Nota de Pesar – Darlah Farias

É com imensa tristeza que a Comissão de Direitos Humanos do Conselho Federal de Psicologia (CDH/CFP) recebe a notícia do falecimento precoce da ativista negra Darlah Farias. Neste momento de dor, prestamos nossas sinceras condolências aos familiares, amigos e a toda a comunidade que teve o privilégio de conhecê-la e trabalhar ao seu lado.

Darlah foi uma voz poderosa e incansável na luta contra o racismo e em defesa dos direitos humanos. Cofundadora do Coletivo Sapato Preto, destacando-se como ativista incansável do movimento negro e LGBTQIA+ .Sua dedicação e paixão por justiça social inspiraram muitos e deixaram um legado que jamais será esquecido. Sua partida deixa um vazio irreparável, mas também nos lembra da importância de continuar a luta pela qual ela tanto se dedicou.

Em reconhecimento à sua inestimável contribuição, reafirmamos nosso compromisso em honrar sua memória, dando continuidade ao trabalho que Darlah Farias iniciou e mantendo viva sua visão de um mundo mais justo e igualitário para todos.

Sua luz continuará a guiar nossos passos.

Nossa solidariedade aos familiares, amigos e companheiras de luta!

Comissão de Direitos Humanos (CDH)

Conselho Federal de Psicologia

Nota de Pesar – Rosa Maria Stefanini de Macedo

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) manifesta pesar pelo falecimento da psicóloga Rosa Maria Stefanini de Macedo, pesquisadora com ampla atuação em Psicologia Clínica e terapia de casais.

Formada pela Academia Paulista de Psicologia, Rosa Macedo foi presidente da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Psicologia (ANPEPP) na gestão 1992 – 1994. Foi também coordenadora do GT Família e Comunidade, um dos primeiros grupos de trabalho propostos para promoção da pesquisa, do ensino e da participação nas políticas de Pós-Graduação em Psicologia do Brasil.

Entre outros importantes espaços, foi coordenadora do Núcleo de Família e Comunidade (NUFAC) do Programa de Estudos Pós-graduados em Psicologia Clínica; coordenou o curso de especialização em Terapia Familiar e de Casal da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).

Rosa Macedo era professora emérita de Psicologia do Programa de Pós-Graduação em Psicologia Clínica da Faculdade de Ciências Humanas e da Saúde da PUC-SP.

A pesquisadora contribuiu para a formação de muitas(os) terapeutas de família e de casal, sendo autora de diversos livros e artigos científicos na área e ajudando a consolidar o desenvolvimento da Psicologia e do campo da Terapia Familiar e de Casal no Brasil.

O CFP expressa pesar por essa perda para a comunidade da Psicologia e leva suas condolências a familiares, amigas(os) e ex-alunas(os) de Rosa Maria Stefanini de Macedo.

Nota de Pesar – Saulo de Freitas Araújo

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) manifesta pesar pelo falecimento do psicólogo Saulo de Freitas Araújo, profissional de referência no campo da Psicologia e Filosofia.

Formado pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), com mestrado em Filosofia pela Universidade Federal de São Carlos e doutorado em Filosofia pela Universidade Estadual de Campinas / Universität Leipzig, Saulo de Freitas atuava como professor Associado do Departamento de Psicologia da UFJF e também foi diretor do NUHFIP (Núcleo de História e Filosofia da Psicologia Wilhelm Wundt) da UFJF.

Ao longo de sua trajetória, Araújo reuniu uma expressiva experiência nas  áreas de História e Filosofia da Psicologia, Teorias e Sistemas em Psicologia, atuando principalmente no pensar acerca da evolução do projeto de uma Psicologia científica e mente-cérebro na filosofia e na Psicologia.

O CFP expressa pesar por essa perda para a comunidade da Psicologia e leva suas condolências aos familiares e amigos de Saulo de Freitas Araújo.

Nota de pesar: José Glauco Bardella

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) lamenta o falecimento do psicólogo José Glauco Bardella, cuja trajetória se confunde com a da própria Psicologia no país. José Glauco atuou no movimento pela regulamentação da profissão no Brasil e deu importante contribuição para a profissionalização e desenvolvimento da Avaliação Psicológica no país.

Natural de Botucatu/SP, Bardella iniciou sua carreira profissional na Companhia Municipal de Transportes Coletivos (CMTC), em São Paulo, no departamento de seleção e formação de pessoas. Também foi psicólogo do Departamento dos Institutos Penais do Estado (Dipe).

Em 1964, dois anos após a Psicologia ter sido regulamentada, Bardella já era um dos sócios do Centro de Psicologia Aplicada, um dos locais de seleção de pessoal e de distribuição de testes da cidade de São Paulo. Foi lá que criou tabelas distribuídas junto com os testes psicológicos, de forma gratuita. A iniciativa foi a base para a criação de empresa fundada por ele e demais sócios, em 1966, dedicada a testes psicológicos.

Ao destacar o legado deixado à Psicologia como ciência e profissão, o CFP se solidariza à família e amigos de José Glauco Bardella.

Nota de pesar – Sylvia Leser de Mello

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) lamenta o falecimento da filósofa Sylvia Leser de Mello, intelectual e docente que dedicou grande parte da sua vida e obra ao desenvolvimento da Psicologia Social.

Sylvia era professora do Departamento de Psicologia Social (PST) do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP), promovendo a intersecção entre filosofia, literatura e a Psicologia. Entre suas linhas de estudo, estão a Interação Social, O Homem no Trabalho e Economia Solidária.

Sylvia Leser nasceu em São Paulo, em 8 de abril de 1935. Seu caminho acadêmico começou com o curso de Filosofia na USP, concluído em 1961. Mas foi na França que seus passos se cruzaram com o caminho da Psicologia Social, a partir de um estágio na então chamada École Pratique des Hautes Études (EPHE).

De volta ao Brasil, começou a lecionar na Universidade de São Paulo (USP). Em 1970, com a criação do Instituto de Psicologia, Sylvia passou a ministrar aulas. Em seus trabalhos, Sylvia Leser mesclou e criou a partir da relação entre a Psicologia e as diferentes áreas do saber, como a Literatura e a Filosofia.

Sylvia Leser possui diversos artigos e livros publicados, além de ter colaborado em muitos outros. Entre suas publicações na Psicologia Social, estão as que tratam da relação do trabalho com o homem. “O trabalho é central na vida dos homens. Essa atividade concentra grande parte da sua vida útil, ela define o lugar que ele ocupa na sociedade” afirma Sylvia.

Entre os livros que publicou, está o chamado “Trabalho e sobrevivência: mulheres no campo e na periferia de São Paulo”. De 1988, a obra trata da relação das mulheres com o trabalho. As relações familiares também são outro assunto constante em seus textos.

Na USP, a docente foi fundadora do Laboratório de Estudos da Família, Relações de Gênero e Sexualidade (LEFAM), em 1993; criadora da Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares (ITCP), em 1998; e a fundadora do Núcleo de Economia Solidária (NESOL).

Em 2011, a Revista Ciência e Profissão, editada pelo Conselho Federal de Psicologia, publicou artigo em homenagem à Sylvia Leser. Em 2003, ela recebeu do Conselho Regional de Psicologia de São Paulo (CRP-06/SP) o título de reconhecimento pelo seu compromisso social com a Psicologia no Brasil.

Em sua trajetória pessoal e profissional, Sylvia Leser inspirou muitas pessoas com sua coragem, sensibilidade e sua incansável luta pelos Direitos Humanos e pelo desenvolvimento de uma Psicologia crítica e com comprometimento político e social.

Sylvia Leser de Mello, presente!

 

Nota de pesar – Alvino Augusto de Sá

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) manifesta profundo pesar pelo falecimento do de Alvino Augusto de Sá, psicólogo, mestre em Psicologia Social e doutor em Psicologia Clínica. Um dos pioneiros na área, ele contribuiu de forma ímpar com a área da Criminologia no Brasil, com o desenvolvimento da Criminologia Clínica de Terceira Geração ou Criminologia Clínica de Inclusão Social. Ele apostou no diálogo como ponte para o reencontro entre os seres humanos.

O criminólogo e professor Alvino de Sá faleceu nesta madrugada (19/6).
O velório ocorrerá nesta quarta-feira (19), no cemitério Gethsêmani, sala 4, Praça da Ressurreição, 1 – Vila Sonia, em São Paulo (SP). O sepultamento está previsto para ocorrer a partir das 16h.

Alvino Sá era especialista em Psicologia Jurídica pelo Conselho Regional de Psicologia (CRP-06) e membro do Conselho Editorial da Revista Brasileira de Ciências Criminais, do Instituto Brasileiro de Ciências Criminais (IBCCRIM). Era membro titular do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária. Foi membro titular do Conselho Penitenciário do estado de São Paulo e psicólogo da Secretaria de Administração Penitenciária do mesmo estado.

Homenagem pelos 56 anos da Psicologia no Brasil

Em 2017, durante o mês de celebração do Dia da Psicóloga e do Psicólogo, Alvino Sá foi um dos 56 psicólogos homenageados pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP), evento que marcou os 56 anos da Psicologia no Brasil e foi transmitido ao vivo pelas redes sociais do CFP.

Atividade acadêmica

O professor Alvino Sá foi livre docente em Criminologia pela Faculdade de Direito da USP e Associado Senior do Departamento de Direito Penal, Medicina Forense e Criminologia, da Faculdade de Direito da USP. Foi professor da Universidade Guarulhos, tendo atuado como professor de Técnicas de Exame Psicológico, diretor da Clínica Psicológica e coordenador dos estágios em Clínica. Também foi professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie, atuando em Clínica Psicológica, Psicologia Criminal e Psicologia Jurídica.

Augusto Sá também foi autor dos livros “Reincidência criminal: sob o enfoque da psicologia clínica preventiva” de 1987, “Criminologia clínica e psicologia criminal”, em 2014, “Criminologia clínica e execução penal: proposta de um modelo de terceira geração”, de 2015. Foi organizador em coautoria dos livros “Criminologia no Brasil: história e aplicações clínicas e sociológicas”, de 2011, “Criminologia e os problemas da atualidade”, em 2008 e do “Grupo de Diálogo Universidade-Cárcere-Comunidade”, publicado pelo Ministério da Justiça, 2013.

Nota de Pesar: João W. Nery

Nota de Pesar do Conselho Federal de Psicologia
João W. Nery

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) manifesta profundo pesar pelo falecimento do psicólogo e militante LGBTI João W. Nery e presta solidariedade a sua família, nas pessoas de sua companheira, Sheila Salewski, e de seu filho.

Militante incansável e símbolo da luta pelos direitos das pessoas trans no Brasil, João Nery foi o primeiro homem transexual, ou trans homem, a passar por uma cirurgia de redesignação genital no país, ainda na década de 70, de forma clandestina. Ele faleceu nesta sexta-feira (26/10) em decorrência de um câncer.

Sua trajetória, da infância e adolescência de descobertas, à experiência adulta de ser pai, está documentada nos livros autobiográficos “Viagem Solitária: memórias de um transexual 30 anos depois” (2011) e “Erro de Pessoa” (1984). O escritor ainda trabalhava na obra “Velhice transviada”.

Histórias de vida como a de João Nery e de milhares de outras pessoas trans, marcadas pelo sofrimento e pela exclusão relacionados à identidade, à sexualidade e à afetividade, demandam posicionamento da Psicologia enquanto ciência e profissão. Em atenção a essas vidas, o CFP, no exercício de suas competências legais de autarquia responsável pela orientação profissional de psicólogas e psicólogos no Brasil, expediu, em janeiro deste ano, a Resolução CFP 01/2018.

Com base na produção científica mais atual e em consonância com o Código de Ética Profissional, a Resolução CFP 01/2018 orienta a atuação profissional de psicólogas e psicólogos a partir do pressuposto, corroborado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), de que as travestilidades e as transexualidades não são doenças ou patologias, não sendo permitidas práticas psicológicas voltadas à “cura” de tais condições.

Com a Resolução 01/2018, o CFP afirma que compete a psicólogas e psicólogos, nos diversos campos do exercício profissional, o atendimento voltado à promoção da vida, do bem estar e da dignidade de pessoas travestis e transexuais, contribuindo ainda para a eliminação de qualquer forma de preconceito ou discriminação contra essa população.

Inspirado na história e no legado de João Nery, o Conselho Federal de Psicologia seguirá irredutível na defesa da vida e na promoção do respeito e da dignidade da população LGBTI. Defender, divulgar e fazer cumprir a Resolução CFP 01/2018 será nossa homenagem permanente a sua memória.

Ser o que somos não tem preço. Viver uma mentira nos enlouquece” (João Nery, 2018)

Conselho Federal de Psicologia
27 de Outubro de 2018

Nota de pesar: Júlio Schruber Júnior

Júlio Schruber JúniorJúlio Schruber Júnior era graduado em Fisioterapia pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC/PR) e em Psicologia pela Universidade Tuiuti do Paraná. Seu mestrado foi obtido na área de Engenharia e Gestão do Conhecimento pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e o doutorado, em Psicologia pelo Instituto de Educação Superior Latinoamericana. Foi vice-presidente do Conselho Regional de Psicologia de Santa Catarina, psicólogo pesquisador do Instituto de Pesquisas Psicológicas de Joinville, diretor da Associação Brasileira de Ensino de Psicologia (Abep) e professor titular da Faculdade Guilherme Guimbala, da qual também foi gestor acadêmico do curso de Psicologia. Atuava nos seguintes temas: Psicologia, direitos humanos, formação, educação e sistema prisional.

Júlio Schruber Júnior faleceu no dia 15 de maio de 2018, em Curitiba. O velório será nesta terça-feira, na Capela do Vaticano, em Curitiba, a partir das 13h. A cerimônia será às 20h.

Marielle Franco, presente

O Conselho Federal de Psicologia vem a público manifestar seu pesar diante da fria execução, na noite de 14 de março, da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Pedro Gomes, que a conduzia após o debate “Jovens Negras Movendo as Estruturas”, ocorrido na Casa das Pretas, no Centro do Rio de Janeiro.

Crítica à intervenção militar no Rio de Janeiro, Marielle acompanhava a ação da Prefeitura e da Polícia Militar na Feira Livre de Acari, Zona Norte da cidade.

Marielle defendia as causas das minorias. Marielle defendia os direitos humanos.

O CFP exige a apuração rigorosa do crime.

Marielle, presente.

Referência na luta pelos direitos humanos de crianças e adolescentes

Wanderlino Nogueira Neto era importante referência na luta pelos direitos humanos, em especial de crianças e adolescentes. Procurador-geral de Justiça da Bahia, Nogueira Neto também presidiu a Associação do Ministério Público da Bahia (Ampeb) e foi secretário-geral do Ministério Público, diretor-geral do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ/BA) e professor de Direito Internacional Público da Universidade Federal da Bahia (UFBA).

Foi consultor para os escritórios do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) no Brasil, Cabo Verde, Angola e Paraguai e da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) no Brasil. Também integrou o Comitê dos Direitos da Criança do Alto Comissariado para Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) e foi pesquisador do Instituto Nacional de Direitos Humanos da Infância e da Adolescência (Indhia).

Em 2011, Nogueira Neto recebeu da presidente Dilma Rousseff o maior reconhecimento do governo brasileiro sobre direitos humanos: o Prêmio Direitos Humanos, na categoria Garantia dos Direitos da Criança e do Adolescente. 

Para a conselheira Iolete Ribeiro, do CFP, Wanderlino foi um grande militante e referência de vanguarda na discussão sobre direitos sexuais, participação e autonomia de crianças e adolescentes. “Wanderlino foi fundamental no debate crítico  sobre a inquirição de crianças e adolescentes. Deixa um legado importante e a mensagem de que a luta pela proteção integral deve continuar”.

Nogueira Neto faleceu em Salvador, dia 26 de fevereiro. Tinha 72 anos.