PL da Terceirização: nota da SBPOT

Nota SBPOT (1)A Associação Brasileira de Psicologia Organizacional (SBPOT) divulgou nesta quinta (09) nota pública sobre o Projeto de Lei 4330/04, que propõe a regulamentação dos contratos de prestação de serviços terceirizados. Leia o texto abaixo.

PL 4330 – Terceirização – Nota Pública

A terceirização de mão de obra é uma prática de gestão cuja utilização encontra-se largamente difundida tanto no setor público quanto no setor privado da economia. Na sua origem, ela se volta para a flexibilização da estrutura organizacional da empresa, fundamentada na ideia de que a organização precisa focar sua ação no seu negócio principal.

Desde o início de sua difusão, nos anos oitenta, a implantação dessa prática tem sido acompanhada por inúmeras controvérsias, especialmente em relação aos seus impactos, nem sempre positivos, sobre os trabalhadores, as equipes de trabalho e as próprias organizações. Estas questões têm sido estudadas e acompanhadas de perto pela área da Psicologia Organizacional e do Trabalho.

No Brasil, em particular, a utilização desta prática tem sido associada à uma busca por redução de custos a partir de uma clara precarização das condições de trabalho e das relações de emprego. Descumprimento da legislação trabalhista, falta de perspectivas de crescimento, falta de investimento em qualificação dos trabalhadores são apenas algumas das características que marcam o processo de terceirização, com inegáveis consequências sobre a saúde, bem estar e qualidade de vida dos trabalhadores e desempenho das organizações.

Não há dúvidas de que regulamentar a terceirização é uma necessidade. No entanto, o Projeto de Lei 4330 em votação no Congresso Nacional, à guisa de tal regulamentação, na realidade libera e amplia a terceirização para todas atividades organizacionais, constituindo uma perigosa abertura que pode aprofundar, ainda mais, a precarização do trabalho no país que ainda convive com imensos desafios de assegurar condições dignas para o trabalhador.

Assim, a SBPOT vem a público se manifestar, veementemente, de forma contrária à aprovação de tal projeto de lei, na forma como apresentado, ao tempo em que conclama em presas, sindicatos, governo e universidade a uma ampla discussão sobre os princípios da organização e melhoria das condições de trabalho.

Adriano de Lemos Alves Peixoto, presidente
Brasília, 09 de abril de 2015

 

 

 

 

 

 

 

Jornal O Tempo: maioridade penal no Brasil deve ser reduzida dos 18 para os 16 anos?

Confira aqui a versão em PDF

Resposta irracional

Assistimos, nos dias atuais, a processos crescentes de espetacularização da violência e judicialização das relações sociais. O debate sobre a redução da Maioridade Penal se insere nesse contexto: embora os movimentos em defesa dos Direitos Humanos de crianças e adolescentes tenham frutificado e alcançado importantes conquistas, como a promulgação do ECA, em 1990, estamos diante do trágico avanço da tramitação de uma lei polêmica, tão retrógrada quanto ineficaz.

Adolescentes que cometem atos infracionais perante a Justiça brasileira, hoje, recebem tratamento diferenciado quando comparados à população de adultos que cometem delitos, por serem considerados sujeitos em condição peculiar de desenvolvimento. Do ponto de vista da Psicologia enquanto ciência, a tese do ser humano em desenvolvimento observa a correlação entre as práticas parentais e a manifestação do comportamento antissocial. À medida que constatamos, entre os adolescentes em conflito com a lei, a ausência de práticas parentais positivas (aquelas em que o afeto e o acompanhamento dos pais estão presentes), sobretudo nas famílias em risco social, nos afastamos da ideia simplista da existência de sujeitos biologicamente predispostos a cometer delitos. Assim, a ciência comportamental aponta que a reversão do comportamento infrator envolve o investimento em práticas educativas que almejem a elevação da autoestima e a preparação das crianças e dos adolescentes para a vida profissional.

O clamor de parte da população pelo aprisionamento de infratores tem ocultado outra parte importante do debate, que é o da reinserção na sociedade quando de sua “liberdade”. Não faltam dados para comprovar o completo fracasso das instituições prisionais no Brasil, que terminam por estimular a identidade infratora e a ampliação do conhecimento de práticas criminosas. De outra parte, não há comprovação de que o rebaixamento da idade penal reduz os índices de criminalidade juvenil.

Nesse sentido, cabe exigir do Estado a efetiva implementação das medidas socioeducativas e o investimento em educação de qualidade, além de medidas que eliminem as desigualdades sociais. A delinquência juvenil é, portanto, um indicador de que o Estado, a sociedade e a família não têm cumprido adequadamente seu dever de assegurar, com absoluta prioridade, os direitos da criança e do adolescente.

Abrir as portas da prisão a jovens menores de 18 anos é fechar as portas não somente para o seu próprio desenvolvimento, mas também para o do país. Atacar o indivíduo, desconsiderando as causas da violência e da criminalidade, é a resposta irracional a um apelo da sociedade de caráter mais amplo por justiça social.

Mariza Monteiro Borges, Presidente do Conselho Federal de Psicologia (CFP); mestre em Psicologia.

CFP recebe 117 propostas de eventos para edital de auxílio financeiro

20150331-1-auxilio-financeiroO Conselho Federal de Psicologia (CFP) recebeu 117 propostas para o Edital CFP nº 001/2015, que concederá auxílio financeiro a eventos no âmbito da Psicologia. O prazo para o encaminhamento dos projetos terminou às 23 horas e 59 minutos de ontem (30) e a autarquia destinará o valor geral de R$ 71 mil para o apoio dos selecionados.

Das propostas recebidas, 80 concorrerão ao valor de R$ 36 mil (eventos até 3ª edição); 23 ao valor de R$ 20 mil (eventos entre 4ª e 6ª edição); e 14 propostas concorrerão ao valor máximo de R$ 15 mil (eventos acima da 6ª edição).

O edital, publicado em fevereiro no Diário Oficial da União, apoia a organização e a realização de eventos técnico e/ou científicos, por meio de auxílio financeiro na compra de passagem aérea e/ou hospedagem e/ou impressão de material gráfico. Os eventos podem ter âmbito regional, nacional ou internacional e deverão ocorrer entre o dia 1º de agosto a 31 de dezembro de 2015.

Os projetos devem visar, ainda, o desenvolvimento, a consolidação e a valorização da Psicologia, bem como da classe profissional das (os) psicólogas (os), evidenciando junto à sociedade a relevância dessa ciência e das atividades técnico-profissionais da respectiva categoria.

“É a primeira vez que o CFP lança um edital nesses termos e o resultado tem sido um sucesso. Os números nos mostram que a categoria está atenta às oportunidades e com sede de conhecimento”, destaca a conselheira Maria da Graça Corrêa Jacques. Ela informa que a pretende lançar outros editais para os próximos anos.

Além das 117 propostas enviadas, ao menos 107 psicólogos (as) se cadastraram no sistema, mas não chegaram a enviar propostas.

Conheça o edital.

Redução da maioridade penal: debate aponta mitos e verdades sobre o tema

DSC_0625Os mitos e verdades que rondam a proposta de redução da maioridade penal no Brasil foram debatidos ontem (31) por especialistas da Psicologia, do Direito Constitucional e representantes do Governo Federal e do Conselho Federal de Psicologia (CFP). No dia em que a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJC) aprovou a admissibilidade da PEC 171/93, os presentes elencaram alguns motivos pelos quais centenas de entidades da sociedade civil se posicionam contrariamente à redução da maioridade de 18 para 16 anos.

No debate, realizado em Brasília e acompanhado por mais de mil internautas, os convidados confrontaram dados e informações que têm sido difundidos pela grande mídia, por defensores da redução da maioridade e por parlamentares no Congresso Nacional, e destacaram que as instituições deveriam seguir pelo caminho oposto, o da proteção integral dos direitos desta população.

Dentre os argumentos dos defensores da redução apresentados no debate, está o de que o crescimento da violência seria proporcional ao aumento dos crimes cometidos por jovens, e a medida da redução sanaria a incapacidade do Estado em responsabilizar penalmente os menores. “Isto não confere com dados: o percentual mínimo de crimes, violentos ou não, cometidos por crianças e adolescentes, são de menos de dois dígitos. Este argumento, por si só, não justificaria a redução da maioridade penal. É injustificável e inaceitável”, disse o psicólogo Rodrigo Tôrres, membro do coletivo ampliado do CFP. A Fundação Abrinq, por meio de nota técnica, mostra que a população de adolescentes restritos e privados de liberdade representa 3,8% do total de presos no país. Em 2011, 38,1% dos atos infracionais cometidos por adolescentes privados de liberdade referiam-se a roubos, seguido pelo tráfico de drogas (26,6%). Os atos infracionais que atentam contra a vida representam 11,4%, somando-se a esse total os casos de tentativa de homicídio.

José Luís Quadros de Magalhães, professor de Direito Constitucional da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), destacou que a tendência de criminalização na qual a sociedade se esgueira somente aumentará a necessidade da presença de fiscalização do Estado, que, segundo ele, já se mostra incapaz de atender as demandas criminais e prisionais. “A redução da maioridade penal representa uma irresponsabilidade, mesmo dentro do pensamento conservador. Os presídios estão superlotados e a redução da maioridade significará aumentar essa fila. Mesmo na lógica conservadora, isto é uma irresponsabilidade”, disse, lembrando, ainda, que a polícia consegue resolver 7% dos casos criminais no país.

DSC_0586Ele destacou que as sociedades atuais apostam no controle sobre o comportamento das pessoas e que a Ética está perdendo espaço para o Direito Penal. “Estamos apostando em uma sociedade de controle, como século 19 – com a Reforma Urbana de Paris, com o aumento do Direito Penal. Não há nada de novo nesses discursos que são colocados como novos. É o velho que já não funcionou que vem vestido de novo. O aumento de controle não significa que as pessoas irão parar de cometer atos ilícitos, não evitará as tentativas”, defendeu Magalhães.

A não identificação das razões da violência, para os debatedores, não descontrói os fatos geradores de insatisfação, que continuarão incitando mais violência. Os debatedores destacaram a importância do aprofundamento e da ampliação das discussões acerca das causas dos problemas da violência no país e criticaram o papel exercido pelos parlamentares brasileiros e pela mídia neste sentido. “O Congresso está nos levando, talvez de maneira irresponsável, mas nem tão intencional, ao caos. Essas teses conservadoras nos levarão ao caos”, disse Magalhães. “O que estamos vendo é que o Congresso não envolve a população na discussão, e nós temos meios de comunicação extremamente concentrados. Assim, a gente nem sequer atenta para as violências que são permanentes, como as violências nas relações sociais, econômicas e simbólicas, como o machismo, no racismo”, destacou. “Para o CFP, atacar o indivíduo, desconsiderando as causas da violência e da criminalidade, é a resposta irracional ao apelo da sociedade”, afirmou a presidente do CFP, Mariza Borges.

Para a Secretária Nacional de Promoção dos Direitos da Criança e do Adolescente da Secretaria de Direitos Humanos (SDH) da Presidência da República, Angélica Moura Goulart, as estatísticas deveriam ser balizadoras da discussão. “Temos um conjunto de argumentos, dados e, se nos debruçarmos sobre eles, vamos concluir que não podemos admitir esse retrocesso. Um país ético não abandona seus filhos”. Ela lembra que destacou que a população de adolescentes entre 12 a 20 é de cerca de 30 milhões de pessoas (IBGE). “A letalidade que atinge nossa juventude deveria ser o tema de debate do nosso Congresso Nacional. A verdade é que os nossos jovens estão morrendo em numero muito maior do que de fato estão cometendo atos contra a vida. Há de haver um equilíbrio nesta discussão”. Ela lembrou, ainda, que a juventude morta hoje no país é negra, mora em periferia e tem baixa escolaridade. “Dentro deste contexto de clamor social, são os nossos adolescentes que vão, ao final de tudo, pagar essa conta”, declarou.

A psicóloga Maria José Gontijo Salum reforçou o posicionamento de Goulart: “A gente sabe que a trajetória da grande maioria dos adolescentes em conflito com a lei tem o mesmo percurso. Eles estão na mesma condição: têm famílias em condição de vulnerabilidade e exclusão e evasão da escola na adolescência. Em muitos casos, encontrar um educador no cumprimento da medida permitiu ao adolescente voltar ao caminho e se interessar pelos estudos, por um curso profissionalizante, refazer vínculos. Não é fácil, mas é preciso apostar”. Ela destacou, ainda, o papel da família na educação e na transmissão de valores, ideais, identificações e afeto, e defendeu o atual sistema de responsabilização dos adolescentes que cometem delitos, respaldado pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). “Deve-se saber que inimputabilidade não é o mesmo de impunidade”.

A Psicologia e a defesa das crianças e adolescentes

DSC_0631A presidente do CFP, Mariza Borges, reforçou o posicionamento da autarquia contrário à redução da maioridade penal, baseado nas decisões históricas dos profissionais da área, há anos, nos congressos estaduais, regionais e nacional. “Há anos o CFP tem se pronunciado contra a redução da maioridade penal, com base em argumentos fortes, em cima de produção científica, na observação da experiência de outros países, além da própria experiência dos (as) profissionais psicólogos (as) que trabalham na ponta. Não podemos pensar que a redução será a solução para a criminalidade. Isto seria uma falsa causa”, disse. Ela também convocou toda a categoria a debater e aprofundar as discussões sobre o tema. “Temos defendido esta posição em todas as instâncias nas quais temos representação. Agora é a hora de falar mais sobre isso, pois o mérito está sendo discutido”.

Participaram do debate Angélica Moura Goulart, Secretária Nacional de Promoção dos Direitos da Criança e do Adolescente da Secretaria de Direitos Humanos (SDH) da Presidência da República, Mariza Borges, presidente do CFP, e os membros da Comissão de Psicologia Jurídica do CFP, Rodrigo Tôrres e Maria José Gontijo Salum, além de José Luís Quadros de Magalhães, professor de Direito Constitucional da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG).

As perguntas realizadas durante o evento serão respondidas nos próximos dias.

Assista ao vídeo completo: “Mitos e Verdades sobre a Redução da Maioridade Penal”

 

 

Universidade de Barcelona lança seleção de artigos sobre identidade de gênero

20150330-1-selecao-de-artigos (2)O jornal internacional de Psicologia “Quaderns de Psicologia”, produzido pela Universidade Autônoma de Barcelona, lançou chamada para artigos a serem publicados no projeto “Psicologia e identidades de gênero: além das fronteiras biopolíticas”. O prazo limite para o envio de texto completo é dia 30 de abril.

A publicação aceitará contribuições acerca das linhas temáticas: processos identitários e corporalidades transgênero no mundo contemporâneo; análises dos processos de patologização, dos protocolos clínicos e as práticas biomédicas e psicológicas em torno das experiências/identidades trans; análises da transfobia e das violências institucionais, científicas e sociais; análises de políticas públicas, acesso aos direitos e a justiça social nos diversos âmbitos sociais (educativo, laboral, saúde, entre outros); ferramentas teóricas e metodológicas críticas no âmbito da Psicologia para o estudo das práticas e identidades sexo-genéricas não normativas; trajetórias e abordagens dos movimentos sociais e coletivos ativistas trans; e aproximações pós-coloniais das experiências/identidades trans.

Além de Antar Martínez, professor da Universidade de Colima (México), a seleção contará com a edição de Marco Aurélio Prado, psicólogo, professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e integrante da comissão de Direitos Humanos do Conselho Federal de Psicologia (CFP).

O jornal é publicado em versão impressa e eletrônica, preferencialmente nos idiomas castelhano, catalão e inglês. No entanto, a publicação também aceita originais em português, francês e italiano. Todo o conteúdo é publicado sob a licença Creative Commons Attribution -Share Alike -NonCommercial.

Leia a chamada da seleção de artigos e obtenha todas as informações

Comissão de Direitos Humanos do CFP promove encontro com Regionais

DSC_03131A Comissão dos Direitos Humanos (CDH) do Conselho Federal de Psicologia (CFP) promoveu, na última sexta (20), reunião com representantes dos Conselhos Regionais de Psicologia (CFPs) para o planejamento nacional acerca das temáticas relacionadas aos Direitos Humanos. Baseados nos eixos de atuação da CDH/CFP, os presentes debateram e definiram as metas e ações para o Sistema Conselhos de Psicologia.

Durante o ano, serão realizados debates online e cursos de formação à distância, que abordarão em profundidade os quatro eixos da Comissão, a saber: o ‘Enfrentamento da Violência de Estado e da Tortura’; o ‘Enfrentamento das violências associados ao racismo e a preconceitos étnicos’; ‘Direitos e enfrentamento às violências de gênero e sexuais’ e ‘Direitos e assistência aos usuários de drogas e suas famílias’. Os assuntos serão tratados de forma a respeitar a transversalidade e intersetorialidade dos Direitos Humanos.

“O encontro foi muito importante, pois apresentamos e validamos os eixos de atuação da Comissão e também aproveitamos para apresentar os integrantes da instância, que foram escolhidos por critérios de regionalidade e também por experiência nas respectivas áreas”, explica a coordenadora da Comissão e representante do CFP no Conselho Nacional dos Direitos Humanos (CNDH), Vera Paiva. Ela destaca que toda a atividade do CFP e, em especial, as da Comissão, é baseada nos Direitos Humanos: “Na CDH vamos atuar nas áreas mais cinzentas, menos consensuais do ponto de vista da Psicologia e que não estão contempladas, por exemplo, na formação dos psicólogos nas universidades, e que demandam maior esforço de formulação”, explica, dando o exemplo da falta de formação e teorias da Psicologia sobre os temas da diversidade sexual, racismo e tortura.

DSC_0325Dentre as atividades previstas pelo grupo, está o ciclo de debates online “Psicologia & Direitos Humanos”, que abordará durante todo o ano temas como o genocídio da juventude negra, alternativas antiproibicionistas, terror e violência de Estado, dentre outros.

O grupo, que contou com a presença de representantes de 19 CRPs, acatou também a
proposta da CDH da realização de cursos de formação à distância por meio da nova plataforma de comunicação OrientaPsi, que será lançada pela autarquia. “A proposta é utilizar de casos específicos reais para a produção de reflexão e a orientação no quadro dos Direitos Humanos. Serão abordadas as possibilidades e entraves na atuação do psicólogo em cada um dos temas prioritários da CDH”, afirma a representante do CFP. Além disso, os representantes acordaram que os módulos dos cursos terão como meta a disseminação de conceitos, contextualização histórica de cada um dos eixos no Brasil e fora dele, além de apontar um panorama de dados estatísticos e das políticas públicas relacionadas.

Os representantes dos CRPs se mostraram de acordo com a orientação nacional sobre os eixos temáticos, com a liberdade das escolhas regionais por temas e formas de articulação e trabalho. “Os eixos nos unificarão nacionalmente, são centrais, mas não quer dizer que os CRPs não poderão trabalhar outros temas ou contribuir com estes de maneiras diversificadas, pois cada região tem as suas especificidades e necessidades”, concluiu Vera Paiva.

A CDH apresentou na reunião, ainda, aos representantes do CRPs, as ações e DSC_03211articulações realizadas pela autarquia junto ao Congresso Nacional, comissões, conselhos e instâncias federais, estaduais e municipais e da sociedade – como o Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda), o Conselho Nacional de Promoção da Igualdade (CNPIR), o Comitê Nacional de Prevenção e Combate à Tortura (CNPCT) e o próprio Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH). Dentre as ações previstas para o ano estão, ainda, a mobilização para Marcha das Mulheres Negras (novembro); o monitoramento e visibilidade da Resolução 18/2002, que estabelece normas de atuação para os psicólogos em relação ao preconceito e à discriminação racial; a luta pelos direitos e assistência aos usuários de drogas e suas famílias; a divulgação dos espaços de denúncia de violação de direitos; alternativas ao paradigma proibicionista; alternativas ao encarceramento e à internação compulsória, dentre outros.

Além de Vera Paiva, a CDH/CFP estava representada na reunião pelos integrantes Bárbara de Souza Conte, Marco Aurélio Máximo Prado, Valter da Mata, Vladimir Stempliuk, Rebeca Bussinger, Vera Vital Brasil e Marcos Garcia.

Participaram do encontro os representantes dos Regionais Carolina Maria Fernandes (CRP 01), Tatiana Ranzani Maurano (CRP 02), Ana Lucena de Sá (CRP 03), Joanna Ângelo Ladeira (CRP 04), Janne Calhau Mourão (CRP 05), Aristeu Bertelli da Silva (CRP 06), Caroline Martini Kraid Pereira (CRP 07), Cléia O. Cunha (CRP 08), Mayk Diego (CRP 09), Jureuda Guerra e Larissa Mendy (CRP 10), Yara Hornke (CRP 12), Simone Grisolia Monteiro (CRP 14), Maurício Luiz Marinho de Melo (CRP 15), Juliana Gomes de Figueiredo (CRP 16), Daniela Bezerra Rodrigues (CRP 17), Marisa Helena Alves (CRP 18), Fernando Antônio Nascimento da Silva (CRP 19), Natália de Souza Silva (CRP 21) e Simone de Miranda Rodrigues (CRP 22).

CFP promove debate sobre redução da maioridade penal

debate-online-maioridade-penalO Conselho Federal de Psicologia (CFP) promove, no dia 31 de março, o debate online “Mitos e Verdades sobre a Redução da Maioridade Penal”, com a presença da ministra da Secretaria dos Direitos Humanos da Presidência da República, Ideli Salvatti.

O evento contará, ainda, com a participação da presidente Mariza Borges e dos psicólogos (as) Rodrigo Tôrres e Maria José Gontijo Salum, membros da Comissão de Psicologia Jurídica do CFP, além de José Luís Quadros de Magalhães, professor de Direito Constitucional da UFMG e da PUC Minas Gerais.

O debate será transmitido ao vivo, no site do CFP, e terá início às 19h. Você poderá participar enviando suas perguntas e opiniões para o e-mail eventos@cfp.org.br ou interagindo com o Conselho por meio das redes sociais.

Não perca!

A defesa da criança e do adolescente e a promoção da igualdade racial

hedioseminario (1)

Foto: Diego Balbino

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) participou, nesta sexta (20), do “1º Seminário Regional Direitos da Criança e do Adolescente e a Promoção da Igualdade Racial”, realizado pelo Centro de Estudos das Relações de Trabalho e das Desigualdades (CEERT). Cerca de 200 pessoas participaram do evento, entre elas conselheiros tutelares, assistentes sociais, educadores, psicólogos e operadores do direito.  O CFP foi representado na mesa de abertura pela presidente Mariza Borges.

O objetivo do seminário foi evidenciar como o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) deve ser usado como instrumento para o enfrentamento da discriminação racial na infância e adolescência e para a adoção de políticas igualitárias. Nesse contexto, expositores chamaram a atenção para o fato de o racismo ser uma forma grave de maus tratos.

“Os conselhos tutelares, psicólogos e pedagogos presentes apontaram, de maneira geral, os problemas da discriminação racial como um fator de sofrimento da criança e adolescente. Especialmente, foi interessante  a discussão que demonstrou que, apesar de todos os critérios de proteção do ECA, de maneira geral, há um patente diferencial no tratamento e oportunidade, resultado da discriminação racial”, destaca Borges.

Na ocasião, a presidente destacou a urgência de ação da sociedade contra a proposta de emenda constitucional  que que determina a redução da maioridade penal de 18 para 16 anos no país,  a PEC 171/93 e 38 apensadas. “É um retrocesso. Quando se pensa nos ganhos que já se teve, esses adolescentes ficarão de fora da proteção do Estatuto”, explica.

O objetivo do seminário foi, ainda, o de obter informações para subsidiar o conselho tutelar em sua atuação no que tange à prevenção e providências necessárias em casos de racismo na infância e adolescência que se constitui como uma grave forma de maus tratos. Outro tema importante refere-se ao papel do conselheiro tutelar nos casos de adoção e como seria possível minimizar a rejeição às crianças negras.

Além de Borges, participaram da abertura Hédio Silva Jr., diretor Executivo do CEERT e coordenador do projeto; Antonio Carlos Malheiros, desembargador do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo; Daniel Teixeira, advogado do CEERT e também coordenador do projeto; Giovanni Harvey, secretário executivo da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir); Maria Bernadete Martins de Azevedo Figueiroa, procuradora de Justiça – Ministério Público de Pernambuco (MPPE); Silvio Kaloustian, coordenador para os estados de São Paulo e Minas Gerais, Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF); Rui Martins Conselheiro Estadual da Ordem dos Advogados do Brasil de São Paulo (OAB/SP). Antonio da Silva Pinto, Secretário da Secretaria Municipal de Promoção da Igualdade Racial (SMPIR), Solange Agda, Vice-presidente do Conselho Municipal da Criança e do Adolescente de São Paulo; Silvia Souza, representante da Associação dos Conselheiros e ex-Conselheiros Tutelares do Estado de São Paulo (ACTESP); Márcia Chagas, gestora de projetos da Petrobras; Denise Maria Cesario, gerente – Fundação Abrinq (Rede Nossas Crianças) e Antonio Jorge dos Santos, representante do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda).

ASCOM CFP com informações do CEERT

 

CCJC adia votação da PEC da redução da maioridade penal

Foto: Lúcio Bernardo Jr/Câmara dos Deputados

A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC) não analisou a admissibilidade da proposta (PEC 171/93 e 38 apensadas) que reduz a maioridade penal de 18 para 16 anos nesta terça (17), o texto não chegou a ser votado na ordem do dia do plenário. Deputados pediram vista conjunta à matéria após o deputado Luiz Couto (PT-PB) ler seu relatório ao projeto e a pauta deverá entrar em debate novamente apenas na próxima semana.

Os deputados Esperidião Amin (PP-SC) e Maria do Rosário (PT-RS) chegaram a apresentar um requerimento para ouvir dois constitucionalistas, um contra e outro a favor da constitucionalidade da proposta.  A vista conjunta foi realizada pelos deputados Adail Carneiro (PHS-CE), Alessandro Molon (PT/RJ), Arnaldo Faria de Sá (PTB/SP), Capitão Augusto (PR-SP), Efraim Filho (DEM/PB), Esperidião Amin (PP/SC) , Fausto Pinato (PRB-SP), Giovani Cherini (PDT/RS), Ivan Valente (PSOL-SP), Laerte Bessa (PR/DF), Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), Sergio Zveiter (PSD/RJ) e Tadeu Alencar (PSB-PE). O requerimento do Deputado Décio Lima (PT-SC) que pedia a retirada de pauta da PEC foi rejeitado por 37 votos a 19.

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) encaminhou hoje à CCJC ofício em que reafirma seu posicionamento contrário à redução da maioridade penal. De acordo com o documento, o Sistema Conselhos atua contra a redução da maioridade penal e tem defendido esse posicionamento por meio de publicações, audiências públicas e suas representações junto ao Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda), Fórum Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (FNDCA) e à Rede Nacional da Primeira Infância e, ainda, junto à sociedade brasileira.

Para o CFP, a redução da maioridade não irá reduzir a violência nem suas causas e apenas irá desviar a atenção do problema real, que só poderá ser sanado por meio de políticas sociais efetivas. As contribuições da profissão na construção do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e do Sistema Nacional Socioeducativo (SINASE) refletem a compreensão de que crianças e adolescentes são sujeitos de direitos em desenvolvimento. Portanto, por estarem em um período de transformações, as soluções devem ser pensadas em uma perspectiva educativa – do ponto de vista emocional e social.

Membro do Coletivo Ampliado e coordenador  da Comissão de Psicologia Jurídica do CFP, o psicólogo Rodrigo Tôrres destaca que a autarquia tem atuado e se articulado a partir do Conanda , instância nacional que tem posição coletiva contraria à redução.  De acordo com o representante,  não se resolve a questão ou o problema, atacando o indivíduo, colocado como sintoma social, desconsiderando as causas da violência e da criminalidade e, sobretudo o envolvimento de adolescentes com atos infracionais desta natureza.

“A discussão sobre a redução da maioridade penal vem sempre como uma resposta irracional a um apelo da sociedade, constantemente traduzido pela grande mídia como sendo uma demanda pela redução da maioridade penal, mas na verdade o apelo é mais complexo, tocando aquilo que podemos definir como um apelo ou demanda por justiça social”, detalha.

Sobre a atuação do CPF, o representante explica que, a partir das articulações realizadas no Conanda, o CFP tem mobilizado parlamentares para a defesa e proteção dos adolescentes. “A comissão é um espaço público coletivo em que os psicólogos (as) têm atuado e agora vamos convocar os Conselhos para se juntar à mobilização”.

No final de março, dia 31, a autarquia realizará o debate online “Mitos e Verdades sobre a Redução da Maioridade Penal”, com a presença da ministra da Secretaria dos Direitos Humanos da Presidência da República, Ideli Salvatti. O evento contará, ainda, com a participação da presidente Mariza Borges e dos psicólogos (as) Rodrigo Tôrres e a Maria José Gontijo Salum, também membro da Comissão de Psicologia Jurídica do CFP, e também José Luís Quadros de Magalhães, professor de Direito Constitucional da UFMG e da PUC Minas Gerais.

ECA 

Neste ano o CFP realizará campanha de visibilidade aos 25 anos do Estatuto da Criança e o do Adolescente na perspectiva de que crianças e adolescentes são, antes, sujeitos de direitos e vítimas da violência, do que algozes.

ASCOM/CFP com informações da Câmara dos Deputados

MPDFT realiza o seminário “Limites do Sigilo Profissional em Casos de Violência Doméstica contra a Mulher”

20150317-1-sigilo-violencia-contra-mulherNeste mês em que se comemora o Dia da Mulher, o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) realizará, em Brasília, o seminário “Limites do Sigilo Profissional em Casos de Violência Doméstica contra a Mulher”. O evento acontece no dia 23 e contará com a participação de Valeska Zanello, representante do Conselho Federal de Psicologia no Conselho Nacional dos Direitos da Mulher (CNDM).

O seminário contará com palestras e mesas redondas acerca das questões ético-jurídicas do contexto, confidencialidade, sigilo e notificação compulsória.A abertura do evento terá a participação do Promotor de Justiça e Coordenador dos Núcleos de Direitos Humanos do MPDFT, Thiago André Pierobom de Ávila, e as palestras terão a presença de pesquisadores, professores e representantes dos conselhos federais de Psicologia, Medicina, Enfermagem e do Regional de Serviço Social. Veja a programação completa aqui.

As inscrições, gratuitas, podem ser realizadas até o dia 18 de março, no site do MPDFT.

Seminário “Limites do Sigilo Profissional em Casos de Violência Doméstica contra a Mulher”
Data: 23/3/2015
Horário: 8h30 às 12h
Local: Auditório do MPDFT – Eixo Monumental, Praça do Buriti, Lote 2, Sede do MPDFT
Inscrições até 18/3/2015.
Visualize a programação.
Clique para se inscrever.
Mais informações.