatar a coordenação do curso/instituição de ensino em que estuda

–        Definir um responsável pela coordenação de curso que faça a interface com o CFP

–        Uma vez definida, a pessoa responsável deverá montar uma planilha com dados das(os) estudantes que desejem acessar a plataforma: nome completo do aluno, RG, CPF, data de nascimento, nome da mãe, e-mail, telefone e endereço

–        Encaminhar a planilha com a ficha das(os) estudantes devidamente preenchida para que o CFP providencie os acessos. O envio deve ser feito pelo e-mail orientapsi@cfp.org.br

Certificado nos cursos

Agora, o OrientaPsi fornecerá certificados emitidos pelo CFP ao final de cada curso. A partir de duas horas de aulas assistidas, os certificados serão gerados com a inclusão da carga horária.

Acesse: http://orientapsi.cfp.org.br/

Assista ao vídeo: https://youtu.be/Mcq20mDbD8w

Participe da pesquisa do Crepop sobre Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos

Com a finalidade de levantar dados sobre a atuação de psicólogas (os) na temática dos Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos em serviços, ações, programas e projetos que recebam recursos públicos em suas diversas formas, o Centro de Referências Técnicas em Psicologia e Políticas Públicas (Crepop) lançou pesquisa que permitirá traçar o perfil sociodemográfico das (os) respondentes e um panorama de suas práticas.

Os dados coletados servirão prioritariamente à elaboração de referências técnicas para a atuação de psicólogas e psicólogos na temática dos Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos pelo Sistema Conselhos de Psicologia. Pela ampla relevância do tema, os dados poderão também ser disponibilizados para pesquisadores de outras entidades. O tempo estimado para resposta é de 10 minutos.

A sistematização será feita por equipe do Grupo de Pesquisas Marxismo e Educação, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), que presta assessoria de pesquisa ao Crepop. Participe .

 

Integrante do CFP fala sobre atenção à saúde dos magistrados no 7º CBPOT

O Transtorno mental é a terceira causa de afastamento de servidores do Judiciário. O integrante do 16º Plenário do Conselho Federal de Psicologia (CFP), Eliandro Araújo, identifica nesse dado uma lacuna a ser preenchida pelas (os) psicólogas (os) organizacionais do trabalho e faz do tema seu objeto de estudo acadêmico – apresentado durante o terceiro dia de atividades do 7º Congresso Brasileiro de Psicologia Organizacional e do Trabalho (CBPOT).

O conselheiro da autarquia explicou que relações interpessoais conflituosas, ameaças do público que recebe intimações e sentenças e a falta de segurança são alguns fatores que levam ao adoecimento dos servidores. Diante disso, uma resolução do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) exige que os tribunais brasileiros desenvolvam ações de proteção à saúde dos magistrados e servidores. “Nisso o Judiciário é vanguarda. A resolução, além de gerar possibilidade de atuação profissional para a categoria, vai ter impacto para essas pessoas que terão condições adequadas de trabalho e acolhimento se adoecerem”, argumentou.

Durante a mesa “A atuação do psicólogo organizacional e do trabalho no Nordeste: discutindo percepções e alternativas”, Araújo apresentou a situação dos profissionais que atuam no Ministério Público do Estado do Maranhão, seu local de trabalho. De acordo com o psicólogo, o Judiciário maranhense é um dos mais antigos do país, com 202 anos, mas só promoveu um concurso público para contratação de psicólogas (os) em 2005. Ainda assim, Araújo critica o fato de os concursos não serem por área de atuação. “Uma evolução seria fazer um concurso específico para psicólogo da área organizacional e do trabalho, que cuide do trabalhador, da sua saúde mental. Estamos tentando demandar isso no Maranhão”, defendeu. A mesa contou também com a participação de Daiane Bentivi (Ceuma) e Lidiane dos Anjos Santos Andrade (PUC/SP).

O 7º Congresso Brasileiro de Psicologia Organizacional e do Trabalho (CBPOT) segue até amanhã (16) com atividades científicas e técnico-profissionais. O evento acontece no Centro Universitário de Brasília. Confira aqui a programação.

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PL sobre assistência psicológica ao preso recebe moção de apoio da Câmara Municipal de Jundiaí

Por solicitação da Câmara Municipal de Jundiaí, o Conselho Federal de Psicologia (CFP) toma ciência e divulga a moção nº 352, de autoria do vereador Valdeci Vilar Matheus, em apoio ao Projeto de Lei nº 5444/2016 que altera a Lei de Execução Penal para dispor sobre assistência psicológica ao preso.

O projeto, de autoria do deputado Veneziano Vital do Rêgo (PMDB/PB), torna obrigatório o oferecimento, pelo estabelecimento penal, de assistência psicológica diária aos presos. O comparecimento é facultativo, mas a frequência possibilita remição de pena.
Em junho deste ano, o projeto foi anexado ao PL- 2574/2007. A proposição está sujeita à apreciação do Plenário da Câmara dos Deputados.

Confira o documento >>> mocao_texto_integral

Concessão de Benefícios Eventuais no Suas é tema de debate online nesta segunda

Na próxima segunda-feira (18), a partir das 15h, a Comissão de Psicologia na Assistência Social do Conselho Federal de Psicologia (Conpas/CFP) promove o debate online “Concessão de Benefícios Eventuais no Sistema Único Assistência Social (Suas)”.

A proposta da atividade é compartilhar experiências e reflexões sobre o processo de regulamentação e operacionalização dos benefícios eventuais. A partir da deliberação do Protocolo de Gestão Integrada, os municípios e governos estaduais passaram a se ocupar em cumprir com seu objetivo de integrar a gestão e operação de serviços e benefícios – os de transferência de renda e os eventuais. O Protocolo foi aprovado pela Resolução 7/2009 da Comissão Intergestores Tripartite (CIT) da Assistência Social.

Na avaliação da Conpas, essa diretriz tornou-se um desafio diante da necessidade de realizar mudanças e desconstruir um modelo plantonista para os benefícios eventuais, além de efetivar a dinâmica interdisciplinar preconizada para as equipes de referência.

“As e os profissionais de Psicologia estão no processo de compreender essas mudanças e ainda têm muitas dúvidas diante de normativas fragmentadas no âmbito dos governos estaduais e municipais, além de baixa compreensão do papel desse dispositivo no contexto do acompanhamento sociofamiliar”, afirma Rogério Oliveira, integrante da Conpas e conselheiro do CFP que mediará o debate.

As debatedoras serão Maria Claudia Goulart, especialista em violência doméstica, psicóloga da Equipe Paif (Programa de Atenção Integral à Família) no Centro de Referência em Assistência Social de Florianópolis e conselheira do Conselho Estadual de Assistência Social (SC); Eliete Rezende, assistente social da Secretaria Municipal Adjunta de Assistência Social de Belo Horizonte (MG); e Maria Valdênia Santos de Souza, coordenadora-geral de Acompanhamento aos Beneficiários do Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário (MDSA).

A atividade será transmitida ao vivo na segunda-feira (18), das 15h às 17h, no canal do CFP no YouTube, neste endereço.

Perguntas podem ser enviadas para o e-mail eventos@cfp.org.br, ou via redes sociais, com a hashtag #PsicologianoSuas.

Consulta pública

Até 14 de julho, as (os) profissionais de Psicologia podem ajudar a definir novos parâmetros para sua atuação no âmbito do Sistema Único de Assistência Social (Suas).

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) lançou consulta pública online para a elaboração de nota técnica com essa finalidade.

Pelo formulário eletrônico é possível propor alteração do texto (sugerindo nova redação), exclusão de trechos ou inclusão de novos parâmetros. O documento-base e as orientações para participar estão disponíveis neste endereço.

Texto atualizado em 18/07/2016, após confirmação da representante do MDSA.

CFP lamenta perda de Luiza Bairros

O Conselho Federal de Psicologia (CFP), por meio da sua Comissão de Direitos Humanos (CDH), vem manifestar a sua consternação, tornando público seu pesar pelo falecimento de Luiza Helena Bairros (1953 – 2016).

A companheira Luiza Bairros faleceu na manhã do dia 12 de julho de 2016, na cidade de Porto Alegre, mesma cidade onde nasceu, vítima de câncer no pulmão. Ela será eternamente lembrada como uma das principais intelectuais negras e feministas do Brasil, ativista histórica e referência teórico-política do movimento negro e de mulheres negras do país.

A trajetória de Luiza foi única. Liderança carismática e carinhosa, foi referência para diversas pessoas que lutam para a superação do racismo e do machismo. Foi pesquisadora na área de políticas públicas para a população negra e apresentou várias propostas para superação das desigualdades raciais e de gênero. Sua competência a levou, no ano de 2011, a ser empossada como ministra da Secretaria Especial de Promoção da Igualdade Racial (Seppir) no governo da presidenta Dilma Rousseff.

A partida de Luiza Bairros é um momento de profunda dor e tristeza para todas as pessoas que acreditam e lutam por um mundo mais igualitário e justo.

Nós do Conselho Federal de Psicologia sabemos que a melhor homenagem que poderíamos prestar a essa valorosa mulher é ratificar que continuamos atuantes na construção de uma sociedade sem dominações e subjugações de qualquer ordem.

Comissão Eleitoral publica pareceres de admissibilidade das chapas para gestão 2017-2019 do CFP

A Comissão Eleitoral Especial tornou públicos os pareceres finais de admissibilidade das chapas inscritas na consulta nacional do Conselho Federal de Psicologia (CFP) para a gestão 2017-2019.

Quatro chapas foram inscritas durante o 9º Congresso Nacional de Psicologia (CNP). Confira o número, o nome e a composição de cada uma, nos pareceres de deferimento das inscrições:

Chapa 21 – “Renovação da Psicologia”

Chapa 22 – “Fortalecer a Profissão”

Chapa 23 – “Cuidar da Profissão: avançar a Psicologia com ética e cidadania”

Chapa 24 – “Psicólogos em Ação”

 

A inscrição da Chapa 22 foi deferida no dia 24 de junho. As das chapas 21, 23 e 24, nesta sexta-feira (8).

As eleições do Sistema Conselhos de Psicologia serão realizadas de 24 a 27 de agosto. O voto das (os) psicólogas (os) definirá a chapa responsável por conduzir as ações e políticas relacionadas à profissão nos próximos três anos. Acesse o site do processo eleitoral.

É preciso estar com as informações em dia para votar. As (os) profissionais que ainda não atualizaram seus dados pessoais podem fazer isso até 4 de agosto pela internet – no Cadastro Nacional de Psicólogas (os) – ou no respectivo Conselho Regional de Psicologia (CRP).

Orientações

Um vídeo publicado pelo CFP explica passo a passo como usar o site das eleições do Sistema e participar das votações.

Para entrar na página das eleições, a (o) psicóloga (o) deve escolher seu Regional. No site constam links de dúvidas frequentes, central de atendimento (por telefone ou online), documentos relativos ao processo eleitoral e seu calendário. Na área “Colégio eleitoral”, é possível conferir se você está apta (o) a votar.

Também estarão ali as informações sobre as chapas e candidatas (os) que disputarão as eleições para os Conselhos Regionais e para o CFP, bem como suas propostas.

OrientaPsi: tem curso novo no ar!

“Políticas Nacionais de Saúde Mental” é o novo curso do OrientaPsi, plataforma interativa de debates, integração e aperfeiçoamento profissional e acadêmico do Conselho Federal de Psicologia (CFP).

Apresentado pelo doutor em Psicologia Social Marcos Roberto Vieira Garcia, professor do Departamento de Ciências Humanas e Educação da Universidade Federal de São Carlos (Ufscar), o curso tem especial enfoque na atenção aos usuários de álcool e outras drogas.

“Esse tema é especialmente importante para nós psicólogos (as) porque, muitas vezes, a atenção no campo de saúde mental, álcool e outras drogas é pensada sem que se conheça a fundo a história da atenção à saúde mental no Ocidente, que envolve, por exemplo, as práticas baseadas na segregação, seus efeitos e a resolutividade destas práticas”, afirma.

Neste primeiro módulo, será apresentado o histórico da atenção à saúde mental nos últimos séculos, que inclui a discussão do status da loucura na cultura ocidental e da adoção de novas práticas que pensam a reinserção do “louco” não mais baseadas no modelo segregacionista.

Na segunda etapa, Garcia aborda aspectos da estruturação da Reforma Psiquiátrica e o histórico das políticas de Saúde Mental no Brasil, além dos desafios das (os) profissionais no que se refere à atenção de usuários de álcool e outras drogas.

Sobre a plataforma

Este é o décimo curso produzido pelo OrientaPsi. Confira a relação dos temas já ofertados até agora:

– Saúde Mental e Saúde do Trabalhador: Um Diálogo Indispensável
– Psicologia da Gestão Integral de Riscos e Desastres
– Saúde Mental e Gênero
– Psicologia Organizacional e do Trabalho
– Laicidade
– Curso Introdutório ao Suas
– Ética Profissional
– Atendimento Psicológico online
– Avaliação Psicológica

Para acessar os cursos, basta estar inscrito no Sistema Conselhos de Psicologia. Acesse gratuitamente e se cadastre usando o seu CRP.

O OrientaPsi foi lançado em agosto de 2015 como um espaço virtual de debates e de expressão das opiniões da categoria.

Grupos de discussão e rede

Os grupos de discussão do OrientaPsi abordam temas em debate sobre a Psicologia e sua atuação na sociedade e no mundo do trabalho, além de promover a troca de opiniões e publicação de arquivos sobre diversos temas. Todas (os) psicólogas (os) cadastradas (os) podem criar grupos e/ou participar deles.

A rede social do OrientaPsi oferece interação entre os (as) profissionais da Psicologia que fazem o seu cadastro na plataforma. Por meio de um perfil, gerenciado pelo próprio usuário, é possível participar de grupos de discussão e trocar mensagens com outras (os) integrantes, além de acompanhar as publicações das pessoas que você segue. Em seu perfil, a (o) psicóloga (o) poderá inserir uma foto e seus dados profissionais.

A Psicologia e suas interfaces com o sistema de Justiça

As interfaces da Psicologia com o mundo jurídico podem trazer inúmeros avanços para ambas as áreas, mas os(as) psicólogos (as) precisam ser vigilantes para que, em suas práticas com pessoas em conflito com a lei, não substituam a abordagem de acolhimento e proteção pela lógica, presente no sistema penitenciário, do punitivismo.

Durante o 3º Congresso Nacional da Psicologia (Conpcer), essa foi uma preocupação exposta pelos debatedores da mesa “Psicologia e suas interfaces com o meio jurídico”. Para crianças e adolescentes, a ausência da Justiça ainda é geradora de muitas violências. Embora o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) seja a legislação para a garantia de direitos dessa população, são altos os índices que apontam a violência sofrida por crianças e adolescentes no país.

A psicóloga e doutora Maria José Gontijo Salum trouxe para o debate os dados do Relatório Violência Letal Contra as Crianças e Adolescentes do Brasil, elaborado pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso), divulgado recentemente. Os dados apontam que, em 2013, foram 29 crianças e adolescentes assassinadas por dia no Brasil. Dados como esse colocam o país em 3º lugar em homicídios de crianças e adolescentes no contexto de 85 países do mundo analisados, e entre os 15 primeiros países em letalidade de crianças e adolescentes. “É preciso refletir sobre o olhar que dirigimos às crianças e adolescentes, principalmente os em conflito com a lei. Concluímos que não é um olhar que os acolhe, é um olhar de exclusão que produz sérias consequências para essas pessoas. É preciso investir na palavra para superar a violência”, lembra Gontijo.

As violências sofridas na infância e não solucionadas na adolescência são, segundo ela, levadas para a vida adulta. Embora o ECA tenha surgido com vistas a reconhecer as peculiaridades de ser criança e adolescente e garantir os direitos da infância, hoje são combatidas várias conquistas trazidas pelo Estatuto, como a mobilização pela redução da maioridade penal. “A determinação legal para responder juridicamente traz vários problemas para a vida da pessoa, principalmente para o adolescente”, destacou a psicóloga.

Responder juridicamente também significa vivenciar a realidade do sistema prisional brasileiro que, na avaliação dos debatedores, é um modelo esgotado. O Brasil abriga a quarta maior população carcerária do mundo e várias pesquisas mostram que o encarceramento não consegue solucionar o problema da violência e, muito menos, ressocializar as pessoas.

A atuação da Psicologia no meio jurídico oferece aos profissionais um campo amplo para a prática. A psicóloga Cristina Rauter, que também participou da mesa, chama a atenção para que profissionais evitem “etiquetamentos” ou a atribuição de rótulos que, muitas vezes, reforçam a ideia do encarceramento. Também não devem, segundo ela, assumir o papel de “avaliador de periculosidade”. “O casamento da Psicologia com o direito nem sempre é muito feliz; às vezes, no lugar de humanizar, ele pode ser justamente para enxergar mais patologias que levarão ao aprisionamento dessas pessoas, fazendo coro com o momento que vivemos no Brasil, que tem o encarceramento como solução. A Justiça muitas vezes nos atribui o papel de ‘avaliador de periculosidade’. A Psicologia tem muito trabalho dentro das prisões, no acompanhamento da revista vexatória, por exemplo”, aponta Cristina Rauter.

Direito e Psicologia: a questão do louco infrator

Infratores com transtornos mentais são outra população que necessita de maior atenção do sistema de justiça. Haroldo Caetano da Silva, promotor de Justiça do Ministério Público Estadual de Goiás, trouxe as dificuldades e desafios da garantia de direitos e aplicação de medidas adequadas para essas pessoas.

Ele atua há 20 anos com essa população e destaca que, mesmo com os avanços trazidos pela Lei 10.216/2001, conhecida como a Lei da Reforma Psiquiátrica, ainda existem no Brasil quatro mil pessoas em manicômios judiciários. Silva apontou, também, preocupação com o tratamento ofertado nesses locais.

Os debates do 3º Conpcer continuam até sábado (9), com mesas-redondas, rodas de conversa, minicursos e apresentações de trabalhos. Saiba mais sobre a programação.