CFP participa de congresso da Sociedade Interamericana de Psicologia e destaca experiência brasileira

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) participou, entre os dias 25 e 28 de junho, do IX Congresso Regional da Sociedade Interamericana de Psicologia, realizado em Arequipa, Peru.

O encontro buscou promover espaços de troca de conhecimento científico e de reflexão da prática psicológica, reunindo representantes da América do Sul, América Central, América do Norte, Caribe e de diversos outros países.

Pedro Paulo Bicalho, presidente do CFP, e o conselheiro Jefferson Bernardes representaram o Conselho Federal no evento, fortalecendo a agenda de internacionalização da Psicologia brasileira.

Durante o encontro, a incidência da Psicologia praticada no Brasil sobre as políticas públicas de Estado ganhou destaque entre as(os) participantes, evidenciando o protagonismo dessa ciência e profissão na luta por direitos e na defesa do cuidado em saúde mental livre de todas as formas de violências, estigmas e opressão.

O disciplinamento ético da Psicologia brasileira foi outro ponto evidenciado durante os debates, ressaltando que diante de um contexto tão diverso e plural quanto o brasileiro, faz-se necessária uma estrutura robusta de orientação e fiscalização no âmbito dos Conselhos Regionais (CRPs).

Como parte da programação oficial, uma reunião com representantes dos colégios de Psicologia de países da América Latina e Caribe teve como objetivo iniciar a formação de uma rede e elaborar estratégias articuladas, com diversas entidades, no sentido de fortalecer a colaboração entre os países diante de temas como formação continuada, políticas públicas, tecnologia, regulação da prática profissional e atuação em contexto de emergências e desastres.

Na avaliação de Pedro Paulo Bicalho, o IX Congresso Regional significou valioso momento de compreensão sobre como a Psicologia brasileira se insere no contexto global. “O diálogo com outras nações nos mostra que sempre é possível avançar em soluções para os problemas que enfrentamos em nosso país. Mas também aponta que, em muitos aspectos, podemos contribuir de forma colaborativa para o fortalecimento da Psicologia em outras regiões do mundo a partir da diversidade e da experiência brasileira”, ressaltou o presidente do CFP.

Para o conselheiro Jefferson Bernardes, o intercâmbio de práticas e saberes possibilitou a aproximação dos países em relação aos desafios comuns, demarcando o compromisso coletivo na superação dos entraves que se colocam no cenário internacional. ” Fortalecemos laços importantes nesse encontro e muitas formas possíveis de cooperação terão andamento”, destacou.

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CFP lança nota técnica para orientar a atuação da Psicologia no campo do trabalho e das organizações

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) lançou nesta quarta-feira (17)  a Nota Técnica CFP nº 18/2024, documento que apresenta orientações para o exercício profissional no campo da  Psicologia do Trabalho e das Organizações (POT).

O conteúdo foi divulgado durante a programação oficial do XI Congresso Brasileiro de Psicologia Organizacional e do Trabalho (CBPOT), que reuniu no Rio de Janeiro especialistas na área para dialogar sobre o tema “Futuro sustentável do trabalho: decente, digno e com igualdade”.

Elaborada pelo GT Trabalho, Gestão e Saúde Psicossocial, a nota apresenta diretrizes atualizadas para a prática profissional na POT, com destaque para a questão ética, responsabilidade e atuação multidisciplinar, além de tratar da formação e afiliação ao Sistema Conselhos de Psicologia – composto pelo CFP e todos os 24 Conselhos Regionais (CRPs).

O documento foi elaborado com base na Classificação Brasileira de Ocupações, do Ministério do Trabalho, que descreve as atribuições profissionais da Psicologia no Brasil (CBO 2515-40), e na publicação “Competências para a Atuação em Psicologia Organizacional e do Trabalho: um referencial para a formação e qualificação profissional no Brasil”, elaborada pela Associação Brasileira de Psicologia Organizacional e do Trabalho (SBPOT).

Para o conselheiro do CFP e coordenador do GT, Virgílio Bastos, essa orientação é necessária pelo fato da Psicologia do Trabalho e das Organizações apresentar  interfaces com outras subáreas da Psicologia e amplas áreas profissionais e de conhecimento. “Um dos grandes desafios do CFP era estabelecer uma norma que demarcasse o campo de atuação da Psicologia Organizacional e do Trabalho. Agora, temos uma base consolidada, referência em orientação nessa área em nível nacional”, comemora o conselheiro.

Histórico da atuação do CFP

A subárea de Psicologia do Trabalho e das Organizações (POT), também conhecida como Psicologia Organizacional e do Trabalho, é uma das 13 especialidades profissionais reconhecidas pelo CFP desde 2000. Ela tem suas origens profundamente enraizadas na história da profissão no Brasil.

A atuação em POT no país é regulamentada e orientada por diversas normativas, que incluem a Lei nº 4.119/62, o Código de Ética Profissional do Psicólogo e a Resolução CFP nº 23/2022. Essas normativas estabelecem as bases legais e éticas para a prática profissional, garantindo que as intervenções sejam conduzidas de maneira responsável e com o objetivo de promover a saúde e qualidade de vida das(os) trabalhadoras(es).

Em 2023, o GT Trabalho, Gestão e Saúde Psicossocial do CFP foi criado com o intuito de fomentar o debate e a construção de orientações que subsidiem a produção de documentos sobre Psicologia Organizacional e do Trabalho. Esse grupo também tem como finalidade assessorar o plenário do CFP em assuntos relacionados à temática.

No mesmo ano, o CFP atualizou a normativa que regulamenta o exercício profissional na avaliação de riscos psicossociais relacionados ao trabalho. A nova Resolução CFP nº 14/2023 destaca o alinhamento ao Código de Ética Profissional da(o) Psicóloga(o) e às demais legislações vigentes.

Acesse a íntegra da Nota Técnica CFP nº 18/2024.

Ação inédita: resolução veda acolhimento de crianças e adolescentes em comunidades terapêuticas e propõe avanço nas políticas de desinstitucionalização

No mês que marca os 34 anos do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), o Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda) publicou na última sexta-feira (12) uma resolução que proíbe, de forma expressa, o acolhimento, o atendimento e o tratamento de crianças e adolescentes em comunidades terapêuticas – em todo o território nacional. O documento é  assinado por Marina Poniwas, presidente do Conanda e representante do Conselho Federal de Psicologia (CFP) no colegiado. 

De acordo com a normativa, a vedação estende-se a instituições que prestam serviços de atenção a pessoas com transtornos decorrentes do uso, abuso, ou dependência de substâncias psicoativas, em regime de residência, e que utilizam como principal instrumento terapêutico a convivência entre os pares.

A medida dialoga com a defesa histórica do CFP pelo tratamento humanizado, em liberdade e com presença da família e da comunidade nas formas possíveis de intervenção, com o objetivo de promover saúde mental. Na avaliação do CFP, a privação de liberdade sob a justificativa de um suposto tratamento coloca crianças e adolescentes em potencial situação de violências e violações de direitos. 

“Essa é uma resolução histórica. Crianças e adolescentes estão em fase peculiar de desenvolvimento. Todas as experiências nessa faixa etária têm forte impacto sobre a construção de suas vidas e subjetividades. Diante da recorrência de violações perpetradas em ambientes asilares, é necessário avançar na proteção dos grupos mais vulnerabilizados. A Psicologia brasileira tem o compromisso ético-político com a defesa de todas as infâncias e adolescências”, destacou Marina Poniwas.

O que diz a resolução?

A Resolução Conanda nº 249/2024 faz um resgate dos principais marcos normativos, com destaque para a Constituição Federal, o Estatuto da Criança e do Adolescentes – ECA (Lei nº 8.069/1990) e a Convenção Internacional sobre os Direitos da Criança, da Assembleia das Nações Unidas de 1989, ratificada pelo Brasil.

De acordo com a resolução, o Poder Executivo deve identificar o contingente de crianças e adolescentes que estão em comunidades terapêuticas e, ainda, desenvolver um plano de desinstitucionalização para garantir o restabelecimento de seus direitos, bem como sua proteção e o seu devido atendimento em conformidade com as legislações vigentes.

Segundo a normativa, durante o processo de desinstitucionalização cabe às(aos) profissionais do Sistema de Garantia de Direitos da Criança e do Adolescente (SGDCA) adotar medidas que assegurem o acesso e a inclusão nas redes de proteção integral à criança e à(ao) adolescente; a orientação sociofamiliar e jurídico-social às famílias; a notificação aos órgãos competentes; e o acompanhamento em serviços laicos e que respeitem marcadores como identidade de gênero/sexualidade, raça/etnia, deficiência e outras eventuais vulnerabilidades. 

Também fica determinada pela resolução do Conanda que a atenção integral desse público etário deve ser ofertada pelos serviços que compõem a Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), os espaços protetivos do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) e a rede intersetorial, realizada no território e de caráter antimanicomial. O objetivo é garantir a manutenção dos vínculos familiares e comunitários, a partir da execução de políticas públicas de proteção social e promoção de direitos humanos.

Contribuições da Psicologia

O CFP tem uma atuação histórica no compromisso da Psicologia brasileira com a defesa do cuidado em liberdade, em consonância com a Lei da Reforma Psiquiátrica (Lei nº 10.216/2001).

Uma inspeção nacional a locais de internação para usuários de drogas foi realizada em 2011, coordenada pela Comissão Nacional de Direitos Humanos (CDH/CFP). À época, a ação ocorreu simultaneamente em 25 unidades federativas do país, resultando na inspeção de 68 unidades.

Em 2018, em parceria com o  do Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à Tortura (MNPCT) e a Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão do Ministério Público Federal (PFDC/MPF), o CFP lançou o Relatório da Inspeção Nacional em Comunidades Terapêuticas – resultado de uma ação realizada nas cinco regiões do Brasil. Entre as violações identificadas nesses estabelecimentos estão o uso de trabalhos forçados e sem remuneração, violação à liberdade religiosa e à diversidade sexual, bem como a  internação irregular de adolescentes e o uso de castigos físicos.

Em 2020, o CFP posicionou-se contrário à resolução do Conselho Nacional de Políticas sobre Drogas (Conad) que versava sobre o acolhimento, em comunidades terapêuticas, de adolescentes com problemas decorrentes do uso, abuso ou dependência de álcool e outras drogas. Na ocasião, o CFP ressaltou que a Resolução Conad nº 3/2020 representava retrocessos em importantes avanços obtidos a partir da Luta Antimanicomial e violava direitos assegurados pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). 

No ano de 2022, em contribuição como amicus curiae na Ação Civil Pública que questionou a normativa, o Conselho Federal de Psicologia pontuou que a resolução do Conad implicava em uma reafirmação da Doutrina da Situação Irregular do Código de Menores (1979), paradigma que compreende crianças e adolescentes como objeto de controle e coerção do Estado, e não como sujeitos de direitos. No mesmo ano, o CFP reforçou sua posição contrária ao financiamento de comunidades terapêuticas com recursos públicos.

Com base em sua missão institucional (Lei 5766/1971) de atuar como órgão consultivo em matérias afetas à Psicologia, o CFP solicitou, em 2023, uma agenda de reuniões com pastas estratégicas do Governo Federal para apresentar seu posicionamento acerca do financiamento de comunidades terapêuticas. À época, a Autarquia destacou a necessidade de fortalecimento das políticas antimanicomiais e da defesa de um tratamento humanizado das pessoas com sofrimento psíquico causado pelo uso abusivo de drogas, tendo como perspectiva o cuidado em liberdade e o direito à convivência comunitária.

CFP promove diálogo sobre atuação profissional em avaliação psicológica no esporte olímpico e paraolímpico

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) realizará na próxima quinta-feira (18), às 14h, o diálogo digital Atuação profissional em avaliação psicológica: esporte olímpico e paraolímpico.

A atividade pretende evidenciar a importância da avaliação psicológica na área para compreender a atleta e o atleta, suas interações e seu ambiente. Além disso, objetiva destacar o papel da psicóloga e do psicólogo na orientação das intervenções.

Para o conselheiro federal Evandro Peixoto (CRP 02/16299), coordenador da Comissão Consultiva em Avaliação Psicológica (CCAP/CFP) e mediador da atividade, a avaliação psicológica nesse contexto permite identificar ainda fatores emocionais, cognitivos e comportamentais que podem impactar o desempenho e o bem-estar da(o) atleta, assim como a elaboração de estratégias personalizadas para lidar com essas questões.

Entre as convidadas, participarão a psicóloga do esporte Manoella Fiochi Marques (CRP 06/137950), que atualmente compõe a equipe técnica da Seleção Brasileira de Basquete Feminino; e a psicóloga do esporte Carolina de Campos (CRP 06/119268), que atende atletas de diversas modalidades, como tênis, vôlei, natação, futebol feminino e motocross.

Série de debates

Essa será a primeira de três lives promovidas pela Comissão CCAP/CFP este ano. Os próximos debates estão previstos para ocorrer em setembro e novembro, abordando, respectivamente, a atuação profissional relacionada à preservação da vida e à justiça social.

Conheça as(os) participantes

Evandro Moraes Peixoto
Conselheiro do CFP, coordenador da CCAP/CFP e professor do Programa de Pós-Graduação stricto sensu em Psicologia da Universidade São Francisco (USF). Coordenador do Núcleo de Estudo e Pesquisa em Psicologia do esporte e do exercício NuEPPE. Pós-doutor em Psicologia também pela USF. É doutor em Psicologia como Profissão e Ciência pela Pontifícia Universidade Católica (PUC-Campinas), com estágio doutoral PDSE desenvolvido na Université du Québec à Trois-Rivières – QC Canadá. Mestre em Psicologia como Profissão e Ciência pela mesma universidade.

Manoella Fiochi Marques
Psicóloga clínica e esportiva, com ênfase em preparação mental e desenvolvimento de carreira de atletas. Bacharel em Psicologia pela Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), título de especialista em Psicologia do Esporte pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP), mestre em Psicologia pela Universidade de São Paulo (USP) e doutoranda em Educação Física pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Psicóloga da Seleção Brasileira de Basquete Feminino, das equipes de basquete e triathlon do SESI-SP, e de atletas de diversas modalidades em consultório particular (online e presencial em São Carlos/SP).

Carolina de Campos
Docente no curso de graduação em Psicologia da Universidade São Judas Tadeu. É doutora em Psicologia na Pontifícia Universidade Católica de Campinas, mestre em Educação Física pela Universidade São Judas Tadeu, especialista em Psicologia do Esporte certificada internacionalmente pela International Society of Sport Psychology (ISSP). Trabalhou mais de oito anos nas categorias de base de futebol na Sociedade Esportiva Palmeiras e sete anos com a Seleção Paralímpica Brasileira de Judô. Atualmente, atende no consultório atletas de diversas modalidades, como tênis, vôlei, natação, futebol feminino e motocross.

Serviço

Atuação Profissional em Avaliação Psicológica: Esporte Olímpico e Paraolímpico
Data: 18 de julho
Horário: 14h
Transmissão ao vivo pelo canal do YouTube do Conselho Federal de Psicologia.

Nota de Pesar – Therezinha Lins de Albuquerque, ex-vice-presidenta do CFP

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) manifesta pesar pelo falecimento da psicóloga e ex-vice-presidenta da Autarquia, Therezinha Lins de Albuquerque, ocorrido no dia 1º de julho.

Nascida em Recife (PE), Therezinha se graduou na primeira turma de Pedagogia da Faculdade de Filosofia do Recife. Em 1951, mudou-se para o Rio de Janeiro, iniciando seu treinamento profissional em Psicologia no Centro de Orientação Juvenil (COJ), clínica pública de orientação a jovens e crianças. Ela dirigiu o COJ de 1968 até sua saída em 1977.

Além da Psicologia Clínica, Therezinha teve significativa atuação na Psicologia Escolar, entre 1955 e 1967, dirigindo o Serviço de Orientação Psicopedagógica (SOPP), órgão do Ministério da Educação, criado por Anísio Teixeira.

Therezinha de Albuquerque participou ativamente no processo de constituição dos Conselhos Federal e Regionais de Psicologia no Brasil, no qual foi a primeira presidenta do Conselho Regional do Rio de Janeiro, de 1977 a 1979.

No Conselho Federal de Psicologia, Therezinha de Albuquerque foi eleita para a vice-presidência do III Plenário, no período de 1980 a 1982. Em sua passagem pelo CFP, coordenou as discussões para regulamentação da Supervisão de Estágio.
Ainda foi uma das fundadoras da Associação de Profissionais Psicólogos do Estado do Rio de Janeiro, que depois se transformou no Sindicato dos Psicólogos do Rio de Janeiro.

O CFP lamenta essa perda, ao tempo em que reconhece o legado e a memória deixados por Therezinha de Albuquerque Lins para a Psicologia brasileira e para o Sistema Conselhos.

MEC cria Grupo de Trabalho para implementar lei que estabelece profissionais da Psicologia e do Serviço Social nas escolas

O Ministério da Educação (MEC) acaba de anunciar a criação de um grupo de trabalho para estabelecer orientações relacionadas à presença da Psicologia e do Serviço social nas escolas de educação básica das redes públicas de ensino de todo o país.

A medida foi publicada na quarta-feira (25) no Diário Oficial da União e estabelece que o colegiado terá como objetivo sistematizar subsídios e recomendações para a implementação da Lei nº 13.935/2019, que dispõe sobre o tema. De acordo com o MEC, a regulamentação também impactará a implementação de outra norma, a Lei 14.819/2024, que institui a Política Nacional de Atenção Psicossocial nas Comunidades Escolares.

A criação de um grupo de trabalho sobre a questão atende demanda do Conselho Federal de Psicologia (CFP), que articulou esforços para a constituição desse espaço institucional. O CFP participa do grupo representado pelas conselheiras Raquel Guzzo e Rosana Éleres.

“O GT reúne importantes atores do campo da Educação, da Psicologia, do Serviço Social e da gestão pública em âmbito estadual e municipal, constituindo um espaço estratégico para a definição das medidas necessárias a efetivamente fazer cumprir a Lei 13.935/2019”, destaca a conselheira Raquel Guzzo.

Guzzo explica que a criação de um colegiado é resposta a um conjunto de articulações que o CFP – e as demais instituições que integram a Coordenação Nacional para a Implementação da Lei 13.935/2019 – fizeram junto ao Ministério da Educação ao longo do último ano. “Foi um trabalho dedicado a possibilitar que os principais atores envolvidos na questão pudessem se reunir para buscar as soluções necessárias à implementação da Lei 13.935, de outras legislações que tratam da Atenção Psicossocial e propostas legislativas que têm surgido para atender essa necessidade – especialmente no que se refere às fontes de custeio”.

Ações de trabalho
O grupo de trabalho instituído pelo MEC tem caráter consultivo e de assessoramento, com duração de noventa dias. Estão previstas sete reuniões ordinárias e outras atividades de sistematização, análise e revisão de um documento, a ser entregue em setembro de 2024, que trará uma síntese das recomendações elaboradas sobre o tema.

Além do Conselho Federal de Psicologia, o GT conta com as seguintes representações: Conselho Federal de Serviço Social (CFESS); Associação Brasileira de Psicologia Escolar (ABRAPEE); Associação Brasileira de Ensino de Psicologia (ABEP); Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social (ABEPSS); Federação Nacional dos Psicólogos (FENAPSI); Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Educação (Consed); União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime); Fórum Nacional de Conselhos Estaduais de Educação (Foncede); e União Nacional dos Conselhos Municipais de Educação (Uncme).

Luta histórica
A Lei nº 13.935/2019 – que garante a presença de psicólogas(os) e assistente sociais na rede pública de educação básica – é resultado de uma luta histórica. Foram mais de 20 anos de tramitação no Congresso Nacional até a legislação entrar em vigor. Apesar dessa importante vitória, ainda segue como desafio a garantia de recursos financeiros para que a Lei seja efetivamente aplicada. A mobilização no tema está a cargo da Coordenação Nacional pela Implementação da Lei 13.935/2019 – composta por entidades nacionais da Psicologia e do Serviço Social, além dos Conselhos Profissionais das duas profissões. Saiba mais em: https://psicologianaeducacao.cfp.org.br

*Com informações da Assessoria de Comunicação do Ministério da Educação

Refúgio, migração e apatridia: conheça a nova publicação do CFP sobre o tema

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) acaba de lançar o relatório do XII Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: interface entre Psicologia e populações em situação de refúgio, migração e apatridia.

O material integra ação estratégica do CFP para atender uma importante demanda da categoria, apresentada durante o 11º Congresso Nacional da Psicologia (CNP).

O relatório reúne a íntegra das palestras apresentadas e busca compartilhar, de forma sistematizada, as informações destacadas durante o evento, auxiliando psicólogas(os), estudantes e pesquisadoras(es) na busca de orientações sobre a atuação profissional voltada a pessoas em situação de migração.

A publicação destaca questões como análise geopolítica sobre o sistema capitalista e fluxos migratórios; interseccionalidades, violência e acolhimento; cosmovisões, memórias, território e identidade; e intervenção e estratégias relacionadas a Psicologia, direitos humanos e políticas públicas.

Lançado durante o 1º Congresso Brasileiro de Psicologia e Migração (PsiMigra), realizado em Belo Horizonte/MG, o documento já está disponível para todas(os) as(os) psicólogas(os) neste link.

CFP convida categoria a participar de levantamento sobre a RAPS. Iniciativa integra campanha para fortalecer luta antimanicomial

Psicólogas e psicólogos da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) e da rede intersetorial de todo o país já podem participar do levantamento nacional sobre o cuidado em liberdade na saúde mental pública como parte da campanha A Psicologia na luta pelo cuidado em liberdade: ontem, hoje e sempre. A iniciativa foi lançada no dia 29 de maio durante diálogo digital realizado pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP), que reuniu especialistas e usuários da rede pública de saúde mental

A campanha tem como objetivo mobilizar psicólogas(os) de todo o país a participarem da construção de um amplo diagnóstico nas cinco regiões brasileiras, favorecendo a elaboração de um mapa para ações futuras nesse campo.

O levantamento pretende abordar a temática a partir de dois eixos centrais: principais desafios para efetivação do cuidado em liberdade identificados pela(o) psicóloga(o) que atua na Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) e na rede intersetorial; e sugestões de estratégias para contribuir com a luta antimanicomial na atualidade.

Nessa etapa, a categoria é convidada a colaborar com o levantamento de informações sobre a situação da saúde mental nos serviços públicos do país. Para ajudar no mapeamento, as(os) profissionais de Psicologia, assim como de outras categorias e usuários da RAPS, devem preencher um formulário eletrônico disponível no site do CFP, compartilhando suas experiências de atuação e a realidade do trabalho na RAPS e na rede intersetorial.

Com essa estratégia, o Conselho Federal de Psicologia pretende identificar os principais problemas e desafios vivenciados pela categoria que atua na ponta do atendimento. A partir desse diagnóstico, o objetivo do CFP é articular e/ou fortalecer estratégias que possam fortalecer a luta antimanicomial no presente e no futuro, bem como propor medidas de enfrentamento ao cenário apresentado, de acordo com as funções institucionais da Autarquia.

Durante o preenchimento do formulário será possível ainda às(aos) profissionais e usuárias(os) apontarem sugestões ao Conselho Federal de Psicologia, que serão avaliadas e levadas em consideração no momento de propor as incidências institucionais cabíveis.

O questionário poderá ser respondido até 19 de julho. Clique aqui e participe!

Acesse neste link a live de lançamento da campanha.

Referência mundial: OMS aprova resolução que legitima participação social na saúde e tem experiência brasileira como modelo

“A experiência brasileira de controle e participação social nas políticas de saúde – com importante presença da Psicologia – passará a ser referência para todo o mundo. Um marco histórico e que demarca a relevância da construção conjunta e participativa das ações e políticas que asseguram esse direito essencial”.

A declaração é do presidente do Conselho Federal de Psicologia, Pedro Paulo Bicalho, e celebra a aprovação, ontem (29), pela Organização Mundial da Saúde (OMS), de uma resolução inédita que passa a legitimar a participação social nas políticas de saúde em todos os países que integram a OMS.

A normativa foi aprovada por consenso durante a 77ª Assembleia Mundial da Saúde, que acontece em Genebra, com a presença do Conselho Federal de Psicologia (CFP) que integra a delegação brasileira como membro do Conselho Nacional de Saúde (CNS). 

O documento estabelece que a sociedade civil tenha influência na tomada de decisões em todo o ciclo das políticas públicas de saúde, de forma transparente e nos seus diversos níveis. Com a aprovação, o controle social do Brasil se torna referência para todo o mundo, pelo acúmulo histórico sobre o tema – com relevante participação da Psicologia. 

“A medida coloca o país em lugar de destaque no cenário internacional por sua experiência com o Sistema Único de Saúde e os acúmulos junto a processos de participação, sobretudo, das conferências de saúde. E a Psicologia tem uma presença histórica nesses espaços de formulação e monitoramento de ações”, destaca o presidente do CFP.

Atualmente,  72 espaços de controle e participação social das políticas de Estado contam com a participação da Psicologia, sendo 12 específicos da área da saúde. “Nós acreditamos que não se faz política pública sem participação social”, frisou Bicalho, ao destacar a importância dessa conquista, especialmente diante das recentes tentativas de desmonte das políticas de participação e controle social no Brasil.

Destaques da resolução

A resolução aprovada pela OMS reitera a importância da atuação de pessoas e comunidades como parte da abordagem da Atenção Primária à Saúde, tanto no desenvolvimento quanto na implementação de políticas e planos que impactam a área.

A resolução destaca também a necessidade de promover a participação de todas as mulheres e de todas as pessoas que se encontram em situações de vulnerabilidade, pessoas com deficiência e povos indígenas, nos processos de tomada de decisão em saúde. O objetivo é garantir que as políticas e os planos na área possam dar respostas às suas necessidades concretas.

Além do Brasil, os seguintes países propuseram conjuntamente a resolução: Alemanha, Bélgica, República Tcheca, Chipre, Colômbia, Croácia, Equador, Eslováquia, Eslovênia, Espanha, Estados Unidos da América, Filipinas, Finlândia, França, Geórgia, Grécia, Guatemala, Irlanda, Luxemburgo, Noruega, Holanda, Moldávia, República Kirguisa,  Sri Lanka, Tailândia e Tunísia.

Articulação

Nesta quinta-feira (30), uma reunião com representantes de diversos países colocou em diálogo as possibilidades de estratégias para a efetiva implementação da normativa.

O diálogo também destacou o cenário global e os desafios centrais que dificultam o exercício da participação e do controle social na formulação das políticas públicas de saúde. 

No encontro, promovido pelo Conselho Nacional de Saúde (CNS) em conjunto com a Missão Permanente do Brasil na Organização das Nações Unidas (ONU), estiveram presentes integrantes da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), bem como o presidente do Conselho Federal de Psicologia, Pedro Paulo Bicalho.

*Com informações do Conselho Nacional de Saúde

Luta antimanicomial: CFP lança campanha para estimular ações em defesa da reforma psiquiátrica

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) convida toda a categoria a participar de uma importante estratégia nacional. Na quarta-feira (29), a partir das 16h, uma transmissão ao vivo vai marcar o lançamento da campanha “A Psicologia na luta pelo cuidado em liberdade: ontem, hoje e sempre”.

A ação visa mobilizar psicólogas(os) de todo o país a participar da construção de um amplo diagnóstico sobre a situação da saúde mental nos serviços públicos do país, favorecendo a construção de um mapa para ações futuras nesse campo.

O levantamento pretende abordar a temática a partir de dois eixos centrais: principais desafios para efetivação do cuidado em liberdade identificados pela(o) psicóloga(o) que atua na Rede de Atenção Psicossocial (RAPS); e  sugestões de estratégias para contribuir com a luta antimanicomial na atualidade.

O diálogo será conduzido pela conselheira federal do CFP Clarissa Paranhos Guedes, que além de apresentar mais informações sobre esse levantamento também destacará as principais ações no âmbito da campanha. 

Participam ainda da atividade a psicóloga Maria Stella Brandão Goulart; a jornalista Diva Moreira; e o coordenador do Movimento Nacional da População em situação  de Rua do Distrito Federal (MNPR-DF), Kleidson Oliveira. 

O lançamento será transmitido em tempo real pelo YouTube do CFP.

Conheça as(os) participantes:

Clarissa Paranhos Guedes

Graduada em Psicologia pela Universidade Federal da Bahia. Especialista em Atenção integral ao consumo e aos consumidores de substâncias psicoativas nos estados da Bahia e Sergipe pelo Centro de Estudos e Terapia do Abuso de Drogas (CETAD/UFBA) e Secretaria Nacional de Políticas Sobre Drogas (SENAD/MJ). Possui experiência na área de Educação, Saúde Mental, Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher e Grupos Reflexivos para Homens Autores de Violência Doméstica. Atualmente é coordenadora do NAJ/GMF, responsável pela implementação da Política Antimanicomial do Judiciário no TJ-PB e tutora da ESMA/PB.

Stella Goulart 

Professora e pesquisadora da Universidade Federal de Minas Gerais(UFMG), psicóloga social, tem Pós-Doc em Saúde Mental pela Fiocruz, Doutorado (Stage no Istituzione Gian Franco Minguzzi) e Mestrado em Sociologia pela UFMG. Tem Especialização em Saúde Pública pela ESP-MG. Foi presidente da Comissão de Saúde Mental da UFMG e do Sindicato de professores da UFMG (APUBH). Atualmente, coordena, juntamente com Ernesto Venturini, o Centro de Estudos Ítalo-brasileiro Franca e Franco Basaglia (CIAO). É autora dos livros “Reabilitar uma perspectiva basagliana” e “As raízes italianas da luta antimanicomial”.

Diva Moreira

Graduada em Jornalismo e mestre em Ciência Política pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Autora do livro “Psiquiatria   controle e repressão social”. É ativista antirracista e do Coletivo Minas Pró-reparações.

Kleidson Oliveira

Coordenador do Movimento Nacional da População em Situação de Rua do Distrito Federal (MNPRDF). Integrante do movimento Pró-Saúde MentalDF. Conselheiro de saúde da Região Norte. Integrante da Rede Nacional Internúcleos da Luta Antimanicomial (RENILA). Usuário da RAPS-DF.