A Psicologia e os povos indígenas

O Brasil definiu por lei o 19 de abril como Dia dos Povos Indígenas. O objetivo é dar visibilidade à resistência dos povos originários na luta contra o apagamento de suas culturas, diversidades, ritos e saberes tradicionais, e se posicionar pelo fim de todas as formas de negligência e discriminação a essas populações.

E a Psicologia brasileira integra este importante compromisso. Entre os dias 22 a 26 de abril, o Conselho Federal de Psicologia (CFP) participa do Acampamento Terra Livre, maior assembleia indígena no país.

O fazer da Psicologia junto aos povos indígenas tem mobilizado cada vez mais atenção no Sistema Conselhos. Em 2022, o CFP apresentou à categoria e à sociedade o documento “Referências Técnicas para atuação de psicólogas(os) junto aos Povos Indígenas”, produzido no âmbito do Centro de Referência Técnica em Psicologia e Políticas Públicas (CREPOP) como uma resposta às demandas de psicólogas e psicólogos, apresentadas no 8º Congresso Nacional de Psicologia.

Para ampliar as discussões da Referência e aprofundar questões direcionadas ao fazer psicológico junto a essas populações, o CREPOP irá lançar a “Nota à Referência Técnica de Atuação de Psicólogas(Os) Junto aos Povos Indígenas” produzida sob a coordenação da conselheira do CFP Nita Tuxá, com a colaboração de Edinaldo Rodrigues Xukuru, Geni Núñez e Raquel Diniz, profissionais da psicologia.

Será durante a programação do Acampamento Terra Livre 2024, no dia 24 de abril, às 14h, ao longo da Plenária “Saúde Mental e Bem Viver dos Povos Indígenas do Brasil”. Além dos responsáveis pela produção da Nota, irão compor a plenária as(os) integrantes da Comissão de Direitos Humanos do CFP Alexander Morais, Andreza Cristina da Costa Silva e Alessandra Almeida – também conselheira do CFP.

A programação completa do ATL encontra-se em https://apiboficial.org/atl2024

CFP participa da 12ª Conferência Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente

Após cinco anos, a Conferência Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (CNDCA) volta a debater políticas para crianças e adolescentes. Em sua 12ª edição, realizada entre 2 e 4 de abril de 2024, a CNDCA promoveu ampla mobilização social para avaliar os reflexos da pandemia da Covid-19 nesse segmento etário e em suas famílias.

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) participou ativamente da Conferência, representado pela conselheira Marina Poniwas, que também é presidente do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda), além de psicólogas e psicólogos de todo o país.

Segundo Marina Poniwas, a participação direta do público infanto-juvenil, na condição de delegadas e delegados que contribuíram com a análise das 596 propostas aprovadas nas etapas preparatórias (26 estaduais e uma distrital), simboliza um marco da 12ª CNDCA.

“A educomunicação realizada pelos adolescentes, as atividades culturais, as manifestações durante a Conferência, reacendem o entusiasmo e a importância das próprias crianças e adolescentes participarem ativamente dos espaços democráticos que constroem políticas públicas que lhes digam respeito”, aponta a conselheira.

Poniwas destaca ainda que o diálogo do CFP com a categoria e com os demais segmentos profissionais envolvidos na Conferência, além do próprio segmento infanto-juvenil, reverencia o compromisso da Psicologia brasileira com a luta e defesa da compreensão de crianças e adolescentes como sujeitos de direitos.

“As atividades desenvolvidas pelo CFP no âmbito da 12ª CNDCA trazem uma agenda para a profissão para que possamos, nos espaços de controle social e no exercício profissional, avançar com propostas e ações que garantam a proteção integral de crianças e adolescentes”, complementa Marina Poniwas.

CFP na 12ª CNDCA

Além de estande com distribuição de publicações, o CFP realizou rodas de conversa com profissionais da Psicologia e de outras profissões. No primeiro dia, a psicóloga Anne Cleyanne, do Centro de Referência de Psicologia e Políticas Públicas do Conselho Regional de Psicologia de Rondônia/Acre (CREPOP/CRP-24), debateu a “Participação social nas políticas para infâncias e adolescências”.

Na data seguinte, pela manhã, a psicóloga Iolete Ribeiro abordou as “Infâncias na Amazônia”. À tarde, o representante da Coalizão da Orfandade, Milton Alves, conduziu a roda de conversa “Diálogos sobre a orfandade”.

Outra importante contribuição esteve na realização, em 11 de março, de atividade que elaborou o conjunto de propostas apresentadas pela categoria na 12ª Conferência Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente.

As 20 recomendações finais foram sistematizadas a partir da contribuição de cerca de 500 pessoas. A atividade discutiu os posicionamentos do CFP e dos profissionais da Psicologia, considerando os cinco eixos temáticos norteadores da conferência nacional.

Conheça as 20 recomendações da Psicologia no endereço eletrônico site.cfp.org.br/psina12cndca. Nele você também encontra publicações e outros conteúdos relacionados ao tema. 

Sobre a CNDCA

A 12ª Conferência Nacional dos Direitos da Criança dos Direitos da Criança e do Adolescente (CNDCA) foi realizada de 2 a 4 de abril no Centro Internacional de Convenções do Brasil (CICB), em Brasília. A conferência adotou cinco eixos temáticos:

1-  Promoção e garantia dos direitos humanos de crianças e adolescentes no contexto pandêmico e pós pandemia;

2-  Enfrentamento das violações e vulnerabilidades resultantes da pandemia de covid-19;

3 – Ampliação e consolidação da participação de crianças e adolescentes nos espaços de discussão e deliberação de políticas públicas de promoção, proteção e defesa dos seus direitos, durante e após a pandemia;

4 – Participação da sociedade na deliberação, execução, gestão e controle social de políticas públicas de promoção, proteção e defesa dos direitos de crianças e adolescentes considerando o cenário pandêmico;

5 – Garantia de recursos para as políticas públicas voltadas para crianças e adolescentes durante e após a pandemia de covid-19.

O evento foi realizado pelo Conanda em parceria com a Secretaria Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania e contou com o apoio pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais Sede Brasil (Flacso Brasil) e da Organização dos Estados Ibero-americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI).

Confira a galeria de fotos da participação do CFP na 12ª CNDCA.

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CFP lança livro sobre enfrentamento às violências contra as mulheres

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) acaba de lançar o livro do I Germinário Mulheres Psicologia e Enfrentamento às Violências. O volume traz a íntegra das exposições realizadas durante o evento, promovido em 2022, como parte da programação do Congresso Brasileiro de Psicologia (CBP).

A publicação reúne as falas de mulheres psicólogas, acadêmicas e pesquisadoras, com um importante diálogo sobre gênero, trabalho, política, saúde e questões raciais. Também integram o livro documentos de referência na área, como a Nota Técnica de Orientação Profissional em Casos de Violência Contra a Mulher; a Resolução CFP nº 8/2020, a qual estabelece normas de exercício profissional da Psicologia em relação às violências de gênero; além da Carta do Sistema Conselhos de Psicologia em Defesa das Mulheres.

O lançamento do livro aconteceu em março deste ano,  durante a segunda edição do Germinário Mulheres, Psicologia e Enfrentamento às Violências, realizado na sede do CFP, em Brasília/DF.

Durante essa atividade, a conselheira vice-presidente do CFP, Ivani Oliveira, afirmou que o enfrentamento à violência contra a mulher é um tema fundamental para a Psicologia brasileira. “É imperativo para nós reconhecer a violência psicológica como uma questão central da nossa atuação profissional e acadêmica”.

A vice-presidenta ressaltou a importância da escuta psicológica diante a complexidade da violência que impacta as mulheres. “Ela está na relação interpessoal e é intersubjetiva, pois é constitutiva das identidades e das subjetividades de todas as mulheres, sejam elas trans, negras, brancas e mulheres com deficiência”, ressaltou.

Também presente ao evento, a ex-presidenta do CFP Ana Sandra Fernandes agradeceu pelo convite e pelo fato do atual plenário ter trazido como projeto de gestão a continuação desse importante trabalho. Ela também destacou que o livro será útil em âmbito acadêmico.”O quão potente será o efeito que essa publicação pode fazer nas discussões em sala de aula”, pontuou.

A conselheira do CFP Alessandra Almeida, que esteve na coordenação do II Germinário,  acenou para a possibilidade de ser editado um segundo volume da publicação. “Espero que nós tenhamos o livro do segundo Germinário, reunindo  todas essas falas tão bonitas e potentes que aconteceram no dia de hoje”. E complementou: “Espero que a nossa luta continue. Somos persistentes e não desistiremos, até porque não é possível para nós desistir”.

II Germinário

Os números mostram que as violências contra as mulheres são um grave problema no Brasil. O país hoje é o quinto maior em números de feminicídio. Segundo a Rede de Observatórios da Segurança, somente em 2023 foram registrados 3.181 casos de violência contra a mulher, o que indica um aumento de 22% em relação ao ano anterior.

Para a conselheira do CFP Clarissa Guedes, o II Germinário foi pensado para aprofundar reflexões a partir da Psicologia, as quais possam contribuir para o enfrentamento dessas situações. “A gente precisa lutar muito ainda. Assim como produzir saberes, estratégias e normativas, pois muitas vezes as mulheres não percebem que estão numa situação de violência”.

Em sua segunda edição, o Germinário Mulheres, Psicologia e Enfrentamento às Violências reuniu mulheres especialistas para um amplo debate sobre o papel das(os) psicólogas(os) na promoção e defesa dos direitos das mulheres, dando ênfase a questões relacionadas à violência psicológica, sua manifestação, contextos e possibilidades de intervenção e enfrentamento.

O diálogo foi dividido em quatro mesas que fomentaram debates e reflexões que contemplaram a diversidade temática que atravessa a constituição das mulheres e de questões que se apresentam no cotidiano da atuação da categoria.

Ações do CFP

A Psicologia está presente nos lugares onde há opressão, violência que subjuga e que provoca sofrimento. É papel da ciência psicológica compreender as forças que promovem esse sofrimento e intervir para minimizá-las. 

Nesse sentido, o CFP, por meio do Centro de Referências Técnicas em Psicologia e Políticas Públicas (CREPOP), em breve lançará a versão revisada da Referência Técnica para Atuação de Psicólogas e Psicólogos no Atendimento à Mulher em Situação de Violência. A proposta é que o novo texto incorpore questões centrais para o tema apontadas durante o I e o II Germinário.

“É importante falar do aumento de todas as violências contra as mulheres no Brasil, inclusive a violência psicológica, que é terreno fértil para que todas as outras possam acontecer”, destacou a conselheira Alessandra Almeida.

Acesse a galeria de imagens.


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Práticas Integrativas e Complementares (PICs) e saberes/fazeres tradicionais, indígenas e quilombolas: CFP promove diálogo para fomentar a troca de experiências na área

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) promoveu no dia 9 de março – em conjunto com a coordenação do Sistema de Avaliação de Práticas Psicológicas (SAPP) e a Secretaria de Orientação e Ética (SOE) da Autarquia – um encontro para discutir o cenário das Práticas Integrativas e Complementares (PICs) e dos saberes e fazeres tradicionais, indígenas e quilombolas no país.

A atividade permitiu um debate junto a entidades, associações e coletivos implicados com essas abordagens terapêuticas. Participaram da reunião convidadas(os) da Rede de Medicinas Tradicionais, Complementares e Integrativas (MTCI); do Observatório Nacional de Saberes e Práticas Tradicionais, Integrativas e Complementares em Saúde (Observa PICS); da Rede PICS Brasil; do Ministério da Saúde; e da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (ABRASCO), além de representantes vinculados aos saberes e fazeres de povos tradicionais, indígenas e quilombolas.

Durante o período da manhã, as(os) integrantes do CFP contextualizaram os objetivos da reunião. A conselheira Obadeyi Carolina Saraiva, coordenadora da SOE, sugeriu o formato de roda de conversa: “assim, será possível implementar bons diálogos, abrir a nossa escuta, trocar e entender um pouco mais sobre esses processos”, explicou.

À tarde, a coordenadora da Comissão Consultiva do SAPP, Ana Sandra Fernandes, apresentou o Sistema de Avaliação de Práticas Psicológicas Aluízio Lopes de Brito, com a finalidade de aprofundar o diálogo relativo à interface entre o sistema e as PICS, os saberes e fazeres tradicionais e outras práticas de cuidado.

Segundo pontuou Ana Sandra Fernandes, o propósito do SAPP é dialogar com as práticas que têm interseção com a Psicologia. Busca-se, nesse sentido, avaliar sua compatibilidade com o exercício profissional da(o) psicóloga(o). “O SAPP vislumbra, no contexto deste encontro, chamar esse diálogo [junto às PICS] de um modo diferente de tudo que já foi feito até aqui.”

Na avaliação do conselheiro do CFP, Jefferson Bernardes, também integrante da Comissão do SAPP, é fundamental provocar esse diálogo diverso, sendo o encontro “o reconhecimento da importância das fronteiras que estão para além dos saberes científicos oficiais, fronteiras sobre as quais queremos dialogar”.  Para ele, o SAPP é um processo, ainda em construção. “A gente quer muito ouvir vocês para pensarmos juntos sobre que critérios a gente vai construir para não provocar legitimação de atuações inadequadas em torno de algumas práticas, por exemplo”, refletiu o conselheiro.

O encontro contou também com as presenças da psicóloga Maria de Jesus Moura, integrante do SAPP; das conselheiras Nita Tuxá e Alessandra Santos de Almeida, que integram a Comissão de Direitos Humanos do CFP; da conselheira Maria Carolina Fonseca Barbosa Roseiro; e do conselheiro Gabriel Henrique Pereira de Figueiredo, referência na discussão em saúde do CFP.

Na ocasião, a equipe técnica da SOE apresentou as atribuições da Secretaria, numa demarcação de limites e possibilidades enquanto Autarquia pública, já que a Psicologia cumpre um papel social, na perspectiva do compromisso com os processos democráticos e os direitos humanos.

Política nacional

De acordo com o Ministério da Saúde, as Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS) são abordagens terapêuticas que têm como objetivo prevenir agravos à saúde, a promoção e recuperação da saúde, enfatizando a escuta acolhedora, a construção de laços terapêuticos e a conexão entre ser humano, meio ambiente e sociedade.

Tais práticas foram institucionalizadas pela Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no Sistema Único de Saúde (PNPIC) e, atualmente, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece 29 procedimentos de Práticas Integrativas e Complementares (PICS) à população.

A PNPIC prevê a prestação do serviço por diversas categorias profissionais, entre elas, a Psicologia, e orienta que caberá a cada conselho de classe orientar e fiscalizar a atuação profissional de sua categoria, para uma prática em conformidade com a ciência e ética profissional.

CFP lança editais de patrocínio e apoio institucional a atividades, eventos e projetos

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) definiu parâmetros e institucionalizou política interna destinada à parceria com organizações da sociedade civil sem fins lucrativos para a realização de atividades, eventos ou projetos conjuntos.

‌As diretrizes estão na Resolução CFP 20/2023, que estabelece a Política de Patrocínio e Apoio Institucional (PPAI-CFP) para apoiar a disseminação da produção científica, e contribuir para o fortalecimento e alcance da Psicologia.

‌O patrocínio e apoio são voltados à realização em parceria com o CFP de atividades, eventos ou projetos que tenham relevância científica, profissional ou social para a Psicologia ou para os temas correlatos à defesa e garantia dos direitos humanos.

‌O objetivo é fortalecer a Psicologia como prática profissional e amplificar a oferta à categoria de atividades de formação relevantes.

‌Nesta 2ª feira (25/3) foram publicados os editais que detalham os critérios para patrocínio e apoio institucional da Autarquia a essas atividades. Podem concorrer instituições ou entidades públicas, privadas, Organizações da Sociedade Civil (OSCs) e instituições de ensino superior – desde que sem fins lucrativos.

‌Conforme explica o presidente do Conselho Federal de Psicologia, Pedro Paulo Bicalho, a nova política de apoio e patrocínio inaugura uma mudança de cultura na instituição e visa dar mais transparência, qualidade técnica e retorno à categoria das atividades realizadas em parceria com organizações da sociedade civil.

‌“As propostas de entidades que busquem patrocínio ou apoio institucional do CFP devem ter relação direta com a Psicologia, como ciência e profissão, ou com temas correlatos à defesa e garantia de direitos. Com a iniciativa, o Conselho Federal de Psicologia se alinha às melhores práticas orientadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e passa a fazer desse tipo de parceria um indutor de desenvolvimento da Psicologia brasileira”, detalha.

Como funciona

Os editais trazem dois tipos de modalidade de fomento: a forma de Patrocínio – que envolve a transferência direta de recursos financeiros para viabilizar a realização total ou parcial de atividades, eventos ou projetos promovidos em parceria com o CFP; e o chamado Apoio Institucional, que engloba a oferta de ajuda estratégica para que a atividades, eventos ou projetos possam ser realizados, porém, sem envolver transferência de recursos.

‌Na prática, em projetos de Patrocínio o CFP contribuirá com a disponibilização de recursos financeiros para apoiar a execução da ação proposta. Já no Apoio Institucional, a colaboração se dá por meio de auxílio técnico, sem disponibilização direta de recursos monetários – podendo envolver, por exemplo, a cessão de espaço físico ou de publicações técnicas para serem distribuídas aos participantes da atividade.

‌Podem concorrer aos editais projetos com abrangência nacional ou internacional; nas modalidades presencial ou semipresencial. A seleção das propostas submetidas à apreciação do CFP será realizada unicamente por meio da Análise dos Projetos. Esta etapa é de caráter eliminatório e classificatório.

Critérios

Na seleção dos projetos, a análise das propostas levará em consideração a relevância científica, profissional ou social para a Psicologia ou para os temas correlatos à defesa e garantia dos direitos humanos.

‌Os projetos também deverão promover a diversidade garantindo a participação de grupos focalizados, tais como: mulheres, população negra e indígena, pessoas com deficiência física ou intelectual, pessoas surdas, população LGBTQIA +, povos e comunidades tradicionais, entre outros; como palestrante, no formato presencial, na programação do evento e como membro da equipe organizadora do evento.

‌Além destas premissas, os projetos devem apresentar coerência entre o orçamento apresentado pela instituição ou entidade proponente e a proposta da atividade/evento/projeto, bem como, ter alinhamento com o planejamento estratégico institucional do CFP.

Obrigatoriedade de contrapartidas

Todas as atividades, eventos e projetos que recebam patrocínio ou apoio institucional do CFP deverão apresentar contrapartidas por parte da instituição parceira.

‌Entre elas, está transmissão on-line da atividade realizada, de modo a possibilitar o acompanhamento por psicólogas e psicólogos de todo o país; inclusão da logomarca CFP na divulgação do evento, fortalecendo a consolidação da marca junto ao público de interesse; bem como a inclusão de representante da autarquia na programação oficial do evento, qualificando esses espaços de reflexão e debate sobre temas afetos à Psicologia.

‌De acordo com o edital, sempre que possível, as atividades e eventos deverão zelar pela diversidade de representação na composição de mesas e painéis. Para isso, deverão observar aspectos como raça, gênero, etnia, pessoas com deficiência física ou intelectual, pessoas surdas e pertencentes à comunidade LGBTQIA+.

‌As programações também deverão ter tradução simultânea e audiodescrição para a Língua Brasileira de Sinais (Libras); bem como legendas, impressões em braille e demais recursos de acessibilidade comunicacional.

Fique por dentro

As inscrições estão abertas até 15/4/2024 e a divulgação final dos resultados será feita em 10/5/2024. A atividade, evento ou projeto selecionado deverá ocorrer no período de 1º de junho a 31 de dezembro de 2024.

‌Para inscrições ao edital de Apoio, as propostas devem ser enviadas para o endereço eletrônico editalapoio@cfp.org.br. No caso de inscrições ao edital de Patrocínio, as propostas devem ser encaminhadas para editalpatrocinio@cfp.org.br.

‌Acesse a íntegra dos editais e confira as informações completas no site do CFP, na aba Eventos.

 

A Psicologia em defesa dos direitos das mulheres

Neste 8 de março, Dia Internacional das Mulheres, o CFP destaca o compromisso da Psicologia brasileira em defesa das mulheres e suas interseccionalidades.

Recentemente, o Conselho Federal de Psicologia uniu-se à iniciativa Brasil Sem Misoginia para promover ações de combate ao ódio e à discriminação e violência contra a mulher. A campanha foi lançada pelo governo federal para mobilizar os mais diversos setores da sociedade para o enfrentamento ao feminicídio e todos os tipos de violência contra as mulheres – reunindo entidades públicas, empresas, governos, movimentos sociais, torcidas organizadas e entidades culturais, educacionais e religiosas.

E como parte dessa estratégia, no próximo dia 28 de março o CFP promove a segunda edição do Germinário Mulheres, Psicologia e Enfrentamento às Violências, que vai reunir nomes de referência no debate sobre o papel de psicólogas e psicólogos na promoção e defesa dos direitos dessa população.

A iniciativa dá continuidade à edição do evento realizada em 2022, durante o Congresso Brasileiro de Psicologia (CBP), e que foi palco de importantes reflexões e diálogos sobre o tema. Entre os resultados do I Germinário Mulheres, Psicologia e Enfrentamento às Violências está a publicação de uma Carta Compromisso em Defesa dos Direitos das Mulheres, publicada coletivamente pelo Sistema Conselhos de Psicologia.

O documento delineia uma série de ações importantes nas políticas para mulheres, a fim de promover sua dignidade e proteger seus direitos. Entre eles, destacam-se:

  • Defender a vida de meninas e mulheres, cis, trans, travestis e outras pessoas não cis-gênero;
  • Defender os direitos sexuais e reprodutivos das mulheres e de outras pessoas com possibilidade gestativa;
  • Defender as políticas e programas de Saúde Mental para as mulheres;
  • Defender a participação das mulheres nas decisões políticas e espaços democráticos;
  • Defender a participação das mulheres como protagonistas em processos de manutenção da democracia;
  • Adotar medidas de enfrentamento ao feminicídio, às violências doméstica, política, física, psicológica, obstétrica, simbólica, moral e patrimonial.

Leia a carta na íntegra.

Se interessa pelo tema?

No próximo dia 28 de março, o CFP sediará o II Germinário “Mulheres, Psicologia e Enfrentamento às Violências”, em Brasília/DF, transmitido ao vivo pelo canal do YouTube do CFP. O evento abordará questões relacionadas à violência psicológica: sua manifestação, contextos e possibilidades de intervenção e enfrentamento.

Fique atento às nossas redes sociais e participe!

Nota de pesar – Heliana Conde

O Conselho Federal de Psicologia declara profundo pesar pelo falecimento da psicóloga Heliana de Barros Conde Rodrigues (1949-2024), referência na história da Psicologia Social e dos direitos humanos no Brasil.

Heliana Conde teve contribuição fundamental para o fortalecimento do Sistema Conselhos de Psicologia, tendo sido integrante da primeira composição da Comissão Nacional de Direitos Humanos do CFP, em 1997.

Ao longo de décadas dedicadas ao ensino na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Heliana Conde transformou a trajetória de muitos profissionais da Psicologia por meio de seu trabalho com práticas em grupo, análise institucional, desinstitucionalização psiquiátrica, história oral, genealogia foucaultiana e estudos sobre produção de subjetividades.

Como docente na UERJ desde 1989, lecionou em diversos cursos, incluindo Graduação em Psicologia, Especialização em Psicologia Jurídica, e nos Programas de Pós-Graduação em Psicologia Social e em Políticas Públicas e Formação Humana. Sua influência também se estendeu para outras instituições, como o Instituto Brasileiro de Psicanálise, Grupos e Instituições (IBRAPSI), a Universidade Santa Úrsula (USU) e o Mestrado em Psicologia Institucional da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES).

Além de reconhecida como intelectual e pesquisadora, Heliana Conde deixou sua marca como incansável defensora da liberdade de pensamento e ação, sendo uma das fundadoras do Laboratório de História e Memória da Psicologia – Clio-Psyché, órgão do Instituto de Psicologia da UERJ, o qual coordenou até 2008.

O Conselho Federal de Psicologia expressa suas sinceras condolências aos familiares, amigos e à comunidade acadêmica neste momento de luto. Heliana Conde deixa um legado de luta e defesa dos direitos humanos que permanecerá eternizado nos campos da Psicologia e da saúde coletiva.

Revista PCP completa 45 anos

A Revista Psicologia: Ciência e Profissão celebra em 2024 seus 45 anos de publicações. E para marcar a importância dessa jornada, o Conselho Federal de Psicologia (CFP) preparou um conjunto de ações que buscam fortalecer e ampliar ainda mais o alcance do periódico científico que é referência na Psicologia brasileira.

Criada por meio da Resolução CFP 26/1979, a Revista PCP é uma publicação científica de excelência internacional, classificada com a nota A2 no sistema Qualis de avaliação de periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) do Ministério da Educação.

O periódico reúne artigos originais referentes à atuação profissional da(o) psicóloga(o), à pesquisa, ao ensino ou à reflexão crítica sobre a produção de conhecimento na área da Psicologia. Sua principal missão é contribuir para a formação profissional da(o) psicóloga(o) brasileira(o), bem como socializar o conhecimento psicológico produzido por aqueles que pesquisam e/ou atuam na área.

“A Revista PCP celebra quatro décadas e meia de contribuições à produção científica sobre o fazer da Psicologia brasileira, numa perspectiva de ciência enquanto ação política. Uma revista criada no ano das comemorações do centenário do laboratório de Wundt, na Alemanha, instituído em 1879 e considerado o marco da Psicologia como saber científico. É, portanto, um produto de enorme orgulho para toda a categoria”, ressalta o presidente do Conselho Federal de Psicologia, Pedro Paulo Bicalho.

45 anos da PCP

Dentre as atividades que vão celebrar os 45 anos da Revista PCP está a criação dos canais oficiais do periódico nas redes sociais. O Instagram e facebook passarão a ter perfil próprio com conteúdos da revista, ampliando sua visibilidade para a categoria e para a sociedade.

Siga a revista PCP no Instagram e facebook.

Também está prevista uma edição especial da Revista PCP sobre os 50 anos do Conselho Federal de Psicologia, a ser lançada em agosto, mês da Psicologia brasileira – inclusive em edição impressa. Na seção fluxo contínuo, também será lançado um dossiê de cinco artigos sobre os 45 anos do periódico.

A conselheira Neuza Guareschi, editora-chefe da Revista, explica a importância da iniciativa: “Estamos organizando uma edição especial com o objetivo de registrar a história dessa instituição, bem como fomentar algumas reflexões sobre os processos de construção dessa Autarquia. O número especial deve trazer de 15 a 18 artigos, que vão discutir das memórias da Psicologia – desde a institucionalização do Sistema Conselhos, passando por aspectos de gestão, instâncias, deliberativas e também sobre a questão da ética, da Psicologia e direitos humanos, sobre orientação e fiscalização, e as próprias resoluções que o Conselho Federal já produziu”, detalha.

Balanço

Em 2023, a Revista Psicologia: Ciência e Profissão publicou um total de 116 artigos, entre os quais 112 do fluxo contínuo regular e quatro na categoria dossiê. Nesta última, três deles relacionados aos 20 anos do Sistema de Avaliação de Testes Psicológicos (SATEPSI) e um sobre o Sistema de Avaliação de Práticas Psicológicas Aluízio Lopes de Brito (SAPP), lançado em 2022.

A revista também vem realizando mudanças em sua página no site do CFP, de modo a ampliar o acesso ao periódico para além da plataforma da SciELO e da Pepsic, onde estão alocados todos os textos da PCP publicados desde 1979 até os dias atuais.

Com o objetivo de discutir tendências, compartilhar conhecimentos e estabelecer parcerias estratégicas no campo da editoração científica, em novembro de 2023 a equipe da Revista participou do Abec Meeting 2023, realizado em Foz do Iguaçu/PR.

Ao longo do último ano, o periódico teve uma publicação recorde de 116 artigos na plataforma da SciELO, quantitativo inédito na história da publicação. Os textos contemplam quase todas as áreas da Psicologia brasileira.

“O que chama a atenção é que a revista tem caráter bastante generalista dentro da Psicologia, ou seja, contemplamos quase que todas as áreas da Psicologia – algo que considero um importante avanço na produção do conhecimento e do trabalho dos profissionais da Psicologia e das práticas psicológicas”, pontua a Neuza Guareschi.

 

 

Marcus Vinícius presente!

Em 4 de fevereiro de 2016, a Psicologia brasileira lamentou a trágica perda de Marcus Vinicius de Oliveira Silva, também conhecido como Marcus Matraga. Destacado defensor dos direitos humanos e da luta antimanicomial, o psicólogo dedicou grande parte de sua vida à reforma psiquiátrica e aos direitos das pessoas em situação de vulnerabilidade.

Matraga foi uma referência na Psicologia como ciência e profissão, participando ativamente em gestões do Conselho Federal de Psicologia (CFP). Além disso, formou várias gerações de psicólogas(os) e conduziu pesquisas significativas na área.

Defensor de direitos humanos, Matraga foi assassinado em 4 de fevereiro de 2016, em Pirajuia, município de Jaguaripe (BA), conhecido palco de conflitos agrários. As circunstâncias da morte ainda hoje não foram elucidadas.

Oito anos após esse trágico acontecimento, o CFP mantém o apelo por justiça, enquanto reafirma o legado de Marcus Vinícius para uma Psicologia como prática coletiva e comprometida com a proteção de direitos. 

Conselho Federal de Psicologia se reúne com Ministério da Igualdade Racial para articulação institucional entre os órgãos

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) esteve na quinta-feira (25) na sede do Ministério da Igualdade Racial (MIR), em Brasília/DF, para encontro que teve como objetivo estabelecer um movimento de articulação estratégica entre as instituições. 

O diálogo colocou em foco iniciativas no campo das ações afirmativas, reparatórias e inclusivas, com vistas à troca de experiências e a construção de oportunidades de ações interinstitucionais.

A comitiva do CFP contou com a conselheira vice-presidenta, Ivani Oliveira, e as conselheiras Izabel Hazin (secretária) e Célia Mazza (tesoureira), além de integrantes de sua assessoria técnica. Pelo MIR, participaram a diretora de Políticas de Ações Afirmativas, Layla Daniele Pedreira de Carvalho, gestoras e analistas do corpo-técnico da pasta.

Além de pontuar que o Brasil conta com mais de 440 mil psicólogas e psicólogos em atuação e com importante presença nas políticas públicas, o CFP destacou sua atribuição legal de servir como órgão consultivo em matérias relacionadas ao campo da Psicologia – incluindo temas como ações afirmativas e reparatórias, bem como de promoção da dignidade humana.

Ao abordar a atuação na área, o Conselho Federal de Psicologia destacou a Resolução CFP 18/2002, que estabelece normas de atuação para as(os) psicólogas(os) em relação ao preconceito e à discriminação racial.

O CFP também compartilhou a experiência de criação do Programa de Ações Afirmativas, Reparatórias e Inclusivas do Sistema Conselhos de Psicologia, que tem como finalidade enfrentar e combater as violências institucionais e estruturais, incluindo racismo, sexismo, capacitismo e LGBTQIA+fobia. 

“O programa visa promover a inserção desses grupos vulnerabilizados, além de realizar ações de caráter pedagógico/formativo para efetivar a criação de espaços de discussão sobre a transversalidade desses temas no dia a dia do funcionamento dos Conselhos de Psicologia em todo o país”, destacou a conselheira vice-presidenta, Ivani Oliveira.

O enfrentamento ao racismo em sua interface com temas como luta antimanicomial, maioridade penal e respeito à diversidade também compuseram a pauta de diálogos.

“O Ministério da Igualdade Racial tem trabalhado desde o início da gestão para fazer avançar e fortalecer as políticas de ações afirmativas, sobretudo nas áreas de educação e trabalho. A gente tem um horizonte de ampliação dessas ações também para outros espaços, e ouvir o CFP é muito importante”, destacou a diretora de Políticas de Ações Afirmativas do MIR, Layla Carvalho.

Lei das cotas e concurso público

Outro importante tema debatido foi a inclusão de ações afirmativas no âmbito do concurso público a ser realizado pelo Conselho Federal de Psicologia, com foco no cumprimento da Lei de Cotas.

O Ministério informou que em 2023 dedicou esforços para a atualização do texto da Lei de Cotas (Lei 12.990/2014) no serviço público, a fim de garantir que ela continue existindo e que a reserva de vagas passe a ser de 30%, incluindo também indígenas e quilombolas. 

A proposta do novo texto já foi aprovada pela Comissão de Direitos Humanos do Senado Federal e agora está para ser analisada na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania. 

Para debater avanços no tema, o Ministério da Igualdade Racial conta com um Grupo de Trabalho e convidou o Conselho Federal de Psicologia a contribuir institucionalmente com esse espaço de reflexão. 

“A política de cotas foi criada para reverter disparidades históricas e é uma realidade no serviço público. Porém não basta que essas pessoas apenas ingressem, é preciso também criar e implementar condições para que permaneçam com saúde mental”.