Psicologia brasileira debate crises globais e impactos locais, tema do 7º CBP

Teve início na quarta-feira (19), na Universidade de Brasília (UnB), a 7ª edição do Congresso Brasileiro Psicologia: Ciência e Profissão (CBP). Realizado pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP) em parceria com o Fórum de Entidades Nacionais da Psicologia Brasileira (FENPB), o encontro reúne profissionais, estudantes e entidades da área para debater os desafios contemporâneos da ciência e da profissão. 

A cerimônia de abertura, transmitida ao vivo pelo canal oficial do CFP no YouTube, marcou o início de uma programação que se estende até sábado (22), com conferências, simpósios, mesas-redondas, minicursos, oficinas, rodas de conversa, comunicações orais e pôsteres. O CFP integra mais de 80 dessas atividades.

A solenidade contou com a conferência magna “Bem-Viver no caos”, conduzida por Débora Noal, que abordou a relação entre o fazer da Psicologia e a vida em um mundo de eventos extremos.

A presidenta do CFP, Alessandra Almeida, destacou que o 7º CBP é um dos mais importantes espaços de reafirmação do projeto ético-político da Psicologia no Brasil. “Este Congresso é um convite: que futuro queremos construir para a Psicologia brasileira e para o país que desejamos?”, pontou.

Alessandra Almeida ressaltou a necessidade de enfrentar os impactos das crises climáticas e socioambientais sobre a saúde mental e de fortalecer o diálogo com movimentos sociais, reafirmando o compromisso da categoria com a democracia, a dignidade humana e os direitos. 

A conselheira do CFP e presidenta da comissão organizadora do 7º CBP, Juliana Guimarães, enfatizou o caráter inclusivo do encontro, destacando a diversidade regional e internacional presente. “Receber participantes das cinco regiões do Brasil e de outros países da América Latina e da Europa nos enche de orgulho e reafirma o caráter plural, democrático e inclusivo deste encontro”, disse. 

Juliana Guimarães também ressaltou o papel das entidades, equipes técnicas e pessoas voluntárias na construção da sétima edição, além dos avanços em acessibilidade, como tradução em Libras, espaço família e ponto de cuidado, reafirmando o compromisso do Congresso com a inclusão. “Queremos que cada pessoa, seja estudante, docente ou profissional, se sinta acolhida e representada, porque a Psicologia só tem sentido quando é para todas as pessoas”, acrescentou. 

Representando o Fórum de Entidades Nacionais da Psicologia Brasileira (FENPB), o conselheiro do CFP Antônio Virgílio Bastos destacou a importância da pluralidade e da ação conjunta das entidades. “O CBP materializa o esforço de uma Psicologia ética, crítica e socialmente referenciada, capaz de responder às complexas demandas da sociedade contemporânea”, afirmou. 

Resistência e transformação 

A mesa de abertura também ressaltou que o 7º CBP coincide com o Dia da Consciência Negra, 20 de novembro, reforçando a conexão entre ciência, cultura e justiça social. O evento dialoga com debates globais, como os da COP30 em Belém/PA, que destacam o protagonismo das comunidades tradicionais na luta contra a crise climática.

CFP realiza I Encontro de Ouvidorias do Sistema Conselhos de Psicologia

Para aprimorar o atendimento, facilitar a troca de informações e incentivar boas práticas entre as ouvidorias do Sistema Conselhos de Psicologia, foi realizado na sexta-feira (20), na sede do Conselho Federal de Psicologia (CFP), em Brasília/DF, o 1º Encontro de Ouvidorias do Sistema Conselhos de Psicologia.

Na atividade, foram apresentados canais de atendimento utilizados no Sistema Conselhos para atendimento na ouvidoria – incluindo formulários do Sistema Eletrônico de Informações (SEI), e-mail, telefone, entre outros.

 O conselheiro do CFP responsável pela Ouvidoria na Autarquia, Roberto Chateubriand, destacou a importância do encontro para a troca de experiências entre as ouvidorias e para o fortalecimento da democracia no Sistema Conselhos.

Para Chateubriand, é fundamental que a categoria e a sociedade compreendam o papel das ouvidorias enquanto um espaço importante no aprimoramento de práticas. “As ouvidorias não são a solução para todos os problemas, mas elas indicam caminhos de participação. É importante que elas possam servir de modelo para a nossa atuação”, reforçou.

A supervisora da Ouvidoria do CFP, Ana Clara de Medeiros, ressaltou o papel estratégico e democrático das ouvidorias para a prestação de serviços de qualidade. “As ouvidorias revelam o que podemos melhorar no nosso órgão, no nosso trabalho. Fortalecer cada vez mais esses espaços é muito importante”, ressaltou.

Os participantes do I Encontro também dialogaram sobre como será a formação do Grupo de Padronização de Atendimento entre as ouvidorias, previsto na Resolução CFP nº 22/2022.

Diante das especificidades estaduais e dos desafios de cada Regional, Roberto Chateubriand explicou que um Grupo de Padronização de Atendimento entre as ouvidorias, com vistas a discutir uma lógica interna do Sistema Conselhos de Psicologia, pode criar condições para que a categoria passe a entender o potencial dos processos de escuta articulados na entrega de respostas resolutivas e efetivas para as questões que são trazidas nas esferas regionais e federal.

O encontro ainda trouxe questões como organização de relatórios, pesquisa de satisfação, Portal da Transparência/Carta de Serviços, sistema de denúncias e Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).

 

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O que diz a Resolução CFP 12/2022?

A Resolução CFP nº 12/2022 instituiu oficialmente as ouvidorias no âmbito do Conselho Federal e dos Conselhos Regionais de Psicologia. A proposta foi aprovada na Assembleia das Políticas da Administração e das Finanças (APAF), realizada em abril de 2022.

A normativa deu um prazo de 180 dias, a partir de sua publicação, para os CRP instituírem e implementarem o setor ou o canal de ouvidoria. Este meio de comunicação pode ser feito por endereço de e-mail, formulário eletrônico e/ou número de telefone exclusivo para receber as demandas de ouvidoria, e deverá estar visível no site do órgão.

A ouvidoria tem como finalidade estimular a participação e a conscientização da categoria e da sociedade sobre o direito de receber serviços de Psicologia de qualidade. É o canal responsável por acolher, examinar e encaminhar as demandas referentes a procedimentos e ações de conselheiras e conselheiros, corpo funcional e colaboradores do Sistema Conselhos de Psicologia.

A Ouvidoria recebe manifestações de pedido de acesso à informação; denúncias; elogios e agradecimentos; críticas e reclamações; pedido de simplificação; sugestões e solicitação de providências.

A ouvidoria não substitui os canais habituais de recebimento de denúncias, já especificados no Código de Processamento Disciplinar (CPD) ou em outras normativas do CFP.

Dúvidas acerca de denúncias relacionadas à atuação profissional de psicólogas e psicólogos, por exemplo, contam com um canal de recebimento específico. Para esse tipo de orientação, o demandante deve entrar em contato com a Comissão de Orientação e Fiscalização (COF) nos Conselhos Regionais de Psicologia (CRP). 

Saiba mais:

Conheça a Resolução CFP 12/2022 que institui as ouvidorias no Sistema Conselhos de Psicologia