CFP dialoga sobre reconstrução do SUAS durante a 13ª Conferência Nacional de Assistência Social

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) marcou presença na 13a Conferência Nacional de Assistência Social, realizada entre os dias 5 e 8 de dezembro, em Brasília (DF), que teve como tema “Reconstrução do SUAS: O SUAS que temos e o SUAS que queremos”.Nesta edição, a Conferência contou também com a importante participação de Conselhos Regionais de Psicologia e de psicólogas(os) organizadas(os) em fóruns de trabalhadoras(es) do SUAS, além das(os) profissionais que ocupam cargos de gestoras(es) ou atuam em entidades socioassistenciais.

No primeiro dia do evento, o CFP promoveu atividade auto-organizada que colocou em debate a Assistência Social em interface com os direitos de crianças e adolescentes em situação de orfandade decorrente da pandemia de Covid-19 e dos feminicídios no Brasil. O diálogo foi coordenado pela conselheira Marina Poniwas que também representa o CFP na presidência do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda). 

Ao iniciar o diálogo, que contou ainda com a participação da conselheira Neuza Guareschi, a presidente do Conanda abordou a lacuna existente na legislação referente à orfandade e destacou a urgência de construir uma política específica que incorpore aspectos da atenção psicossocial nos territórios, atendendo às demandas desses grupos. “Historicamente, o problema da orfandade foi tratado no âmbito individual e familiar. Não encontramos referências diretas à orfandade em instrumentos como o Estatuto da Criança e do Adolescente, plano de convivência comunitária ou na lei de convivência familiar comunitária”, explicou.

Reconhecimento à atuação do CFP

Durante a 13a CNAS, o Conselho Federal de Psicologia (CFP), representado pelo presidente Pedro Paulo Bicalho, recebeu o Prêmio Mérito SUAS Simone Albuquerque. O CFP foi reconhecido pela prática exitosa de integrar ações de mobilização de trabalhadoras psicólogas em espaços de controle e participação social do Sistema Único de Assistência Social (SUAS).

Ao receber a congratulação, o presidente do CFP expressou o orgulho da Psicologia brasileira no SUAS, ressaltando o empenho das psicólogas e dos psicólogos na construção e execução das políticas de assistência social. Pedro Paulo enfatizou a resistência contra o desmonte das políticas na área, salientando a importância da defesa intransigente das políticas públicas e da realização de conferências para consolidar a participação social no país.

“A Psicologia brasileira não somente tem orgulho de estar no SUAS. A Psicologia brasileira é grata ao modo como o SUAS nos transformou. Portanto, viva o SUAS. Simone Albuquerque presente hoje e sempre”, referenciou o presidente do CFP.

Pedro Paulo Bicalho lembrou ainda que, no Brasil, a Política Nacional de Participação Social e o SUAS representam um verdadeiro enfrentamento à desigualdade social, resultante de um histórico violento de colonização e escravização.

Além de integrar o Fórum Nacional de Trabalhadoras e Trabalhadores do Sistema Único de Assistência Social (FNTSUAS), o CFP compõe a gestão 2022-2024 do Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS). Desde 2015, o Conselho Federal de Psicologia mantém a Comissão Nacional de Psicologia na Assistência Social (CONPAS), regulamentada pela Resolução CFP nº 7/2020. Entre outras atribuições, a CONPAS sugere estratégias de consolidação da Política Nacional de Assistência Social, executa deliberações do CFP sobre Assistência Social e fomenta a participação da Psicologia em comissões, fóruns e conselhos de Assistência Social.

A edição 2023 do Prêmio Mérito CNAS homenageia postumamente a assistente social Simone Albuquerque, que foi vice-presidente do Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS), destacando sua contribuição às políticas públicas no Brasil.

Mobilização da categoria

Segundo o Censo SUAS 2019, quase 25 mil psicólogas e psicólogos atuam na Política de Assistência Social em todo o Brasil. A relevância dessa presença convoca a categoria a contribuir nas reflexões e proposições para aprimorar as ações e projetos dessa política de Estado.

Como parte da mobilização para a 13a Conferência, o CFP promoveu ao longo de 2023 uma série de atividades. Em março, foi realizado o I Seminário Nacional Psicologia e Controle Social no SUAS, como parte da mobilização para as etapas preparatórias. Em julho, foram conduzidos cinco webinários regionais como parte da mobilização de profissionais da Psicologia atuantes no SUAS. Já em setembro, ocorreu a live “Assistência Social, política de drogas e direitos humanos: diálogos para o cuidado no SUS e no SUAS que queremos”.

Mulheres em situação de violência: CREPOP lança consulta pública para subsidiar elaboração de referências técnicas

O Conselho Federal de Psicologia (CFP), por meio do Centro de Referência Técnica em Psicologia e Políticas Públicas (CREPOP), abriu consulta pública para que as(os) psicólogas(os) de todo o país possam contribuir com a futura publicação “Referências Técnicas para Atuação de Psicólogas(os) no Atendimento às Mulheres em Situação de Violência”.

Trata-se de uma edição revisada do documento originalmente lançado em 2013 e que busca atualizar a abordagem da atuação profissional de psicólogas e psicólogos na área.

A consulta pública tem como objetivo colher junto à categoria sugestões que permitam aprimorar o documento, tornando o processo mais democrático e participativo. As contribuições podem se dar de forma individual ou coletiva – sendo que, nessa segunda modalidade, é necessário informar  data, município, unidade da federação, instituição ou pessoa(s) responsável pela organização da atividade, bem como a quantidade de participantes e o número de estudantes (se aplicável).

Como participar

  1. Leia a íntegra das Referências Técnicas para Atuação de Psicólogas(os) no Atendimento às Mulheres em Situação de Violência, disponível neste link;
  1. Acesse o formulário eletrônico. Será necessário informar dados pessoais e de contato;
  1. No formulário, apresente suas ponderações levando em consideração cada eixo que organiza a referência técnica sob consulta;

A consulta pública ficará disponível até 29 de fevereiro de 2024 no site do CREPOP e do Conselho Federal de Psicologia. Após o término do prazo, todas as contribuições ao texto preliminar serão enviadas à comissão de especialistas, responsável por apresentar a versão final do documento.

Saiba mais:

Acesse a íntegra da consulta pública do CREPOP;

Acesse o formulário eletrônico para contribuir para a consulta pública.

Solenidade destaca contribuições do CFP à Psicologia e à sociedade ao longo de suas cinco décadas

Uma noite de celebração marcou a comemoração ao cinquentenário do Conselho Federal de Psicologia (CFP), realizada em Brasília/DF e que reuniu autoridades, representantes de entidades e Conselhos de Psicologia de todo o país.

Há cinco décadas, em 20 de dezembro de 1973, foram realizadas a primeira eleição do Conselho Federal, a definição de sua mesa diretora e a reunião plenária inaugural da Autarquia. Desde então, além do aumento expressivo da categoria que hoje chega a mais de 450 mil profissionais em todo o país , o CFP vem imprimindo importantes contribuições não apenas ao exercício profissional, mas também no protagonismo da Psicologia diante das transformações e desafios na sociedade.

“Ao longo dessas cinco décadas, o CFP tem demonstrado sua relevância e potência, posicionando o Brasil como o país com o maior número de psicólogas e psicólogos no mundo. É um Conselho atento às transformações do país e às transformações do fazer da profissão”, destacou o presidente do CFP, Pedro Paulo Bicalho.

É o que também pontuou a vice-presidenta do CFP, Ivani Oliveira que, em conjunto com Pedro Paulo, conduziu a solenidade: “a criação do Conselho Federal de Psicologia é a culminância de muita luta pelo reconhecimento da profissão. Nesses 50 anos, o CFP foi fundamental para transformar o modelo de Psicologia criado em 1962, constituindo compromissos éticos, científicos e políticos que hoje orientam a Psicologia brasileira”.

A cerimônia dos 50 anos do CFP reuniu de ex-presidentas(es) do Conselho Federal, representantes dos 24 Conselhos Regionais de Psicologia (CRPs), do Fórum de Entidades Nacionais da Psicologia Brasileira (FENPB), de conselhos federais de diversas profissões, de  conselhos de controle social de políticas públicas e, ainda, de diversas instituições representativas da Psicologia nacional, entre outros.

Trajetória de cinco décadas

A celebração apresentou ao público uma retrospectiva dos principais fatos que marcaram a trajetória do Conselho Federal de Psicologia ao longo de suas cinco décadas. Desde os avanços na estrutura e gestão administrativa às mudanças que deram os contornos à Psicologia como ciência e profissão.

Em seus cinquenta anos de funcionamento, o Conselho Federal de Psicologia publicou mais de 2 mil normativas de orientação à atuação profissional. Dentre elas, as notórias Resolução CFP nº 01/1974, que criou os sete primeiros Conselhos Regionais de Psicologia, com abrangência em todas as unidades da federação; e a Resolução CFP nº 01/1999, que estabelece normas de atuação para profissionais da Psicologia relacionadas à questão da orientação sexual, e que foi pioneira na garantia de direitos dessa população. 

A solenidade também destacou a participação do Conselho Federal de Psicologia nos processos de construção democrática, de formação profissional, assim como de estruturação de grandes projetos e ações que moldaram o fazer da profissão. Entre eles,  a criação das Comissões de Direitos Humanos, do Centro de Referências Técnicas em Psicologia e Políticas Públicas (Crepop), da Comissão Consultiva em Avaliação Psicológica (CCAP), do Sistema de Avaliação de Testes Psicológicos (SATEPSI) e do Sistema de Avaliação de Práticas Psicológicas Aluízio Lopes de Brito (SAPP), entre outros.

Revista Diálogos

Durante a cerimônia foi realizado o pré-lançamento da Revista Diálogos, que nesta edição traz como tema os 50 Anos do Conselho Federal de Psicologia. Elaborado em conjunto com os Conselhos Regionais, o periódico revisita a trajetória do CFP percorrendo conquistas fundamentais, como: a regulamentação, as memórias históricas e sua luta democrática; a atuação da Psicologia no SUS e SUAS; os desafios da luta antimanicomial e a busca pela manutenção dos direitos humanos; as lutas pelos direitos da população LGBTQIA+; a importância dos profissionais de Psicologia e do Serviço Social na educaçao básica; os avanços e desafios da avaliação psicológica; o fortalecimento das políticas de mobilidade humana; as referências técnicas para a atuação profissional em políticas públicas; as especialidades profissionais da Psicologia; o reconhecimento e acolhimento da diversidade no Sistema Conselhos de Psicologia; a avaliação de práticas profissionais e qualificação do exercício profissional; as produções técnicas e científicas do CFP; entre outros debates.

Projeto Memórias da Psicologia

A celebração do primeiro cinquentenário do CFP marca também o lançamento das ações do projeto Memórias da Psicologia. Instituído pela Resolução CFP nº 01/2023, a iniciativa busca promover o resgate histórico e o devido registro do legado da Psicologia como ciência e profissão no Brasil. O projeto tem caráter permanente e prevê ações que buscam identificar, catalogar e preservar os arquivos existentes no campo da Psicologia. O objetivo é fomentar a divulgação da história do Conselho Federal e da própria Psicologia brasileira.

Entre as ações que integram a estratégia está o registro historiográfico e audiovisual desse acervo, além da fundação de museu dedicado à Memória da Psicologia Brasileira. Para apoiar na coleta desse material, o CFP vai promover a indução de uma grande articulação nacional para a captação de conteúdo histórico,  que contribua com o registro dessa trajetória, mobilizando a categoria profissional, instituições e Conselhos Regionais de Psicologia de todo o país.

A íntegra do evento pode ser assistida pelo YouTube do CFP.

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Sistema Conselhos de Psicologia encerra 2023 com importantes deliberações na APAF

Representantes do Conselho Federal (CFP) e dos 24 Conselhos Regionais de Psicologia (CRPs) estiveram reunidas(os) em Brasília (DF), nos dias 16 e 17 de dezembro, durante a Assembleia de Políticas, da Administração e das Finanças (APAF). Realizada bianualmente, a atividade tem como objetivo debater importantes questões relacionadas à organização e à atuação profissional da categoria em todo o país.

Durante o encontro, o coletivo aprovou a continuidade de diversos grupos de trabalho, que vão debater e propor diretrizes para temas relevantes da Psicologia. Entre eles, o GT responsável pela revisão do regimento eleitoral para o pleito de 2025, que irá reger as eleições das gestões dos CRPs e definir a composição do plenário do CFP no processo de consulta nacional junto às psicólogas e aos psicólogos de todo o país. No conjunto de propostas apresentadas pelo GT, figura a implantação de um sistema de votação 100% on-line, com a disponibilização de pontos de apoio pelos Conselhos Regionais.

Também foi aprovada a manutenção do grupo de trabalho da Comissão Organizadora Nacional (COMORG), que tem a atribuição de realizar o 12º Congresso Nacional da Psicologia (CNP). Além da continuidade do GT, o pleno da APAF anuiu a proposta de regulamento para o 12º CNP, cuja etapa nacional está prevista para julho de 2025.

Outro GT mantido por decisão do Sistema Conselhos foi o de “Orientação e regulamentação do uso assistido de psicodélicos em contexto psicoterapêutico”. Criado na APAF de maio de 2023, o grupo objetiva a elaboração de um plano de trabalho institucional sobre o uso assistido de psicodélicos e cannabis em âmbito psicoterapêutico –  tendo por fundamento estudos científicos, respeito à laicidade e às cosmovisões.

O papel da Psicologia no enfrentamento ao racismo também esteve entre os temas abordados durante a APAF. O GT responsável pela revisão da Resolução CFP 18/2002, que dispõe sobre o trabalho das(os) psicólogas(os) frente ao preconceito e à discriminação racial, teve sua prorrogação garantida. Além disso, a APAF incluiu entre os objetivos do grupo a  elaboração de nota técnica para orientações à categoria.

Ações afirmativas

Ainda durante a APAF, foi apresentada a atualização do Programa de Ações Afirmativas, Reparatórias e Inclusivas do Sistema Conselhos de Psicologia. A iniciativa tem como  finalidade combater violências institucionais e estruturais no âmbito do CFP e dos Conselhos Regionais de Psicologia) incluindo racismo, sexismo, capacitismo e LGBTQIfobia.

O coletivo sugeriu o debate sobre a transversalização desses temas em todos os aspectos e pautas do Sistema Conselhos, ficando deliberada a criação de mecanismos de monitoramento das cartas-compromisso assinadas e das ações de acolhimento dos grupos sociais historicamente oprimidos, possibilitando espaços contínuos de comunicação e de atualização do Programa. 

Ampliação do Sistema Conselhos

A possibilidade de criação de um novo Conselho Regional esteve entre os destaques no segundo dia da Assembleia de Políticas, da Administração e das Finanças.

Foi aprovada, por unanimidade, a abertura de estudo técnico para processo de desmembramento da Seção Amapá do CRP-10. O estudo deve abranger aspectos relacionados ao porte e à capacidade de sustentabilidade financeira. 

Novo encontro

As datas das APAFs do próximo ano já foram aprovadas. A primeira deverá ocorrer nos dias 25 e 26 de maio, e a segunda, entre 14 e 15 de dezembro.

Se você não pôde acompanhar ao vivo os diálogos, acesse a íntegra da Assembleia de Políticas, da Administração e das Finanças no Youtube do CFP.

Confira as fotos no Flickr do Conselho Federal de Psicologia.

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Direitos da infância e da adolescência: CFP é eleito para assumir a presidência do Conanda até 2024

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) foi eleito, por unanimidade, para assumir a presidência do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda) – instância máxima de formulação, deliberação e controle das políticas públicas voltadas à infância e à adolescência. 

A eleição ocorreu nesta quinta-feira (14), durante a 321ª assembleia ordinária do colegiado. A eleição atende o critério de alternância entre governo e sociedade civil na presidência do colegiado. O CFP seguirá representado pela conselheira Marina Poniwas que, desde fevereiro, já atuava na condição de vice-presidente do Conanda.

Marina Poniwas reforçou o compromisso da Psicologia brasileira com a defesa dos direitos das crianças e dos adolescentes, destacando que 2023 foi um período marcado pela reconstrução das políticas públicas. “Nós estamos trabalhando para fortalecer o Conanda cada vez mais. É esse o nosso objetivo. Que a gente possa ampliar os nossos espaços de diálogo com as outras organizações, movimentos, redes e coalizões. E que a gente também possa seguir nessa construção coletiva com os Conselhos Estaduais”, afirmou.

A conselheira apontou ainda algumas ações consideradas estratégicas, como a revisão do Plano Decenal dos Direitos da Criança e do Adolescente, a realização das caravanas temáticas, o fortalecimento das Escolas de Conselhos e a execução dos planos de metas das comissões do Conanda. “Além disso, estejamos sempre firmes na luta e no enfrentamento ao racismo, ao machismo e à LGBTfobia”, complementou.

A próxima reunião do Conanda está prevista para fevereiro de 2024.

12ª Conferência Nacional

Além da eleição para a presidência e a vice-presidência do Conanda, o colegiado também deliberou questões para os preparativos da 12ª Conferência Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, que será realizada entre 2 e 4 de abril de 2024, em Brasília (DF).

Inicialmente prevista para ocorrer em novembro de 2023, o adiamento foi necessário em virtude dos trâmites administrativos para a realização do evento, incluindo questões relacionadas ao deslocamento das delegações estaduais. Nessa direção, a mudança de data foi fundamental para garantir a ampla participação na etapa nacional da conferência.

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CFP contribui com subsídios para consulta pública que aborda o uso consciente de dispositivos digitais por crianças e adolescentes

O Governo Federal lançou neste mês uma consulta pública visando ouvir a sociedade sobre estratégias para o uso consciente de telas e dispositivos digitais por crianças e adolescentes. O objetivo é que as contribuições ajudem a embasar a elaboração de um guia orientativo, oferecendo a familiares, educadores e à sociedade em geral ferramentas para lidar com a relação da infância e adolescência com o mundo digital.

Para operacionalizar a consulta, foi instituído um grupo de trabalho com a participação de diversas entidades, entre elas, o Conselho Federal de Psicologia (CFP)  – representado pelas conselheiras Izabel Hazin e Raquel Guzzo. O coletivo teve como tarefa produzir um material com embasamento teórico sobre o assunto que pudesse auxiliar nas reflexões.

De acordo com os subsídios, a pesquisa TIC Kids Online, do Comitê Gestor da Internet no Brasil, apontou que 92% da população com idade entre 9 e 17 anos (no ano de 2022) era usuária de Internet no país, destacando-se o celular o dispositivo mais usado por crianças e adolescentes. A mesma pesquisa apontou que 86% das(os) usuários de 9 a 17 anos e 96% para os usuários de 15 a 17 anos possuíam ao menos um perfil em redes sociais.

Ainda conforme o documento elaborado no âmbito do grupo de trabalho, a crise sanitária instaurada pela pandemia da Covid-19 acelerou esse processo, uma vez que a imposição do distanciamento social levou famílias e escolas a recorrerem a ferramentas digitais para o ensino, o entretenimento e a ocupação do tempo de crianças e adolescentes de forma intensa.

“É comum que crianças e adolescentes sejam proibidas ou orientadas a evitar frequentar certos locais e de realizarem determinadas atividades no mundo offline, por conta dos riscos que representam à sua saúde e segurança. Porém, de forma contraditória, o mesmo critério não costuma ser  adotado com as atividades virtuais, frequentemente executadas sem supervisão, sendo que os riscos de vitimização, de aliciamento para práticas criminosas, de assédio moral, de abuso e exploração sexual podem ser até maiores”, aponta o texto da consulta pública.

Como participar?

As pessoas interessadas devem acessar a plataforma Participa + Brasil. Nela, o documento base com todos os argumentos expostos pelo grupo de trabalho pode ser acessado, com a possibilidade de inserção de comentários desde que seja realizado um breve cadastro.

Entre os questionamentos, a sociedade pode opinar sobre quais são os diferentes riscos relacionados ao uso de telas e dispositivos eletrônicos por crianças e adolescentes; quais soluções podem ser pensadas para a mitigação do perigo diante dessas situações; e como o uso de telas digitais, no ambiente escolar, impacta no ambiente de aprendizado.

A consulta ficará disponível até o dia 23 de novembro.

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CCAP: atuação profissional em aspectos de inclusão e acessibilidade

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) realiza na quinta-feira (19), por meio da sua Comissão Consultiva em Avaliação Psicológica, a partir das 16h, o diálogo digital  “Atuação profissional na avaliação psicológica: inclusão e acessibilidade”. O evento pretende, entre outros objetivos, evidenciar os desafios na área e de que maneira a Psicologia brasileira se insere nessa questão.

A atividade será mediada pela psicóloga Carolina Rosa Campos, integrante da Comissão Consultiva em Avaliação Psicológica (CCAP) do CFP. Para compor a roda de conversa estarão presentes Cassiana Saraiva Quintão, Mestra em Educação Especial, e Marco Antonio dos Santos, Doutor em Psicologia.

De acordo com Carolina Campos, o debate visa abordar a avaliação psicológica direcionada a pessoas com deficiência, permeando os principais desafios e avanços na área. A importância da temática, avalia a psicóloga, está diretamente associada à busca em garantir processos avaliativos mais inclusivos e que visem a acessibilidade, promovendo a justiça e os direitos humanos. “Esse espaço de diálogo pode auxiliar profissionais na reflexão acerca de sua prática, assim como prosperar e estimular pesquisas na área que hoje ainda se encontra escassa no que tange a instrumentos e estratégias direcionadas a este público”, destacou.

Conheça as(os) participantes

Carolina Rosa Campos

Membro da Comissão Consultiva em Avaliação Psicológica (CCAP) do Conselho Federal de Psicologia (CFP). Docente no curso de graduação e pós-graduação de Psicologia da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM). Atual Coordenadora do Curso de Psicologia (gestão 2021-2023). Pós doutorado em Psicologia pela Universidade São Francisco (USF) com bolsa PNPD. Coordenadora do Laboratório de Avaliação Psicológica da UFTM. 

Cassiana Saraiva Quintão

Mestra em Educação Especial pelo Programa de Pós-Graduação em Educação Especial da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Possui experiência profissional como psicóloga clínica, com ênfase em atendimento especializado para crianças e adultos com deficiência ou atrasos no desenvolvimento. Atualmente, é doutoranda em Psicologia pelo Programa de Pós-Graduação em Psicologia da UFSCar e participa do Grupo de Pesquisa Interação Social, Aprendizagem e Desenvolvimento da Criança Pequena, no Laboratório de Interação Social (LIS).

Marco Antonio dos Santos

Doutor em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas e atua em áreas como psicodiagnóstico, desenvolvimento infantil, inclusão de pessoas com deficiência em empresas, saúde mental e educação.

Sobre a CCAP

Criada pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP) em março de 2003, a Comissão Consultiva em Avaliação Psicológica (CCAP) tem por função discutir e propor diretrizes, normas e resoluções no âmbito da avaliação psicológica, além de conduzir o processo de avaliação dos instrumentos psicológicos submetidos ao Sistema de Avaliação de Instrumentos Psicológicos (SATEPSI).

Este ano, a Resolução CFP nº 02/2003 completou duas décadas. Atualmente, a Resolução CFP nº 31/2022 estabelece diretrizes para a realização de Avaliação Psicológica no exercício profissional da psicóloga e do psicólogo e regulamenta o Sistema de Avaliação de Testes Psicológicos – SATEPSI.

Serviço

Atuação profissional na avaliação psicológica: inclusão e acessibilidade

19/10/2023

16h

Acompanhe ao vivo pelo Youtube do CFP

Psicoterapia: CFP participa de I Simpósio da Abrap

Com o tema “As Psicoterapias Hoje”, a Associação Brasileira de Psicoterapia (Abrap) realiza no próximo dia 7 de outubro, exclusivamente online, o seu I Simpósio Brasileiro de Psicoterapia. O Conselho Federal de Psicologia (CFP) participa da atividade representado pelo presidente da Autarquia, Pedro Paulo Bicalho, na abertura do simpósio, e também pelo conselheiro Rodrigo Acioli Moura ao longo da programação do evento.

O objetivo do encontro é dar oportunidade para profissionais apresentarem temas sobre a formação da(o) psicoterapeuta, o self da(o) psicoterapeuta, psicoterapia infantil, a Psicoterapia e as mudanças da contemporaneidade, espaços e iniciativas em Psicoterapia no CFP, Gestalterapia, entre outros tópicos relevantes.

A programação inicia às 9 horas e contará com nove mesas. O Simpósio já está em seu segundo lote de inscrições, que poderão ser feitas pelo seguinte endereço eletrônico: https://abrap.org/project/eventos/#formulario

Sobre a Abrap

A Associação Brasileira de Psicoterapia (Abrap) foi fundada em maio de 2004 com o intuito de congregar e promover o intercâmbio entre psicoterapeutas das diversas tendências existentes na atualidade. A entidade está presente no Fórum das Entidades Nacionais da Psicologia Brasileira (Fenpb), que se constitui em um espaço amplo e agregador de organização e construção coletiva da Psicologia brasileira. 

Saiba mais:

 I Simpósio Brasileiro de Psicoterapia

Data: 7/10/2023

Local: on-line

Inscrições e mais informações em: https://abrap.org/project/eventos/#formulario 

Inscrições abertas para II Prêmio Profissional Sylvia Leser de Mello: Práticas Inovadoras no Exercício da Psicologia

O Conselho Federal de Psicologia abriu nesta sexta-feira (15) as inscrições da segunda edição do “Prêmio Profissional Sylvia Leser de Mello: Práticas Inovadoras no Exercício da Psicologia”. O edital, que foi publicado no Diário Oficial da União (DOU) de 1º de agosto de 2023, traz a publicação da premiação, que pagará até R$2 mil para trabalhos que caracterizem avanços em termos de produção de conhecimento nos diversos campos da Psicologia.
O Prêmio Sylvia Leser de Mello visa fomentar a pesquisa e o desenvolvimento de modelos, procedimentos e técnicas envolvidos na atuação profissional que possam indicar caminhos para o aprofundamento da construção de conhecimento científico inovador e do compromisso social da Psicologia.
Os trabalhos deverão ser enviados por este link (http://www2.cfp.org.br/premio/sylvialeser/2023 ), exclusivamente pela página do prêmio, no período de 15 de setembro de 2023 a 15 de outubro de 2023. A cerimônia de premiação será realizada em dezembro.

Categorias

Poderão concorrer trabalhos individuais ou coletivos de, no máximo, seis autoras(es). Os trabalhos poderão ser inscritos em uma das três categorias de práticas profissionais:
1. Experiências ou produtos derivados do trabalho profissional individual ou coletivo da(o)(e) psicóloga(o)(e);
2. Experiências ou produtos derivados de trabalhos realizados em cursos de especialização ou de mestrado;
3. Experiências ou produtos derivados de trabalhos realizados em cursos de doutorado, pós-doutorado, ou projetos vinculados a grupos de pesquisa.
A primeira edição do “Prêmio Profissional Sylvia Leser de Mello: Práticas Inovadoras no Exercício da Psicologia” foi realizada em 2022 e recebeu 160 trabalhos. Em dezembro passado, por meio da Resolução Nº 32/2022, o Conselho Federal de Psicologia tornou anual a periodicidade da premiação.

Práticas Psicológicas Inovadoras

Consideram-se práticas psicológicas inovadoras aquelas que, mesmo de forma incremental, proponham um avanço no campo da Psicologia, seja a partir de conhecimento pré-existente, seja introduzindo novas perspectivas de leitura, conceitos, fundamentos ou de metodologia de trabalho.
As práticas psicológicas inovadoras podem introduzir novos fazeres ou aperfeiçoar os já existentes, por meio de novos instrumentos de intervenção e análise de práticas clínicas, sociais ou experimentais, que serão utilizadas pela(o)(e) psicóloga(o)(e) ou por equipe interdisciplinar.

Sylvia Leser de Mello

Sylvia Leser de Mello foi uma intelectual e docente que dedicou grande parte de sua vida e obra ao desenvolvimento da Psicologia Social. A pesquisadora, que faleceu em janeiro de 2021, foi professora do Departamento de Psicologia Social (PST) do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP), promovendo a intersecção entre filosofia, literatura e a Psicologia. Entre suas linhas de estudo estão a Interação Social, O Homem no Trabalho e a Economia Solidária.
Em 2011, a Revista Ciência e Profissão, editada pelo Conselho Federal de Psicologia, publicou artigo em homenagem à Sylvia Leser. Em 2003, recebeu do Conselho Regional de Psicologia de São Paulo (CRP-06/SP) o reconhecimento por seu compromisso com a Psicologia no Brasil.

Mais informações

Inscreva seu trabalho para o II Prêmio Sylvia Leser de Mello

Edital do II Prêmio Sylvia Leser de Mello
CFP institui o prêmio profissional Sylvia Leser de Mello: Práticas Inovadoras no Exercício da Psicologia
CFP lança prêmio sobre inovação no exercício profissional
CFP realiza cerimônia de premiação sobre Práticas Inovadoras no Exercício da Psicologia
Resolução Nº 32/2022

 

II Prêmio Virgínia Bicudo está com inscrições abertas

A segunda edição do Prêmio Profissional Virgínia Bicudo “Práticas para uma Psicologia Antirracista” está com inscrições abertas a partir desta sexta-feira (15), que seguem até o dia 30 de outubro de 2023 pelo seguinte link: https://www2.cfp.org.br/premio/virginiabicudo/2023/ . O edital com as diretrizes da premiação anual do CFP foi publicado no Diário Oficial da União (DOU) no dia 1º de agosto passado.

O Prêmio Virgínia Bicudo pretende identificar, valorizar e divulgar estudos e ações de psicólogas(os)(es), coletivos e grupos que envolvam a Psicologia e as Relações Étnico-Raciais, fundamentadas nos direitos humanos e que tenham impacto na saúde mental, na redução das desigualdades sociais e no posicionamento antirracista. Com a realização deste Prêmio, o CFP espera fomentar a divulgação de estudos e ações exitosas no campo da Psicologia e questões raciais.

Ao todo, serão agraciados dez trabalhos (dois para cada região do Brasil), com premiação de R$ 2 mil para as categorias profissionais “Experiências Individuais” e “Experiências Coletivas”.

A categoria “Experiências Individuais” é dedicada à análise de trabalhos e ações promovidas por psicólogas(os)(es) que desenvolvam práticas antirracistas. Já a categoria “Experiências Coletivas” é voltada para a participação de grupos, coletivos e organizações que desenvolvam práticas antirracistas no âmbito da Psicologia.

Para inscrição na categoria “Experiências Coletivas”, o trabalho técnico-teórico deverá contar com a participação de ao menos uma(um) psicóloga(o)(e).

Os trabalhos teórico-técnicos devem estar relacionados a um dos seguintes eixos orientadores: Raças e identidade étnico-racial; Violência, morte e luto; Modos de resistência antirracista: antimanicomial, cultural, religioso; Interseccionalidades; e Geracional: racismo na infância, juventude e envelhecimento.

Poderão concorrer ao prêmio psicólogas(os)(es) em situação cadastral regular e que estejam adimplentes junto ao Conselho Regional de Psicologia. Os trabalhos deverão ser enviados pelo site do CFP, no período de 15 de setembro a 30 de outubro de 2023. Não serão aceitas inscrições submetidas por correio convencional.

Sobre a premiação

A primeira edição do Prêmio Profissional Virgínia Bicudo “Práticas para uma Psicologia Antirracista” foi realizada em 2022, durante o Seminário Nacional que celebrou os 25 Anos da Comissão de Direitos Humanos do CFP, realizado em Brasília/DF. A premiação fez parte da agenda de celebrações dos 60 anos da regulamentação da Psicologia no Brasil.

Foram apresentados 56 trabalhos inéditos, sob a forma de artigo técnico ou relatos de práticas embasadas na ciência psicológica. O resultado está reunido na publicação “Psicologia Brasileira na Luta Antirracista: Prêmio Profissional Virgínia Bicudo”, que conta com nove trabalhos vencedores e outros três que receberam menção honrosa abordando diferentes estudos, reflexões e fazeres ao redor do tema.

Quem foi Virgínia Bicudo

Virgínia Leone Bicudo foi pioneira nos estudos sobre relações raciais, abordando a temática em suas interfaces com a Sociologia, a Antropologia, a Psicologia Social e a Psicanálise.

Na Psicologia fez história ao integrar, como vice-presidenta, o primeiro plenário do Conselho Federal de Psicologia – assumindo em alguns momentos a frente da instituição, sendo reconhecida como a primeira presidenta negra do Sistema Conselhos de Psicologia.

Na década de 1940, sob o título “Estudo de Atitudes Raciais de Pretos e Mulatos em São Paulo”, o trabalho de Bicudo foi o primeiro a ser defendido sobre o tema das relações raciais em uma universidade brasileira.

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