Nota de pesar – Isaías Pessotti

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) lamenta profundamente o falecimento do professor Isaías Pessotti, renomado psicólogo, pesquisador, cientista, historiador e filósofo. Sua contribuição para o avanço da ciência psicológica e para a formação de pesquisadoras(es) e docentes, tanto no Brasil quanto no exterior, é inestimável.

Nascido em São Bernardo do Campo/SP e graduado em Psicologia pela Universidade de São Paulo (USP), Pessotti realizou seu mestrado e doutorado na mesma instituição, dedicando-se especialmente à história da Psicologia, com foco na História das Ciências. Seus principais campos de atuação foram a loucura, a psicopatologia e a aprendizagem.

Como associado honorário da Sociedade Brasileira de Psicologia (SBP), o professor teve uma destacada participação na Sociedade de Psicologia de Ribeirão Preto/SP, predecessora da SBP, onde ocupou os cargos de vice-presidente (1976) e presidente (1977).

Por mais de quatro décadas, Pessotti coordenou a divisão de História da Psicologia na SBP. Na publicação “Quem é o psicólogo brasileiro?” (1988), do Conselho Federal de Psicologia, foi autor do capítulo “Notas para uma história da psicologia brasileira”, conteúdo que contribuiu significativamente para o primeiro volume  do Censo da Psicologia Brasileira, publicado em 2022 pelo CFP.

Pessotti também teve relevante atuação na disseminação da Análise do Comportamento no Brasil, sendo fundamental na formação de várias gerações de analistas do comportamento. Seu vasto trabalho científico incluiu estudos sobre o comportamento de abelhas, nos quais trouxe uma nova abordagem metodológica e inaugurou uma linha de pesquisa nessa área.

Ademais, sua importância no campo da Análise de Comportamento foi reconhecida pela revista Scientific American no início da década de 1970, devido à relevância de sua obra científica resultante de suas pesquisas pioneiras sobre a aprendizagem de abelhas.

Para além de seu comprometimento com a pesquisa psicológica, o professor Pessotti dedicou-se também ao estudo de eventos históricos, especialmente aqueles relacionados de alguma forma à Psicologia, o que o levou a publicar uma trilogia sobre a loucura: “A Loucura e as Épocas” (1994), “O Século dos Manicômios” (1996) e “Os Nomes da Loucura” (1999). Anteriormente, em 1993, foi laureado com o Prêmio Jabuti de Literatura por seu primeiro romance, “Aqueles Cães Malditos de Arquelau”.

O CFP lamenta profundamente esta perda significativa para a comunidade psicológica brasileira e expressa sua solidariedade e condolências a familiares, colegas e alunos do professor Pessotti.

CFP destaca ações e desafios da Psicologia para a promoção de uma prática profissional antirracista

Conforme aponta o Atlas da Violência 2023, o risco de uma pessoa negra no Brasil ser assassinada chega a ser 2,9 vezes maior do que uma pessoa não negra. Ainda de acordo com a publicação, o país registrou um crescimento de 29% dos casos de homicídios de pessoas indígenas desde 2011. Alarmantes, os dados indicam que, mais do que urgente, o enfrentamento ao racismo torna-se extremamente vital.

Ao longo dos anos, a Psicologia brasileira vem reafirmando o seu compromisso ético-político com a promoção da liberdade, da dignidade, da igualdade e da integridade do ser humano, visando contribuir para a eliminação de todas as formas de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.

Nessa direção, o Conselho Federal de Psicologia (CFP) aderiu, neste ano, à campanha 21 Dias de Ativismo Contra o Racismo – iniciativa que reúne um conjunto de atividades realizadas por diferentes entidades públicas e organizações da sociedade no marco do Dia Internacional da Luta pela Eliminação da Discriminação Racial, celebrado em 21 de março.

“Todas as instituições brasileiras, via de regra, são atravessadas pelo racismo. Não seria diferente com a Psicologia brasileira”, avalia a psicóloga Alessandra Almeida, conselheira do CFP e integrante da Comissão de Direitos Humanos da Autarquia. 

A conselheira ressalta que, por ter sido desenvolvida no Brasil a partir de teorias européias e norte americanas que não dialogavam com a realidade complexa do nosso país, a Psicologia aqui realizada se organizou a partir de uma estrutura de colonialidade que se firmou a partir do  tripé gênero, raça e classe – caracterizando relações de subordinação e hierarquia que impactam a vida das pessoas. “A gente tem um choque extremamente violento, porque temos uma população com realidades diferentes, com distintos impactos na sua saúde mental, na sua forma de ser e estar no mundo”, frisou.

Alessandra reflete que o mito da democracia racial ainda pairava até recentemente, quando os dados oficiais sobre os índices de desenvolvimento humano, por exemplo, começaram a demonstrar a vulnerabilização a qual determinadas populações (as pessoas negras, em geral) estavam expostas, causando processos de invisibilização. A esse respeito, explica que o fato do próprio Código de Ética Profissional da(o) Psicóloga(o) ter como base os princípios e valores da Declaração Universal dos Direitos Humanos permitiu que essa ciência e profissão – enquanto foi ampliando seus campos de atuação aos longos dos anos – pudesse também refletir sobre suas práticas e promover debates com um olhar para a população e as idiossincrasias que estão presentes no nosso país, “não de um lugar de superioridade, mas de um lugar de respeito à dignidade”. Ainda segundo a conselheira, “isso nos traz mais uma vez a obrigação de olhar para as realidades do nosso país e pensar, refletir e problematizar, inclusive, as teorias psicológicas que durante muito tempo foram utilizadas para reforçar estigmas e preconceitos”.

Interseccionalidade indígena

Embora o racismo esteja fortemente associado a uma série de violações de direitos da população negra, a questão também atravessa a realidade das populações indígenas. Segundo explica a psicóloga e conselheira do CFP, Nita Tuxá, que também integra a CDH do Conselho Federal, é muito importante que as narrativas coloniais possam ser refeitas a partir dos impactos às pessoas indígenas. 

Além do preconceito relacionado a questões de fenotipia, alerta a conselheira, os povos originários também enfrentam o racismo ambiental, a intolerância religiosa e o desrespeito quanto à sua relação com o território e organização social. “Assim como as pessoas negras, as pessoas indígenas são destituídas social e epistemologicamente pela ciência e pelas religiões”, denuncia Nita ao salientar ainda que o processo colonizador tem, sistematicamente,  invisibilizado as existências desses povos, sua diversidade e pluralidade cultural. 

O racismo estrutural vivenciado pelas(os) indígenas revela também, na análise de Nita Tuxá, uma ambivalência do Estado brasileiro na medida em que, embora sejam reconhecidos os direitos desses povos, esse mesmo Estado os viola em função de seus interesses. O modelo capitalista e a lógica do agronegócio acabam por incutir a ideia de que a presença indígena em determinados processos, como o de demarcação de terras, impede o progresso do país. 

Atrelada a essa situação está a falta de compreensão da(o) indígena como sujeito de direitos, assim como o não reconhecimento de que, para além da imagem estereotipada, elas(es) são marcados por interseccionalidades e vivem nos mais diversos espaços para experienciar suas subjetividades. 

“Penso que a Psicologia brasileira tem avançado, mas é um avanço tímido”, comenta a conselheira Nita Tuxá ao defender a necessidade de que essa ciência e profissão ressignifique as formas de cuidados: “a gente precisa entender que nós estamos aqui no movimento e em movimento no desejo de construir uma Psicologia que tenha no seu campo de atuação, de escuta, de acolhimento, de fala, a epistemologia do cuidado”.

Campanha nacional de direitos humanos

Para o Conselho Federal de Psicologia, o Dia Internacional da Luta pela Eliminação da Discriminação Racial é oportuno para destacar a nova campanha das Comissões de Direitos Humanos (CDH) do Sistema Conselhos que, entre outros objetivos, procura debater a descolonização da Psicologia como fundamento para a atuação da categoria em direitos humanos.

Na avaliação da conselheira Alessandra Almeida, as CDHs dos Conselhos de Psicologia exercem, há 25 anos, o papel essencial de levantar as demandas de direitos humanos e ampliar o diálogo com a categoria, a sociedade civil organizada, os movimentos sociais e a população como um todo, objetivando provocar mudanças estruturais.

O racismo no Brasil e o sexismo nas LGBTfobias devem ser considerados, acredita Alessandra, como determinantes sociais e políticos importantes da saúde mental. Assim, descolonizar corpos e territórios representa chamar a atenção para a ideia de que a Psicologia precisa ser construída no território, respeitando as pessoas, suas necessidades e seus saberes tradicionais.

Para a conselheira Nita Tuxá, uma das questões mais importantes sobre a campanha Descolonizar Corpos e Territórios – Reconstruindo existências Brasis é o fato de que a pluralidade de pessoas que compõem a Comissão de Direitos Humanos do Conselho Federal de Psicologia se reflete também nas ações que são planejadas pelo coletivo. “Quando a gente fala em descolonizar a Psicologia, corpos e territórios, estamos falando da possibilidade de criar epistemologias de cuidados. E isso representa romper ou ressignificar padrões que foram estabelecidos anteriormente, dessa Psicologia que foi importada, que vem do colonizador e que reproduz a colonização”, enfatiza. 

Um dos objetivos da campanha, complementa Alessandra, é chamar a atenção para a diversidade da existência: “e isso vai exigir uma sensibilidade e uma prática ético-política que seja condizente com essa ideia de compromisso e de respeitar as humanidades nas formas em que se apresentam”.

Nita também explica que os desafios passam por uma percepção das diferenças entre o individual e o coletivo, que tanto interferem nas dinâmicas sociais e nos processos de cuidado. “A gente tem vivido os processos de defesa de uma subjetividade individualista que culpabiliza o sujeito por suas mazelas sociais, pelos seus adoecimentos, ao mesmo tempo em que entendemos que há um sistema que está posto e que nos violenta, que viola direitos básicos, como o de viver e o de existir”.

Ainda no entendimento da conselheira indígena, uma Psicologia posicionada, política e crítica só se torna possível quando se faz em contato com as pessoas: “eu tenho andado bem mais esperançosa nesse movimento de enxergar essas Psicologias, essas formas plurais de entendimento desse fazer, dessa prática profissional. Então, eu entendo que uma Psicologia racializada é possível. Racializada no sentido de promover uma escuta sensível, atenta, contextualizada; que vê os territórios, as pessoas; que reconhece a história de determinados lugares e do seu povo”. 

Ao reforçar o pertencimento ao território, Nita Tuxá menciona uma reflexão de Myrian Krexu, que pondera que “a mãe do Brasil é indígena, ainda que o país tenha mais orgulho de seu pai europeu que o trata como um filho bastardo. Sua raiz vem daqui, do povo ancestral que veste uma história, que escreve na pele sua cultura, suas preces e suas lutas. […] O indígena não é aquele que você conhece dos antigos livros de história, porque não foi ele que escreveu o livro então nem sempre a sua versão é contada. Ele não está apenas na aldeia tentando sobreviver, ele está na cidade, na universidade, no mercado de trabalho, na arte, na televisão, porque o Brasil todo é terra indígena”.

Para mais informações sobre a campanha da CDH/CFP, clique aqui.

Política de cotas

No âmbito do Sistema Conselhos de Psicologia, uma ação expressiva em 2022 marcou o compromisso do CFP e dos CRPs em relação ao tema. Durante o último ciclo eleitoral dos Conselhos Regionais de Psicologia (CRPs) e da Consulta Nacional para o CFP, passou a ser obrigatório às chapas o cumprimento de um percentual mínimo de cotas para pessoas negras, pessoas trans, pessoas com deficiência, povos tradicionais e indígenas nas candidaturas – figurando ação  pioneira em processos eleitorais de conselhos de categoria no Brasil.

Alessandra pondera que a medida contribui para que o enfrentamento ao racismo seja abordado em todos os níveis: “quando a gente faz essa primeira eleição que traz essas outras identidades para dentro do espaço político do Sistema Conselhos, é uma forma de nós nos colocarmos no sentido de não-recuo e de defesa aos direitos humanos e de enfrentamento também de forma contundente e intransigente ao racismo no nosso país”.

Confira as principais normativas, publicações e ações na área:

Resolução CFP nº 18/2002: estabelece normas de atuação para psicólogas(os) em relação ao preconceito e à discriminação racial.

Relações raciais: referências técnicas para a prática da(o) psicóloga(o): elaborado no âmbito do Centro de Referência Técnica em Psicologia e Políticas Públicas (Crepop).

Campanha “Racismo é coisa da minha cabeça ou da sua”: iniciativa das Comissões de Direitos Humanos do Sistema Conselhos de Psicologia entre 2020 e 2022 no marco das duas décadas da Resolução CFP nº 18/2002.

Matéria relacionada

CFP integra campanha 21 Dias de Ativismo contra o Racismo

CFP divulga edital de realização da III Mostra Nacional de Práticas em Psicologia no SUAS

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) realiza a  III Mostra Nacional de Práticas em Psicologia no Sistema Único de Assistência Social (SUAS). O edital com todas as informações foi publicado nesta quarta-feira (6) no Diário Oficial da União (DOU).

Organizada por meio da Comissão Nacional de Psicologia na Assistência Social (CONPAS) e com a parceria dos Conselhos Regionais de Psicologia (CRPs), a Mostra tem como objetivo fomentar a reflexão acerca do fazer da Psicologia na política de assistência social, reconhecendo as possibilidades dessa ciência e profissão no enfrentamento das desigualdades sociais e na efetivação dos direitos socioassistenciais.

Entre 7 de junho e 27 de julho, deverão ocorrer as cinco etapas previstas no edital: uma para cada região do país. Nesta terceira edição, a Mostra tem como tema geral “SUAS: o trabalho da Psicologia na efetivação dos direitos socioassistenciais”. 

Durante os encontros, as(os) participantes dividirão os diálogos por eixos temáticos, ressaltando aspectos relacionados a práticas intersetoriais na construção de proteção social,  as implicações no trabalho da Psicologia no SUAS, interseccionalidade no Sistema Único de Assistência Social, territórios amazônicos e participação social.

Quanto à submissão de trabalhos, poderão ser encaminhadas propostas nas modalidades “comunicação oral” (nas categorias relato de experiência e relato de pesquisa) e “exposição” (categoria pôster). De acordo com o regramento, cada proponente poderá ter a autoria principal em, no máximo, duas propostas (que devem estar relacionadas a um dos eixos temáticos).

Confira o cronograma e atente-se aos prazos de inscrição – que devem ser realizadas exclusivamente de forma on-line, gratuita e pelo site da CONPAS.

ETAPA  SEDE  LOCAL  DATA  INSCRIÇÃO
Nordeste CRP-19 Aracaju/SE 7 e 8 de junho 25/4 a 4/6
Centro-Oeste  CRP-14  Campo Grande/MS   14 e 15 de junho   30/4 a 11/6
Sul CRP-07 Porto Alegre/RS 5 e 6 de julho 21/5 até 2/7
Norte CRP-20 Manaus/AM 12 e 13 de julho 27/5 até 9/7
Sudeste CRP-06 São Paulo/SP 26 e 27 de julho 10/6 até 23/7

 

Confira a íntegra do edital.

Mais informações: conpas.cfp.org.br

II COMIGRAR: CFP realiza conferência livre sobre Psicologia no contexto de migração, refúgio e apatridia

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) realiza em março a Conferência Nacional Livre de Psicólogas(os) que atuam com Migração, Refúgio e Apatridia. A iniciativa busca estimular a participação de profissionais da Psicologia nos processos de controle social no âmbito das políticas relacionadas ao tema, problematizando as especificidades na área e de que forma essa ciência e profissão pode contribuir no enfrentamento aos desafios que impactam esse campo. 

A atividade se insere entre as etapas previstas no regimento oficial da 2ª Conferência Nacional de Migrações, Refúgio e Apatridia (II COMIGRAR), organizada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública e que deve ocorrer entre 7 e 9 de junho de 2024.

Assim, também figura entre os objetivos da conferência livre proposta pelo CFP a eleição de pessoas delegadas para a II COMIGRAR – fortalecendo a atuação de psicólogas e psicólogos na formulação das políticas de Estado na área.

Psicologia e políticas públicas

Durante a conferência livre, as(os) participantes deverão debater e refletir a partir do tema central da etapa nacional  – “Cidadania em Movimento” – as questões que permeiam o campo. O produto da conferência livre contribuirá, assim como as demais conferências no âmbito da II COMIGRAR, como material consultivo e de referência para a formulação, condução e avaliação das políticas públicas e também como subsídio para a elaboração do I Plano Nacional de Migrações, Refúgio e Apatridia.

Para participar da Conferência Nacional Livre conduzida pelo CFP, é necessário que as(os) psicólogas(os) interessadas(os) efetivem a inscrição até o dia 3 de março, exclusivamente por meio de formulário eletrônico. Todas as orientações de participação serão fornecidas pela equipe organizadora após a efetivação da inscrição. 

A conferência livre acontecerá no dia 13 de março, das 19h às 22h. A solenidade de abertura, com a presença confirmada do presidente do CFP, Pedro Paulo Bicalho, será transmitida ao vivo pelo YouTube do Conselho Federal de Psicologia.

Serviço:

Conferência Nacional Livre de Psicólogas(os) que atuam com Migração, Refúgio e Apatridia

Inscrições: até 23h59 do dia 3 de março pelo
formulário eletrônico

Data: 13 de março

Horário: 19h às 22h 

Solenidade de abertura com transmissão ao vivo pelo YouTube do CFP


CFP participa da Conferência Nacional da Educação 2024

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) teve participação ativa na edição 2024 da Conferência Nacional de Educação (CONAE). Realizada em Brasília/DF, de 28 e 30 de janeiro, a atividade teve como tema central “Plano Nacional de Educação (PNE) 2024-2034: política de Estado para garantia da educação como direito humano com justiça social e desenvolvimento socioambiental sustentável”.

O encontro reuniu mais de duas mil pessoas de vários segmentos e setores sociais, além de entidades que atuam na educação e no poder público, incluindo profissionais da Psicologia. Temas como avaliação, problemas e as necessidades educacionais do Plano Nacional da Educação (PNE) atualmente em vigor estiveram em pauta.

Comprometido ética e politicamente com a educação brasileira, o Conselho Federal de Psicologia participou da CONAE a convite do Fórum Nacional de Educação (FNE). Representada pela vice-presidente, Ivani Oliveira, e pela conselheira Rosana Figueiredo (delegada da CONAE), a autarquia contribuiu mobilizando as(os) psicólogas(os) presentes em torno das ações e políticas educacionais em sua interface com Psicologia.

Durante os três dias do evento, o foco esteve em duas importantes pautas para a categoria: a implementação da Lei 13.935/2019 – que assegura a presença de profissionais da Psicologia e do Serviço Social nas equipes multiprofissionais da rede pública de educação básica em todo o país – e a oposição à abertura de cursos à distância (EaD) na graduação em cursos do campo da saúde, incluindo a Psicologia.

A vice-presidente do CFP participou da solenidade de abertura como autoridade convidada, enfatizando a relevância da Psicologia na defesa da educação pública, gratuita e de qualidade em todo o país. “Somente cuidando das necessidades educacionais da população brasileira é que poderemos construir um futuro melhor para todas as pessoas”, ressaltou.

Psicologia na educação

A mobilização da Psicologia e do Serviço Social durante a CONAE, por meio da Coordenação Nacional para a Implementação da Lei 13.935/2019, teve como objetivo destacar a importância dessas profissões na construção da política educacional em todo o território brasileiro.”Ao lado das colegas do Serviço Social, temos buscado transformar as diversas realidades para que a escola pública seja um espaço seguro e protetivo no desenvolvimento e no processo de aprender e se desenvolver”, reforçou Ivani Oliveira.

Como parte dessa ação, na terça-feira (29) as conselheiras participaram de encontro junto ao ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Márcio Macêdo, oportunidade em que dialogaram sobre a importância da Lei 13.935/2019. A interlocução com autoridades governamentais visa fortalecer a presença e a atuação da Psicologia no contexto educacional, alinhando esforços para promover uma educação mais inclusiva e qualificada.

No mesmo dia, a conselheira Rosana Figueiredo participou de atividade que debateu a garantia à educação de qualidade em todos os níveis, etapas (acesso, permanência e conclusão) e modalidades, considerando diferentes contextos e territórios. “Sem uma participação efetiva, cotidiana e plenamente inserida nos movimentos, espaços e contextos de educação não há como desenvolver um trabalho coletivo e contextualizado que, de fato, contribua nos processos de aprendizagem e desenvolvimento”, afirmou a conselheira ao destacar que a CONAE 2024 representou um momento histórico em defesa da educação pública.

Também como parte dessa mobilização, ao longo de toda a CONAE, o Conselho Federal de Psicologia promoveu a distribuição gratuita de livros, cartilhas e relatórios relacionados à pauta da Psicologia no campo da qualidade da educação.

CONAE 2024

Convocada pelo Decreto-Lei nº 11.697/23, a Conferência Nacional de Educação 2024 teve como objetivo contribuir para a elaboração do novo Plano Nacional da Educação (PNE) para o próximo decênio (2024 a 2034). Dentre as resoluções aprovadas, destaca-se a solicitação de revogação da Reforma do Ensino Médio e da Base Nacional Comum Curricular. Seu texto final será apresentado ao governo e ao Congresso, servindo de base para que os estados e municípios elaborem seus planos locais.

O CFP reitera seu compromisso ético e político com a transformação do mundo pela educação. A Psicologia brasileira se faz presente na defesa da educação como um direito humano e na busca por um futuro mais justo e menos desigual através da qualidade da escola pública.

Instabilidades no sistema de emissão de boletos anuidade 2024

Em virtude da grande quantidade de acessos ao sistema de emissão de boletos, a plataforma da empresa contratada está apresentando instabilidades.

Caso não tenha conseguido acessar, por favor tente mais tarde. O prazo é até 31/01/2024 para pagamento em parcela única (à vista) com desconto. Para outras formas de pagamento e demais informações, verifique junto ao seu respectivo Conselho Regional.

CFP 50 anos: solenidade marcará trajetória e legado do Conselho Federal de Psicologia

O dia 20 de dezembro de 1973 entrou para a história da Psicologia brasileira. Nessa data, foram realizadas a primeira eleição do Conselho Federal de Psicologia (CFP), a definição da mesa diretora e a primeira reunião plenária da Autarquia.

Cinco décadas depois – e com atuais 450 mil profissionais inscritas(os) nos Conselhos de Psicologia de todo o país – o CFP realiza uma cerimônia para marcar o seu cinquentenário.

O evento reunirá em uma grande celebração conselheiras(os) da atual gestão, representantes de todos os 24 Conselhos Regionais, integrantes do Fórum de Entidades Nacionais da Psicologia Brasileira (FENPB) e das comissões do Conselho Federal nesses 50 anos.

A solenidade também será palco para homenagear psicólogas e psicólogos que fizeram parte da história e das gestões do CFP, responsáveis por importantes iniciativas que ajudaram a transformar não apenas a atuação profissional da categoria, mas a própria história da Psicologia como ciência e profissão praticada no país.

Preservação da memória

Em janeiro deste ano, como primeiro ato normativo da gestão 2023-2025 do Conselho Federal de Psicologia, foi publicada a Resolução CFP nº 01/2023, instituindo a política de preservação da memória da Psicologia brasileira. 

O projeto tem caráter permanente e prevê ações que buscam identificar, catalogar e preservar os arquivos existentes no campo da Psicologia, com o objetivo de fomentar a divulgação da história do Conselho Federal e da própria Psicologia.

Serviço:

Celebração dos 50 anos do Conselho Federal de Psicologia (CFP)
Data: 16 de dezembro
Horário: 19h
Transmissão ao vivo pelo YouTube do CFP

Sistema Conselhos de Psicologia realiza mais uma edição da APAF

Brasília (DF) sediará no sábado (16) e no domingo (17) mais uma edição da Assembleia de Políticas, da Administração e das Finanças (APAF) do Sistema Conselhos de Psicologia.

Importante espaço de deliberação, o encontro reunirá delegadas e delegados do Conselho Federal (CFP) e dos Conselhos Regionais (CRPs) para debater importantes temas da Psicologia brasileira e orientações para a atuação profissional da categoria.

Criada em 1996, durante o II Congresso Nacional da Psicologia (CNP), a APAF tem entre suas atribuições a tomada de decisões que influenciam as ações na gestão do Sistema Conselhos, resultando em deliberações acerca de ações estratégicas para a Psicologia e para a sociedade.

De forma ordinária, a APAF se reúne duas vezes por ano, podendo haver reuniões extraordinárias, mediante convocação do CFP ou por solicitação de dois terços dos Conselhos Regionais de Psicologia.

 

Serviço:

Assembleia de Políticas, da Administração e das Finanças (APAF)
Data: 16 e 17 de dezembro
Horário: a partir das 9h
Acompanhe ao vivo pelo YouTube do CFP

16 de dezembro (MANHÃ)

16 de dezembro (TARDE)

17 de dezembro (MANHÃ)

17 de dezembro (TARDE)

CFP e Secretaria Geral da Presidência da República dialogam sobre desafios relacionados à participação social

O presidente do Conselho Federal de Psicologia (CFP), Pedro Paulo Bicalho, esteve reunido na terça-feira (12) com o secretário nacional de Participação Social da Secretaria Geral da Presidência da República, Renato Simões.

Na avaliação de Pedro Paulo, a representação formal do CFP em aproximadamente 60 espaços de participação e controle social, bem como de articulação institucional, reforça a importância da Psicologia brasileira diante dos processos de construção e monitoramento das políticas públicas.

Entre os colegiados, o presidente do CFP ressaltou durante a reunião a presença da Autarquia nos conselhos nacionais de Direitos Humanos (CNDH), de Saúde (CNS), de Assistência Social (CNAS), de Políticas sobre Drogas (CONAD) e dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda), no qual o Conselho Federal foi eleito na quinta-feira (14) para exercer a presidência até 2024.

O encontro também possibilitou o diálogo sobre os principais desafios relacionados à efetivação da participação social no país, assim como a educação popular nos territórios, o engajamento das pessoas por meios digitais e o aprimoramento dos conselhos de direitos e das conferências temáticas – importantes instâncias de consolidação da democracia brasileira.

A esse respeito, o presidente do CFP destacou a capilaridade dos Conselhos Regionais de Psicologia (CRPs) – que contam com cerca de 450 mil psicólogas(os) inscritas(os) – e compartilhou a experiência do Sistema Conselhos na condução democrática de seus processos por meio dos congressos regionais (Coreps) e nacionais (CNP) da Psicologia.

“Nosso desejo é que o CFP e os Conselhos Regionais consigam desenvolver uma incidência estratégica cada vez maior nas instâncias de participação e controle social, não apenas reforçando nosso compromisso pela defesa dos direitos humanos, mas também para contribuir efetivamente a partir da nossa ciência e profissão”, ponderou Pedro Paulo.

Como resultado dessa agenda, o CFP e a Secretaria Nacional de Participação Social pretendem articular novas tratativas para estabelecer um diálogo mais próximo e alinhado com a temática. “O CFP é um parceiro muito importante da participação social e da defesa dos direitos humanos”, reconheceu Renato Simões.

Participaram ainda da reunião Ronald Ferreira dos Santos, da Diretoria de Participação Social, e Julia Moretto Amancio, da Diretoria de Educação Popular.

Ministério da Educação suspende temporariamente os processos de autorização de cursos EaD na área da Saúde

O Ministério da Educação publicou no dia 29 de novembro a Portaria MEC nº 2.041/2023, que suspende temporariamente, pelo prazo de 90 dias, os processos de autorização de vários cursos da área da Saúde na modalidade EaD.

Além da Psicologia, figuram na portaria a Biomedicina, Educação Física, Enfermagem, Farmácia, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Medicina, Nutrição, Odontologia, Saúde Coletiva e Terapia Ocupacional – bem como cursos de outras áreas (Direito, Ciências da Religião, Geologia/Engenharia Geológica e Oceanografia).

A publicização da normativa ocorre após consulta pública sobre essa questão e, também, a publicação do Relatório do Grupo de Trabalho no âmbito do Ministério da Educação que aborda a temática. Integram o GT EaD do MEC, além do Conselho Federal de Psicologia (CFP), a Associação Brasileira de Ensino de Psicologia (ABEP), a Federação Nacional dos Psicólogos (FENAPSI), o Conselho Federal de Enfermagem (COFEN), a Associação Brasileira de Enfermagem (ABEn), o Conselho Federal de Odontologia (CFO), a Associação Brasileira de Ensino Odontológico (ABENO), a Sociedade Brasileira de Pesquisa Odontológica (SBPqO) e o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (CFOAB).

Frente ao tema, o Conselho Federal de Psicologia, em conjunto com outras instituições, vem posicionando-se contrário a ofertas de cursos Ead no campo da Saúde por considerar que tal medida representa um grave retrocesso, promovendo inclusive a precarização da qualidade da formação e, consequentemente, da assistência ofertada à população.

Diretrizes curriculares

Em outubro deste ano, o Ministério da Educação (MEC) publicou as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) para os cursos de graduação em Psicologia. A resolução do Conselho Nacional de Educação (CNE) também inclui o estabelecimento de normas para o Projeto Pedagógico Complementar (PPC) para a Formação de Professores de Psicologia.

Na prática, as DCNs estabelecem e definem os princípios, os fundamentos, as condições de oferta e os procedimentos para o planejamento, a implementação e a avaliação dos cursos de Psicologia do país.

Nessa direção, o CFP destaca que a Psicologia figura entre os 4 cursos na área da saúde que não possuem 100% da oferta na modalidade EaD, sendo obrigatórias as atividades práticas de extensão universitária e o estágio supervisionado, conforme estabelecem as DCNs para cursos de Psicologia.

Notícias relacionadas

CFP envia ao Senado subsídios para embasar projetos pelo fim de cursos EaD na área da Saúde

CFP e entidades repudiam Portaria MEC que autorizava curso EAD de Psicologia – normativa foi tornada sem efeito

MEC publica as Diretrizes Curriculares Nacionais para os cursos de Psicologia