CFP participa de diversas atividades durante o 6º Fórum de Direitos Humanos e Saúde Mental

Entre os dias 7 e 9 de setembro, o Conselho Federal de Psicologia (CFP) participou do 6º Fórum de Direitos Humanos e Saúde Mental. Realizado desde 2013 pela Associação Brasileira de Saúde Mental (Abrasme), o Fórum vem se consolidando como importante espaço de interlocução sobre o tema. 

Neste ano, o evento reuniu no Rio de Janeiro (RJ) profissionais que atuam junto aos serviços de saúde mental, pesquisadoras(es), estudantes e autoridades para dialogar sobre as experiências de protagonismo pela democracia e direitos humanos, além de palestrantes e conferencistas referências na área de assistência, gestão e pesquisa.

Durante a solenidade de abertura, a vice-presidente do CFP, Ivani Oliveira, destacou a importância de agregar em um mesmo espaço diversas entidades e usuárias(os) dos serviços da saúde mental e da luta antimanicomial. “Nós sabemos muito bem que os manicômios são muito mais do que prédios, instituições e  hospitais psiquiátricos. Os manicômios se concretizam na lógica da violação e da precariedade das relações humanas. E é exatamente por isso que esse Fórum tem uma tarefa coletiva de transformar essas relações. Que nós possamos nos lembrar que a luta antimanicomial tem que ser decolonial e antirracista; ela é anticapacistista por si só”, frisou.

O presidente do Conselho Federal de Psicologia, Pedro Paulo Bicalho, também participou do evento integrando a programação do último dia de atividades. No debate sobre expressões da liberdade, cidadania e direitos humanos, Pedro Bicalho pontuou a necessidade de garantir que as vidas sejam despatologizadas, salientando o cuidado em liberdade como marcador da garantia de direitos.

Ao mencionar a Resolução CNJ n° 487/2023 do Conselho Nacional de Justiça, que institui a Política Antimanicomial do Poder Judiciário, o presidente do CFP alertou sobre a relevância de se compreender que o medo se constrói como um operador político. “Elaborar políticas antimanicomiais representa a compreensão de como esse medo se forma e age na sociedade e a necessidade de enfrentar esse desafio”, afirmou o presidente da Autarquia.

Saúde mental e garantia de direitos

O Conselho Federal de Psicologia também integrou a programação do evento representado pelas  conselheiras Marina Poniwas, Fabiane Fonseca, Nita Tuxá e Isadora Canto, dialogando sobre temas como: orfandade, impactos da violência para crianças e adolescentes, tradições quilombolas e questões relacionadas ao racismo ambiental, bem como os direitos das pessoas LGBTQIA+. 

“Que a gente possa construir um debate sobre o papel da Psicologia no processo de reparação de Estado a todas as situações de pandemia que produziram sofrimento para crianças e adolescentes no nosso país”, afirmou a conselheira Marina Poniwas.

“O meu quilombo é o meu lugar”, frisou a conselheira Fabiane Fonseca durante a mesa que discutiu “Culturas, tradições, aquilombamentos: produção de vida e saúde”. Já a conselheira Nita Tuxá, em debate sobre “Racismo ambiental e povos originários e tradicionais: direitos humanos e crise climática”, abordou sobre o processo de apagamento dos povos originários e de que forma o sistema capitalista se reflete nas questões ambientais.

Representando o CFP na mesa “Direitos das pessoas LGBTQIA+, saúde mental e interseccionalidades”, a conselheira Isadora Canto ressaltou a atuação do Conselho de Psicologia no enfrentamento ao racismo, à misoginia, ao machismo, ao capacitismo e a outras formas de violação de direitos. Destacou ainda as Referências Técnicas para Atuação de Psicólogas, Psicólogos e Psicólogues em Políticas Públicas para População LGBTQIA+, documento recém lançado e que representa importante instrumento de auxílio ao exercício profissional da categoria.

Além das participações das(os) conselheiras(os) nos diversos debates, o CFP realizou a distribuição de publicações para orientação da categoria, ação recorrente nos eventos dos quais organiza e participa.  Entre elas, o Relatório da Inspeção Nacional em Comunidades Terapêuticas.

CFP se solidariza com famílias atingidas por enchentes no RS e destaca papel da Psicologia em situações de emergências e desastres

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) vem a público se solidarizar com as vítimas afetadas pelas intensas chuvas e enchentes decorrentes da passagem de ciclone extratropical no estado do Rio Grande do Sul desde o início de setembro.

Mais de 354 mil pessoas já foram impactadas pelo desastre, que atingiu cerca de 100 municípios rio-grandenses – totalizando 47 óbitos, 9 desaparecimentos, 940 feridos e 20.963 desalojamentos.

Atento à sua função precípua de orientar e disciplinar o exercício profissional de psicólogas e psicólogos em todo o país, o CFP ressalta o compromisso da Psicologia diante de situações de emergências e desastres. Cada vez mais recorrentes, as calamidades públicas no Brasil reforçam o papel do Sistema Conselhos de Psicologia de promover junto à categoria estratégias de atuação para acolhimento e saúde mental das populações impactadas.

Para apoiar esse desafio, o CFP lançou em 2021 as Referências Técnicas para Atuação de Psicólogas(os) na Gestão Integral de Riscos, Emergências e Desastres, documento que apresenta uma reflexão crítica e histórica sobre a inserção da Psicologia neste campo. O objetivo é orientar psicólogas(os) quanto a protocolos de atuação, fortalecendo estratégias de ação da Psicologia para o acolhimento de pessoas afetadas. 

Também é papel da Psicologia dialogar sobre os impactos ambientais e de que forma se relacionam com a saúde mental. Nessa perspectiva, o CFP criou em 2021 o Grupo de Trabalho Psicologia Ambiental, que conta com a parceria da Associação Brasileira de Psicologia Ambiental e Relações Pessoa-Ambiente e do GT de Psicologia Ambiental da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-graduação em Psicologia (ANPEPP).

O Conselho Federal de Psicologia ressalta a importância de acompanhar as orientações das autoridades competentes para que todos os esforços sejam empenhados de maneira estratégica e colocando sob segurança não apenas as pessoas diretamente afetadas, mas também a vida de profissionais que atuam na linha de frente em ocasiões de risco.

Confira abaixo algumas contribuições do CFP na área:

Referências Técnicas para Atuação de Psicólogas (os) na Gestão Integral de Riscos, Emergências e Desastres

Catálogo de Práticas em Psicologia Ambiental

Live Atuação da Psicologia em Emergências e Desastres na América Latina

CFP defende pleno funcionamento do MDS e integralidade das política sociais

Diante das ameaças ao pleno funcionamento do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) – com a possibilidade de divisão da pasta e de separação do Programa Bolsa Família das demais políticas públicas sociais – o Conselho Federal de Psicologia (CFP) soma-se ao conjunto de entidades e atores sociais e políticos em defesa do MDS.

Em posicionamento publicado nesta quinta-feira (31), o Conselho Federal de Psicologia destaca o papel central do Ministério na coordenação de diferentes políticas, serviços, programas e projetos sociais “que precisam de organicidade, interação e fortalecimento, para responder com eficácia à diversidade e complexidade das demandas das populações mais vulneráveis”.

O CFP aponta que todo o Sistema de Seguridade Social – constituído pelo tripé Saúde, Previdência Social e Assistência Social – tem sofrido sistemáticos ataques e desmontes no bojo das reformas neoliberais levadas a termo nos últimos anos. Assim, a proposta de divisão do MDS e a separação do Programa Bolsa Família das demais políticas públicas sociais poderá impactar de forma negativa a oferta da proteção social à população, dificultando ainda mais a reconstrução do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) e o acesso aos direitos socioassistenciais.

A Psicologia está presente no SUAS desde a implementação da política de assistência social no país. O Censo SUAS 2019 apontou que mais de 25 mil psicólogas e psicólogos atuando nessa área, em todo o Brasil. Ainda conforme dados do CensoPsi, divulgado pelo CFP em 2022, a assistência social é uma das que mais absorve a atuação de psicólogas.

“O CFP tem desenvolvido ações voltadas tanto à produção de Referências Técnicas e Orientações para a atuação da psicóloga no SUAS, como ao fortalecimento e a defesa da política e da garantia dos direitos dos seus usuários”, destaca o texto.

O Conselho Federal de Psicologia tem fomentado articulações com outras organizações de profissionais do SUAS, no âmbito do controle social, do Fórum Nacional de Trabalhadores e Trabalhadoras do SUAS (FNTSUAS), e junto ao órgão gestor da política nacional. Tal articulação também se retrata nas ações desenvolvidas pelos Conselhos Regionais de Psicologia, por meio de núcleos ou comissões de Assistência Social.

“Atento à sua missão institucional de atuar como órgão consultivo em matérias relacionadas à nossa ciência e profissão, o Conselho Federal de Psicologia se coloca em defesa da continuidade do processo de reconstrução da oferta da proteção social à população brasileira, por meio do MDS”, ressalta a Autarquia.

Confira a íntegra do documento assinado pelo presidente do CFP, Pedro Paulo Bicalho.

SAPP: live apresenta novo sistema de avaliação de práticas psicológicas

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) realiza no dia 5 de setembro um diálogo digital para apresentar à categoria e à sociedade o novo Sistema de Avaliação de Práticas Psicológicas Aluízio Lopes de Brito (SAPP).

Inovador em todo o mundo, o SAPP tem como finalidade avaliar se as práticas submetidas à avaliação cumprem os princípios científicos e éticos da Psicologia brasileira, qualificando o exercício profissional dessa ciência e profissão. Além disso, espera-se que o novo Sistema seja dispositivo de orientação, qualificação e indutor na produção de conhecimento em relação às práticas que envolvem a Psicologia.

O diálogo digital será espaço para sanar dúvidas sobre o funcionamento da ferramenta, composição e as principais contribuições da plataforma para o exercício profissional de psicólogas e psicólogos em todo o país.

Participam da atividade a coordenadora do SAPP, psicóloga Ana Sandra Fernandes, as(os) conselheiras(os) federais do CFP Izabel Hazin e Jefferson Bernardes, e as psicólogas Maria de Jesus Moura e Iolete Ribeiro. Todas(os) são integrantes da Comissão Consultiva do Sistema de Avaliação de Práticas Psicológicas Aluízio Lopes de Brito. O presidente do Conselho Federal de Psicologia, Pedro Paulo Bicalho, também compõe o diálogo

A transmissão será feita em tempo real pelo canal do CFP no YouTube, a partir das 15h. Participe!

Sobre o SAPP

Instituído em 2022, o Sistema de Avaliação de Práticas Psicológicas Aluízio Lopes de Brito (SAPP) foi lançado oficialmente em 18 de agosto, durante sessão solene em homenagem aos 50 anos do primeiro Plenário do Conselho Federal de Psicologia. Como parte da solenidade, foi assinada a Resolução CFP nº 15/2023, que estabelece as diretrizes para o funcionamento do SAPP. A normativa foi publicada no Diário Oficial da União no dia 21 de agosto.

O Sistema será composto por uma comissão consultiva, integrantes do plenário do CFP e pareceristas ad hoc (pesquisadoras e profissionais psicólogas de notório saber) selecionadas(os) por meio de edital público.

As pessoas interessadas em compor a equipe de pareceristas ad hoc podem submeter inscrição até 28 de agosto.

Serviço

Sistema de Avaliação de Práticas Psicológicas Aluízio Lopes de Brito (SAPP)
Por uma atuação profissional orientada pela ética e a ciência

Data: 5 de setembro
Horário: 15h
Transmissão pelo YouTube do CFP

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CFP participa da Marcha das Margaridas em defesa dos direitos das mulheres do campo e das cidades

O papel da Psicologia na promoção da igualdade de gênero e do direito das mulheres de todos os territórios mobilizou a participação do Conselho Federal de Psicologia (CFP) na edição 2023 da Marcha das Margaridas, realizada nos dias 15 e 16 de agosto, em Brasília/DF.

Reconhecida como a mais ampla ação protagonizada por mulheres trabalhadoras do campo, da floresta e das águas de todo o país, a Marcha das Margaridas busca fortalecer e ampliar a organização, a mobilização e a formação dessas mulheres, ressaltando o protagonismo e o enfrentamento a todas as formas de violência, exploração e discriminação que as afeta.

A atividade contou com a participação das psicólogas Alessandra Almeida e Nita Tuxá representando o XIX Plenário do CFP. Durante a programação oficial, as conselheiras federais conduziram debates que tiveram como foco saúde, pró equidade de gênero e raça, além de abordar saúde mental, acessibilidade e ativismo LGBTQIA+.

“Esse evento político incrível reúne mulheres do campo e da cidade pelo direito à vida, pelo direito à existência, pelo direito ao território-corpo. Estamos aqui marcando o compromisso da Psicologia pela igualdade de gênero, contra a misoginia e contra o machismo”, afirmou a conselheira Alessandra Almeida.

Foi o que também pontuou a conselheira Nita Tuxá ao destacar a importância da Psicologia se fazer presença na mobilização: “sou uma mulher indígena, psicóloga e estou na 7ª Marcha das Margaridas somando a esse movimento porque compreendo que Psicologia só se faz estando em movimento e no movimento”.

Também presente ao evento, durante a caminhada rumo ao Congresso Nacional, o conselheiro Gabriel Figueiredo chamou atenção para os fatores que impactam a saúde mental das mulheres. “Misoginia e racismo são determinantes sociais de saúde que precisam ser levados a sério na construção de uma política de saúde”, frisou.

Confira a galeria de fotos da participação do CFP na Marcha das Margaridas 2023.

Um debate da Psicologia

Para fortalecer a mobilização, a participação do Conselho Federal de Psicologia na Marcha das Margaridas foi precedida pelo seminário “Psicologia e território como direito humano: as vivências das mulheres do campo, florestas, águas e cidades”, ocorrido em 14 de agosto com organização do CFP por meio do Grupo de Trabalho Psicologia Ambiental.

O evento, que teve transmissão ao vivo, buscou realizar reflexões relacionadas à questão urbana, ao direito à cidade e ao bem viver, além de construir estratégias de enfrentamento ao racismo ambiental.

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CFP participa do I Congresso de Interiorização do CRP-09

O Conselho Regional de Psicologia de Goiás (CRP-09/GO) realizou de 10 a 12 de agosto o I Congresso de Interiorização do CRP 09 – Profissão, Sociedade e Integração, realizado em parceria com a Universidade de Rio Verde (UniRV). O Conselho Federal de Psicologia (CFP) participou da abertura do evento com palestra magna do presidente da autarquia, o conselheiro Pedro Paulo Bicalho.

A atividade teve como objetivo descentralizar as atividades do CRP-09/GO e expandir sua presença por todas as regiões do estado de Goiás. O congresso também busca ampliar o alcance das ações do Conselho, fortalecendo o vínculo com profissionais psicólogas (os) em todas as áreas daquele estado. A programação do evento contou com mesas redondas, palestras e 12 oficinas com temas referentes à Psicologia.

Palestra Magna

O presidente do CFP, conselheiro Pedro Paulo Bicalho, participou da abertura do evento com uma palestra magna com o tema “Descolonizando Saberes na Academia: Possibilidades Plurais na Universidade. O dirigente elogiou a iniciativa do CRP-09 em promover a interiorização da profissão.

Bicalho fez uma apresentação da história da Psicologia e destacou que a interiorização da profissão só é possível porque a Psicologia se modificou bastante ao longo de seus 61 anos no Brasil. “Um Congresso de Interiorização não poderia acontecer em outros tempos. Só se pode falar em interiorização de uma profissão que se modificou. Minha intenção é mostrar como a Psicologia brasileira se modificou a ponto de poder dizer que temos uma Psicologia brasileira, portanto, descolonizando saberes”, reforça.

Sessão solene homenageia Dia da(o) Psicóloga(o) e cinquentenário do primeiro Plenário CFP

Psicólogas e psicólogos brasileiros foram homenageados na manhã da sexta-feira (18), em Brasília/DF, em sessão solene realizada pela Câmara dos Deputados para celebrar o Dia da(o) Psicóloga(o), comemorado em 27 de agosto, e também os 50 anos de funcionamento do Conselho Federal de Psicologia (CFP), que se completam em 2023.

A sessão foi requerida pela deputada Erika Kokay (PT-DF) e pelo deputado Zeca Dirceu (PT-PR) e reuniu parlamentares, representantes de instituições do poder público, entidades da sociedade civil e integrantes do Sistema Conselhos de Psicologia de todo o país, além de diversas organizações vinculadas ao exercício da profissão.

A sessão solene foi conduzida pela deputada Erika Kokay (PT/DF) e a mesa oficial contou com a presença do presidente do CPF, Pedro Paulo Bicalho; da vice-presidente, Ivani Oliveira; e das conselheiras Izabel Hazin, Alessandra Almeida e Nita Tuxá. Também compuseram a solenidade a presidente do CRP-01/DF, Thessa Guimarães; a diretora do Departamento de Saúde Mental do Ministério da Saúde, Sônia Barros; o presidente do Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS), Edgilson de Araújo; e a representante do Conselho Nacional de Saúde, Fernanda Magano.

Transmitida em tempo real pelo canal do Youtube do CFP, a solenidade foi marcada por relatos sobre a história da Psicologia e as importantes contribuições dessa ciência e profissão para o conjunto da sociedade.

Importância da Psicologia

Na abertura da sessão, a deputada Érika Kokay (PT/DF) transmitiu as palavras do presidente da Casa, Arthur Lira, ressaltando a relevância deste dia de reconhecimento à importância dos profissionais de Psicologia na sociedade. O presidente da Câmara dos Deputados destacou o compromisso do Parlamento em dialogar sobre questões de interesse da categoria, bem como em promover lutas contra a discriminação, o racismo e em prol de grupos minoritários.

Já o presidente do CFP, Pedro Paulo Bicalho, refletiu sobre o orgulho pela profissão, que hoje está no atendimento clínico e em um importante conjunto de políticas públicas, especialmente no Sistema Único de Saúde (SUS) e no Sistema Único de Assistência Social (SUAS).

“Orgulho pela profissão é o orgulho das transformações feitas ao longo desses 50 anos. Aquela Psicologia instituída em 1962 já não é mais efetivamente a mesma”, disse Bicalho, ao destacar as importantes contribuições da Psicologia em temas relevantes para a sociedade, como a criação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e da Política de Saúde Mental Antimanicomial.

O presidente do CFP também ressaltou a presença ativa da autarquia em espaços de formulação e controle de políticas públicas: “O CFP é o conselho federal que mais possui assentos em fóruns de participação social, o que reforça o papel da Psicologia de contribuir para transformar a realidade por meio do diálogo interinstitucional” destacou.

Durante a solenidade, foi lida mensagem enviada pela Presidência da República ao CFP, e a todas as psicólogas e psicólogos do país. O texto destaca o papel central da Psicologia brasileira “no direito de cada pessoa a serviços de saúde, na luta antimanicomial e na construção e fortalecimento do Sistema Único de Saúde e do Sistema Único de Assistência Social”. A Presidência da República é a instância máxima do Poder Executivo, responsável pela administração do Estado brasileiro e pela formulação de políticas públicas que cumpram os compromissos e princípios estabelecidos na Constituição Federal – marco que orienta o Código de Ética Profissional da Psicologia.

Homenagens e lançamento

A sessão solene também prestou homenagem aos trabalhadores do Conselho Federal de Psicologia, que hoje é constituído por 111 funcionários, entre servidores, comissionados e estagiários. Para representar o reconhecimento da autarquia à importante contribuição desses profissionais na construção do CFP ao longo de seus 50 anos, o presidente do Conselho, Pedro Paulo Bicalho, homenageou os servidores Rogério Reis e Antônio Muniz, que têm mais de 25 anos de casa.

A solenidade também marcou o lançamento oficial do Sistema de Avaliação de Práticas Psicológicas (SAPP), nomeado em memória a Aluízio Lopes de Brito, idealizador da plataforma, falecido em 2020, vítima da Covid-19. O SAPP é uma experiência inovadora em todo o mundo, e tem como objetivo avaliar se as práticas submetidas cumprem os princípios científicos e éticos da Psicologia brasileira, qualificando o exercício profissional. A Resolução CFP 15/2023 foi publicada nesta segunda-feira (21) no Diário Oficial da União.
Entre as presenças registradas na sessão solene estão a Associação dos Assistentes Sociais e Psicólogos da Área Sociojurídica do Brasil (AASPSI), a Associação Brasileira de Psicologia Escolar e da Educação (ABRAPEE), a Sociedade Brasileira de Psicologia Organizacional e do Trabalho (SBPOT), a Associação Brasileira de Psicologia de Tráfego (ABRAPSIT) e Associação Brasileira de Psicoterapia (ABRAP), o Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS), o Conselho Nacional dos Direitos das Crianças e dos Adolescentes (CONANDA), o Fórum Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (FNDCA) e o Conselho Nacional de Saúde (CNS), assim como os Conselhos Federais de Serviço Social, de Biblioteconomia, de Medicina Veterinária, de Farmácia, de Biologia e de Economia.

Confira a galeria de fotos da Sessão Solene que homenageia Dia da(o) Psicóloga(o) e cinquentenário do primeiro Plenário CFP 

Acesse o Sistema de Avaliação de Práticas Psicológicas (SAPP)

Confira a íntegra da solenidade no YouTube do CFP:

Marcha das Margaridas: CFP participa de atividades em defesa dos direitos das trabalhadoras do campo, da floresta e das águas

Nos dias 15 e 16 de agosto, o Conselho Federal de Psicologia (CFP) participa de um conjunto de atividades que integram a Marcha das Margaridas – uma das mais importantes mobilizações protagonizadas por mulheres trabalhadoras do campo, da floresta e das águas de todo o país.

Coordenada pela Confederação Nacional de Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (CONTAG), a Marcha é realizada em Brasília/DF e conta com a parceria de diversos coletivos e movimentos de defesa e promoção de direitos.

O objetivo é fortalecer e ampliar a organização, a mobilização e a formação das mulheres trabalhadoras rurais. A proposta é fortalecer o protagonismo e o enfrentamento a todas as formas de violência, exploração e discriminação, reafirmando e visibilizando a contribuição econômica, política e social das mulheres do campo, da floresta e das águas na construção de um novo processo de desenvolvimento rural voltado para a sustentabilidade da vida humana e do meio ambiente.

Conforme aponta o relatório Conflitos no Campo Brasil 2021, realizado pela Comissão Pastoral da Terra (CPT) e o Centro de Documentação Dom Tomás Balduino, 31,5% das mulheres no campo sofreram ameaça de morte em 2021. Outros 13,54% relataram ter sido vítimas de intimidação.

Participação da Psicologia

Durante a programação oficial, o Conselho Federal de Psicologia conduzirá duas rodas de conversa no dia 15 de agosto. A primeira começará às 12h e terá como tema “Saúde, Pró equidade de Gênero e Raça”. Às 16h será conduzido o diálogo “Saúde mental, acessibilidade e ativismo LGBTQIA+”.

As atividades serão realizadas na Tenda da Cura, espaço dedicado aos debates em torno da promoção da saúde com o objetivo de sensibilizar e motivar as populações do campo, da floresta, das águas e das cidades para a importância da utilização de práticas preventivas e integrativas de saúde.

Na quarta-feira (16), representantes do Conselho Federal de Psicologia participam da marcha em direção ao Congresso Nacional. A concentração será em frente ao Pavilhão do Parque da Cidade, com início da caminhada prevista para às 7h.

Para mais informações sobre a Marcha das Margaridas, acesse o site.

Dia Nacional dos Direitos Humanos

Iniciativa das mulheres do campo, da floresta e das águas que lutam por direitos, justiça e igualdade, a Marcha das Margaridas acontece tradicionalmente desde 2000 em Brasília (DF), centro das decisões políticas de âmbito nacional.

A mobilização marca uma homenagem à memória de Margarida Maria Alves, líder sindical brutalmente assassinada em 12 de agosto de 1983 no município de Alagoa Grande (PB). O caso chegou à Corte Interamericana de Direitos Humanos, tornando-se um marco na denúncia das violações sistemáticas dos direitos fundamentais, sobretudo, aquelas que vitimam as mulheres.

Para marcar a necessidade de enfrentar esses desafios, a Lei nº 12.641/2012 passou a reconhecer o 12 de agosto como o Dia Nacional dos Direitos Humanos, reforçando a necessidade de políticas de promoção e proteção desses direitos.

Avaliação de Práticas Psicológicas: CFP prorroga prazo de inscrições para pareceristas do SAPP

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) prorrogou até 28 de agosto as inscrições de pessoas interessadas em compor a equipe de pareceristas ad hoc do SAPP – Sistema de Avaliação de Práticas Psicológicas Aluízio Lopes de Brito.

Criado por meio da Resolução CFP nº 18/2022, o Sistema tem como objetivo avaliar se as práticas submetidas cumprem os princípios científicos e éticos da Psicologia brasileira, qualificando o exercício profissional desta ciência e profissão.

Podem participar psicólogas(os) com inscrição regular e ativa no Conselho Regional de Psicologia (CRP) com, pelo menos, dez anos de atuação comprovada na profissão, bem como pesquisadoras(es) graduadas(os) em Psicologia com título de doutorado comprovado em cursos reconhecidos pelo Ministério da Educação (MEC).

Serão selecionadas pessoas que possuam conhecimento sobre formação e atuação profissional em Psicologia e suas interfaces com outros campos profissionais; tenham trabalhos publicados qualificados ou experiência com os processos de trabalho escolhidos para atuar como pareceristas; possuam domínio de métodos e técnicas de investigação; e dominem as práticas em Psicologia.

As inscrições devem ser submetidas exclusivamente por formulário eletrônico. Acesse aqui o edital.

Como vai funcionar o SAPP

Por meio do novo Sistema, o CFP vai avaliar se as práticas submetidas têm relação com a ciência e ética psicológica e se poderão ser utilizadas por psicólogas(os) de todo o país.

A avaliação deve ser solicitada por grupos auto-organizados ou entidades que possuam personalidade jurídica e vinculação com a prática a ser avaliada. Durante o processo, é necessário que seja apresentado o embasamento teórico-metodológico-técnico em que a prática se baseia. Além disso, é fundamental apresentar o contexto, seus territórios e a população envolvida.

A partir da avaliação, as práticas são categorizadas como compatíveis com os princípios científicos e éticos do exercício profissional; incompatíveis; ou inconclusivas, ou seja, pendentes de estudos e pesquisas mais aprofundadas.

Todo esse processo de avaliação será feito por um grupo composto por representantes do CFP e especialistas convidadas(os), além de pareceristas ad hoc selecionadas(os) por meio de edital de chamada pública e a plenária do CFP.

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CFP realiza seminário para destacar relação das mulheres com os territórios sob a perspectiva da Psicologia

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) realiza na próxima segunda-feira (14) o seminário “Psicologia e território como direito humano: as vivências das mulheres do campo, florestas, águas e cidades”. O evento busca debater assuntos relacionados à questão urbana, ao direito à cidade e ao bem viver, visando ainda construir estratégias de enfrentamento ao racismo ambiental.

A atividade é iniciativa do GT Psicologia Ambiental, instituído pelo CFP em novembro de 2021 com a finalidade de ampliar o debate junto à categoria acerca de temas que impactam na relação pessoa-ambiente.

O diálogo abordará também os atravessamentos de classe, raça, gênero e demais marcadores sociais da diferença nas experiências urbanas de mulheres sob o olhar da Psicologia, bem como suas implicações para a formação e a atuação de psicólogas(os).

A atividade contará com a participação da vice-presidente do CFP, Ivani Oliveira, além das conselheiras federais Alessandra Almeida, Nita Tuxá e Obádèyi Carolina Saraiva. A programação reúne ainda as psicólogas Andreza Cristina da Costa Silva (coordenadora da Comissão de Direitos Humanos do CFP), Raquel Diniz (Universidade Federal do Rio Grande do Norte), Tatiana Minchoni (Universidade Federal de Santa Catarina), Juliana Gonçalvez, Zélia Amador de Deus, Braulina Baniwa (Articulação Nacional das Mulheres Indígenas Guerreiras da Ancestralidade – ANMIGA), Marina Dermann e Izabelly Guabiraba.

Todo o debate será transmitido ao vivo pelo YouTube do Conselho Federal de Psicologia a partir das 13h.

Psicologia e relações pessoa-ambiente

Embora seja um campo relativamente novo, a Psicologia Ambiental tem um enorme potencial para a atuação da categoria nos crescentes debates sobre a relação pessoa-ambiente.

Pensando nisso, foi criado o GT Psicologia Ambiental no âmbito do CFP. O coletivo conta com a participação de conselheiras federais e de representantes da Associação Brasileira de Psicologia Ambiental e Relações Pessoa-Ambiente e do Grupo de Trabalho Psicologia Ambiental da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-graduação em Psicologia (ANPEPP), além de especialistas na área.

Em 2022, o grupo lançou o Catálogo de Práticas em Psicologia Ambiental, obra que apresenta experiências acerca do desenvolvimento e efetivação de práticas afetas ao tema. Também compõem o material entrevistas, textos de profissionais das cinco regiões do Brasil e da América Latina, representando importante contribuição na área.

Confira a composição do GT Psicologia Ambiental do CFP

Ivani Oliveira
Vice-presidente do CFP

Alessandra Almeida
Conselheira do CFP

Nita Tuxá
Conselheira do CFP

Juliana Guimarães
Conselheira do CFP

Carolina Roseiro
Conselheira do CFP

Gustavo Martineli Massola
Coordenador do GT de Psicologia Ambiental da ANPEPP

Alessandra Sant’Anna Bianchi
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)

Ana Paula Soares da Silva
Universidade de São Paulo (USP)

Fernanda Gurgel
Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e integrante do GT de Psicologia Ambiental da ANPEPP

Raquel Diniz
Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e integrante do GT de Psicologia Ambiental da ANPEPP

Camila Bolzan
Presidente da Associação Brasileira de Psicologia Ambiental e Relações Pessoa-Ambiente e integrante do GT de Psicologia Ambiental da ANPEPP

Mário Henrique da Mata Martins
Vice-presidente da Associação Brasileira de Psicologia Ambiental e Relações Pessoa-Ambiente, integrante do GT de Psicologia Ambiental da ANPEPP e professor de Psicologia na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar)

Tadeu Mattos Farias
Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)