Fórum Nacional pela Redução da Desigualdade Social realiza primeira reunião em 2020

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) participou, na quinta-feira (5), da primeira reunião de 2020 do Fórum Nacional pela Redução da Desigualdade Social. O foco de atuação do Fórum este ano será pela reafirmação do papel do Estado na redução da desigualdade social no Brasil. O encontro ocorreu na sede do Conselho Federal de Economia (COFECON), Autarquia que criou e coordena a Campanha pela Redução da Desigualdade Social no Brasil.

O conselheiro Antônio Virgílio Bastos representou o CFP no colegiado. Cerca de 30 entidades nacionais e estaduais, entre elas o CFP, participam da iniciativa e reúnem-se no Fórum Nacional pela Redução da Desigualdade Social.

Campanha pela Redução da Desigualdade Social

A Campanha pela Redução da Desigualdade Social é formada por seis eixos. No presente ano, o tema central a ser trabalhado trata da reafirmação do papel do Estado e das políticas públicas na redução da desigualdade. Esse tema faz parte do eixo 4, que tem como objetivos: priorizar a destinação do orçamento público para demandas sociais; eliminar ou reduzir as isenções e desonerações fiscais, os subsídios concedidos e os gastos com juros da dívida pública; melhorar a gestão e tornar mais eficientes os gastos públicos; apoiar a PEC que institui controle dos gastos com juros da dívida pública; fortalecer as empresas estatais e instituir controle social sobre sua gestão.

Além da escolha da temática do papel do Estado para as atividades de 2020, o Fórum definiu o calendário de reuniões do colegiado, que serão bimestrais, bem como ações conjuntas com outras entidades da sociedade civil. Outro assunto abordado na reunião foi a publicação da 2ª edição da revista do Fórum, intitulada “Justiça Social”. A publicação é composta por artigos produzidos por palestrantes do Seminário “Os impactos da Reforma da Previdência e das novas tecnologias para a sociedade”, realizado pelo Fórum em 29 de agosto de 2019, com apoio do CFP e palestra da então conselheira federal Rosane Granzotto. A primeira edição da revista Justiça Social traz artigos de palestrantes do Seminário “Reestruturação da Seguridade Social e da Educação”, ocorrido em dezembro de 2018.

A luta por uma sociedade menos desigual e pela justiça social é um compromisso central do atual Plenário do Conselho Federal de Psicologia, o que justifica o apoio e a participação do CFP no referido Forum.

 

 

Balanço de ações da Revista Psicologia: Ciência e Profissão

Fluxo contínuo, série de edições especiais temáticas, dossiês específicos. Essas e outras mudanças foram implementadas na Revista Psicologia: Ciência e Profissão (PCP), de 2017 a 2019, durante a última gestão do Conselho Federal de Psicologia (CFP). Na primeira reunião da nova plenária do CFP, em janeiro deste ano, foi apresentado um balanço das ações no periódico.

Neuza Guareschi, atual conselheira do CFP e editora chefe da PCP no plenário passado, apresentou os dados. Em 2017, foram publicados um total de 76 artigos. Além destes, foi publicada a edição especial “Psicologia e Democracia” com 19 artigos, perfazendo um total de 95 manuscritos.

Em 2018, foram publicados 59 artigos regulares. Além destes, duas edições especiais temáticas foram lançadas no referido ano: 15 anos do Satepsi e Sistema Prisional e Segurança Pública.

A grande novidade em 2019 foi o fim das edições regulares impressas, sendo estas publicadas exclusivamente na plataforma SciELO, gerando economia de recursos. No referido ano, 63 artigos regulares foram publicados e mais duas edições especiais foram lançadas: “Psicologia, Povos e Comunidades Tradicionais” e “Psicologia, Territorialidades e Violências”.

Balanço da Revista Psicologia: Ciência e Profissão 

A conselheira Neuza Guareschi, que segue como editora-chefe do periódico na atual gestão, aponta que o balanço da PCP no último triênio é positivo. Segundo ela, o trabalho integrado da equipe foi importante para conquistas como a discussão da acessibilidade na produção de conteúdo, destacando Diálogo Digital sobre a acessibilidade, bem como a inclusão de dossiê sobre o tema em cinco artigos na edição 38.3 da PCP. 

Neuza enumerou outros dois avanços na gestão do periódico, como a adoção do fluxo contínuo, abolindo, desta forma, as edições impressas dos números regulares, mantendo-os apenas para os especiais. “O Fluxo contínuo dá uma agilidade maior para a revista. Assim que os artigos estiverem prontos, eles podem ser publicados, por lotes, grupos. Isso dá uma periodicidade de tal forma que, por exemplo, os autores já sabem que não terão números atrasados”, reforça.

O ponto seguinte é a publicação de edições especiais. De 2017 a 2019 foram publicadas cinco edições especiais e mais duas estão programadas para serem lançadas ainda este ano: “O Lugar da Psicologia frente as Orientações Sexuais e Identidades de Gênero (LGBTI)” e “Psicologia e Relações Raciais”.

A conselheira destaca que as edições temáticas são definidas pelo Plenário do CFP, a partir das demandas e de acordo com as grandes ações que são agrupadas e reunidas pelas(os) conselheiras(os), assim como segundo as deliberações do Congresso Nacional da Psicologia (CNP). “Todos esses números ainda tiveram uma questão importante dentro destas temáticas que seriam pautar as práticas psicológicas a partir destes campos, destes temas, destas populações, no sentido de como essas práticas psicológicas estão trabalhando, se inserindo nessas temáticas”, ressalta.

Desafios 

A editora da PCP aponta que o grande desafio a ser enfrentado neste próximo triênio é agilizar o processo de avaliação da revista. Segundo ela, essa questão está sendo discutida no sentido de aumentar o número de colaboradoras(es). Guareschi diz ainda que há uma dificuldade na busca de pareceristas para avaliarem os artigos, diante do volume que chega à equipe técnica/editorial do periódico. Para se ter uma ideia, no último triênio, a equipe técnica da PCP recebeu quase 1.900 artigos: 560 (2017), 662 (2018), 669 (2019). Em 2020, já foram enviados, até o momento da redação desta matéria, 74 manuscritos.

Em 2019, a PCP celebrou 40 anos de existência. Para marcar a data, foi realizado um Diálogo Digital. Para a continuidade das comemorações, a conselheira do CFP informou que um dossiê com cinco artigos sobre um levantamento dos artigos publicados na revista de 2005 a 2018 será publicado no fluxo contínuo de 2020.

Acesse todas as edições da Revista Psicologia: Ciência e Profissão.

Saiba como publicar na Revista Psicologia Ciência e Profissão.

 

Entidades do FENPB participam de Oficina de atuação no Parlamento

No dia 6 de fevereiro, ocorreu a Oficina de Atuação no Parlamento, promovida pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP) enquanto secretaria-executiva do Fórum de Entidades Nacionais da Psicologia (FENPB). O objetivo da oficina, direcionada às entidades que compõem o FENPB, foi promover a troca de experiências sobre o funcionamento do processo legislativo e iniciar a discussão sobre os Projetos de Lei de interesse da Psicologia, à luz das deliberações aprovadas no 10º Congresso Nacional da Psicologia (10º CNP), realizado em 2019.

O conteúdo da oficina foi introdutório, com informações sobre canais de comunicação do parlamento com a população, bem como ferramentas de acompanhamento dos Projetos de Lei e de como o FENPB e suas entidades podem influenciar nas decisões.

Processo Legislativo

O conselheiro-secretário do CFP, Fabián Rueda, abriu os trabalhos apresentando os novos representantes do CFP no FENPB, Rogério Giannini e Virgílio Bastos.

Fabián destacou que a oficina faz parte das ações que atendem ao planejamento estratégico do FENPB, cujo processo foi concluído em novembro do ano passado. O conselheiro apresentou um balanço de ações do último triênio do FENPB, destacando a participação efetiva de 23 das 25 entidades. “O objetivo da oficina é que as entidades do FENPB fiquem por dentro da agenda legislativa das casas (Câmara e Senado), em especial aos projetos de lei, para servirem de subsídio, para que o CFP e as entidades da Psicologia possam continuar trabalhando articuladamente em defesa da sociedade”, ressaltou.

Na oficina, foram apresentados o funcionamento do processo legislativo, em especial o regime de tramitação das proposições nas casas legislativas, e o funcionamento da Comissão de Legislação Participativa (CLP) e sua importância para dinamizar o processo de proposições oriundas da própria sociedade.

Psicologia na rede pública de ensino

O último debate do dia foi sobre “como o FENPB pode influenciar as decisões no parlamento”. Foi apresentado um estudo de caso da mobilização do CFP junto com as entidades da Psicologia e do Serviço Social para aprovação e derrubada do veto do Poder Executivo ao Projeto de Lei 3.688/2000, que dispõe sobre serviços de Psicologia e de Serviço Social nas redes públicas de ensino.

A referida proposição se transformou na Lei 13.935/19, promulgada pela presidência da República em 12 de dezembro de 2019. Após a sua promulgação, o Poder Executivo Federal deve providenciar a regulamentação da Lei.

Agora, inicia-se um novo ciclo de luta pela garantia da regulamentação e da implementação da nova medida. O CFP, a Associação Brasileira de Psicologia Escolar e Educacional (ABRAPEE), a Federação Nacional dos Psicólogos (Fenapsi), a Associação Brasileira de Ensino de Psicologia (ABEP) e o Conselho Federal de Serviço Social (CFESS) já estão cumprindo agenda de mobilizações, com reuniões preparatórias e encontros com a Associação Brasileira de Municípios (ABM), a União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (UNDIME) e com o secretário nacional de educação básica do Ministério da Educação.

 

 

 

Qualidade de vida e do trabalho nas organizações será tema de eventos em Porto Alegre

De 23 a 25 de junho de 2020, Porto Alegre (RS) será sede de quatro eventos sobre qualidade de vida e do trabalho nas organizações: 20º Congresso de Stress da ISMA-BR (International Stress Management Association), 22º Fórum Internacional de Qualidade de Vida no Trabalho, 12º Encontro Nacional de Qualidade de Vida na Segurança Pública e 12º Encontro Nacional de Qualidade de Vida no Serviço Público. O Conselho Federal de Psicologia (CFP), mais uma vez,  é apoiador dos eventos, a exemplo da última edição, em 2019. As inscrições para o 1º lote expiram em 15 de abril e podem ser pelo site: http://www.ismabrasil.com.br/congressos/congresso-2020/inscricao.

Os encontros debaterão como gestoras(es) e trabalhadoras(es) têm enfrentado crescentes desafios como a desaceleração da economia global, aumento do stress no trabalho, insegurança em relação à estabilidade no emprego e níveis epidêmicos de doenças crônicas. Além disso, discutirão sobre a avaliação dos riscos e oportunidades para um trabalho mais saudável e identificar os elementos essenciais para o sucesso de programas de bem-estar e saúde são ações preventivas imprescindíveis, bem como os danos dos excessos que extrapolam a esfera profissional, causando insatisfação e adoecimento, que, para as empresas, elevam os custos com tratamentos médicos, absenteísmo e baixa produtividade.

O evento vai reunir pesquisadoras(es), acadêmicas(os), representantes de empresas públicas e privadas e profissionais liberais interessadas(os) em pesquisas e práticas relacionadas à qualidade de vida no trabalho, ao estresse e à saúde.

Serviço

20º Congresso de Stress da ISMA-BR (International Stress Management Association), 22º Fórum Internacional de Qualidade de Vida no Trabalho, 12º Encontro Nacional de Qualidade de Vida na Segurança Pública e 12º Encontro Nacional de Qualidade de Vida no Serviço Público.

Data: 23 a 25 de junho de 2020

Local: Plaza São Rafael Hotel – Porto Alegre / RS

Endereço: Av. Alberto Bins, 514 – Centro Histórico – Porto Alegre/RS

Mais informações em:

http://www.ismabrasil.com.br/congressos/congresso-2020/programa

 

CRP-PR lança livro do CFP “Tentativas de Aniquilamento das Subjetividades LGBTIs”

O Conselho Regional de Psicologia do Paraná (CRP-PR/08) realizou, no dia 24 de janeiro último, o lançamento regional do livro “Tentativas de Aniquilamento das Subjetividades LGBTIs”, que foi organizado pela Comissão de Direitos Humanos (CDH) do Conselho Federal de Psicologia (CFP), com apoio das CDHs dos CRPs.

A obra é resultado de um compilado de depoimentos de pessoas com diversas orientações sexuais e identidades de gênero, que contam suas experiências pessoais e a forma como a sociedade e a Psicologia buscou supostas “explicações” e “tratamentos” para suas vivências LGBTIs, mostrando “os intensos sofrimentos ético-políticos e os processos de resistência decorrentes de diversas formas de violências, preconceitos, injustiças e exclusão”.

O evento de lançamento em Curitiba, na sede do CRP-PR, faz parte da celebração ao Dia Nacional da Visibilidade Trans (29/01), e contou com a presença da conselheira do CFP, Marina de Pol Poniwas, que era participante da CDH à época da produção do livro, além de representantes de diversos movimentos sociais ligados à temática. 

Aproximação com a categoria

Para Marina Poniwas, a importância da participação do CFP no lançamento é fundamental para o trabalho articulado com os Conselhos Regionais. “Como a publicação reflete um trabalho organizado pelo Sistema Conselhos, participar dos lançamentos e poder orientar a categoria sobre como se deu este processo proporciona que o CFP esteja mais próximo da categoria, em complementariedade com o Regional”, ressalta.

Poniwas reforça que a publicação afirma uma postura de despatologização das identidades, expressões de gênero e orientação sexual e reafirma o compromisso ético-político da Psicologia na defesa dos direitos humanos.

Lançamento Nacional

O livro “Tentativas de Aniquilamento das Subjetividades LGBTIs” foi lançado pelo CFP no dia 28 de junho de 2019, em alusão ao “Dia do Orgulho LGBTI”, na sede da Autarquia.

Para produzi-lo, a Comissão de Direitos Humanos do CFP e dos CRPs se propuseram a ouvir narrativas de pessoas LGBTIs, que passaram por procedimentos e programas de tentativas de mudança de orientação sexual e identidade/expressões de gênero, realizadas por diferentes setores do campo psicológico, médico/psiquiátrico, religioso, entre outros.

Durante o processo, foram tomados todos os cuidados éticos de não identificar as pessoas que contribuíram com seus relatos, em 32 entrevistas realizadas. Segundo a então coordenadora da CDH do CFP e atual presidente do Conselho Regional de Psicologia do Rio Grande do Sul (CRP-07/RS), Ana Luísa Castro, várias pessoas procuraram os Conselhos Regionais querendo falar e que, mesmo se expondo, “o desejo principal delas é que essas práticas não ocorram mais e que outras pessoas não venham passar por aquilo que elas haviam sofrido”.

Acesse o livro Tentativas de Aniquilamento das Subjetividades LGBTI

 

 

CRP-PI lança Referências Técnicas do CFP sobre atuação com Povos Tradicionais

A publicação do Conselho Federal de Psicologia (CFP) “Referências Técnicas para atuação de psicólogas(os) com Povos Tradicionais”, produzida no âmbito do Centro de Referência Técnica em Psicologia e Políticas Públicas (Crepop), teve um lançamento especial realizado pelo Conselho Regional de Psicologia da 21ª Região (CRP-21/PI).

O local escolhido para o lançamento no Piauí foi a comunidade Indígena da Etnia Tabajara, localizada em Nazaré, no município de Lagoa do São Francisco (PI). O evento contou com a presença e participação das(os) moradoras(es) da Comunidade Indígena, além de psicólogas(os), estudantes e professoras(es) da escola local, professoras(es) universitárias(os), estudantes de graduação e pesquisadoras(res) em geral.

A presidente do Conselho Regional de Psicologia do Piauí, Samila Marques Leão, apresentou as Referências Técnicas e destacou que a aproximação da categoria com as comunidades tradicionais tem possibilitado que psicólogas e psicólogos conheçam e contribuam com as lutas, ajudando, inclusive, com as denúncias contra abusos que têm representado verdadeiros genocídios, etnocídios e epistemicídos dessas populações.

II Seminário Psicologia e Povos Tradicionais

O lançamento ocorreu durante o II Seminário “Psicologia e Povos Tradicionais”, realizado de 16 a 18 de outubro e organizado pelo Núcleo de Pesquisa e Intervenção em Psicologia Crítica e Subjetivação Política do curso de Psicologia da Universidade Federal do Delta do Parnaíba. O objetivo do encontro foi debater a volta da Psicologia, como ciência e profissão, para a realidade social brasileira e sua formação multiétnica e multicultural, aproximando as(os) profissionais dos saberes, da ancestralidade, dos modos de vida e de trabalho, e da vida comunitária em que vivem os povos tradicionais.

Além da comunidade Indígena da Etnia Tabajara, também participaram do Seminário representantes dos pescadores artesanais que vivem na Comunidade Pedra do Sal, em Parnaíba, e das marisqueiras que vivem na localidade Porto dos Tatus, no município de Ilha Grande do Piauí, porta de entrada para o Delta do Parnaíba (Delta das Américas).

Para a presidente do CRP-PI, o seminário foi o “reconhecimento do esforço das psicólogas e do Sistema Conselhos de Psicologia em buscarem o diálogo e o fortalecimento da aliança junto aos Povos Indígenas e Tradicionais locais, reconhecendo seus saberes, modos de vida, cultura e identidade étnica, na perspectiva de intensificar a luta que estes povos têm travado junto ao Estado para a defesa dos seus direitos e defesa dos seus territórios”, aponta.

Referências Técnicas para atuação de psicólogas(os) com Povos Tradicionais

Em dezembro de 2019, o Conselho Federal de Psicologia publicou as “Referências Técnicas para atuação de psicólogas(os) com Povos Tradicionais”.

O objetivo é que o documento seja um instrumento técnico, ético e político por demarcar os compromissos da Psicologia na garantia de condições de vida dignas a todos os povos que constituem a sociedade brasileira, respeitando sua autonomia, independência e valores, sem ferir, negligenciar ou desconsiderar seus modos de vida e costumes, no respeito a suas crenças e relações com o território.

Compreendem povos tradicionais os povos ciganos, povos e comunidades de terreiro e de matriz africana, faxinalenses, catadoras de mangaba, quebradeiras de coco-de-babaçu, comunidades pantaneiras, pescadores e pescadoras artesanais, caiçaras, extrativistas, povos pomeranos, retireiros do Araguaia, comunidades de fundo e fecho de pasto, comunidades extrativistas do cerrado, dentre outros.

Leia as Referências Técnicas para atuação de psicólogas(os) com Povos Tradicionais

Conheça as Referências Técnicas do Crepop

 

Em Defesa do Conanda

Um conjunto de 19 entidades da sociedade civil, entre elas o Conselho Federal de Psicologia (CFP), que faziam parte do Conselho Nacional os Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda), lançou, no dia 28 de novembro, a campanha “Escute Esse Conselho”. A iniciativa visa dar uma resposta ao Governo Federal, que, em setembro deste ano, publicou o Decreto nº 10.003/19, retirando a participação social do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda), principal órgão de defesa do Sistema de Garantia de Direitos de Crianças e Adolescentes.

A campanha ganha reforço com a importante vitória, nesta quinta-feira (19), quando o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, concedeu liminar para a Ação de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) Nº 622, suspendendo trechos do Decreto n° 10.003/19. Na prática, é a restituição dos mandatos das(os) conselheiras(os); além da garantida de eleição de representantes da sociedade civil; reuniões mensais; custeio do deslocamento das(os) conselheiras(os) de fora de Brasília; e eleição da(o) presidente do colegiado pelos pares.

Escute Esse Conselho

A campanha está disponível no site https://www.escuteesseconselho.org.br/ e você pode aderir preenchendo um formulário com nome, sobrenome e email, além de compartilhar a adesão pelas redes sociais (Facebook, Twitter, Whatsapp e Instagram). No site, há ainda informações sobre como o Conanda vem sendo paulatinamente desmontado, o que está em jogo com o Decreto n° 10.003/19, a importância histórica do colegiado e a lista de entidades que estão impedidas de prosseguir o trabalho pelo Conanda.

O Conselho Federal de Psicologia reitera a importância do respeito ao princípio constitucional que estabelece os direitos das crianças e das(os) adolescentes como prioridade absoluta. E reforça que a participação da sociedade no Conanda é fundamental para que este espaço de construção e acompanhamento das políticas públicas para a infância cumpra seu papel.

Em defesa do Conanda

A representante do CFP no Conanda antes do Decreto 10.003/19, conselheira Iolete Ribeiro, destaca que a importância da participação da Autarquia na campanha demonstra o compromisso da categoria com a pauta da infância, a preocupação em relação à necessidade de assegurar que o sistema de garantias e direitos de crianças e adolescentes funcione bem para atender a contento a essa parcela da população. Iolete disse estar preocupada com a possibilidade de interferência no funcionamento do Conanda, ou até mesmo sua extinção.

“ A nossa preocupação é porque o Conanda é um conselho deliberativo, que define a aplicação de recursos do Fundo da Infância e Adolescência, que define as prioridades da pauta nacional para a Infância e Adolescência e praticamente não funcionou no ano de 2019, devido às poucas reuniões, além do decreto do presidente da República, que cassou o mandato dos representantes legitimamente eleitos e que representavam a sociedade civil”, aponta Iolete Ribeiro.

A conselheira do CFP diz, ainda, que é importante a atenção da sociedade quanto a essa pauta, pois os indicadores sociais e de saúde e educação da infância e adolescência são muito ruins, e, a cada dia, o País não cumpre com suas obrigações que a Constituição Federal estabeleceu, de que criança e adolescente são prioridades absolutas. Essa prioridade tem que se traduzir em recursos do Orçamento da União em programas que estejam em funcionamento, e isso não tem acontecido, demonstrando uma mudança no foco do Poder Executivo.

“A pauta do governo tem sido com outros temas, como, por exemplo, criar ‘disque denúncia’ para denunciar professores e pais, ou a instituição de semanas de prevenção ‘disso ou aquilo’, mas sem nenhuma ação concreta, efetiva de promoção e proteção integral”, denuncia a representante do CFP no Conanda.

Liminar do STF

Na liminar concedida para a Ação de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) Nº 622, o ministro do STF, Luís Roberto Barroso, alertou para o que chamou de “retrocessos democráticos”, que, segundo ele, “não decorrem mais de golpes de Estado com o uso das armas. Ao contrário, as maiores ameaças à democracia e ao constitucionalismo são resultado de alterações normativas pontuais”, escreveu o magistrado.

Barroso também destacou que a participação de organizações representativas da sociedade civil nas ações governamentais voltadas à proteção de crianças e adolescentes constitui exigência constitucional expressa, ao contrário do que sugerem as manifestações da própria Presidência da República e da Advocacia Geral da União.

Sobre a decisão de Barroso, a conselheira Iolete Ribeiro destacou a vitória, e afirmou que, agora, a luta é para garantir que o Governo Federal respeite a decisão do STF, sem esquecer que muitas outras batalhas serão travadas para fazer o Conanda funcionar de fato.

Acesse a campanha “Escute Esse Conselho” e some sua voz para defender esse importante espaço de participação social.

Atualizado (erramos): A matéria informava anteriormente que a liminar do ministro Luís Roberto Barroso foi baseada no Mandado de Segurança 36684 . O Mandado de Segurança tem pedido de liminar mas por parte da Procuradoria Geral da República (PGR), e tem como relator o ministro Luiz Fux. No dia 24 de outubro, as 19 entidades que foram excluídas com o novo decreto estiveram reunidos com Luís Fux no STF em audiência, inclusive o CFP. 

 

Pesquisa sobre atuação da Psicologia no campo da Execução Penal está disponível para acesso

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) publica o relatório da “Atuação da (o) Psicóloga(o) no Campo da Execução Penal no Brasil”. O objetivo da publicação é difundir os resultados quantitativos e qualitativos da pesquisa sobre Atuação da(o) psicóloga(o) no campo da execução penal no Brasil, para contribuir na produção de orientações e posicionamentos institucionais do Sistema Conselhos de Psicologia.

A referida pesquisa, iniciada em 2018 e concluída este ano, foi realizada em parceria com a Universidade Católica de Brasília (UCB) e vem responder a uma das tarefas delegadas pela Assembleia de Políticas, da Administração e das Finanças (APAF) ao Grupo de Trabalho (GT) sobre Atuação da Psicologia no contexto do Sistema Prisional. O GT decidiu ampliar o público-alvo considerando também as(os) psicólogas(os) que atuam em outros órgãos ligados à execução penal, como no judiciário, no Ministério Público e na Defensoria Pública, permitindo assim um conhecimento mais amplo e detalhado, a partir do qual poderão ser definidos parâmetros e diretrizes para a atuação mais crítica e reflexiva da categoria e, portanto, mais qualificada.

O documento foi dividido em dois relatórios que se referem aos dois momentos da pesquisa: o primeiro, sobre a coleta de dados via pesquisa online; e o segundo referente à consolidação, de caráter qualitativo, do conteúdo das respostas abertas do questionário eletrônico. 

Psicologia no campo da Execução Penal

A conselheira do CFP, Márcia Badaró, explica a importância deste relatório, bem como as diferenças que ele apresenta para o documento “Diretrizes para atuação e formação dos psicólogos do sistema prisional brasileiro”, publicado pela Autarquia em 2007 em parceria com o Ministério da Justiça e Departamento Penitenciário Nacional (DEPEN).

“Este relatório faz todo um mapeamento desta prática das condições de trabalho, das questões éticas e técnicas do trabalho da psicóloga no campo da atuação penal. A última pesquisa que fizemos, em 2007, tratava apenas da psicóloga no Sistema Prisional, mas desta vez a gente ampliou, abrindo espaço para outras práticas da psicóloga no campo da execução penal no Sistema Judiciário, no Ministério Público, na Defensoria Pública, enfim, em outros campos. A Psicologia cresceu muito nessa área então abrimos espaços para outras áreas”, justifica Márcia Badaró.

A Conselheira do CFP espera que a pesquisa contribua para estudos da categoria, a fim de que sejam investidas ações importantes junto ao Judiciário, possibilitando “um diálogo efetivo, mais consistente diante do que a gente viu e do que a pesquisa apresentou, e que subsidie as Referências Técnicas para a atuação da psicóloga no Sistema Prisional, que ainda está sendo concluída”, aponta.

Leia a íntegra do relatório “Atuação da(o) Psicóloga(o) no Campo da Execução Penal no Brasil”.

 

CFP debate SUAS sem racismo

Com o objetivo de ampliar a discussão sobre o racismo dentro da rede de Assistência Social, a conselheira do Conselho Federal de Psicologia (CFP), Célia Zenaide, debateu a campanha “SUAS sem Racismo”, durante a 282ª Reunião Ordinária do Conselho Nacional de Assistência (CNAS), na última quinta-feira (4), em Brasília.

Célia Zenaide iniciou sua fala abordando sobre a legislação brasileira envolvendo o racismo, desde a época da escravidão até os dias atuais. A conselheira do CFP deu exemplo de casos de violência nas escolas, que após uma escuta mais aprofundada, percebe-se que são casos de racismo. “Quando vou conversar com uma criança, ela diz que não vai à escola porque a chamam de fedida, de feia. Essas frases são repetidas. Aí quando pergunto o porquê, falam do cabelo crespo dela, do rosto. Ou seja, é óbvio que há o racismo nessas manifestações. Então que releituras que não estamos fazemos?”, questiona.

SUAS sem Racismo 

A conselheira do CFP defende a maior divulgação de materiais contra o racismo nas redes de Assistência Social pelo país como a cartilha publicada pelo CNAS em 2017,  e o folder do ano passado “SUAS Sem Racismo”, podem ser formas de conscientizar as(os) trabalhadoras(es) do SUAS para uma análise sobre o racismo existente nas relações. Zenaide também apresentou ações que o CFP vem realizando sobre a temática, como a divulgação da Resolução CFP 18/2002, que estabelece normas de atuação para psicólogas e psicólogos em relação ao preconceito e à discriminação racial, bem como a Referência Técnica do Crepop que trata sobre o tema.

A conselheira suplente do CNAS, Ana Heloísa Viana Silva Moreno, endossou o discurso de Célia Zenaide, alertando que não há como fazer a discussão sobre o racismo na Assistência Social sem abordar o caráter interdisciplinar dentro da rede, reforçando a ampla divulgação dos materiais como forma de capacitação para melhores atendimentos. 

Durante a 11ª Conferência Nacional de Assistência Social realizada em 2017, foi lançada a campanha “SUAS sem Racismo”, com o objetivo de conscientizar e combater o preconceito institucional na rede de proteção social. A campanha configura-se “na construção de que somos diferentes, temos que ser respeitados em nossas diferenças e em nossas particularidades e de que somos contra o racismo em suas diferentes formas”.

Conheça os materiais do SUAS e do CFP sobre combate ao racismo

Cartilha “SUAS Sem Racismo”

Folder “SUAS Sem Racismo”

Resolução CFP 18/2002

Relações Raciais: Referências Técnicas para atuação de psicólogas/os

 

 

Veto Derrubado: Vitória da Psicologia e do Serviço Social

Por 384 a 64 votos, deputadas(os) e senadoras(es), derrubaram durante sessão conjunta do Congresso Nacional o veto Presidencial nº 37/2019 ao Projeto de Lei (PL) nº 3.688/2000, que dispõe sobre serviços de Psicologia e de Serviço Social nas Redes Públicas de Educação Básica, nesta quarta-feira (27).

319 deputadas(os) e 65 senadoras(es) votaram pela derrubada do veto,  enquanto 62 deputadas(os) e  2 senadoras(es) defenderam a manutenção do veto presidencial.

A matéria havia sido aprovada pela Câmara dos Deputados em 12 de setembro de  2019. No entanto, no dia 9 de outubro, foi publicado no Diário Oficial da União (DOU), veto integral da Presidência da República ao PL.

Agora, a proposição será devolvida ao presidente da República, que terá 48 horas para promulgá-la, sob pena da presidência do Congresso Nacional fazê-la.

A Psicologia dispõe de conhecimentos para atuar nas relações escolares, auxiliando na promoção das relações de respeito e enfrentamento à violência escolar. O veto presidencial ao PL demonstrava insensibilidade ao tema, que tem casos emblemáticos na sociedade como o massacre ocorrido na escola Raul Brasil, em Suzano (SP), em março deste ano.

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) e as demais instituições que compõem o Fórum de Entidades Nacionais da Psicologia (FENPB) realizaram diversas atividades e mobilizações junto aos congressistas pela derrubada do veto.

Leia Mais

Saiba mais sobre as ações para a derrubada do Veto Presidencial nº 37/2019

Conheça as razões para derrubada do veto ao PL que prevê Psicologia e Serviço Social na rede pública de ensino